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Teoria Cognitivo

Comportamental
na perspectiva de
grupo
Mirla Ruane Santos de Souza
Psicóloga

Mirla Ruane Santos de Souza


Psicóloga
Definição
• É uma abordagem terapêutica estruturada, diretiva, com metas claras e
definidas pelo psicólogo e paciente, focada no momento presente e utilizada
para tratar desde problemas emocionais diversos (Transtornos Psicológicos),
como comportamentos disfuncionais (TOC),
dificuldades relacionais e aprendizagem de novas habilidades.
• Seu objetivo principal é modificar os pensamentos e os sistemas de
significados dos pacientes (Crenças Centrais), buscando uma
alteração emocional e comportamental consolidada e permanente.
• As crenças são construídas desde a infância sendo reafirmadas durante a
vida.
• O terapeuta tem um papel ativo, colaborativo e educativo. Ele prepara o
paciente através de técnicas e atividades de casa, a fim de mudar
pensamentos e crenças. Isto possibilitará mais conhecimento sobre o
funcionamento emocional e comportamental da pessoa em terapia.

Mirla Ruane Santos de Souza


• A abordagem cognitivo-comportamental tem sido adotada nas
mais diversas práticas e modalidades de intervenção, tanto no
enfoque individual como no coletivo. A eficácia das
intervenções nesse âmbito tem sido averiguada há décadas,
desde os primórdios de sua proposição, com os estudos de
Aaron Beck e Albert Ellis (Knapp, 2004), e sua diversificação
em termos práticos tem feito com que seja recomendada como
abordagem indicada em muitos casos de tratamento na saúde
pública (Silva, Pereira, & Aquino, 2011).

Mirla Ruane Santos de Souza


Aaron Beck
Considerado um dos cinco psicoterapeutas
mais influentes de todos os tempos, Aaron
Beck transformou a psiquiatria e a
psicologia ao redor do mundo.

Nascimento 18 de julho de 1921 (98 anos)


Providence, Rhode Island

Cidadania Estados Unidos


Filho(s) Judith Beck
Alma mater Universidade Brown,
Yale School of Medicine

Ocupação psiquiatra, professor universitário,


psicólogo

Prêmios Prêmio Lasker-DeBakey (2006)

Empregador Universidade da Pensilvânia

Campo(s) Psiquiatria

Mirla Ruane Santos de Souza


• A despeito de o foco inicial ser na terapia dos transtornos de
ansiedade e depressão (Clark & Beck, 2012), sua
aplicabilidade tem sido ampliada para as atividades de
promoção de saúde em diversos contextos, sejam clínicos,
escolares, de serviços públicos de assistência à saúde ou
comunitários.

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• a literatura, para além de estudos sobre depressão e ansiedade,
encontra-se, sobre terapia cognitivo-comportamental em grupo
(TCCG), artigos que abordam temas como transtorno
obsessivo-compulsivo, fobia social e compulsão alimentar
periódica (Chacon, Motta, & Belloto, 2003; D'El Rey, Lacava,
Cejkinski, & Mello 2008; Duchesne et al., 2007), obesidade e
emagrecimento (Guimarães, Tavares, & Neumann, 2011;
Neufeld et al., 2012), intervenção em grupo de
socioeducadores (Palma & Neufeld, 2011) e abuso sexual de
crianças e adolescentes (Habigzang et al., 2009), e livros que
descrevem a TCCG com temáticas diversas, como
diagnósticos duplos, transtornos alimentares, terceira idade e
transtorno da personalidade (Bieling, McCabe, Antony, I. H.
Oliveira, & Oliveira, 2008; White & Freeman, 2003).

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• É oportuno lembrar que, de acordo com Neufeld (2011),
existem quatro modalidades de intervenções cognitivo-
comportamentais em grupo:
• 1) socioeducação
• 2) grupos de apoio
3) grupos de orientação e/ou treinamento
4) grupos terapêuticos.

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Técnicas Cognitivas
Comportamentais

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RPD

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Escalas Beck
• São compostas pelo Inventário de Depressão (BDI),
Inventário de Ansiedade (BAI), Escala de Desesperança
(BHS) e Escala de Ideação Suicida (BSI).

