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Controle Estatístico de Processo

Profa. Dra. Suelí Fischer Beckert


Definição do CEP

 Tradicionalmente:
 O CEP - Controle Estatístico de Processo, tradicionalmente, é uma
ferramenta com base estatística, de auxílio ao controle da qualidade, nas
etapas do processo, particularmente no caso de processo de produção
repetitivo.

 Visão mais ampla:


 Hoje, mais do que uma ferramenta estatística, o CEP é entendido como
uma filosofia de gerenciamento (princípios de gerenciamento) e um
conjunto de técnicas e habilidades, originárias da Estatística e da
Engenharia de Produção, que visam garantir a estabilidade e a melhoria
contínua de um processo de produção.
 Em resumo, visa o controle e a melhoria do processo.

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Princípios fundamentais do CEP

 pensar e decidir baseado em


dados e fatos;

 pensar separando a causa do


efeito, buscar sempre conhecer a
causa fundamental dos
problemas;

 reconhecer a existência da
variabilidade na produção e
administrá-la;
3
Princípios fundamentais do CEP

 usar raciocínio de prioridade


(Pareto);

 girar permanente e
metodicamente o ciclo de
controle (Ciclo PDCA: Plan, Do,
Check, Action), visando a
melhoria contínua do
desempenho;
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Princípios fundamentais do CEP
 definir o próximo
processo/etapa/posto de
trabalho como cliente da
etapa anterior. O cliente
define a qualidade
esperada;
 identificar
instantaneamente focos e
locais de disfunção e
corrigir os problemas a
tempo;
 educar, treinar e organizar
a mão de obra visando uma
administração participativa
e o auto controle.

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O que é um processo?

 O Processo consiste na combinação global das pessoas,


equipamentos, materiais utilizados, métodos e meio ambiente,
que colaboram na produção.
 O rendimento total do processo (qualidade da produção e
eficácia produtiva) depende do projeto e constituição do
processo, e da forma como é controlado. Os restantes
elementos do Controle de Processo apenas são úteis se
contribuírem para a melhoria do rendimento do processo.

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Por que controlar o processo?

Comum
ou
Aleatória

Variação

Especial
ou
Assinalável

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Ação sobre o
Causas de variação sistema

CAUSA COMUM
 inerentes ao próprio processo,

são relativamente difíceis de


serem identificadas
 É o ritmo do processo.

 Exemplos de causas comuns de


variação:
 Compra sistemática de materiais
com baixa qualidade
 Inexistência de treinamento
 Falta de padronização das operações

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Ocorrência somente de causas comuns

 Os produtos podem diferir entre si:

 Mas, num processo estável, ocorre um padrão de variação


(distribuição)

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Ocorrência somente de causas comuns

 As distribuições podem diferir entre si quanto:

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Causas de variação

CAUSA ESPECIAL
 representam um descontrole

temporário do processo, são


possíveis de serem identificadas
e corrigidas. Os efeitos são
facilmente observáveis.
 Alguma coisa mudou. Ação no local
de trabalho

 Exemplos de causas especiais


da variação:
 Lote isolado de matéria-prima com
problema
 Desregulagem ocasional do
equipamento de produção
 Quebra de equipamento de medição

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Exemplos dos efeitos de causas especiais

12
Exemplos dos efeitos de causas especiais

13
Causas de variação- Comparação

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Controle do processo

 O controle do processo prevê a identificação e a priorização das causas de


variação e visa a eliminação das causas fundamentais.
 Quando a variabilidade de um processo é devida somente a causas
comuns, ele é suficientemente estável para predizer sua qualidade,
comportamento e resultados. É dito que o processo está sob controle e tem
um comportamento previsível.

LSC

LIC
Tempo
Amostras 15
Controle do processo

 Controlar um processo significa:


 Conseguir manter estável o desempenho do
processo, ou seja, estabilizar causas de
LS variação e resultados;
C
 Buscar melhorar o desempenho do processo
através da eliminação de causas que afetam
as várias características de controle do
processo que está sendo gerenciado
LI
C

Te
m po

X
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Gráficos de controle

 Os gráficos de controle são instrumentos simples que permitem ao processo


atingir um estado de controle estatístico (estão presentes somente causas
comuns).
 Os gráficos de controle servem para monitoramento do processo,
mostrando a ocorrência de um descontrole (presença de causas especiais)
e/ou a tendência desta ocorrência, evitando custos e interferências
inadequadas sobre o processo.

