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UFCD 3771

Normativos legais aplicados


à atividade profissional

Formadora: Rita Antão


Apresentação
Interpretar e aplicar a
legislação, regulamentos
Objetivos e normas relativos a
Segurança, Higiene e
Saúde no Trabalho.
Conteúdos

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 2019/2020 3


1. Ética e deontologia da atividade profissional 7. Organização e funcionamento dos serviços de
segurança, higiene e saúde no trabalho
2. Evolução do quadro normativo de segurança,
8. Legislação relativa à elaboração de planos
higiene e saúde ocupacional
detalhados de prevenção e proteção
3. Legislação de caráter específico
9. Legislação de âmbito sectorial
4. Normas vinculativas e normas de
10. Legislação relativa à segurança e saúde de grupos
recomendação
particularmente vulneráveis
5. Quadro normativo da prevenção de riscos 11. Legislação relativa à prevenção de acidentes
profissionais relativo à gestão de um sistema graves

de prevenção na empresa 12. Legislação aplicável ao licenciamento industrial e à


segurança de produtos
6. Decreto-lei n.º 441/91, de 14 de Novembro
13. Reparação de acidentes de trabalho e doenças
profissionais

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“ A Segurança é, na sua mais ampla aceção, um conceito substancialmente unido ao do ser humano, individual ou
socialmente considerado. (…)

Historicamente, a Segurança como sinónimo de Prevenção de Acidentes evoluiu de uma forma crescente, englobando
um número cada vez maior de fatores e atividades, desde as primeiras ações de reparação de danos (lesões) até um
conceito mais amplo onde se buscou a prevenção de todas as situações geradoras de efeitos indesejados para o
trabalho. (…)

A segurança dos locais de trabalho constituiu a primeira preocupação social que impulsionou a criação de legislação
laboral.

Esta preocupação começou, todavia, por se centrar na proteção de terceiros (vizinhança) contra riscos derivados da
instalação e funcionamento de estabelecimentos industriais.

A focagem da Prevenção do ponto de vista de proteção dos trabalhadores, da sua vida e integridade física e moral foi
muito posterior.(…)”

.
In: Manual de Higiene e Segurança do Trabalho , Alberto Sérgio S.R. Miguel, 11º Edição, pagina 16

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Ética e deontologia
da atividade
profissional
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Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 2019/2020
A ética provém do termo grego “ethos”, o qual tinha duas grafias diferentes, “êthos” e
“éthos”. O primeiro designa o lugar de onde brotam os atos, a interioridade da pessoa, o
carácter; o segundo termo significava o hábito, referindo-se assim ao agir habitual.

A palavra moral deriva do termo latim moralis. A moral trata da obrigação, do dever ser.
Diz respeito aos deveres profissionais, incluídos normalmente num Código Deontológico.

Moral é "o conjunto de regras de conduta admitidas em determinada época ou por um

grupo de homens".
Moral é um conjunto de regras, valores, proibições
e tabus, impostos de fora (pela política, costumes
sociais, religião e as ideologias);

Ética implica sempre uma reflexão teórica sobre


qualquer moral, uma revisão racional e crítica
sobre a validade da conduta humana.
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Ética e moral não se confundem:
A ética acaba por ser uma reflexão crítica sobre a moralidade.
A ética pode e deve ser incorporada pelos indivíduos, na vida
quotidiana, capaz de julgar criticamente a moral vigente.

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A ética profissional estuda e regula o
Cada vez mais, é ponto assente que o
ÉTICA PROFISSIONAL - como sendo relacionamento do profissional com
que somos no nosso quotidiano,
um conjunto de normas de conduta colegas e terceiros, visando a
reflete-se na nossa forma de encarar
que deverão ser postas em prática no dignidade humana e a construção do
o trabalho, o que de forma simplista,
exercício de qualquer profissão. bem-estar no contexto sócio-cultural
é definido por profissionalismo.
onde exerce a sua profissão

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Ética Profissional

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Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 14
Existem inúmeros códigos deontologia, sendo esta
de codificação da de associações ou ordens
responsabilidade
profissionais. Regra geral, os códigos deontológicos têm por
base as grandes declarações universais e esforçam-se por
traduzir o sentimento ético expresso nestas, adaptando-o, no
entanto, às particularidades de cada país e de cada grupo
profissional. Para além disso, estes códigos propõem sanções,
segundo princípios e procedimentos explícitos, para os
infratores do mesmo.

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Alguns códigos não apresentam funções normativas e
vinculativas, oferecendo apenas uma função reguladora.
Embora os códigos pretendam oferecer uma reserva moral ou
uma garantia de conformidade com os Direitos Humanos, estes
podem, por vezes, constituir um perigo de monopolização de
uma determinada área ou grupo de questões, relativas a toda a
sociedade, por um conjunto de profissionais.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 2019/2020 16


Em Grupo:

1- Crie 5 Regras Deontológicas que


possam ser aplicadas numa relação
laboral, no âmbito da segurança e
saúde no trabalho.
1. Considerar a segurança e saúde dos trabalhadores como fatores prioritários da sua
intervenção;

2. Basear a sua atividade em conhecimentos científicos e competência técnica e propor a


intervenção de peritos especializados, quando necessário;

3. Adquirir e manter a competência necessária ao exercício das suas funções;

4. Executar as suas funções com autonomia técnica, colaborando com o empregador no


cumprimento das suas obrigações;

5. Informar o empregador, os trabalhadores e seus representantes, eleitos para a


segurança, higiene e saúde no trabalho, sobre a existência de situações
particularmente perigosas que requeiram uma intervenção imediata;
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6. Colaborar com os trabalhadores e os seus representantes, incrementando as suas
capacidades de intervenção sobre os fatores de risco profissional e as medidas de
prevenção adequadas;

7. Abster-se de revelar segredos de fabricação, comércio ou processos de exploração de que,


porventura, tenham conhecimento em virtude do desempenho das suas funções;

8. Proteger a confidencialidade dos dados que afetem a privacidade dos trabalhadores;

9. Consultar e cooperar com os organismos da rede nacional de prevenção de riscos


profissionais.

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São as cláusulas
nulas
contratuais violem
que
estes princípios.

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Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 2019/2020 21
Evolução do quadro normativo de
segurança, higiene e saúde
ocupacional

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Acordo de Segurança, Higiene e Saúde no
Trabalho - 1991
 Em 30 de Julho de 1991, o Governo e os parceiros sociais sindicais e patronais subscreveram, no
âmbito do Conselho Permanente de Concertação Social, um acordo de segurança, higiene e saúde
do trabalho, cujos objetivos fulcrais foram os da estruturação de um sistema nacional de
prevenção de riscos profissionais e da dinamização de políticas de segurança e saúde no trabalho.

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Decreto-Lei n.º 441/91, de 14 de
• EsteNovembro,
decreto-lei procedeu à transposição para a ordem jurídica interna da diretiva
quadro europeia relativa à aplicação de medidas destinadas a promover a melhoria da
segurança e da saúde dos trabalhadores no trabalho — Diretiva do Conselho n.º
89/391/CEE, de 12 de Junho - e, simultaneamente, deu cumprimento às obrigações
decorrentes da ratificação, pelo Estado Português, da Convenção n.º 155 da organização
Internacional do Trabalho (OIT), sobre segurança e saúde dos trabalhadores e ambiente
de trabalho.

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Lei nº 102/2009 de 10-09-2009

Artigo 120.º - Norma revogatória

1 - Sem prejuízo do disposto nos números seguintes, são revogados:

a) O Decreto-Lei n.º 441/91, de 14 de Novembro;

(…)

3 - A revogação do Decreto-Lei n.º 441/91, de 14 de Novembro, que aprova o enquadramento nacional da


segurança e saúde no trabalho, no que se refere ao sector público e aos trabalhadores que exercem funções
públicas nos serviços da administração direta, indireta, regional e local, bem como nos órgãos e
serviços referidos no n.º 3 do artigo 3.º da Lei n.º 12-A/2008, de 27 de Fevereiro, produz efeitos a partir da
data de entrada em vigor do diploma que regula a mesma matéria.

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Noções Gerais de Direito
Hierarquia das leis:

1. A Constituição da República e as Leis Constitucionais;


2. As normas e os princípios de Direito internacional geral ou comum e as Convenções
Internacionais;
3. As leis (Assembleia da República);
4. Os decretos-lei (Governo);
5. Os Regulamentos (do Governo).
– 5.1. Decretos regulamentares.
– 5.2. Resoluções do Conselho de Ministros.
– 5.3. Portarias.
– 5.4. Despachos [Normativos].
6. Os Outros Regulamentos (do tipo Municipal, ou outro).

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Noções Gerais de Direito
Regra Geral:

As leis inferiores – não podem contrariar as superiores

As leis de hierarquia igual ou superior podem contrariar as iguais ou inferiores

A mais recente revoga (anula) a mais antiga

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Noções Gerais de Direito
Identificação das leis

Categoria
Número
– Cada categoria tem numeração anual própria
Data [de publicação]

Exemplo:
Decreto-lei n.º 31/88 de 3 de
Fevereiro
Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 28
Legislação de caráter
específico

28
Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho
Lei n.º 7/2009 de 12 de Fevereiro

Lei n.º 7/2009, Aprova a revisão


CÓDIGO DO
de 12 de do Código do
TRABALHO
Fevereiro Trabalho

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Artigo 4º

Acidentes de trabalho e doenças profissionais

1 - O regime relativo a acidentes de trabalho e doenças profissionais, previsto nos artigos 283º e 284º do
Código do Trabalho, com as necessárias adaptações, aplica-se igualmente:

a) A praticante, aprendiz, estagiário e demais situações que devam considerar-se de formação


profissional;

b)A administrador, diretor, gerente ou equiparado, sem contrato de trabalho, que seja remunerado por essa
atividade;

c)A prestador de trabalho, sem subordinação jurídica, que desenvolve a sua atividade na dependência
económica, nos termos do artigo 10º do Código do Trabalho.

2 - O trabalhador que exerça atividade por conta própria deve efetuar um seguro que garanta o pagamento
das prestações previstas nos artigos indicados no número anterior e respetiva legislação regulamentar.

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Artigo 62º

Proteção da segurança e saúde de trabalhadora grávida, puérpera ou lactante

1- A trabalhadora grávida, puérpera ou lactante tem direito a especiais condições de segurança e saúde
nos locais de trabalho, de modo a evitar a exposição a riscos para a sua segurança e saúde, nos termos
dos números seguintes.

2- Sem prejuízo de outras obrigações previstas em legislação especial, em actividade susceptível de


apresentar um risco específico de exposição a agentes, processos ou condições de trabalho, o empregador
deve proceder à avaliação da natureza, grau e duração da exposição de trabalhadora grávida, puérpera
ou lactante, de modo a determinar qualquer risco para a sua segurança e saúde e as repercussões sobre a
gravidez ou a amamentação, bem como as medidas a tomar.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 32


• 3 - Nos casos referidos no número anterior, o empregador deve tomar a medida necessária para evitar a
exposição da trabalhadora a esses riscos, nomeadamente:

• a) Proceder à adaptação das condições de trabalho;

• b) Se a adaptação referida na alínea anterior for impossível, excessivamente demorada ou demasiado


onerosa, atribuir à trabalhadora outras tarefas compatíveis com o seu estado e categoria profissional;

• c) Se as medidas referidas nas alíneas anteriores não forem viáveis, dispensar a trabalhadora de prestar
trabalho durante o período necessário.

• 4 - Sem prejuízo dos direitos de informação e consulta previstos em legislação especial, a trabalhadora
grávida, puérpera ou lactante tem direito a ser informada, por escrito, dos resultados da avaliação referida
no n.º 2 e das medidas de proteção adotadas.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 33


5- É vedado o exercício por trabalhadora grávida, puérpera ou lactante de atividades cuja avaliação tenha
revelado riscos de exposição a agentes ou condições de trabalho que ponham em perigo a sua segurança ou
saúde ou o desenvolvimento do nascituro.

6- As atividades suscetíveis de apresentarem um risco específico de exposição a agentes, processos ou


condições de trabalho referidos no n.º 2, bem como os agentes e condições de trabalho referidos no número
anterior, são determinados em legislação específica.

7- A trabalhadora grávida, puérpera ou lactante, ou os seus representantes, têm direito de requerer ao


serviço com competência inspetiva do ministério responsável pela área laboral uma acção de fiscalização, a
realizar com prioridade e urgência, se o empregador não cumprir as obrigações decorrentes deste artigo.

8- Constitui contraordenação muito grave a violação do disposto nos n.os 1, 2, 3 ou 5 e constitui contra-
ordenação grave a violação do disposto no n.º 4.

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Artigo 72º
Proteção da segurança e saúde de menor

1 - Sem prejuízo das obrigações estabelecidas em disposições especiais, o empregador deve submeter o
menor a exames de saúde, nomeadamente:
a)Exame de saúde que certifique a adequação da sua capacidade física e psíquica ao exercício das funções,
a realizar antes do início da prestação do trabalho, ou nos 15 dias subsequentes à admissão se esta for
urgente e com o consentimento dos representantes legais do menor;
b)Exame de saúde anual, para que do exercício da atividade profissional não resulte prejuízo para a sua
saúde e para o seu desenvolvimento físico e psíquico.
2- Os trabalhos que, pela sua natureza ou pelas condições em que são prestados, sejam prejudiciais ao
desenvolvimento físico, psíquico e moral dos menores são proibidos ou condicionados por legislação
específica.
3 - Constitui contraordenação grave a violação do disposto no n.º 1.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 35


Artigo 186º
Segurança e saúde no trabalho temporário
1- O trabalhador temporário beneficia do mesmo nível de proteção em matéria de segurança e saúde no
trabalho que os restantes trabalhadores do utilizador.
2- Antes da cedência do trabalhador temporário, o utilizador deve informar, por escrito, a empresa de
trabalho temporário sobre:
a)Os resultados da avaliação dos riscos para a segurança e saúde do trabalhador temporário inerentes ao
posto de trabalho a que vai ser afeto e, em caso de riscos elevados relativos a posto de trabalho
particularmente perigoso, a necessidade de qualificação profissional adequada e de vigilância médica
especial;
b) As instruções sobre as medidas a adotar em caso de perigo grave e iminente;
c)As medidas de primeiros socorros, de combate a incêndios e de evacuação dos trabalhadores em caso de
sinistro, assim como os trabalhadores ou serviços encarregados de as pôr em prática;
d)O modo de o médico do trabalho ou o técnico de higiene e segurança da empresa de trabalho temporário
aceder a posto de trabalho a ocupar.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 36


3- A empresa de trabalho temporário deve comunicar ao trabalhador temporário a informação
prevista no número anterior, por escrito e antes da sua cedência ao utilizador.

