Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DA QUALIDADE
Mariana Bonome de Souza
E-book 4
Neste E-Book:
Introdução���������������������������������������������������� 3
Conceitos relevantes para a
compreensão do cep�������������������������������� 5
CEP e gráficos de controle��������������������� 8
Gráficos de controle para variáveis��������������������� 12
Gráficos de controle para atributos��������������������� 16
Pontos de atenção sobre os gráficos de
controle������������������������������������������������������������������ 19
Conclusão����������������������������������������������������31
Síntese��������������������������������������������������������� 32
2
INTRODUÇÃO
Olá, estudante!
3
comuns e causas especiais. Também serão aborda-
dos os diferentes gráficos de controle que permitem
visualizar se o processo está ou não sob controle
estatístico. Por fim, serão feitas recomendações re-
lacionadas à sua aplicação prática, bem como às
possíveis aplicações simultâneas com outras fer-
ramentas e técnicas da qualidade abordadas nos
módulos anteriores.
Vamos começar!
4
CONCEITOS RELEVANTES
PARA A COMPREENSÃO
DO CEP
Como visto no primeiro módulo, os processos pro-
dutivos ou de prestação de serviços podem sofrer
modificações a cada vez que forem executados, se-
jam elas pouco ou muito relevantes para a qualidade
dos resultados de tais processos. A esta caracterís-
tica de variação, atribui-se o nome de variabilidade
(CAVALCANTI, 2017; PALADINI, 2011).
5
É importante salientar que a variabilidade ocorre de-
vido a diferentes tipos de causa. Quando as causas
estão relacionadas a fatos já conhecidos entre os en-
volvidos, tem-se a incidência das chamadas causas
comuns ou causas crônicas. Por sua vez, quando as
causas são inéditas ou inesperadas, pode-se afirmar
que elas são causas especiais ou causas esporádi-
cas (ANDREOLI e BASTOS, 2017; CARPINETTI, 2016;
PALADINI, 2011).
6
Para auxiliar a compreensão destes conceitos, ouça
Percebendo na prática as diferenças entre causas
comuns e especiais.
Podcast 1
7
CEP E GRÁFICOS DE
CONTROLE
O CEP é utilizado “para medir o nível da qualidade
de determinado produto, atividade ou processo, per-
mitindo que seja comparado com um padrão previa-
mente estabelecido” (ANDREOLI; BASTOS, 2017, p.
56). Seu objetivo é oferecer chances de agir preven-
tiva ou corretivamente diante de problemas apre-
sentados pela variabilidade estatística daquilo que
se mede, de forma rápida, tratando as causas dos
desvios com vistas a reduzir e a controlar ao máximo
a variação (CAVALCANTI, 2017).
8
referida faixa, pode-se afirmar que o processo está
sofrendo causas especiais de variação. Por esse
motivo, o CEP “consiste em separar as causas de
variações de processos, determinando quando as
variações do processo se devem a causas aleató-
rias e quando decorrem de causas identificáveis”
(PALADINI, 2011, p. 56).
9
o processo está ou não estatisticamente sob controle
(PYZDEK e KELLER, 2013; PALADINI, 2011).
SAIBA MAIS
Analisar a capability de um processo pressupõe
a análise estatística dos dados coletados, que
pode ser feita manualmente ou com o amparo de
planilhas eletrônicas. Em ambos os casos, fórmu-
las estatísticas são necessárias para conduzir tal
análise. Elas podem ser encontradas nas obras
de Carpinetti (2016), Pyzdek e Keller (2013), Pa-
ladini (2011) e Montgomery (2008), indicadas ao
final deste módulo.
Linha Central
10
Subgrupos racionais é uma denominação dada às
amostras de dois ou mais itens coletados dentro de
um intervalo de tempo sequencial e preestabelecido
(CARPINETTI, 2016).