LSC

LIC
Tempo 17
Processo sob controle

 Padrão normal de variação:


 Cerca de dois terços dos pontos situam-se próximos à linha central;
 Poucos pontos ficam junto aos limites de controle;
 Ocorre uma distribuição balanceada dos pontos, abaixo e acima do
valor central;
 Nenhum ponto situa-se além dos limites de controle.
6

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Processo sob controle

 Quando um processo está sob controle, apenas causas


comuns de variação estão presentes. Pequenas variações na
performance das máquinas, dos operadores e nas
características dos materiais são consideradas como parte do
processo estável.

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Processo fora do controle

 Um processo é considerado fora de controle quando um ponto


cair fora dos limites de controle. Mas também pode ser
considerado fora de controle quando todos os pontos caírem
dentro dos limites de controle. Esta situação ocorre quando
um padrão de variação anormal está presente no processo.

 Padrão 1: um único ponto além da zona A, ou seja, acima do


limite superior de controle ou abaixo do limite inferior de
controle.

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Processo fora de controle

 Padrão 2: nove pontos consecutivos do mesmo lado do valor


central, ou seja, todos os nove pontos acima da linha média ou
abaixo desta.

21
Processo fora de controle

 Padrão 3: seis pontos consecutivos continuamente


aumentando ou diminuindo, no gráfico.

22
Processo fora de controle

 Padrão 4: quatorze pontos consecutivos alternando-se para


cima e para baixo.

23
Processo fora de controle

 Padrão 5: dois em três pontos consecutivos, situados na


mesma zona A do gráfico.

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Processo fora de controle

 Padrão 6: quatro em cinco pontos consecutivos situados nas


zonas A ou B de um mesmo lado do gráfico.

25
Processo fora de controle

 Padrão 7: quinze pontos consecutivos situados nas zonas C,


acima ou abaixo da linha média.

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Processo fora de controle

 Padrão 8: oito pontos consecutivos de ambos os lados da


linha média, com nenhum situado na Zona C.

27
Resumindo:
Melhoria do processo através do CEP:

28
Resumindo:
Melhoria do processo através do CEP:

29
Construção dos gráficos de controle

Objetivos:
 Verificar se o processo é estável;

 Manter o processo estável;

 Melhorar o desempenho do processo

Tipos de gráficos de controle:


 Variáveis

 Medidas

 Atributos
 Contagem
30
Seleção dos
gráficos de
controle para
variáveis

31
Cartas de controle para variáveis

 Posição do processo:

x (média)
 Valores Individuais

 Variação do processo:
 s (desvio-padrão)
 R (amplitude)
As cartas R são mais comuns devido a
facilidade de cálculo
(R = xmáx - xmin)

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k: 20 ou 25 amostras
Gráfico x & R n : 4 ou 5 itens

Limites de controle para a média:

LIC  x  A2 .R
LM  x
LSC  x  A2 .R

Limites de controle para a amplitude:

LIC  D3 .R
LM  R
LSC  D4 .R
33
Tabela de coeficientes, para NC = 99,73%

34
 Gráficos de controle do peso, com
Exemplo especificação 13,0 a 15,0 g
Dados 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13
x1 14,66 14,42 14,42 14,40 14,55 14,55 14,59 14,42 14,60 14,56 14,59 14,38 14,62
x2 14,52 14,46 14,25 14,41 14,64 14,51 14,50 14,54 14,66 14,59 14,49 14,55 14,63
x3 14,44 14,56 14,62 14,44 14,53 14,68 14,28 14,41 14,60 14,67 14,58 14,00 14,57
x4 14,50 14,31 14,61 14,41 14,36 14,22 14,55 14,42 14,42 14,61 14,45 14,47 14,43
x5 14,47 14,42 14,66 14,44 14,73 14,59 14,40 14,63 14,68 14,39 14,45 14,53 14,48

                           