4- Os exames de saúde de admissão, periódicos e ocasionais são da responsabilidade da empresa de


trabalho temporário, incumbindo ao respetivo médico do trabalho a conservação das fichas clínicas.

5- A empresa de trabalho temporário deve informar o utilizador de que o trabalhador está


considerado apto em resultado do exame de saúde, dispõe das qualificações profissionais
adequadas e tem a informação referida no n.º 2.

6- O utilizador deve assegurar ao trabalhador temporário formação suficiente e adequada ao posto


de trabalho, tendo em conta a sua qualificação profissional e experiência.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 37


7- O trabalhador exposto a riscos elevados relativos a posto de trabalho
particularmente perigoso deve ter vigilância médica especial, a cargo do utilizador,
cujo médico do trabalho deve informar o médico do trabalho da empresa de
trabalho temporário sobre eventual contra-indicação.
8- O utilizador deve comunicar o início da atividade de trabalhador temporário, nos
cinco dias úteis subsequentes, aos serviços de segurança e saúde no trabalho, aos
representantes dos trabalhadores para a segurança e saúde no trabalho, aos
trabalhadores com funções específicas neste domínio e à comissão de
trabalhadores.
9- Constitui contra-ordenação muito grave a violação do disposto no n.º 7, constitui
contra-ordenação grave a violação do disposto nos n.os 4, 5 ou 6 e constitui contra-
ordenação leve a violação do disposto nos n.os 3 ou 8.
Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 38
CAPÍTULO IV
Prevenção e reparação de acidentes de trabalho e doenças
profissionais

Artigo 281º
Princípios gerais em matéria de segurança e saúde no
trabalho

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1- O trabalhador tem direito a prestar trabalho em condições de segurança e
saúde.
2- O empregador deve assegurar aos trabalhadores condições de segurança
e saúde em todos os aspetos relacionados com o trabalho, aplicando as
medidas necessárias tendo em conta princípios gerais de prevenção.
3- Na aplicação das medidas de prevenção, o empregador deve mobilizar os
meios necessários, nomeadamente nos domínios da prevenção técnica, da
formação, informação e consulta dos trabalhadores e de serviços adequados,
internos ou externos à empresa.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 40


4- Os empregadores que desenvolvam simultaneamente atividades no mesmo
local de trabalho devem cooperar na proteção da segurança e da saúde dos
respetivos trabalhadores, tendo em conta a natureza das atividades de cada um.
5- A lei regula os modos de organização e funcionamento dos serviços de
segurança e saúde no trabalho, que o empregador deve assegurar.
6- São proibidos ou condicionados os trabalhos que sejam considerados, por
regulamentação em legislação especial, suscetíveis de implicar riscos para o
património genético do trabalhador ou dos seus descendentes.
7- Os trabalhadores devem cumprir as prescrições de segurança e saúde no
trabalho estabelecidas na lei ou em instrumentos de regulamentação coletiva de
trabalho, ou determinadas pelo empregador.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 41


Artigo 282º
Informação, consulta e formação dos trabalhadores

1- O empregador deve informar os trabalhadores sobre os aspetos relevantes para a


proteção da sua segurança e saúde e a de terceiros.
2- O empregador deve consultar em tempo útil os representantes dos trabalhadores, ou
os próprios trabalhadores, sobre a preparação e aplicação das medidas de prevenção.
3- O empregador deve assegurar formação adequada, que habilite os trabalhadores a
prevenir os riscos associados à respetiva atividade e os representantes dos trabalhadores
a exercer de modo competente as respetivas funções.
4- Em cada empresa, os trabalhadores são representados na promoção da segurança e
saúde no trabalho por representantes eleitos com essa finalidade ou, na sua falta, pela
comissão de trabalhadores.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 42


Artigo 283º
Acidentes de trabalho e doenças profissionais
1- O trabalhador e os seus familiares têm direito à reparação de danos emergentes de
acidente de trabalho ou doença profissional.
2- As doenças profissionais constam da lista organizada e publicada no Diário da
República.
3- A lesão corporal, perturbação funcional ou a doença não incluídas na lista a que se
refere o número anterior são indemnizáveis desde que se prove serem consequência,
necessária e direta, da atividade exercida e não representem normal desgaste do
organismo.
4- A lei estabelece as situações que excluem o dever de reparação ou que agravam a
responsabilidade.
5- O empregador é obrigado a transferir a responsabilidade pela reparação prevista neste
capítulo para entidades legalmente autorizadas a realizar este seguro.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 43


6- A garantia do pagamento das prestações que forem devidas por
acidentes de trabalho que não possam ser pagas pela entidade
responsável, nomeadamente por motivo de incapacidade
económica, é assumida pelo Fundo de Acidentes de Trabalho, nos
termos da lei.
7- A responsabilidade pela reparação dos danos emergentes de
doenças profissionais é assumida pela segurança social, nos termos
da lei.
8- A responsabilidade pela reparação dos danos emergentes de
doenças profissionais resultantes da prática de assédio é do
empregador.

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Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho
9- A responsabilidade pelo pagamento da reparação dos danos
emergentes de doença profissional prevista no número anterior é da
segurança social, nos termos legalmente previstos, ficando esta sub-
rogada nos direitos do trabalhador, na medida dos pagamentos
efetuados, acrescidos de juros de mora vincendos.
10- O empregador deve assegurar a trabalhador afetado de lesão
provocada por acidente de trabalho ou doença profissional que reduza
a sua capacidade de trabalho ou de ganho a ocupação em funções
compatíveis.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 45


Artigo 284º
Regulamentação da prevenção e reparação

O disposto neste capítulo é regulado em legislação específica.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 46


Diagnóstico de
Conhecimento
s

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Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho
Normas vinculativas e normas
de recomendação
Para alcançar os objetivos estabelecidos nos Tratados, a UE adota diferentes tipos de atos legislativos.
Alguns desses atos são vinculativos outros não. Alguns são aplicáveis a todos os países da UE, outros
apenas a alguns deles. (…)

Uma «recomendação» não é vinculativa. Assim, a adoção pela Comissão de uma recomendação para que
as autoridades judiciais dos países da UE intensificassem o recurso à videoconferência para reforçar a
ação dos serviços judiciais além fronteiras, não teve qualquer consequência jurídica. Uma recomendação
permite às instituições dar a conhecer os seus pontos de vista e sugerir uma linha de conduta sem todavia
impor uma obrigação legal aos seus destinatários.

In: https://europa.eu/european-union/eu-law/legal-acts_pt
Quadro normativo da prevenção de riscos
profissionais relativo à gestão de um
sistema de prevenção na empresa

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Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 2019/2020
Lei n.º 102/2009, de 10 de
Setembro

REGIME JURÍDICO DA PROMOÇÃO DA


SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 51


Artigo 1.º
Objeto
A presente lei estabelece o regime jurídico aplicável à:

a)Promoção da segurança e da saúde no trabalho, incluindo a prevenção, de acordo com o previsto no artigo 284.º do
Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro;

b)Proteção de trabalhadora grávida, puérpera ou lactante em caso de atividades suscetíveis de apresentar risco
específico de exposição a agentes, processos ou condições de trabalho, de acordo com o previsto no n.º 6 do artigo 62.º
do Código do Trabalho;

c)Proteção de menor em caso de trabalhos que, pela sua natureza ou pelas condições em que são prestados, sejam
prejudiciais ao seu desenvolvimento físico, psíquico e moral, de acordo com o previsto no n.º 2 do artigo 72.º do Código
do Trabalho.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 52


Artigo 3.º
Âmbito
1 - Exceto na medida em que regimes especiais disponham
diversamente, a presente lei aplica-se:
a) A todos os ramos de atividade, nos setores privado ou
cooperativo e social;
b)Ao trabalhador por conta de outrem e respetivo empregador, incluindo as pessoas coletivas de direito
privado sem fins lucrativos;
c) Ao trabalhador independente.
2- Nos casos de explorações agrícolas familiares, da atividade desenvolvida por artesãos em instalações
próprias ou do exercício da atividade da pesca em que o armador não explore mais do que duas
embarcações com comprimento inferior a 15 m, aplica-se o regime estabelecido para o trabalhador
independente.
3- Os princípios definidos na presente lei são aplicáveis, sempre que se mostrem compatíveis com a sua
especificidade, ao serviço doméstico e às situações em que ocorra prestação de trabalho por uma pessoa a
outra, sem subordinação jurídica, quando o prestador de trabalho deva considerar-se na dependência
económica do beneficiário da atividade.
Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 53
Artigo 4.º Conceitos

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 54


Princípios gerais e
sistema de prevenção Artigo 5.º Princípios gerais
de riscos
profissionais

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 55


Análise
do
Artigo 5º
Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 56
1- O trabalhador tem direito à prestação de trabalho em condições que respeitem a sua
segurança e a sua saúde, asseguradas pelo empregador ou, nas situações identificadas na
lei, pela pessoa, individual ou coletiva, que detenha a gestão das instalações em que a
atividade é desenvolvida.
2- Deve assegurar-se que o desenvolvimento económico promove a humanização do
trabalho em condições de segurança e de saúde.
3- A prevenção dos riscos profissionais deve assentar numa correta e permanente
avaliação de riscos e ser desenvolvida segundo princípios, políticas, normas e programas
que visem, nomeadamente:
a)A conceção e a implementação da estratégia nacional para a segurança e saúde no
trabalho;
b)A definição das condições técnicas a que devem obedecer a conceção, a fabricação, a
importação, a venda, a cedência, a instalação, a organização, a utilização e a
transformação das componentes materiais do trabalho em função da natureza e do grau
dos riscos, assim como as obrigações das pessoas por tal responsáveis;

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 57


c)A determinação das substâncias, agentes ou processos que devam ser proibidos,
limitados ou sujeitos a autorização ou a controlo da autoridade competente, bem como a
definição de valores limite de exposição do trabalhador a agentes químicos, físicos e
biológicos e das normas técnicas para a amostragem, medição e avaliação de resultados;
d) A promoção e a vigilância da saúde do trabalhador;
e)O incremento da investigação técnica e científica aplicadas no domínio da segurança e
da saúde no trabalho, em particular no que se refere à emergência de novos fatores de
risco;
f)A educação, a formação e a informação para a promoção da melhoria da segurança e
saúde no trabalho;
g) A sensibilização da sociedade, de forma a criar uma verdadeira cultura de prevenção;
h)A eficiência do sistema público de inspeção do cumprimento da legislação relativa à
segurança e à saúde no trabalho
Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 58
4 - O desenvolvimento de políticas e programas e a aplicação
de medidas a que se refere o número anterior devem ser
apoiados por uma coordenação dos meios disponíveis, pela
avaliação dos resultados quanto à diminuição dos riscos
profissionais e dos danos para a saúde do trabalhador e pela
mobilização dos agentes de que depende a sua execução,
particularmente o empregador, o trabalhador e os seus
representantes.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 59


Obrigações gerais
Obrigações gerais
do empregador Artigo 15.º
do empregador
e do trabalhador

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 60


Análise
do artigo
15º
Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 61
1- O empregador deve assegurar ao trabalhador condições de segurança e de saúde em
todos os aspetos do seu trabalho.
2- O empregador deve zelar, de forma continuada e permanente, pelo exercício da
atividade em condições de segurança e de saúde para o trabalhador, tendo em conta os
seguintes princípios gerais de prevenção:
a) Evitar os riscos;
b)Planificar a prevenção como um sistema coerente que integre a evolução técnica, a
organização do trabalho, as condições de trabalho, as relações sociais e a influência dos
fatores ambientais;
c)Identificação dos riscos previsíveis em todas as atividades da empresa, estabelecimento
ou serviço, na conceção ou construção de instalações, de locais e processos de trabalho,
assim como na seleção de equipamentos, substâncias e produtos, com vista à eliminação
dos mesmos ou, quando esta seja inviável, à redução dos seus efeitos;

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 62


d)Integração da avaliação dos riscos para a segurança e a saúde do trabalhador no conjunto das atividades
da empresa, estabelecimento ou serviço, devendo adotar as medidas adequadas de proteção;
e)Combate aos riscos na origem, por forma a eliminar ou reduzir a exposição e aumentar os níveis de
proteção;
f)Assegurar, nos locais de trabalho, que as exposições aos agentes químicos, físicos e biológicos e aos
fatores de risco psicossociais não constituem risco para a segurança e saúde do trabalhador;
g)Adaptação do trabalho ao homem, especialmente no que se refere à conceção dos postos de trabalho, à
escolha de equipamentos de trabalho e aos métodos de trabalho e produção, com vista a, nomeadamente,
atenuar o trabalho monótono e o trabalho repetitivo e reduzir os riscos psicossociais;
h) Adaptação ao estado de evolução da técnica, bem como a novas formas de organização do trabalho;
i) Substituição do que é perigoso pelo que é isento de perigo ou menos perigoso;
j) Priorização das medidas de proteção coletiva em relação às medidas de proteção individual;
l) Elaboração e divulgação de instruções compreensíveis e adequadas à atividade desenvolvida pelo
trabalhador.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 63


3- Sem prejuízo das demais obrigações do empregador, as medidas de prevenção
implementadas devem ser antecedidas e corresponder ao resultado das avaliações
dos riscos associados às várias fases do processo produtivo, incluindo as atividades
preparatórias, de manutenção e reparação, de modo a obter como resultado níveis
eficazes de proteção da segurança e saúde do trabalhador.
4- Sempre que confiadas tarefas a um trabalhador, devem ser considerados os seus
conhecimentos e as suas aptidões em matéria de segurança e de saúde no
trabalho, cabendo ao empregador fornecer as informações e a formação
necessárias ao desenvolvimento da atividade em condições de segurança e de
saúde.
5- Sempre que seja necessário aceder a zonas de risco elevado, o empregador deve
permitir o acesso apenas ao trabalhador com aptidão e formação adequadas, pelo
tempo mínimo necessário.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 64