FIQUE ATENTO
Além dos limites superior e inferior de controle,
existem também os limites superior e inferior de es-
pecificação. Os limites de especificação estão rela-
cionados a requisitos, regras, normas e leis que o
processo, produto ou serviço deve atingir. Ultrapas-
sar tais limites implica o não atendimento do clien-
te, de uma norma ou de um requisito legal. Logo,
deve-se atentar para que os limites de controle não
excedam os limites de especificação (CARPINETTI,
2016; PALADINI, 2011; MONTGOMERY, 2008).
11
peso, altura, temperatura, diâmetro, espessura etc.
(CARPINETTI, 2016; PALADINI, 2011).
Os gráficos de controle para variáveis têm estrutura
semelhante ao que é exibido na Figura 1 e incluem
os elementos ressaltados pela Figura 2.
Zona 2
LSC
Zona 1
LC
Zona 1
LIC
Zona 2
Legenda:
LIC: limite inferior de controle
LC: linha central
LSC: limite superior de controle
x: média
Zona 1: faixa de normalidade
Zona 2: faixa de anormalidade
Figura 2: Elementos do gráfico de controle. Fonte: Adaptada de
Carpinetti (2016) e Paladini (2011).
12
A linha central e os limites superior e inferior de con-
trole são traçados considerando o assunto do eixo
das ordenadas (vertical), que pode retratar uma mé-
dia, amplitude, desvio padrão, entre outras opções.
Em todos os casos, os valores são calculados a partir
dos subgrupos racionais coletados (CARPINETTI,
2016; PALADINI, 2011).
56,39
LSC
53,96
LC
51,52
LIC
1 2 3 4 Subgrupos
racionais
Legenda:
LIC: limite inferior de controle
LC: linha central
LSC: limite superior de controle
x: média
13
A interpretação dos resultados de um gráfico de con-
trole para variáveis depende do tipo de gráfico que
está sendo usado. Além disso, tal análise pode reque-
rer uso paralelo de dois gráficos. Segundo Paladini
(2011) e Montgomery (2008), os principais tipos de
gráficos de controle para variáveis são:
Gráficos de “média e amplitude”
(X&R – lê-se “x barra r”)
14
Após a confecção dos gráficos, deve ser feita a busca
por padrões indicativos de que o processo está fora
de controle estatístico. Esses padrões são variados,
porém encontrados com mais frequência:
15
Gráficos de controle para
atributos
Os característicos da qualidade do tipo atributo “não
são medidos, apenas rotulados” (PALADINI, 2011, p.
68). Isto quer dizer que atributos assumem apenas
valores discretos, não podendo ser medidos em esca-
la contínua e, portanto, seguem uma distribuição de
Poisson ou Binomial. Dentre os possíveis exemplos
de atributos, podem ser citadas as contagens de
defeitos em um ou mais produtos; a aprovação ou
a reprovação de serviços; a conformidade ou a não
conformidade de produtos ou serviços (CARPINETTI,
2016; PALADINI, 2011).
16
• Gráfico p: reporta a proporção de itens defeitu-
osos, ou seja, compara a quantidade de produtos
defeituosos em uma amostra e o total de itens dessa
mesma amostra. Importante: neste caso, o tamanho
da amostra pode variar.
• Gráfico c: apresenta o número de defeitos encon-
trados na amostra, considerando uma amostra de
tamanho constante.
• Gráfico u: relata o total de defeitos encontrados
por unidade, em uma amostra de tamanho variável.
FIQUE ATENTO
A princípio, “defeituoso” e “defeito” parecem ser
sinônimos. Contudo, sob a ótica dos diagnósti-
cos da qualidade, eles devem ser aplicados de
formas distintas.
17
p0,0891
LSC
0,0484
LC
0,0077
LIC
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Amostras
18
Gráficos para atributos Gráficos para variáveis
19
Gráficos para atributos Gráficos para variáveis
SAIBA MAIS
Elaborar gráficos de controle implica o uso de
conceitos estatísticos e de diversas fórmulas.
Isso vale tanto para quem opta por elaborar os
gráficos manualmente quanto para quem conta
com a assistência de planilhas eletrônicas. Para
saber como utilizar as fórmulas ou compreender
a dedução matemática que as sustenta, consulte
20
Carpinetti (2016), Pyzdek e Keller (2013), Paladini
(2011) e Montgomery (2008).