R                          

Dados 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
x1 14,35 14,55 14,45 14,37 14,61 14,64 14,40 14,56 14,54 14,56 14,44 14,55
x2 14,31 14,44 14,61 14,62 14,62 14,57 14,36 14,64 14,51 14,68 14,35 14,61
x3 14,61 14,64 14,43 14,68 14,40 14,40 14,55 14,63 14,44 14,46 14,34 14,48
x4 14,66 14,40 14,44 14,66 14,46 14,62 14,44 14,59 14,49 14,51 14,30 14,67
x5 14,66 14,51 14,31 14,64 14,38 14,36 14,46 14,64 14,35 14,56 14,59 14,47

                         

R                        

35
 Gráficos de controle da espessura, com
Exercício: limite inferior de especificação de 0,38 mm
Dados 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13
x1 0,42 0,58 0,47 0,49 0,42 0,42 0,47 0,40 0,43 0,43 0,52 0,53 0,44
x2 0,54 0,50 0,43 0,60 0,47 0,43 0,47 0,48 0,41 0,49 0,42 0,49 0,49
x3 0,47 0,53 0,45 0,50 0,45 0,47 0,47 0,42 0,50 0,44 0,59 0,45 0,44
x4 0,43 0,64 0,48 0,61 0,44 0,49 0,43 0,47 0,41 0,48 0,43 0,58 0,72
x5 0,44 0,63 0,64 0,44 0,44 0,47 0,57 0,61 0,51 0,40 0,59 0,49 0,52

                           

R                          

Dados 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25

x1 0,62 0,50 0,55 0,40 0,47 0,42 0,56 0,41 0,42 0,58 0,59 0,40

x2 0,48 0,43 0,46 0,43 0,43 0,48 0,40 0,52 0,66 0,42 0,42 0,57

x3 0,58 0,52 0,58 0,40 0,50 0,55 0,54 0,45 0,46 0,55 0,55 0,49

x4 0,42 0,45 0,49 0,60 0,46 0,51 0,42 0,65 0,52 0,54 0,41 0,55

x5 0,55 0,55 0,45 0,43 0,48 0,45 0,56 0,45 0,48 0,42 0,54 0,53

                         

R                         36
Usando o Minitab

37
Estudo de Capacidade de Processo

 Estudos de capacidade têm por objetivo verificar se um


processo gera produtos que atendem às especificações de
engenharia em condições normais de operação.
 Para realizar um estudo de capacidade é necessário que:
 O processo seja estatisticamente estável;
 As medidas individuais tenham uma distribuição normal

Se estas duas restrições não forem obedecidas, os resultados


do estudo fornecerão indicações incorretas

Estabilidade do processo Gráficos de controle

Medidas individuais Gráfico de normalidade

38
Limites de Controle e de Especificação

 Limites de controle são estabelecidos em função da média e do


desvio-padrão do processo.
 Os limites de especificação são estabelecidos em função da
tolerância do produto.

39
Variabilidade dos processo e Especificações

 Caso I => 6 < LSE-LIE

40
Variabilidade dos processo e Especificações

 Caso II => 6 = LSE-LIE

41
Variabilidade dos processo e Especificações

 Caso III => 6 < LSE-LIE

42
Índices de capacidade de processo
Os índices de capacidade são estimados através da variação inerente do
processo, observada nas cartas de controle.

 Capacidade do processo = 6 R

d2
 Índice de variação do processo:

LSE  LIE s
Cp  
6 c4

 Índice combinado da variação e centralização do processo:

 x  LIE LSE  x 
Cpk  min  , 
 3 3 
 
43
Índices de desempenho de processo
Os índices de desempenho são estimados através da variação total do processo,
geralmente estimado a partir do desvio-padrão amostral.