6 - O empregador deve adotar medidas e dar instruções que permitam ao trabalhador, em
caso de perigo grave e iminente que não possa ser tecnicamente evitado, cessar a sua
atividade ou afastar-se imediatamente do local de trabalho, sem que possa retomar a
atividade enquanto persistir esse perigo, salvo em casos excecionais e desde que
assegurada a proteção adequada.
7- O empregador deve ter em conta, na organização dos meios de prevenção, não só o
trabalhador como também terceiros suscetíveis de serem abrangidos pelos riscos da
realização dos trabalhos, quer nas instalações quer no exterior.
8- O empregador deve assegurar a vigilância da saúde do trabalhador em função dos
riscos a que estiver potencialmente exposto no local de trabalho.
9- O empregador deve estabelecer em matéria de primeiros socorros, de combate a
incêndios e de evacuação as medidas que devem ser adotadas e a identificação dos
trabalhadores responsáveis pela sua aplicação, bem como assegurar os contactos
necessários com as entidades externas competentes para realizar aquelas operações e as
de emergência médica.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 65


10- Na aplicação das medidas de prevenção, o empregador deve organizar os
serviços adequados, internos ou externos à empresa, estabelecimento ou serviço,
mobilizando os meios necessários, nomeadamente nos domínios das atividades
técnicas de prevenção, da formação e da informação, bem como o equipamento de
proteção que se torne necessário utilizar.
11- As prescrições legais ou convencionais de segurança e de saúde no trabalho
estabelecidas para serem aplicadas na empresa, estabelecimento ou serviço devem
ser observadas pelo próprio empregador.
12- O empregador suporta a totalidade dos encargos com a organização e o
funcionamento do serviço de segurança e de saúde no trabalho e demais sistemas
de prevenção, incluindo exames de vigilância da saúde, avaliações de exposições,
testes e todas as ações necessárias no âmbito da promoção da segurança e saúde
no trabalho, sem impor aos trabalhadores quaisquer encargos financeiros.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 66


13- Para efeitos do disposto no presente artigo, e
salvaguardando as devidas adaptações, o trabalhador
independente é equiparado a empregador.
14- Constitui contraordenação muito grave a violação do
disposto nos n.os 1 a 12.
15- Sem prejuízo do disposto no número anterior, o
empregador cuja conduta tiver contribuído para originar uma
situação de perigo incorre em responsabilidade civil.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 67


Atividades
simultâneas ou
sucessivas no Artigo 16.º
mesmo local
de trabalho

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 68


Obrigações do
Artigo 17.º
trabalhador

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 69


Análise
do artigo
17º
Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 70
1. Constituem obrigações do trabalhador:
a)Cumprir as prescrições de segurança e de saúde no trabalho estabelecidas nas
disposições legais e em instrumentos de regulamentação coletiva de trabalho, bem
como as instruções determinadas com esse fim pelo empregador;
b)Zelar pela sua segurança e pela sua saúde, bem como pela segurança e pela
saúde das outras pessoas que possam ser afetadas pelas suas ações ou omissões
no trabalho, sobretudo quando exerça funções de chefia ou coordenação, em
relação aos serviços sob o seu enquadramento hierárquico e técnico;
c)Utilizar corretamente e de acordo com as instruções transmitidas pelo
empregador, máquinas, aparelhos, instrumentos, substâncias perigosas e outros
equipamentos e meios postos à sua disposição, designadamente os equipamentos
de proteção coletiva e individual, bem como cumprir os procedimentos de trabalho
estabelecidos;
Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 71
d)Cooperar ativamente na empresa, no estabelecimento ou no serviço para a
melhoria do sistema de segurança e de saúde no trabalho, tomando conhecimento
da informação prestada pelo empregador e comparecendo às consultas e aos
exames determinados pelo médico do trabalho;
e)Comunicar imediatamente ao superior hierárquico ou, não sendo possível, ao
trabalhador designado para o desempenho de funções específicas nos domínios da
segurança e saúde no local de trabalho as avarias e deficiências por si detetadas
que se lhe afigurem suscetíveis de originarem perigo grave e iminente, assim como
qualquer defeito verificado nos sistemas de proteção;
f)Em caso de perigo grave e iminente, adotar as medidas e instruções previamente
estabelecidas para tal situação, sem prejuízo do dever de contactar, logo que
possível, com o superior hierárquico ou com os trabalhadores que desempenham
funções específicas nos domínios da segurança e saúde no local de trabalho.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 72


2- O trabalhador não pode ser prejudicado em virtude de se ter afastado do seu
posto de trabalho ou de uma área perigosa em caso de perigo grave e iminente
nem por ter adotado medidas para a sua própria segurança ou para a
segurança de outrem.
3- As obrigações do trabalhador no domínio da segurança e saúde nos locais de
trabalho não excluem as obrigações gerais do empregador, tal como se encontram
definidas no artigo 15.º
4- Constitui contraordenação muito grave a violação do disposto na alínea b) do
n.º 1.
5- Sem prejuízo do disposto no número anterior, o trabalhador que viole
culposamente os deveres referidos no n.º 1 ou o trabalhador cuja conduta tiver
contribuído para originar uma situação de perigo incorre em responsabilidade
disciplinar e civil.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 73


https://www.napofilm.net/pt/napos-films/napo-safety-in…-
and-outside-work
A pessoal
profissional
realização e
qualidade encontra
vida na
trabalho, particularmente do
de a
que é favorecida pelas
condições de segurança,
higiene e saúde, uma matriz
fundamental para o seu
desenvolvimento.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 74


As condições de segurança, higiene e saúde no trabalho
constituem o fundamento material de qualquer programa
de prevenção de riscos profissionais e contribuem, na
empresa, para o aumento da competitividade com
diminuição da sinistralidade.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 75


Decreto-Lei n.º
441/91, de 14 de
Novembro

A revogação do Decreto-Lei n.º 441/91, de 14 de Novembro – Lei 102/2009 de 10-09-


2009
Artigo 120.º - Norma revogatória
1 - Sem prejuízo do disposto nos números seguintes, são revogados:
a) O Decreto-Lei n.º 441/91, de 14 de Novembro;

75
Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho
Organização e funcionamento
dos serviços de segurança,
higiene e saúde no trabalho
UMA ACTUAÇÃO
PREVENTIVA:
–PROMOVE A SEGURANÇA
E A SAÚDE NO TRABALHO
– REDUZ O ABSENTIMO E A
OCORRÊNCIA DE ACIDENTES
DE TRABALHO E DOENÇAS
PROFISSIONAIS
– CONTRIBUI PARA O
AUMENTO DA
PRODUTIVIDADE!
 Em 2017 morreram em Portugal 115 pessoas e 315 ficaram feridas com gravidade em acidentes de
trabalho, de acordo com dados registados pela Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT).

 Entre 1 de Janeiro e 31 de Dezembro de 2017, foram registadas 115 vítimas mortais, menos 23 do que em
igual período de 2016, e 315 feridos graves, mais 51 do que em 2016.

 Mais de dois milhões de dias de trabalho perdidos por acidentes de trabalho

 Nos últimos quatro anos (entre 2014 e 2017), a ACT registou mais de 500 vítimas mortais e 1304 feridos
graves.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho


A quem compete o controlo das condições de
trabalho ?
I. A ACT – Autoridade para as Condições de Trabalho é o organismo que reúne competência para
realizar:
 A inspeção das condições de trabalho;
 Inquéritos em caso de acidente de trabalho mortal ou outro que evidencie situação
significativamente grave;

I. O ISS – Instituto de Segurança Social promove a realização de inquérito de doença profissional


ou outro dano para a saúde relacionado com o trabalho;

 Os Representantes dos Trabalhadores para a SST ou os próprios trabalhadores podem, também,


i. Apresentar observações à ACT e às restantes entidades inspetivas;
ii. Solicitar a intervenção da ACT na empresa.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 80


Artigo 21º da Lei 102/2009
Representantes dos trabalhadores para a segurança e a saúde no trabalho

(…) 4. Salvo disposição em contrário prevista no instrumento de regulamentação


coletiva aplicável, os representantes dos trabalhadores não podem exceder:
a) Empresas com menos de 61 trabalhadores - um representante;
b) Empresas de 61 a 150 trabalhadores - dois representantes;
c) Empresas de 151 a 300 trabalhadores - três representantes;
d) Empresas de 301 a 500 trabalhadores - quatro representantes;
e) Empresas de 501 a 1000 trabalhadores - cinco representantes;
f) Empresas de 1001 a 1500 trabalhadores - seis representantes;
g) Empresas com mais de 1500 trabalhadores - sete representante (…)

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 81


Na organização dos serviços de SST, que modalidades
pode o empregador adotar ?

Na organização dos serviços de segurança e saúde do trabalho,


o empregador pode adoptar uma das seguintes modalidades:

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 82


Artigo 73.º

Disposições gerais

1- Oempregador deve organizar o serviço de segurança e saúde


no trabalho de acordo com as modalidades previstas no presente
capítulo.

2- Constitui contraordenação muito grave a violação do disposto


no número anterior. Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 83
Modalidade dos
Serviços de
Prevenção

Segurança e
Higiene do Saúde do Trabalho
Trabalho

Serviço Nacional
Interno Comum Externo Interno Comum Externo
de Saúde

Técnico SHT Privados Privados


Associativos Associativos
Empregador Cooperativos Cooperativos
Trabalhador Convencionados Convencionados
Designado

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 84


Artigo 74.º

Modalidades dos serviços

1 - A organização do serviço de segurança e saúde no trabalho pode adotar, nos termos do


número seguinte, uma das seguintes modalidades:

a) Serviço interno;

b) Serviço comum;

c) Serviço externo. (…)

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 85


SERVIÇO INTERNO

É instituído pelo empregador;

Constitui parte integrante da empresa;

Abrange os trabalhadores por cuja segurança e saúde o empregador é


responsável;

A organização dos serviços internos deve obedecer a um conjunto de requisitos


previstos na Lei. – artigos 78º a 81º da Lei 102/2009

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 86


Estabelecimento Conjunto de Estabelecimento, ou
com ≥ 400 estabelecimentos que conjunto de
trabalhadores tenha ≥ 400 estabelecimentos,
trabalhadores,
que desenvolvam
distanciados até 50 km
daquele que possui atividades de risco
mais trabalhadores, com ≥ 30
trabalhadores
expostos

Serviço Interno obrigatório:

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 87


 O empregador pode solicitar dispensa de serviço interno de SST, através de autorização do organismo
competente do ministério que tutela a área laboral (no domínio da segurança e higiene) e do organismo
competente do ministério que tutela a área da saúde (no domínio da saúde do trabalho), obter dispensa
em relação ao estabelecimento em que:
 Não se exerçam atividades de risco elevado;
 Apresente taxas de incidência e de gravidade de acidentes de trabalho, nos últimos dois anos, não
superiores à média do respetivo sector;
 Não existam registos de doenças profissionais contraídos ao serviço da empresa;
 O empregador não tenha sido punido por infrações muito graves respeitantes à violação da legislação
de SST, nos últimos dois anos;
 Se verifique que são respeitados os valores limite de exposição a substâncias ou fatores de risco.
 Há que preencher um requerimento de autorização, o qual deve ser remetido ao organismo competente
em causa, acompanhado de parecer dos trabalhadores ou dos seus representantes para a SST.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 88


SERVIÇO COMUM

É instituído por acordo entre várias empresas ou estabelecimentos


pertencentes a sociedades que não se encontrem nas condições obrigatórias
para serviços internos;

Abrange os trabalhadores por cuja segurança e saúde o empregador é


responsável;

A organização dos serviços comuns deve obedecer a um conjunto de requisitos


previstos na Lei, artigo 82º da Lei 102/2009

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 89


SERVIÇO EXTERNO

Desenvolvido por entidade que, mediante contrato com o empregador, realiza atividade de SST;

O contrato entre o empregador e a entidade prestadora de serviços externos é celebrado por escrito;

Os serviços externos encontram-se obrigados a autorização prévia, a qual compete, quer ao organismo
competente para a promoção da segurança e saúde no trabalho do ministério responsável pela área laboral,
quer ao organismo competente do ministério responsável pela área da saúde;

A prestação dos serviços externos deve obedecer a um conjunto de requisitos previstos na Lei.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 90


Artigo 83.º

Noção de serviço externo

1- Considera-se serviço externo aquele que é desenvolvido por entidade que, mediante contrato com o empregador, realiza atividades de segurança ou de
saúde no trabalho, desde que não seja serviço comum.

2 - O serviço externo pode compreender os seguintes tipos:

a)Associativos - prestados por associações com personalidade jurídica sem fins lucrativos, cujo fim estatutário compreenda a atividade de prestação de
serviços de segurança e saúde no trabalho;

b) Cooperativos - prestados por cooperativas cujo objeto estatutário compreenda a atividade de prestação de serviços de segurança e saúde no
trabalho;

c)Privados - prestados por sociedades cujo objeto social compreenda a atividade de prestação de serviços de segurança e de saúde no trabalho ou por
pessoa singular que detenha as qualificações legalmente exigidas para o exercício da atividade;

d)Convencionados - prestados por qualquer entidade da administração pública central, regional ou local, instituto público ou instituição integrada no
Serviço Nacional de Saúde.

3 - (Revogado.)

4 - O contrato entre o empregador e a entidade prestadora de serviços externos é celebrado por escrito .
Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 91
Artigo 100.º

Atividades técnicas

1- As atividades técnicas de segurança no trabalho são exercidas por técnicos superiores


ou técnicos de segurança no trabalho, certificados pelo organismo competente para a
promoção da segurança e da saúde no trabalho do ministério competente para a área
laboral, nos termos de legislação especial.

2- Os profissionais referidos no número anterior exercem as respetivas atividades com


autonomia técnica. (…)

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 92


Artigo 101.º

Garantia mínima de funcionamento do serviço de segurança no trabalho

1- A atividade dos serviços de segurança deve ser assegurada regularmente no próprio estabelecimento
durante o tempo necessário.

2- A afetação dos técnicos superiores ou técnicos às atividades de segurança no trabalho, por empresa, é
estabelecida nos seguintes termos:

a)Em estabelecimento industrial - até 50 trabalhadores, um técnico, e, acima de 50, dois técnicos, por cada
1500 trabalhadores abrangidos ou fração, sendo pelo menos um deles técnico superior;

b)Nos restantes estabelecimentos - até 50 trabalhadores, um técnico, e, acima de 50 trabalhadores, dois


técnicos, por cada 3000 trabalhadores abrangidos ou fração, sendo pelo menos um deles técnico superior.
(…)

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 93


Artigo 103.º

Médico do trabalho

1- Para efeitos da presente lei, considera-se médico do trabalho o licenciado em Medicina


com especialidade de medicina do trabalho reconhecida pela Ordem dos Médicos.