Podcast 2
21
BOAS PRÁTICAS PARA
APLICAR O CEP NA
COMPOSIÇÃO DE
DIAGNÓSTICOS DA
QUALIDADE
O uso simultâneo de CEP, indicadores de desempe-
nho, ferramentas e técnicas da qualidade é bastante
comum e recomendado a qualquer organização que
deseje um diagnóstico adequado da qualidade. As
especialidades destes instrumentos, quando com-
binadas, proporcionam condições de análise mais
precisas para a tomada de decisões (CARPINETTI,
2016; CHIROLI, 2016; PALADINI, 2011).
22
CEP, indicadores, ferramentas e
técnicas da qualidade
Como o uso do CEP proporciona condições de visu-
alizar objetivamente a situação real de um proble-
ma, sua aplicação fornece insumos valiosos para a
execução das etapas Plan e Check do Ciclo PDCA,
bem como para as etapas Identificação do proble-
ma, Observação, Análise e Verificação do Masp
(OLIVEIRA, 2017; CARPINETTI, 2016; PALADINI,
2011). Além disso, é bastante frequente e recomen-
dada a utilização do CEP nas fases Measure, Analyze
e Control da metodologia Seis Sigma (CHIROLI, 2016;
WERKEMA, 2011).
23
gráfico de controle podem integrar um Diagrama de
Pareto, de forma a facilitar a priorização necessária
ao tratamento de cada uma delas. O contrário tam-
bém é possível, pois o resultado de um Diagrama de
Pareto pode levar à necessidade de elaborar gráficos
de controle específicos para compreender as causas
de um problema ou desvio identificado (OLIVEIRA,
2017; CARPINETTI, 2016; CUSTÓDIO, 2015).
24
Paladini (2011) e Montgomery (2008) recomendam
os seguintes passos para estruturar experimentos
fundamentados no CEP:
25
Além disso, quando os envolvidos na aplicação do
CEP reestruturam os experimentos após as iniciativas
frustradas, e quando o fazem de modo veloz e com
proximidade ao cliente do processo, os benefícios
supracitados têm ainda mais chances de suplanta-
rem os desperdícios, produzindo resultados signifi-
cativos aos diagnósticos da qualidade (RIES, 2012;
PALADINI, 2011).
26
Início
Existem Não
subgrupos
racionais?
Sim Há Sim
sazonalidade?
Subgrupo
Sim
<10? Não
l e mR
Não (valor individual e
amplitude móvel)
Xbarra & S
(média e desvio padrão)
Gráfico
Xbarra & R média móvel
(média e amplitude)
Sim O tamanho do
subgrupo é constante?
Não
Gráfico np
(defeituosos; amostra
constante)
Gráfico u
(defeitos; amostra
Gráfico c variável)
(defeitos; amostra
constante)
Gráfico p
(defeituosos; amostra
variável)
27
produto ou serviço em análise, a aplicação de outros
gráficos de controle pode ser necessária. Logo, o pro-
cesso decisório acima deve ser aplicado com cautela.
28
organizacional
Dimensão
Pontos de atenção
especificação.
• Improvisar na execução de qualquer etapa do CEP.
• Utilizar dados desatualizados.
• Não utilizar os requisitos e os procedimentos neces-
sários à coleta e/ou análise dos dados.
29
O CEP “se parece com um conjunto de ferramentas
simples que só pode gerar os resultados esperados
se forem respeitadas as bases técnicas e as espe-
cificidades dos diversos modelos que o compõem”
(PELADINI, 2011, p. 101).
REFLITA
Diante das características expostas, vale a pena
utilizar o CEP em qualquer processo? Ou aplicar
o CEP a todo instante?
30
CONCLUSÃO
Neste módulo, foram abordados conceitos necessá-
rios para a compreensão do CEP, como variabilidade,
tolerância, capability, causas comuns e especiais,
limites de controle e limites de verificação, caracterís-
ticos da qualidade, amostras e subgrupos racionais.
31
Síntese
DIAGNÓSTICO DA QUALIDADE