Desempenho do processo = 6s


( xi  x) 2
 n
s  
i 1 n 1
 Índice de variação de processo:
LSE  LIE
Pp 
6 s

 Índice combinado de variação e centralização do processo:

 x  LIE LSE  x 
Ppk  min  , 

 3 s 3 s 
44
Índice de Performance

 Este índice leva em consideração a média, visto que o processo


pode não estar centrado:

45
Usando o Minitab

46
k: 20 ou 25 amostras
Gráfico x & s n : > 9 itens

Limites de controle para a média:

LIC  x  A3 .s
LM  x
LSC  x  A3 .s

Limites de controle para desvio-padrão:

LIC  B3 .s
LM  s
LSC  B4 .s
47
Usando o Minitab

48
 Gráficos de controle da espessura, com
Exercício: limite inferior de especificação de 0,38 mm

Dados 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13
x1 0,42 0,58 0,47 0,49 0,42 0,42 0,47 0,40 0,43 0,43 0,52 0,53 0,44
x2 0,54 0,50 0,43 0,60 0,47 0,43 0,47 0,48 0,41 0,49 0,42 0,49 0,49
x3 0,47 0,53 0,45 0,50 0,45 0,47 0,47 0,42 0,50 0,44 0,59 0,45 0,44
x4 0,43 0,64 0,48 0,61 0,44 0,49 0,43 0,47 0,41 0,48 0,43 0,58 0,72
x5 0,44 0,63 0,64 0,44 0,44 0,47 0,57 0,61 0,51 0,40 0,59 0,49 0,52
x6 0,42 0,58 0,47 0,49 0,42 0,42 0,47 0,40 0,43 0,43 0,52 0,53 0,44
x7 0,54 0,50 0,43 0,60 0,47 0,43 0,47 0,48 0,41 0,49 0,42 0,49 0,49
x8 0,47 0,53 0,45 0,50 0,45 0,47 0,47 0,42 0,50 0,44 0,59 0,45 0,44
x9 0,43 0,64 0,48 0,61 0,44 0,49 0,43 0,47 0,41 0,48 0,43 0,58 0,72
x10 0,44 0,63 0,64 0,44 0,44 0,47 0,57 0,61 0,51 0,40 0,59 0,49 0,52

                           

s                          

49
 Gráficos de controle da espessura, com
Exercício: limite inferior de especificação de 0,38 mm

Dados 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25

x1 0,62 0,50 0,55 0,40 0,47 0,42 0,56 0,41 0,42 0,58 0,59 0,40

x2 0,48 0,43 0,46 0,43 0,43 0,48 0,40 0,52 0,66 0,42 0,42 0,57

x3 0,58 0,52 0,58 0,40 0,50 0,55 0,54 0,45 0,46 0,55 0,55 0,49

x4 0,42 0,45 0,49 0,60 0,46 0,51 0,42 0,65 0,52 0,54 0,41 0,55

x5 0,55 0,55 0,45 0,43 0,48 0,45 0,56 0,45 0,48 0,42 0,54 0,53

x6 0,62 0,50 0,55 0,40 0,47 0,42 0,56 0,41 0,42 0,58 0,59 0,40

x7 0,48 0,43 0,46 0,43 0,43 0,48 0,40 0,52 0,66 0,42 0,42 0,57

x8 0,58 0,52 0,58 0,40 0,50 0,55 0,54 0,45 0,46 0,55 0,55 0,49

x9 0,42 0,45 0,49 0,60 0,46 0,51 0,42 0,65 0,52 0,54 0,41 0,55

x10 0,55 0,55 0,45 0,43 0,48 0,45 0,56 0,45 0,48 0,42 0,54 0,53

                         

s                        

50
Gráfico xi & Rm k: 25 amostras

Limites de controle para valores


individuais:

LIC  x  2,659.Rm
LM  x
LSC  x  2,659.Rm

Limites de controle para a amplitude:

LIC  0
LM  Rm
LSC  3,267.Rm
51
Usando o Minitab

52
 Gráficos de controle do peso, com
Exemplo especificação 13,0 a 15,2 g

Dados 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13
xi 14,44 14,56 14,62 14,44 14,53 14,68 14,28 14,41 14,60 14,67 14,58 14,00 14,57

Rm  ----  0,12 0,06 0,18  0,09 0,15 0,40 0,13 0,19 0,07 0,09 0,58 0,57

Dados 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25

xi 14,15 14,55 14,45 14,37 14,61 14,64 14,40 14,56 14,54 14,56 14,44 14,55

Rm  0,42  0,40 0,10 0,08 0,24 0,03 0,24 0,16 0,02 0,02 0,12 0,11

53

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