2- Considera-se, ainda, médico do trabalho aquele a quem seja reconhecida idoneidade


técnica para o exercício das respetivas funções, nos termos da lei. (…)

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 94


Artigo 104.º

Enfermeiro do trabalho

1 - Em empresa com mais de 250 trabalhadores, o médico do trabalho


deve ser coadjuvado por um enfermeiro com experiência adequada.
(…)

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 95


Artigo 105.º

Garantia mínima de funcionamento do serviço de saúde no trabalho

1- O médico do trabalho deve prestar atividade durante o número de horas necessário à realização dos atos médicos, de
rotina ou de emergência e outros trabalhos que deva coordenar.

2- O médico do trabalho deve conhecer os componentes materiais do trabalho com influência sobre a saúde dos
trabalhadores, desenvolvendo para este efeito a atividade no estabelecimento nos seguintes termos:

a)Em estabelecimento industrial ou estabelecimento de outra natureza com risco elevado, pelo menos uma hora por
mês por cada grupo de 10 trabalhadores ou fração;

b) Nos restantes estabelecimentos, pelo menos uma hora por mês por cada grupo de 20 trabalhadores ou fração.

3 - Ao médico do trabalho é proibido assegurar a vigilância da saúde de um número de trabalhadores a que


correspondam mais de 150 horas de atividade por mês. (…)

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 96


Garantia mínima dos serviços
externos de SST

Segurança e Higiene do
Trabalho Saúde do Trabalho

Estabelecimento industrial ou
Restantes estabelecimentos,
com risco elevado, MT
Estabelecimentos industriais Restantes estabelecimentos, MT desenvolve actividade no
desenvolve actividade no
com n.º trabalhadores até 50 com n.º de trabalhadores até estabelecimento no mínimo 1
estabelecimento no mínimo
► 1 Técnico de SH 50 ► 1 Técnico de SHT h / mês / 20 trabalhadores ou
1 h / mês / 10 trabalhadores
fracção
ou fracção

Estabelecimentos industriais Restantes estabelecimentos


com n.º trabalhadores acima com n.º de trabalhadores
de 50 ► 2 Técnicos de SHT acima de 50 ► 2 Técnicos de
por 1500 trabalhadores ou SHT por 3000 trabalhadores
fracção (1 dos Técnicos ou fração (1 dos Técnicos
Superior) Superior)

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 97


O que são atividades de risco elevado ?

Atividades de risco elevado, identificadas no âmbitoda Lei n.º 102/2009, de 10 de


Setembro, são todas aquelas que impliquem: Artigo 79º

Trabalhos em obras de construção, escavação, movimentação de terras, de túneis, com


riscos de quedas de altura ou de soterramento, demolições e intervenção em ferrovias e rodovias
sem interrupção de tráfego;

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 98


Atividades de indústrias extrativas;

Trabalho hiperbárico;

Atividades que envolvam a utilização ou armazenagem de produtos químicos


perigosos, suscetíveis de provocar acidentes graves;

Fabrico, transporte e utilização de explosivos e pirotecnia;

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 99


Atividades de indústria siderúrgica e construção naval;

Atividades que envolvam contacto com correntes elétricas de média e alta tensão;

Produção e transporte de gases comprimidos, liquefeitos ou dissolvidos ou a utilização


significativa dos mesmos;

Atividades que impliquem a exposição a radiações ionizantes;

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 100


Atividades que impliquem a exposição a agentes cancerígenos, mutagénicos ou
tóxicos para a reprodução;

Atividades que impliquem a exposição a agentes biológicos;

Trabalhos que envolvam exposição a sílica.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 101


Quais são as principais
atividades dos serviços de SST ?

101
Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho
 Planear a prevenção;
 Avaliar os riscos;
 Elaborar o plano de prevenção e proteção de riscos profissionais;
 Participar na elaboração do plano de emergência interno; plano de
combate a incêndio; plano de evacuação e plano de primeiros socorros;
 Colaborar na conceção de locais, métodos e organização do trabalho;
 Colaborar na seleção e na manutenção de equipamentos de trabalho;
 Gerir o controlo de equipamentos de proteção individual e de sinalização
de segurança;

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 103


 Realizar exames de vigilância da saúde, relatórios, fichas e registos clínicos
 Desenvolver atividades de promoção da saúde;
 Coordenar as medidas a adotar em caso de perigo grave e iminente;
 Vigiar as condições de trabalho de trabalhadores em situações mais vulneráveis;
 Conceber e desenvolver o programa de informação para a promoção da SST;
 Conceber e desenvolver o programa de formação para a promoção da SST;
Apoiar as atividades de informação e consulta, sobre as condições de segurança e saúde
no trabalho, aos trabalhadores, ou aos seus representantes;
 Assegurar ou acompanhar a implementação das medidas de prevenção;
 Organizar os elementos necessários às notificações obrigatórias;
Elaborar as participações obrigatórias, em caso de acidente de trabalho ou doença
profissional;
 Coordenar ou acompanhar auditorias e inspeções internas;

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 104


Analisar as causas dos acidentes de trabalho, ou da ocorrência de doenças
profissionais e elaborar os respetivos relatórios;
Recolher e organizar os elementos estatísticos relativos à segurança e saúde no
trabalho;
 Manter atualizados, para efeitos de consulta, os seguintes elementos:
1. Resultados das avaliações de riscos profissionais;
2. Lista de medidas propostas, ou recomendações, formuladas pelos serviços de
segurança e saúde no trabalho;
3. Lista e relatórios de acidentes de trabalho;
4. Lista das situações de doenças profissionais participadas.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 105


O empregador é obrigado a notificar o organismo competente do ministério
que tutela a área laboral, a ACT, acerca da modalidade adotada para
os serviços de SST nos seus estabelecimentos. Também é obrigatória a
notificação, ao mesmo organismo, da alteração da referida modalidade.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 106


A modalidade de organização de
Em que modelo deve ser comunicada a
serviços de segurança e saúde do
modalidade de SST adoptada pelo
trabalho adoptada deve ser comunicada
empregador?
através do Modelo 1360, da INCM.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 107


De acordo com a Exames de Admissão ► Antes do início da
legislação, o empregador prestação de trabalho ou, se a urgência da
deve promover a realização admissão o justificar, nos 15 dias
de exames de saúde seguintes;
adequados aos riscos Exames Periódicos ► Anuais para os menores e
profissionais das atividades para os trabalhadores com idade superior a 50
laborais, por forma a anos, e de 2 em 2 anos param os restantes
comprovar e a avaliar a trabalhadores;
aptidão física e psíquica
dos trabalhadores para as Exames Ocasionais ► Sempre que haja
desempenhar. Devem ser alterações substanciais nos componentes
realizados os seguintes materiais de trabalho que possam ter
exames de saúde: repercussão nociva na saúde do trabalhador, bem
como depois de uma ausência superior a 30 dias,
por motivo de doença ou acidente.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 108


Na sequência da realização dos exames de saúde é emitida uma Ficha
de Aptidão Médica (FAM). Face ao resultado dos exames de saúde
realizados, o trabalhador pode ser considerado apto; apto condicionado
ou inapto para a realização das atividades laborais. Face à inaptidão, ou
aptidão parcial para o trabalho, o médico do trabalho deve indicar,
sendo caso disso, outras funções que o trabalhador possa
desempenhar. Uma cópia da FAM deve ser remetida pelo médico do
trabalho ao responsável de Recursos Humanos da empresa; A FAM deve
ser dada a conhecer ao trabalhador, o qual deve assiná-la e datá-la.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 109


Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 110
Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 111
Relatório Único,
RU

O empregador deve prestar, anualmente, integrada no


quadro da informação relativa à atividade social da
empresa, informação sobre a atividade anual
desenvolvida pelo serviço de segurança e saúde no
trabalho, em cada estabelecimento, por meio
informático. Este relatório único integra pois, o
relatório das atividades anuais de SST.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 112


A empresa Gasómetro Lda., contribuinte 500 702 523, com sede em Sines,
iniciou a sua atividade em Janeiro de 2020, sendo a sua atividade o fabrico
armazenamento de gases.
A empresa tem ao serviço 400 trabalhadores, 150 dos quais com idade
superior a 50 anos.

Considerando o exposto anteriormente, como organizaria os serviços como


Técnico de SHST

Diagnóstico de
Conhecimento
s

113
Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho
Legislação relativa à elaboração de planos detalhados
de prevenção e proteção

114
Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho
Os perigos são fontes potenciais de acidentes. O controlo dos riscos, dentro dos limites aceitáveis, é
o objetivo a atingir, já que a sua eliminação só muito raramente é possível.
Existem fundamentalmente, quatro processos para o fazer:

1.
P H

Limitar/eliminar o perigo

2.
P H

Envolver o perigo

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 115


3.
P H

Afastar o homem

4.
P H

Proteger o Homem

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 116


O 1º e segundo casos envolvem medidas que se designam por construtivas ou de engenharia, as quais
atuam sobre os meios de trabalho. Ex. encapsulamento de uma máquina com vista á redução do nível
de ruído produzido.

No terceiro caso temos as medidas organizacionais, que atuam no sistema Homem – Máquina –
Ambiente. Ex. Rotação periódica de trabalhadores.

No ultimo surgem medidas individuais ou de proteção individual, que atuam no Homem. Ex. utilização
de protetores auditivos.

A adoção de medidas construtivas constitui o método mais desejável e eficaz de proteção.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 117


Equipamentos de proteção Individual
 Regulamento (UE) 2016/425, do Parlamento  Decreto-Lei nº 348/93, de 1 de outubro
Europeu e do Conselho de 9 de março de 2016 - (Prescrições Mínimas de Segurança e Saúde para a
(revoga a Diretiva 89/686/CEE do Conselho de 21 utilização pelos trabalhadores de equipamento de
de dezembro, relativo aos equipamentos de proteção individual no trabalho)
proteção individual )  Portaria nº 988/93, de 6 de outubro (Estabelece as
 Lei n.º 113/99, de 3 de agosto - (Procede à prescrições mínimas de segurança e de saúde dos
alteração do artigo 12.º do Decreto-Lei n.º 348/93, trabalhadores na utilização de Equipamento de
de 1 de Outubro, relativo à proteção da segurança Proteção Individual, previstas no Decreto-Lei nº
e da saúde dos trabalhadores na utilização de 348/93, de 1 de outubro)
equipamentos de proteção individual)  Portaria nº 1131/93, de 4 de novembro alterada
 Decreto-Lei nº 128/93, de 22 de março alterado pela Portaria nº 109/96, de 10 de abril e Portaria
pelo Decreto-Lei nº 139/95, de 14 de junho, e pelo nº 695/97, de 19 de agosto (Estabelece as
Decreto-Lei nº 374/98, de 24 de novembro exigência essenciais relativas à saúde e segurança
(Prescrições mínimas de segurança a que devem aplicáveis aos equipamentos de proteção
obedecer o fabrico e comercialização de máquinas, individual)
de instrumentos de medição e de equipamentos
de proteção individual)

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 118


A seleção dos equipamentos (ou dispositivos) de proteção individual (e.p.i.) deverá ter
em conta:
a) Os riscos a que está exposto o trabalhador;
b) As condições em que trabalha;
c) A parte do corpo a proteger;
d) As caraterísticas do próprio trabalhador;

 Os e.p.i. devem ser cómodos, robustos, leves e adaptáveis.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 119


A proteção contra incêndio e
explosão reveste-se de particular
importância no âmbito da segurança,
uma vez que estes fenómenos
colocam em perigo a vida e a saúde
dos trabalhadores, podendo também
provocar avultados danos materiais,
ambientais e de natureza social.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 120


 Decreto-Lei nº 220/2008, de 12 de novembro - (Aprova o regime jurídico de segurança contra incêndios em edifícios)

 Decreto-Lei n.º 224/2015, de 9 de outubro - (Procede à primeira alteração ao Decreto -Lei n.º 220/2008, de 12 de novembro, que
aprova o regime jurídico da segurança contra incêndio em edifícios)

 Portaria nº 1532/2008, de 29 de dezembro - (Aprova o regulamento técnico de segurança contra incêndios em edifícios)

 Decreto-Lei n.º 112/96, de 5 de Agosto –Regras de segurança e de saúde relativas aos aparelhos e sistemas de proteção destinados
a ser utilizados em atmosferas potencialmente explosivas;

 Decreto-Lei n.º 236/2003, de 30 de Setembro – Prescrições mínimas de SST dos trabalhadores expostos a atmosferas explosivas;

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 121


Sinalização de segurança

A utilização de uma
Sinalização de
sinalização adequada
segurança é aquela
ajuda-nos a prevenir
que, relacionada com
os riscos, mas apenas
um objeto, atividade
como um
ou situação
complemento das
determinada, fornece
medidas de segurança
uma indicação ou uma
adotadas, dado que a
obrigação relativa à
sinalização, por si só,
segurança ou à saúde
não elimina o risco
no trabalho.
existente.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 122


Sinalização de segurança
 Decreto-Lei nº 141/95, de 14 de junho (Estabelece as prescrições mínimas para a sinalização de segurança e
de saúde no trabalho)

 Decreto-Lei nº 88/2015, de 28 de maio - (Procede à alteração do Decreto-Lei nº 141/95, de 14 de junho, que


estabelece as prescrições mínimas para a sinalização de segurança e de saúde no trabalho, alterado pela Lei
n.º 113/99, de 3 de agosto)

 Portaria nº 1456-A/95, de 11 de dezembro (Regulamenta as prescrições mínimas de colocação e utilização


da sinalização de segurança e de saúde no trabalho, previstas no Decreto-Lei nº 141/95, de 14 de junho)

 Portaria nº 178/2015, de 15 de junho - (Procede à primeira alteração à Portaria nº 1456-A/95, de 11 de


dezembro que regulamenta as prescrições mínimas de colocação e utilização da sinalização de segurança e
saúde no trabalho)

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 123


Prescrições Mínimas de Segurança e de Saúde
para a utilização pelos trabalhadores de
equipamentos de trabalho

Transpõe para a ordem jurídica interna a Diretiva n.º 2001/45/CE, do Parlamento


Decreto-Lei n.º 50/2005 Europeu e do Conselho, de 27 de Junho, relativa às prescrições mínimas de segurança e
Análise
de 25 de Fevereiro de saúde para a utilização pelos trabalhadores de equipamentos de trabalho, e revoga
o Decreto-Lei n.º 82/99, de 16 de Março;

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 124


Diagnóstico de
Conhecimento
s

124
Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho
Legislação de
âmbito sectorial
São todos aqueles destinados à
implantação de postos de
Locais de Trabalho trabalho associados
desempenho de atividades
ao

administrativas.
Administrativos
Todas as que apresentem um
contexto mais sedentário, atividades
de comércio, escritório e de serviços,
com ou sem atendimento ao
ACTIVIDADES público, bem como todas aquelas,
REFERENCIADAS de apoio e complementares a outras
atividades, industriais, hospitalares,
etc., na qual se desenvolvam tarefas
administrativas.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 2018/2019 128


Quais as características físicas a considerar
nos locais de trabalho ?
I. Na conceção/manutenção dos locais de trabalho deve ter em atenção:
 Edificação – condições de estabilidade, resistência e salubridade;

 Pavimentos– fixos, estáveis, antiderrapantes, sem saliências e cavidades;


 Pavimentos, paredes, tetos e janelas – de fácil limpeza e manutenção;

 Divisórias – estáveis, resistentes, quando em vidro, sinalizadas;

 Coberturas – com acesso resistente e estável e proteção contra quedas em altura;

 Portas e portões – acessíveis e desobstruídos, fáceis de abrir mediante mecanismo manual;

 Escadas – estáveis, resistentes, iluminadas e desobstruídas.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 129


II. Na implantação de postos de trabalho no seu local de trabalho deve considerar:

i. Pé-direito dos locais de trabalho;

ii. Área útil por trabalhador;

iii. Volume por trabalhador;

iv. Espaço entre postos de trabalho;

v. Largura útil das vias de circulação

vi. Caminhos de fuga.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 130


III. Nos espaços de armazenagem e de arquivo deve garantir-se:
i. Vias de circulação -- definidas e desobstruídas, garantindo largura
uma mínima;
ii. Sistemas de iluminação – adequados ao espaço e aos materiais
armazenados;
iii. Sistemas de ventilação – adequados ao espaço e aos materiais armazenados;
iv. Suportes para armazenagem – estáveis, resistentes e devidamente fixados,
adequados aos materiais a armazenar (peso, volume, etc.);
v. Meios de acesso em altura – disponibilizar meios para aceder aos
armazenados em altura (escadotes, escadas, etc.);
materiais
vi. Condições de armazenagem – verificar a compatibilidade dos materiais a armazenar;
vii. Procedimentos de armazenagem – definir procedimentos para garantir uma correta
armazenagem de todos os materiais.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 131


Quais os efeitos na saúde associados à
atividade administrativa ?
 Fraturas, golpes, cortes e hematomas;

 Distensões e entorses;

 Lesões músculo-esqueléticas dos membros inferiores e superiores;

 Lesões na coluna vertebral;

 Queimaduras e abrasões;

 Eletrização, por contacto com a eletricidade.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 132


O empregador deve implementar
um conjunto de medidas
preventivas e de boas práticas
para prevenir os efeitos lesivos
sobre a saúde decorrentes do
desenvolvimento de actividades
em locais de trabalho
administrativos.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 133


Decreto-Lei n.º 243/86, de 20 de Agosto
Análise – revogado
Decreto-Lei n.º 10/2015
de 16 de janeiro

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 134


Aprova o
Regulamento Geral
de Higiene e
Segurança do
Trabalho nos
Estabelecimentos
Comerciais, de
Escritório e Serviços

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 135


Os trabalhadores da função pública não deixam de ser trabalhadores só porque exercem
funções em entidades públicas, nem isso lhes reserva algum tipo de "imunidade" às
condições de trabalho que promovem danos à sua integridade física e mental.

Lei nº 35/2014, de 20 de junho, que aprova a Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas, no
seu art. 71º, nº 1, alíneas g), h) e i) estabelece que o empregador público tem o dever de
proporcionar boas condições de trabalho e prevenir riscos e doenças profissionais, atendendo
à proteção da segurança e saúde do trabalhador, adotando para tal, medidas baseadas em
prescrições legais vigentes, e que deve ainda fornecer informação e formação adequadas à
prevenção de riscos de acidente e doença.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 136


Portaria nº 987/93, de 6 de
Decreto-Lei nº 347/93, de 1 de outubro (Regulamentação das
outubro (Prescrições mínimas normas técnicas respeitantes às
Locais de trabalho
de segurança e de saúde para os prescrições mínimas de
locais de trabalho) segurança e de saúde para os
locais de trabalho)

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 137


Áreas da Unidade,
edificadas ou não, nas
Locais de quais os Trabalhador
devam permanecer ou
trabalho: aceder em razão do
seu Trabalho.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 138


Áreas onde o Trabalhador realiza o seu Trabalho

Zonas às quais tem acesso em razão do seu Trabalho.

Zonas de trânsito ou passagem. (Corredores; Escadas e Rampas).

Sanitários e Vestiários.
Refeitórios, Zonas de Descanso e locais de 1os Socorros

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 139


Ocupação de Pavimentos:

Não devem estar obstruídos, por


máquinas, ferramentas ou mercadorias.
Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 140
As Escadas de Mão:

Devem ser suficientemente


resistentes para o peso a suportar.

Apoiadas em superfície plana e


estável.

Fixas ao chão para evitar


escorregar ou tombar

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 141


As Escadas de Mão:

Subir e descer sempre de frente para a escada

Não subir nem descer com materiais ou ferramentas nas mãos

As Escadas de tesoura, devem estar bem colocadas para evitar que os seus
elementos se abram.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 142


Uma Escada, não deve ser utilizada por
mais do que uma pessoa de cada vez.
 Utilizar só Escadas em bom estado.
 Não pintar as Escadas de madeira.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 143


Recorre-se à artificial,
quando a natural é
A melhor luz é a luz insuficiente, ou
Iluminação:
natural. tecnicamente não é viável
a utilização da luz
natural.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 144


 Todas as atividades desenvolvidas, à exceção das realizadas no exterior, durante o dia, necessitam
de níveis de iluminação ajustados às exigências das tarefas.

A iluminação desajustada dos locais e postos de trabalho poderá potenciar:


• A adoção de comportamentos inseguros;
• A adoção de posturas de trabalho incorretas (contração muscular e esquelética);
• Queda de pessoas (ao mesmo nível e a nível diferente);
• Queda de objetos;
• Situações de atropelamento, de esmagamento e entalamento;
• Incorreta manipulação, ou condução, de uma máquina ou equipamento de trabalho;
• Redução da produtividade;
• Ocorrência de acidentes de trabalho.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 145


Legislação:

Decreto-Lei n.º 243/86, de 20 de Agosto – Regulamento geral de higiene e segurança do


trabalho nos estabelecimentos comerciais, de escritório e serviços;

Portaria n.º 987/93, de 06 de Outubro – Estabelece as prescrições mínimas de segurança e


de saúde nos locais de trabalho;

Lei nº 102/2009, de 10 de Setembro – Regime jurídico de promoção da segurança e saúde do


trabalho.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 146


Deve haver ventilação natural,
Ventilação recorrendo-se à artificial, só
: quando esta seja insuficiente

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 147


Temperatura e
Humidade

Devem ser mantidos


dentro dos limites
para evitar prejuízos à
saúde dos
Trabalhadores.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 148


Ambiente Térmico:
 No quadro do melhoramento das condições de trabalho, bem como da qualidade da vida, o ambiente
térmico de trabalho desempenha um papel fundamental.

 O problema colocado pelos ambientes térmicos é o da homeotermia (manutenção da temperatura


interna do corpo) a qual garante um funcionamento ótimo das principais funções do organismo e em
particular do sistema nervoso central.

 A homeotermia é assegurada quando o fluxo de calor produzido pelo corpo é igual ao fluxo cedido ao
ambiente.

 O ambiente térmico pode ser definido como o conjunto das variáveis térmicas do posto de trabalho que
influenciam o organismo do trabalhador, sendo assim um fator importante que intervém, de forma direta
ou indireta na saúde e bem estar do mesmo, e na realização das tarefas que lhe estão atribuídas.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 149


 O homem é um animal homiotérmico, de sangue quente que, para sobreviver, necessita de
manter a temperatura interna do corpo (cérebro, coração e órgãos do abdómen) dentro de
limites muito estreitos, a uma temperatura constante de 37 ºC, obrigando a uma procura
constante de equilíbrio térmico entre o homem e o meio envolvente que tem influencia nessa
temperatura interna, podendo um pequeno desvio em relação a este valor indiciar a morte.

 Quando existe a perceção psicológica desse equilíbrio, pode-se falar de conforto térmico, que é
definido pela ISO 7730 como:

um estado de espírito que expressa satisfação com o ambiente que envolve uma pessoa (nem
quente nem frio).

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 150


 • A regulação da temperatura e a renovação do ar devem ser feitas em função dos trabalhos
executados e mantidas dentro de limites convenientes para evitar prejuízos à saúde dos trabalhadores.
Nos termos da legislação em vigor sobre locais de trabalho, o caudal médio de ar fresco e puro deve ser
de, pelo menos, 30m3 por hora e por trabalhador. Poderá ser aumentado até 50m3 sempre que as
condições ambientais o exijam, por exemplo, em locais onde se efetuem soldaduras.

• Também segundo a legislação em vigor, a temperatura dos locais de trabalho deve, na medida do
possível, oscilar entre 18 ºC e 22 ºC, salvo em determinadas condições climatéricas, em que poderá
atingir os 25 ºC. A humidade da atmosfera de trabalho deverá oscilar entre 50% e 70%;

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 151


Conforto térmico - Tabela

Temperatura ambiente (ºC) Humidade relativa Velocidade


(%) do ar (m/s)

Tipo de Trabalho Mín. Ópt. Máx. Mín. Ópt. Máx. Máximo

Administrativo 18 21 24 40 50 70 0.1

Ligeiro sentado 18 20 24 40 50 70 0.1

Ligeiro em pé 17 18 23 40 50 70 0.2

Pesado 15 17 21 30 50 70 0.4

Muito pesado 14 16 20 30 50 70 0.5

Trabalho ao calor 12 15 18 20 50 70 1.0–1.5


radiante

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 152


Os efeitos sobre a saúde resultantes de condições térmicas e ventilação deficientes:

• Desconforto e mal-estar psicológico;

• Dores de cabeça;

• Náuseas;

• Vertigens;

• Sudação;

• Fadiga cardíaca;

• Patologias respiratórias.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 153


Decreto-Lei n.º 243/86, de 20 de
Decreto-Lei n.º 79/2006, de 04 de
Agosto – Regulamento geral de
Abril – Regulamento dos
Legislação higiene e segurança do trabalho
Sistemas Energéticos de
nos estabelecimentos comerciais,
Climatização em Edifícios
de escritório e serviços;
(RSECE).

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 154


Elimina-los ou reduzi-los por
Ruído e Vibrações: meio de Equipamentos e
Medidas Técnicas eficazes.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 155


Decreto-Lei nº 182/2006, de 6 de
setembro (Prescrições mínimas de
segurança e de saúde em matéria
Ruído
de exposição dos trabalhadores
aos riscos devidos aos agentes
físicos (ruído))

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 156


O ruído, para além de representar uma fonte de incómodo para os
trabalhadores, constitui a principal causa de perda auditiva relacionada com o
trabalho.

ACTIVIDADES REFERENCIADAS -todas aquelas que apresentem um contexto


mais ativo e operacional, atividades de construção civil, oficinais, de
restauração, carga e descarga, transporte, entre outras

O ruído não é mais que um som, com a particularidade de ser desagradável ou


indesejado e, frequentemente, nocivo.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 157


Efeitos sobre a saúde resultantes da exposição ao Ruído :
PLANO FÍSICO:
• Alterações dos sistemas – respiratório, cardiovascular e gastrointestinal;
• Perdas auditivas, surdez;
• Dores de cabeça, fadiga física e vertigens.

PLANO PSICOLÓGICO
• Incomodidade; irritabilidade; ansiedade e agressividade;
• Redução da capacidade de atenção e de concentração;
• Perturbações do sono e descanso difícil;
• Depressão.
O empregador deve implementar um conjunto de medidas preventivas e de boas
práticas para prevenir os efeitos nocivos sobre a segurança e a saúde decorrentes da
existência de ambientes de trabalho ruidosos.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 158


Decreto-Lei nº 46/2006, de
24 de fevereiro (Prescrições
mínimas de segurança e
Vibrações saúde respeitantes à
exposição dos trabalhadores
aos riscos devidos a
vibrações mecânicas)

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 159


As vibrações produzem ruído, desencadeiam o desaperto de elementos de
equipamentos de trabalho e a quebra de peças e transmitem forças e
movimentos indesejados.

ACTIVIDADES REFERENCIADAS são aquelas que apresentem um contexto


mais ativo e operacional, em geral atividades industriais, particularmente
de construção civil, oficinais, restauração, carga e descarga, transporte,
entre outras.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 160


Tipo de vibrações em contexto de exposição profissional:
•Vibrações transmitidas ao sistema mão-braço – as vibrações mecânicas
transmitidas ao sistema mão-braço, que implicam riscos para a saúde e a
segurança dos trabalhadores;
•Vibrações transmitidas ao corpo inteiro – as vibrações mecânicas
transmitidas ao corpo inteiro, que implicam riscos para a saúde e a
segurança dos trabalhadores.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 161


Efeitos sobre a saúde resultantes da exposição às vibrações:
SISTEMA MÃO-BRAÇO:
• Perturbações vasculares, neurológicas, musculares e articulares;
• Artrose dos membros superiores e necrose de um dos ossos do punho;
• Síndromas do dedo álgido (SDA) e da vibração mão-braço (VMB/HAV).
CORPO INTEIRO:
• Problemas dorso-lombares (artroses e hérnias) e traumatismo da coluna vertebral;
• Fadiga, desconforto, náuseas e vómitos;
• Perturbações gástricas;
• Distúrbios de visão;
• Aumento da frequência cardíaca e da pressão sanguínea;
• Síndroma vibroacústico – doença sistémica das vibrações.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 162


O empregador deve implementar um
conjunto de medidas preventivas e de
boas práticas para prevenir os efeitos
nocivos sobre a segurança e a saúde
decorrentes da exposição às vibrações.
Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 163
A Arrumação e Limpeza nos Postos de Trabalho são fundamentais à
eliminação dos Acidentes

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 164


Vantagens da Arrumação e Limpeza:
I. Evita Acidentes.

II. Poupa Tempo.

III. Melhora o espaço.

IV. Dá uma melhor imagem da Empresa.

V. Melhora o ambiente de Trabalho.

VI.Transforma o Posto de Trabalho num local mais saudável e agradável de


trabalhar.
Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 165
Todas as zonas de passagem e evacuação devem estar sempre
livres e limpas.

Realizar as limpezas do modo mais apropriado sem


constituir qualquer risco.

 Fazer a limpeza periodicamente e sempre que seja necessário.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 166


Contrato de
trabalho

166
Artigo 11º do Código do Trabalho
Noção de contrato de trabalho

Contrato de trabalho é aquele pelo qual uma pessoa singular se obriga,


mediante retribuição, a prestar a sua atividade a outra ou outras pessoas,
no âmbito de organização e sob a autoridade destas.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 168


Trabalhador - pessoa singular

Trabalho (intelectual/manual) vs. retribuição

“Organização” substituiu “direção” - O que releva na caracterização da


subordinação é a existência de uma relação de autoridade inerente á
conceção e á titularidade de uma organização de trabalho em que a pessoa
do trabalhador se integra.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 169


Artigo 12º Presunção de contrato de trabalho
do C.T.
1 - Presume-se a existência de contrato de trabalho quando, na relação entre a pessoa
que presta uma atividade e outra ou outras que dela beneficiam, se verifiquem
das seguintes características: a) A atividade seja realizada em local pertencente ao seu
algumas
beneficiário ou por ele determinado; b) Os equipamentos e instrumentos de trabalho
utilizados pertençam ao beneficiário da atividade c) O prestador de atividade observe
horas de início e de termo da prestação, determinadas pelo beneficiário da mesma; d)
Seja paga, com determinada periodicidade, uma quantia certa ao prestador de atividade,
como contrapartida da mesma; e) O prestador de atividade desempenhe funções de
direção ou chefia na estrutura orgânica da empresa. (…)
Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 170
Nas situações elencadas no nº1 do artigo 12º do C.T.,
encontramo-nos perante um contrato de
independentemente
trabalho da de qualquer
existência
documento escrito assinado pelo trabalhador e
empregador.
Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 171
Sujeitos:
Trabalhador

Empregador

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 172


Limites à contratação de trabalhador:

 Idade:

 escolaridade obrigatória

16 anos – se tiver – de 16 anos e escolaridade obrigatória –


autorização do representante legal – autorização comunicada á ACT
(Autoridade para as Condições de Trabalho)
Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 173
Titulo profissional – se faltar o contrato é nulo, se
for retirado há caducidade do contrato

Razão de sexo – proteção de trabalhadora


grávida, puérpera, lactante;

(artigos 66 e ss; 117º e 62 nº5 do C.T.)

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 174


As diversas
modalidades
contratuais:
contratos a
termo certo e incerto

174
Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho
Contrato de trabalho sem termo
Contrato de trabalho a termo:
- a termo certo
- a termo incerto
O contrato de trabalho a termo só pode ser
celebrado para a satisfação de necessidades
temporárias da empresa e pelo período estritamente
necessário á satisfação dessa necessidade.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 177


Para o cômputo do limite máximo de duração do contrato a termo certo são
incluídos os contratos celebrados anteriormente entre as partes, desde que
sejam:

 Contratos de trabalho a termo;

 Contratos de trabalho temporário para o mesmo posto de trabalho;

Contrato de prestação de serviços para o mesmo objeto.

(Artigo 148º do C.T.)

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 178


 Na ausência de estipulação em contrário prevista no contrato de trabalho ou de

declaração de qualquer das partes que o faça cessar, o contrato de trabalho a


termo certo renova-se no final do termo, por igual período se outro não for
acordado pelas partes.

 A renovação está sujeita á verificação da sua admissibilidade ;

 O contrato de trabalho a termo certo pode ser renovado até três vezes.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 179


 Considera-se como único contrato aquele que seja objeto
de

renovação.

 Converte-se em contrato de trabalho sem termo:

 Aquele cuja renovação não tenha respeitado o artigo 149º do C.T.

 Tenha excedido o prazo de duração ou o número de renovações.


Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 180
 No caso do contrato a termo incerto o trabalhador
tenha

permanecido em atividade 15 dias após a verificação

do termo.

(Artigo 147º do C.T.)

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 181


Diagnóstico de
Conhecimento
s

181
Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho
Trabalho
de Grupo
Apresentaçã
o dos
trabalhos de
grupo
• Legislação relativa à segurança e
saúde de grupos particularmente
vulneráveis
• Legislação relativa à prevenção
de acidentes graves
Legislação relativa à segurança e saúde de grupos particularmente vulneráveis

Lei nº 7/2009, de 12 de fevereiro - Código do Trabalho – Artigo 62º - (Prevê um regime de proteção especial de
segurança e saúde no trabalho às trabalhadoras grávidas, puérperas e lactantes)

Lei nº 102/2009, de 10 de setembro - Artigos 50º a 60º - (Regulamenta as atividades proibidas / atividades
condicionadas a trabalhadoras grávidas, puérperas e lactantes, previstas no artigos 62º da Lei nº 7/2009, de 12 de
fevereiro)

Lei nº 7/2009, de 12 de fevereiro - Código do Trabalho - Artº 66º - (Prevê um regime de proteção especial de segurança
e saúde no trabalho para os trabalhadores menores)

Lei nº 102/2009, de 10 de setembro - Artº 61º a 72º - Regulamenta as atividades proibidas / atividades condicionadas a
trabalhadores menores)
Direitos exclusivos da trabalhadora grávida ,
puérpera e lactante
O regime de proteção na parentalidade é aplicável desde que a entidade
empregadora tenha conhecimento da situação ou do facto relevante.

A trabalhadora grávida, puérpera e lactante tem direito a:


• licença parental inicial exclusiva da mãe, paga a 100 % da remuneração de referência, sendo
obrigatório o gozo de seis semanas de licença a seguir ao parto. A mãe pode gozar até 30 dias da
licença parental inicial antes do parto.
• licença em situação de risco clínico para a trabalhadora grávida ou para o/a nascituro/a pelo período
de tempo que, por prescrição médica, for considerado necessário para prevenir o risco, sem prejuízo
da licença parental inicial.
• licença por interrupção de gravidez com duração entre 14 e 30 dias, mediante apresentação de
atestado médico.
• dispensa do trabalho para consultas pré-natais e para a preparação para o parto, pelo tempo e
número de vezes necessários.
Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 186
 dispensa da prestação de trabalho por parte de trabalhadora grávida, puérpera ou
lactante, por motivo de proteção da sua segurança e saúde, na impossibilidade de a
entidade empregadora lhe conferir outras tarefas, sendo o montante diário dos
subsídios igual a 65 % da remuneração de referência. A trabalhadora grávida, puérpera
ou lactante, ou os seus representantes, têm direito de requerer ao serviço com
competência inspetiva do ministério responsável pela área laboral uma ação de
fiscalização, a realizar com prioridade e urgência, se a entidade empregadora não
cumprir as obrigações em termos de proteção da segurança e saúde da trabalhadora
grávida, puérpera ou lactante.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho


187
 dispensa diária para amamentação durante o tempo que durar a amamentação, gozada
em dois períodos distintos, com a duração máxima de uma hora cada, salvo se outro
regime for acordado com a entidade empregadora, devendo a trabalhadora apresentar
atestado médico se a dispensa se prolongar para além do primeiro ano de vida do/a
filho/a.

 No caso de nascimentos múltiplos, a dispensa é acrescida de mais 30 minutos por cada


gémeo/a além do/a primeiro/a.

 Se a mãe trabalhar a tempo parcial, a dispensa é reduzida na proporção do respetivo

período normal de trabalho, não podendo ser inferior a 30 minutos.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 188


 dispensa de prestação de trabalho suplementar da trabalhadora
grávida e durante todo o tempo que durar a amamentação se for
necessário para a sua saúde ou para a da criança.

 dispensa da trabalhadora grávida, puérpera ou lactante de prestar


trabalho em horário de trabalho organizado de acordo com regime de
adaptabilidade, de banco de horas ou de horário concentrado.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 189


 dispensa da trabalhadora de prestação de trabalho no período noturno, entre as 20
horas de um dia e as 7 horas do dia seguinte, durante um período de 112 dias antes e
depois do parto, dos quais pelo menos metade antes da data previsível do mesmo;
durante o restante período de gravidez, se for necessário para a sua saúde ou para a
do/a nascituro/a; durante todo o tempo que durar a amamentação, se for necessário
para a sua saúde ou para a da criança, devendo apresentar atestado médico com a
antecedência de 10 dias. O montante diário dos subsídios é igual a 65 % da
remuneração de referência, na impossibilidade de a entidade empregadora lhe conferir
outras tarefas. À trabalhadora dispensada da prestação de trabalho noturno deve ser
atribuído, sempre que possível, um horário de trabalho diurno compatível, sendo
dispensada do trabalho sempre que não seja possível.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 190


 A violação das disposições relativas à parentalidade constituem contraordenações, atuando a
Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), no setor privado, e as Inspeções dos Ministérios,
no setor público, e cumulativamente a Inspeção-geral de Finanças (IGF).

* O montante diário dos subsídios é calculado pela aplicação de uma percentagem


ao valor da remuneração de referência do/a beneficiário/a, que corresponde ao
total das remunerações registadas nos primeiros seis meses dos últimos oito meses
anteriores à data de início das licenças ou das faltas para assistência, a dividir por
180. Nos casos em que não existam seis meses com registo de remunerações, a
remuneração de referência corresponde ao total das remunerações registadas
nesse período até ao início do mês em que se iniciam as licenças ou as faltas para
assistência, a dividir pelo número de meses a que aquelas remunerações se
reportam, multiplicadas por 30.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 191


A CITE é, desde 1979, o A Comissão para a Igualdade no Trabalho
e no Emprego é um órgão colegial, Principais atribuições
mecanismo nacional tripartido e equilátero, composto por
um/a representante do ministério com  Prosseguir:
que prossegue a atribuições na área do emprego que

igualdade e não
preside; um/a representante do - A igualdade e a não
ministério com atribuições na área da
discriminação igualdade; um/a representante do discriminação entre
ministério com atribuições na área da
entre
homens e mulheres no Administração Pública;um/a mulheres e homens
trabalho, no emprego
representante
atribuições
do
ministério
na área da solidariedade
com e da
no mundo laboral;
segurança social; dois/duas
e
na formação representantes de uma das - A proteção na
profissional. associações sindicais com assento na
cada
Comissão Permanente de Concertação parentalidade;
Social (2 da CGTP-IN e 2 da UGT) e
cite.gov.pt um/uma representante de cada uma das - A conciliação da
associações patronais com assento na
Comissão Permanente de Concertação vida profissional,
Social (1 da CCP, 1 da CIP, 1 da CAP e 1 da
CTP).
familiar e pessoal.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 192


Em Portugal, a lei mecanismos de proteção
trabalhadoras
tem puérperas das e lactantes.
despedimento
grávidas, de uma trabalhadora nestas condições
O tem
de ser precedido de um parecer favorável da Comissão para
a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE). Se o parecer
for desfavorável, a empresa só pode despedi-la caso um
tribunal reconheça a existência de justa causa.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 193


Menore
s
Um menor só pode ser admitido a prestar trabalho se tiver completado 16 anos de
idade, tiver concluído a escolaridade obrigatória ou esteja matriculado e a
frequentar o nível secundário de educação e dispuser de capacidade física e
psíquica adequada ao posto de trabalho.
O menor de idade inferior a 16 anos que tenha concluído a escolaridade obrigatória ou esteja
matriculado e a frequentar o nível secundário de educação poderá ser admitido apenas para
prestar trabalhos leves, desde que estes, pela sua natureza e condições em que são realizados,
não prejudiquem a sua segurança e saúde, a assiduidade escolar, a participação em programas de
orientação ou formação e a sua capacidade para beneficiar da instrução ministrada, bem como o
seu desenvolvimento físico, psíquico, moral, intelectual e cultural.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 194


O menor com idade inferior a 16 anos que tenha concluído a escolaridade
obrigatória ou esteja matriculado e a frequentar o nível secundário de educação
mas não possua uma qualificação profissional, bem como o menor com idade
igual ou superior a 16 anos que não tenha concluído a escolaridade obrigatória,
não esteja matriculado e a frequentar o nível secundário de educação ou não
possua uma qualificação profissional, só pode ser admitido a prestar trabalho,
desde que frequente modalidade de educação ou formação que confira a
escolaridade obrigatória, uma qualificação profissional ou ambas.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 195


Os menores nesta situação
beneficiam do estatuto do
trabalhador estudante,
tendo dispensa de
trabalho para a frequência
de aulas com duração em
dobro da prevista no artigo
90º, nº3 para a
generalidade dos
trabalhadores estudantes.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 196


O empregador deve proporcionar aos trabalhadores menores condições de trabalho adequadas à
sua idade, que protejam a sua segurança, saúde, desenvolvimento físico, psíquico e moral,
educação e formação, competindo-lhe especialmente:

Avaliar os riscos profissionais antes de o menor começar a trabalhar e sempre que se verifique
qualquer alteração importante nas condições de trabalho; o Informar o trabalhador menor e os
respetivos representantes legais dos riscos identificados e das medidas tomadas para a prevenção
dos mesmos;

Submeter o trabalhador menor à realização de exames de saúde iniciais, antes do início de funções
ou excecionalmente até 15 dias depois em caso de admissão urgente e mediante consentimento
dos representantes legais do menor, e a exames de saúde periódicos, anuais.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 197


 O período normal de trabalho de um trabalhador menor não pode ser superior a 8 horas diárias e a 40
horas semanais, ainda que em regime de adaptabilidade, ou no caso de trabalhador menor com idade
inferior a 16 anos que só pode executar trabalhos leves a 7 horas diárias e a 35 horas semanais.

 O trabalhador menor pode ser dispensado da prática de regimes de adaptabilidade do tempo de


trabalho, banco de horas e horário concentrado, quando tal regime for suscetível de prejudicar a sua
saúde ou segurança no trabalho; para o efeito, o menor deve ser submetido a exame de saúde antes da
aplicação do horário em causa.

 Em princípio os trabalhadores menores não podem prestar trabalho suplementar.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 198


 É proibido o trabalho noturno de menores com idade inferior a 16 anos entre as 20 horas de um dia e as 7
horas do dia seguinte, bem como o trabalho noturno de menores com idade igual ou superior a 16 anos
entre as 22 horas de um dia e as 7 horas do dia seguinte.

 O período de trabalho diário do trabalhador menor deve ser interrompido por um intervalo de duração
entre uma e duas horas, de forma que não preste mais de 4 horas de trabalho consecutivo se tiver menos
de 16 anos, ou 4 horas e 30 minutos, se tiver idade igual ou superior a 16 anos

 O horário de trabalho do trabalhador menor deve assegurar um descanso diário mínimo de 14 horas
consecutivas entre os períodos de trabalho de dois dias sucessivos, tratando-se de menores com idade
inferior a 16 anos, ou de 12 horas, no caso de menores com idade igual ou superior a 16 anos.

 O trabalhador menor tem direito a dois dias de descanso consecutivos em cada período de sete dias.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 2018/2019 199


A ocorrência de acidentes de trabalho representa um
custo que, embora não seja fácil de apurar, é
significativo. Os principais impactos da sinistralidade
laboral geram-se sobre os trabalhadores, ao nível da
dimensão das consequências sobre a sua saúde,
temporárias ou permanentes e sobre as empresas, ao
nível do absentismo gerado e do decréscimo
da capacidade produtiva, entre outros.
De entre os processos subsequentes à ocorrência do
acidente de trabalho destacam-se a reabilitação e a
reintegração
acidentados.
profissional dos trabalhadores Acidente de
Fundamental será que a análise das causas
ocorrência
de dos acidentes de trabalho ajude os
Trabalho
empregadores a implementar as medidas necessárias
e adequadas, por forma a prevenir a sua ocorrência.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 2018/2019 200


 Lei nº 7/2009, de 12 de fevereiro - Código do  Decreto Regulamentar nº 6/2001, de 5
Trabalho - Artº 283º e 284º - (Prevê o direito à de maio, alterado pelo Decreto
reparação de acidentes de trabalho e de
doenças profissionais) Regulamentar nº 76/2007, de 17 de
julho - (Índice Codificado das doenças
 Lei nº 98/2009, de 4 de setembro
(Regulamenta o regime de reparação de
profissionais)
-
acidentes de trabalho e de doenças Portaria nº 256/2011, de 5 de julho -
profissionais) (Aprova a parte uniforme das condições
 Decreto-Lei nº 2/82, de 5 de janeiro - (Determina gerais da apólice de seguro obrigatório
a obrigatoriedade da participação de todos os de acidentes de trabalho
casos de doença profissional à Caixa Nacional de trabalhadores por conta de outrem, bem
Seguros de Doenças Profissionais) para
como as respetivas condições especiais
 Decreto-Lei nº 159/99, de 11 de maio, alterado uniformes)
pelo Decreto-Lei nº 382-A/99, de 22 de
setembro - (Regulamenta o seguro obrigatório  Portaria n.º 22/2018, de 18 de janeiro -
de acidentes de trabalho para os trabalhadores (Procede à atualização anual das
independentes) pensões de acidentes de trabalho e
revoga a portaria n.º 97/2017 de 7
de março)
Contoso Ltd.
Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 2018/2019 201
É entendido por Acidente de Trabalho aquele que se verifique no
local e no tempo de trabalho e produza direta ou indiretamente
lesão corporal, perturbação funcional ou doença de que resulte
redução na capacidade de trabalho ou de ganho ou a morte.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 202


A lei permite a extensão do conceito de acidente de
trabalho aos seguintes contextos:

• No trajeto de ida para o local de trabalho ou de regresso deste;

•Na execução de serviços espontaneamente prestados e de que possa resultar proveito


económico para o empregador;

•No local de trabalho e fora deste, quando no exercício do direito de reunião ou de atividade
de representante dos trabalhadores, nos termos previstos no Código do Trabalho;

•No local de trabalho, quando em frequência de curso de formação profissional ou, fora do
local de trabalho, quando exista autorização expressa do empregador para tal frequência;

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 203


•No local de pagamento da retribuição, enquanto o trabalhador aí permanecer para tal
efeito;

•No local onde o trabalhador deva receber qualquer forma de assistência ou tratamento
em virtude de anterior acidente e enquanto aí permanecer para esse efeito;

•Em atividade de procura de emprego durante o crédito de horas para tal concedido por
lei aos trabalhadores com processo de cessação do contrato de trabalho em curso;

•Fora do local ou tempo de trabalho, quando verificado na execução de serviços


determinados pelo empregador, ou por ele consentidos.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 204


Descaracterização dos acidentes de trabalho, isto é, o
empregador não tem de reparar os respetivos danos
decorrentes, quando estes:
Forem dolosamente provocados pelo sinistrado ou provierem de seu ato ou omissão,
que importe violação, sem causa justificativa, das condições de segurança estabelecidas
pelo empregador, ou previstas na lei;

Provierem exclusivamente de negligência grosseira do sinistrado;


Resultarem da privação permanente ou acidental do uso da razão do sinistrado, nos termos do Código
Civil, salvo se tal privação derivar da própria prestação do trabalho, for independente da vontade do
sinistrado ou se o empregador ou o seu representante, conhecendo o estado do sinistrado, consentir na
prestação.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 2018/2019 205


O empregador deve comunicar
à Autoridade das Condições
do Trabalho os acidentes
mortais ou que evidenciem
uma situação particularmente
grave, nas vinte e quatro horas
seguintes à ocorrência.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 206


O trabalhador sinistrado, ou os seus
beneficiários legais, em caso de morte,
devem participar o acidente de
trabalho, verbalmente ou por escrito,
nas 48 horas seguintes ao empregador
a menos que ele o tenha presenciado
ou seja já do seu conhecimento.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 207


 O empregador deve implementar um conjunto de medidas
preventivas e de boas práticas para prevenir os efeitos lesivos
sobre a saúde decorrentes da ocorrência de acidentes de
trabalho.
UMA ACTUAÇÃO PREVENTIVA:
 Informar os trabalhadores sobre os riscos associados ao
desenvolvimento da sua atividade profissional; –PROMOVE A SEGURANÇA E A SAÚDE NO
 Formar os trabalhadores sobre os procedimentos de segurança e
as boas práticas a adotar face aos riscos inerentes ao TRABALHO
desenvolvimento da sua atividade profissional.
 Promover a vigilância da saúde dos trabalhadores. –REDUZ O ABSENTIMO E A OCORRÊNCIA DE
ACIDENTES DE TRABALHO E DOENÇAS
PROFISSIONAIS
–CONTRIBUI PARA O AUMENTO DA
PRODUTIVIDADE!

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 208


Decreto-Lei n.º 150/2015 de 5 de agosto

Estabelece o regime de prevenção de acidentes graves que envolvem «Acidente grave», um


substâncias perigosas e de limitação das suas consequências para a saúde acontecimento, designadamente uma emissão, um
humana e para o ambiente, transpondo a Diretiva n.º 2012/18/UE,
incêndio oude
explosão, umagraves proporções, resultante
(diretiva Seveso III) do Parlamento Europeu e do Conselho, de 4 de julho
de 2012, relativa ao controlo dos perigos associados a acidentes graves desenvolvimentos não controlados de durante
que envolvem substâncias perigosas o
funcionamento de um estabelecimento abrangido
pelo presente decreto-lei, e que provoque um perigo
grave, imediato ou retardado, para a saúde humana,
no interior ou no exterior do estabelecimento, ou para
o ambiente, e que envolva uma ou mais substâncias
perigosas;

Contoso
Ltd.
Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 209
Diagnóstico de
Conhecimento
s

209
Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 2018/2019
Afirmações V F
É necessário que a trabalhadora grávida, puérpera ou lactante informe a entidade patronal comprovando o seu
estado para puder usufruir do regime especial.

É uma contra- ordenação muito grave, imputável ao empregador, o exercício de atividades com exposição a
agentes e condições de trabalho proibidos nos termos da lei 102/2009 de 10 de setembro.

Em atividade suscetível de apresentar um risco específico de exposição a agentes, processos ou condições de


trabalho, o empregador deve proceder à avaliação da natureza, grau e duração da exposição de trabalhadora
grávida, puérpera ou lactante, de modo a determinar qualquer risco para a sua segurança e saúde e as
repercussões sobre a gravidez ou a amamentação, bem como as medidas a tomar.

O empregador deve proporcionar ao menor condições de trabalho adequadas à idade e ao desenvolvimento do


mesmo.

São proibidas ao menor as atividades de abate industrial de animais.


São proibidas ao menor as atividades cuja realização esteja sujeita ao risco de desabamento;
O despedimento de uma trabalhadora grávida, puérpera ou lactante tem de ser precedido de um
parecer favorável da Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE).

O período normal de trabalho de um trabalhador menor não pode ser superior a 8 horas diárias e a 40 horas
semanais, ainda que em regime de adaptabilidade, ou no caso de trabalhador menor com idade inferior a 16
anos que só pode executar trabalhos leves a 7 horas diárias e a 35 horas semanais
Afirmações V F

Acidente de Trabalho é todo e qualquer acidente que se verifique no local e no tempo de trabalho.

Não é a entidade patronal que tem de suportar a reparação se o acidente resultar da privação
permanente ou acidental do uso da razão do sinistrado e o empregador ou o seu representante,
conhecendo o estado do sinistrado, consentir na prestação.

O empregador deve comunicar à Autoridade das Condições do Trabalho os acidentes mortais ou que
evidenciem uma situação particularmente grave, nas quarenta e oito horas seguintes à ocorrência.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 212


Deve-se fazer a investigação das causas do acidente:

Para encontrar o culpado e castigá-lo.

Para ajudar a obter uma indemnização.

Para tentar evitar acidentes semelhantes no futuro.

Porque os sindicatos o exigem.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 213


Apresentaçã
o dos
trabalhos de
grupo
• Legislação aplicável ao
licenciamento industrial e à
segurança de produtos
• Reparação de acidentes de trabalho
e doenças profissionais
Licenciamento industrial

 Decreto-Lei nº 209/2008, de 29 de outubro (Estabelece o regime


 Portaria n.º 279/2015, de 14 de setembro - (Identifica os
do exercício da atividade industrial (REAI) e revoga o Decreto-Lei
requisitos formais do formulário e os elementos instrutórios
nº 69/2003, de 10 de abril, e respetivos diplomas regulamentares)
a apresentar pelo interessado nos procedimentos com
 Decreto-Lei nº 169/2012, de 1 de agosto (Cria o Sistema da vistoria prévia, sem vistoria prévia e de mera comunicação
Indústria Responsável, que regula o exercício da atividade prévia aplicáveis, respetivamente, à instalação e exploração
industrial, a instalação e exploração de zonas empresariais de estabelecimentos industriais dos tipos 1, 2 e 3, e à
responsáveis, bem como o processo de acreditação de alteração de estabelecimentos industriais, nos termos
entidades no âmbito deste Sistema) previstos no Sistema da Indústria Responsável (SIR) e revoga
 Decreto-Lei n.º 73/2015, de 11 de maio - (Procede à primeira a Portaria n.º 302/2013, de 16 de outubro)
alteração ao sistema da Indústria Responsável)

 Portaria nº 302/2013, de 16 de outubro (Identifica os requisitos


formais do formulário e os elementos instrutórios que devem
acompanhar os procedimentos)
 Despacho nº 11187/2014, de 11 de agosto (Aprova as condições técnicas padronizadas aplicáveis
aos seguintes sectores industriais: Assadura de Leitão e Outros Ungulados, Agroindústria, Padaria,
Pastelaria e Fabricação de Bolachas, Biscoitos, Tostas e Pastelaria de Conservação, Preparação de
Carnes (corte e desossa) e Fabrico de Carne Picada e Preparados de Carne, Fabrico de Produtos à
Base de Carne, Queijaria, Centro de Classificação de Ovos, Fabrico de Alimentos Compostos para
Animais)
 Declaração de Retificação nº 77-A/2008, de 26 de dezembro (Retifica o Decreto-Lei nº 209/2008,
de 29 de outubro)

 Declaração de Retificação nº 15/2009, de 10 de fevereiro (Retifica a Declaração de Retificação nº


77-A/2008, de 26 de dezembro)

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 216


O Licenciamento industrial cuja designação oficial é Sistema da Indústria Responsável (SIR) é um processo que
tem como objetivo a prevenção dos riscos e dos inconvenientes resultantes da laboração dos estabelecimentos
industriais, tendo em vista a salvaguarda da Saúde Pública e dos trabalhadores, a segurança de pessoas e bens, a
higiene e segurança nos locais de trabalho, o correto ordenamento do território e a qualidade do ambiente.

Considerou-se essencial criar um novo quadro jurídico para o setor da indústria, que facilite a captação de novos
investidores e a geração de novos projetos para as empresas já estabelecidas, baseado numa mudança de
paradigma em que o Estado, reduz o controlo prévio e reforça os mecanismos de controlo à posteriori,
acompanhados de maior responsabilização dos industriais e das demais entidades intervenientes no
procedimento.

O Decreto-Lei n.º 169/2012, de 1 de agosto, vem, assim aprovar o Sistema da Indústria Responsável (SIR). O SIR
consagra um conjunto de medidas que vêm proporcionar claros avanços e melhorias no desenvolvimento
sustentável da economia nacional e revoga o anterior diploma que aprova o Regime do Exercício da Atividade
Industrial – REAI (Decreto-Lei n.º 209/2008, de 29 de outubro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 24/2010, de 25 de
março).

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 217


Na plataforma do
Licenciamento industrial,
•Por acesso mediado, nos poderá submeter o seu
•Por acesso direto no
O serviço de licenciamento balcões de atendimento dos pedido e, após essa fase,
Balcão do Empreendedor poderá acompanhar a
industrial está disponível: Espaços Empresa ou das
(BdE); evolução do processo
entidades coordenadoras.
através do Dossier Eletrónico
da Empresa (DEE)

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 218


Destaca-se a consolidação num só diploma - Decreto-Lei n.º 169/2012, de 1 de
Agosto - das matérias relativas ao exercício da atividade industrial, à instalação
das novas Zonas Empresariais Responsáveis (ZER) e à acreditação de entidades
no âmbito do licenciamento industrial, que põe termo à atual dispersão
legislativa. São assim revogados o Decreto-Lei n.º 152/2004, de 30 de Junho, o
Decreto-Lei n.º 209/2008, de 29 de Outubro, alterado pelo Decreto-Lei n.º
24/2010, de 25 de Março, e o Decreto-Lei n.º 72/2009, de 31 de Março

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 219


O SIR aplica-se às atividades
industriais (a que se refere o seu
Anexo I), excluindo actividades
industriais inseridas em
estabelecimentos comerciais ou
de restauração ou bebidas, as
quais se regem pelos regimes
jurídicos aplicáveis a este tipo de
estabelecimentos.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 220


O SIR classifica os estabelecimentos industriais em 3 tipos, em função do grau de risco potencial inerente à sua exploração, para a pessoa humana e para
o Ambiente:

Tipo 1 – estabelecimentos cujos projetos de instalações industriais se encontrem abrangidos por, pelo menos, um dos seguintes regimes jurídicos: AIA
(Avaliação de Impacte Ambiental), PCIP (Prevenção e Controlo Integrados da Poluição) e PAG (Prevenção de Acidentes Graves envolvendo substâncias
perigosas);

Tipo 2 – estabelecimentos não incluídos no Tipo 1, desde que abrangidos por pelo menos um dos seguintes regimes jurídicos ou circunstâncias:

a) Potência elétrica contratada igual ou superior a 99 kVA;

b) Potência térmica superior a 12 × 106 kJ/h;

c) Número de trabalhadores superior a 20;

d) Necessidade de obtenção de TEGEE (Título de Emissão de Gases com Efeito de Estufa);

e)Necessidade de obtenção de alvará ou parecer para operações de gestão de resíduos

Tipo 3 – estabelecimentos não abrangidos pelos Tipos 1 e 2.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 221


Regimes procedimentais para instalação e exploração de estabelecimento industrial

A instalação e a exploração de estabelecimento industrial ficam sujeitas aos


seguintes procedimentos:

a) Procedimento com vistoria prévia, para os estabelecimentos industriais incluídos no tipo 1;

b) b) Procedimento sem vistoria prévia, para os estabelecimentos industriais incluídos no tipo 2;

c) c) Mera comunicação prévia, para os estabelecimentos industriais incluídos no tipo 3.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 222


Todas as empresas ou empresários em nome individual que pretendam desenvolver ou alterar
uma atividade industrial são obrigados a proceder a um licenciamento industrial. Trata-se de uma
operação a assegurar no início da exploração da atividade e com identificação de dados como, o
tipo de modalidade a desenvolver, o local onde se pretende implementar, a compatibilidade com
os instrumentos de gestão territorial e os equipamentos que irá instalar.

O licenciamento industrial é uma ferramenta para certificar a exploração de estabelecimentos


industriais e prevenir riscos e perigos resultantes da operação das estruturas industriais. Pretende-
se salvaguardar a saúde e segurança pública, a higiene e a segurança dos locais de trabalho, a
qualidade do ambiente e o uso ordenado do território.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 223


O Sistema da Indústria Responsável (SIR)
O serviço de licenciamento categoriza os estabelecimentos industriais
em três tipos, segundo o seu potencial de O processo de licenciamento
industrial pode ser realizado risco.. Para solicitar o licenciamento de um industrial é gerido por uma
através da internet, mediante estabelecimento industrial é necessário
efetuar dois passos. O primeiro é o entidade coordenadora, que
a utilização de um preenchimento do formulário de varia conforme a classificação
certificado digital de enquadramento, onde o gestor irá
da atividade económica da
autenticação ou via responde sobre o estabelecimento
industrial, identifica o procedimento a empresa requerente. É esse
mediada, através dos balcões aplicar, a EC, os regimes ambientais
organismo que vai solicitar
de atendimento dos espaços aplicáveis e, quando disponível, o valor de
taxa. O segundo passo é o preenchimento parecer às restantes
empresa ou junto das do formulário de detalhe, organizado por entidades.
entidades coordenadoras secções temáticas e gerado com base no
formulário de enquadramento.
(EC).

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 224


Fixa o art.º 3.º do SIR que o industrial deve respeitar, entre outras, as seguintes regras e princípios:

a) Adotar princípios e práticas de ecoeficiência de materiais e energia e práticas de eco inovação;

b) Adotar as melhores técnicas disponíveis;

c)Cumprir as obrigações previstas no Código do Trabalho, em lei especial e as relativas à promoção da


segurança e saúde no trabalho;

d) Adotar as medidas de prevenção de riscos de acidentes e limitação dos seus efeitos;

e)Implementar sistemas de gestão ambiental, sistemas de segurança contra incêndio em edifícios e sistemas
de segurança e saúde no trabalho adequados ao tipo de atividade e riscos inerentes, incluindo a elaboração de
plano de emergência do estabelecimento e elaboração das medidas de autoproteção, quando aplicáveis;

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 225


f)Adotar sistema de gestão de segurança alimentar adequado ao tipo de atividade, riscos e perigos
inerentes, quando aplicável;

g)Promover as medidas de profilaxia e vigilância da saúde legalmente estabelecidas para o tipo de


atividade, por forma a proteger a saúde pública e a dos trabalhadores;

h)Adotar as medidas necessárias para evitar riscos em matéria de segurança e poluição, de modo que o
local de exploração seja colocado em estado satisfatório, na altura da desativação definitiva do
estabelecimento industrial.

 Cumpre ao industrial, desde a fase de projeto, às fases exploração e desativação, assegurar a prevenção
dos riscos e inconvenientes resultantes da exploração do seu estabelecimento industrial em todas as
vertentes abrangidas pelo SIR, nomeadamente ordenamento do território, segurança e saúde no
trabalho, saúde pública, segurança industrial, proteção do ambiente e segurança alimentar, se aplicável.
Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 226
Reparação de Acidentes e Doenças Profissionais
Apesar da evolução alcançada em
matéria de prevenção e inspeção
das normas de segurança e Em ambos os casos, o
higiene no trabalho, continuam a trabalhador está amparado pelo
Lei n.º 98/2009, de 4 de seguro de acidentes de trabalho
setembro, que regulamenta o registar-se mais de 250.000
contratado pela empresa,
regime de reparação de acidentes de trabalho por ano no devendo esta responder
acidentes de trabalho e de nosso país. solidariamente pelo pagamento
doenças profissionais, da indemnização prevista na Lei
incluindo a reabilitação e que regulamenta a reparação de
reintegração profissionais, nos Acidentes de Trabalho e
termos do artigo 284.º do De um ponto de vista jurídico, os Doenças Profissionais n.º
Código do Trabalho, aprovado acidentes de trabalho não são 98/2009 de 4 de setembro. Isto
pela Lei n.º 7/2009, de 12 de todos iguais. O sinistro pode não impede que a companhia de
seguros exerça posteriormente
fevereiro dever-se a circunstâncias fortuitas o seu direito de regresso sobre o
e imprevisíveis ou ser ocasionado responsável pelo acidente.
por falta de medidas de segurança
e higiene no trabalho (atuação
culposa do empregador).

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 227


De acordo com o disposto no
artigo 18º da Lei 98/2009 de 4 de
Se o acidente se deveu a atuação o sinistrado vítima de acidente de
setembro,
culposa do empregador, por trabalho por atuação da
omissão ou incumprimento das entidade
negligentepatronal, deve ser ressarcido
normas de higiene e segurança – sem prejuízo da reparação dos danos
no trabalho, o sinistrado tem patrimoniais e não patrimoniais e
direito não só aos cuidados de outras prestações devidas por atuação
saúde necessários como também não culposa -, “de uma pensão anual
à compensação da totalidade dos ou indemnização diária destinada a
prejuízos causados, patrimoniais reparar a redução na capacidade de
e não patrimoniais. trabalho ou de ganho ou a morte

Contoso
Ltd.
Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho
As indemnizações decorrentes de acidentes de trabalho
ou doenças profissionais têm por base um fator A incapacidade temporária pode ser:
essencial: o grau de incapacidade para o trabalho. ABSOLUTA – nos primeiros 12 meses, o sinistrado tem
De acordo com a legislação vigente, consideram-se dois direito a uma indemnização diária igual a 70% da sua
tipos de incapacidades para o trabalho: retribuição e de 75% após esse período;

a) Incapacidade Temporária PARCIAL: indemnização diária igual a 70% da redução


sofrida na capacidade geral de ganho (quantificada
É atribuída uma incapacidade temporária para
através da IPP).
o trabalho sempre que do acidente resultem limitações
ponto
do de vista funcional que impeçam, total ou
parcialmente, a realização das tarefas profissionais. A
incapacidade temporária é atribuída por um período
máximo de 18 meses, salvo situações excecionais em
que o prazo pode ser prorrogado até aos 30 meses.

Contoso
Ltd.
Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 229
A incapacidade transforma-se em permanente, absoluta A incapacidade permanente pode ser:
(IPA) ou parcial (IPP), se do acidente resultar alguma
PARCIAL: a limitação, em termos funcionais, é parcial,
sequela que afetará definitivamente a capacidade de
podendo o sinistrado continuar a desempenhar a sua
ganho ou de trabalho do sinistrado.
profissão. No entanto e uma vez que essa lesão afetou a
b) Incapacidade Permanente sua capacidade produtiva, o sinistrado tem direito a uma
compensação/indemnização: IPP = ou > 30%
Entende-se por incapacidade permanente os danos
irreversíveis – sequelas ou disfunções – que afetam a Pensão = 70% Rendimento x IPP x Fator de Ponderação
capacidade de ganho do sinistrado. + Subsídio reabilitação (se aplicável)

Dando-se a impossibilidade de restituir ao sinistrado os Sempre que a IPP é igual ou inferior a 30%, há remição
danos causados, este deve receber uma indemnização do capital (a indemnização é paga de uma só vez),
pelos danos patrimoniais futuros, ou seja, a perda de sempre e quando o correspondente à pensão anual não
capacidade de ganho que deriva do acidente. seja superior a seis vezes o valor da retribuição mínima
mensal garantida (RMM).

Contoso
Ltd.
Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 230
ABSOLUTA: - TRABALHO HABITUAL (IPATH) – o valor da IPATH
deve ser fixado entre os 50% e os 70% do
Existem dois tipos de incapacidades absolutas, em
rendimento. Este valor é ponderado de acordo com a
função do grau de limitação funcional para o
maior ou menor capacidade funcional residual para
trabalho:
exercer outras profissões e grau de readaptação
– TODO E QUALQUER TRABALHO (IPATQT) – o exigido ao sinistrado para desempenho da nova
sinistrado tem direito a uma pensão anual vitalícia atividade.
correspondente a 80% do seu rendimento, acrescido
Em ambos os casos, o sinistrado deverá receber uma
em 10% por cada pessoa a seu cargo, até um máximo
indemnização, que poderá ser parcialmente paga de
de 100%, bem como aos subsídios de elevada
uma só vez (remissão do capital) ou como pensão
incapacidade, readaptação de habitação e assistência
anual vitalícia
de 3ª pessoa.

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 231


PRAZOS: Os sinistrados de acidentes de trabalho
têm um período máximo de um ano para
reclamar a indemnização. O prazo tem início a
partir do dia de alta clínica, devendo o trabalhador
fazer a participação do acidente ao Tribunal do
Trabalho durante esse período. Uma vez feita a
participação, o caso poderá ser sempre reaberto.
Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 232
Doenças profissionais

O direito de reparação pelos danos


Integra o conceito de Doença Profissional todas as
enfermidades que constem na Lista de Doenças
emergentes de doenças profissionais obriga
Profissionais e que afetam o trabalhador exposto ao que o trabalhador apresente a respetiva
risco, seja pelo caráter próprio da atividade ou doença profissional e seja demonstrável que
condições, pelo ambiente e técnicas do este esteve exposto ao risco pela natureza da
habitual e pela trabalho de indústria, atividade ou condições, ambiente e
movimentos.
repetição determinados técnicas do trabalho habitual.

A avaliação, atribuição das incapacidades e


reparação das doenças profissionais
Constitui ainda, para efeitos de reparação, a lesão exclusiva
corporal, perturbação funcional ou doença não
diagnosticadas são
incluída na lista, toda aquela que prove ser da responsabilidadedo Centro Nacional de
consequência inevitável da atividade exercida e que Protecção contra os Riscos Profissionais
não resulte do normal desgaste do organismo. (CNPRP).

.
Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 233
O Fundo de Acidentes de Trabalho é um organismo público de cariz essencialmente social e que atua como garante dos direitos
constitucionais dos trabalhadores.

Este Fundo veio substituir os anteriores Fundo de Garantia e Atualização de Pensões (FGAP) e o Fundo de Atualização de Pensões de
Acidentes de Trabalho (FUNDAP).

As suas principais competências são:

–Intervir subsidiariamente em substituição das entidades responsáveis sempre que estas não possam assumir o pagamento das
prestações em que foram condenadas, por insolvência, incapacidade económica, ausência, desaparecimento ou impossibilidade de
identificação da mesma;

–Garantir o pagamento das atualizações das pensões e das prestações de assistência por terceira pessoa e do duodécimo adicional das
pensões para todos os acidentes anteriores a 31/12/1999;

–Assumir o pagamento dos prémios de seguro de acidentes de trabalho das empresas que se encontrem em processo de recuperação
e, por conseguinte, impossibilitadas de o fazer de per si;

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho 234


Diagnóstico de
Conhecimento
s

234
Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho
Normas
e
Procedi
mentos
NORMAS E PROCEDIMENTOS DE
TRABALHO

Uma das formas de diminuir o número de Acidentes de


Trabalho, é criar as Normas de Segurança e os Procedimentos
de Trabalho Seguros, começando pelos casos mais críticos.

Uma vez escritas as Normas e os Procedimentos, deve-se Informar e Formar os


Trabalhadores para a sua utilização.

Vamos definir Norma como:


Um guia estabelecido para o comportamento ou acção.

Procedimento:

É um método estabelecido para levar a cabo, passo a passo uma tarefa


determinada.

Formador S.H.T. 237


Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho
Ou seja:

As Normas de Segurança e Saúde no Trabalho,


são o conjunto de regras estabelecidas para
orientar o cumprimento de um colectivo.

Procedimento de Trabalho, é a actuação passo a passo,


para conseguir o resultado esperado de uma tarefa e ainda
as medidas para eliminar ou controlar os Riscos da mesma.

Formador S.H.T. 238


Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho
NORMAS DE SEGURANÇA

As Normas de Segurança podem ser:


Normas Oficiais, que podem afectar a Empresa e os
Trabalhadores.

 Leis de SHST
 Decretos de SHST
 Directivas UE
 Regulamentos Técnicos

Formador S.H.T. 239


Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho
Normas Particulares da Empresa

 Norma Geral de Segurança


 Normas Gerais do Laboratório
 Normas sobre uso de
Protectores

Formador S.H.T. 240


Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho
Diagnóstico de
Conhecimento
s

240
Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho
Obrigada pela atenção!

FIM

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