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Técnicas de Relaxamento
• Respiração e relaxamento
• Relaxamento muscular progressivo
• Meditação

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Inventário de Habilidades
Sociais (IHS-Del-Prette)
• O instrumento é composto por um Caderno de Aplicação, Folha de Respostas
e um Manual, sendo que o primeiro contém uma folha de rosto com as
instruções e os 38 itens que compõem o teste, cada um descrevendo uma
situação social e uma reação a ela. Solicita-se nas instruções que o indivíduo
faça uma estimativa da freqüência com que ele reage da forma descrita em
cada item, considerando o total de vezes em que se encontrou naquela
situação, numa escala do tipo Likert, com 5 pontos que variam de nunca ou
raramente (a cada 10 situações, reajo dessa forma no máximo 2 vezes) a
sempre ou quase sempre (em cada 10 situações, reajo dessa forma de 9 a 10
vezes). Já para a correção e interpretação, há o crivo de pontuação e inversão
dos itens e uma Folha de Apuração para cada sexo. No manual contém
tabelas de dados normativos para transformação dos escores totais e fatoriais
em percentis por gênero, a tabela para a transformação de Resultado Bruto
dos fatores em Resultado T e um exemplo de caso.

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Exemplo de TCC na
perspectiva de grupo .

Mirla Ruane Santos de Souza


• Participantes
• Após o diagnóstico, os participantes foram agrupados e atendidos em um de dois
grupos: ansiedade social generalizada ou ansiedade social específica. Foram 14
participantes na faixa etária de 18 a 55 anos, e sua maioria era composta por estudantes
universitários, sendo 10 do sexo feminino e 4 do sexo masculino.
• Materiais
• Para a composição dos grupos foram utilizados os seguintes instrumentos: 1) Inventário
de Ansiedade de Beck (BAI), 2) Escala Fatorial de Extroversão (EFEx), 3) Inventário de
Fobia Social (SPIN), 4) Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE), 5) Inventário
de Depressão de Beck (BDI I) e 6) Entrevista diagnóstica guiada por uma estrutura de
perguntas baseada no DSM-IV (Manual diagnóstico e estatístico de transtornos
mentais) (American Psychiatric Association [APA], 2002).
• Procedimento
• As atividades foram desenvolvidas por uma equipe composta por psicólogos, alunos
bolsistas e voluntários, coordenada pela autora relatora dessa experiência. A partir da
divulgação na mídia universitária, os interessados marcavam uma entrevista por telefone
ou pessoalmente e nesta, respondiam aos inventários para diagnosticar a presença de
ansiedade social generalizada ou específica. Os grupos foram compostos por
participantes (pacientes), observador, colíder e líder. No geral, a intervenção ocorreu em
12 encontros semanais em dia e horário fixos, com duração de 2h30min cada.

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Intervenções na
Dependência Química
• Fase 1 – Os estímulos de alto risco - Pessoas, lugares e
objetos relacionados com o uso da droga funcionam como
estímulos externos. Por exemplo: ex-companheiros de uso,
fornecedores, locais onde usava, objetos que utilizava para se
drogar, objetos semelhantes à droga (pós, líquidos, cigarros),
comerciais de rádio e TV, músicas que descrevem ou exaltam
o uso de drogas, filmes que mostram rituais de drogas, etc.

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• Fase 2 – As crenças ativadas sobre o uso de drogas - Beck
preconiza que as crenças adictivas giram em torno da busca de
prazer, da solução de problemas e do alívio do desconforto e
variam de pessoa para pessoa e com o tipo de droga preferida.
Entre as crenças adictivas, cita:
• • a droga é necessária para manter o equi­líbrio psicológico ou
emocional;
• • a droga melhorará o funcionamento so­cial e intelectual;
• • a droga trará prazer e excitação;
• • a droga fornecerá força e poder;
• • a droga terá efeito calmante;

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• Fase 3 – Os pensamentos automáticos (PA)- Na TCC dos
dependentes químicos, os pacientes necessitam se
tornar experts em mo­nitorar esses pensamentos. Devem,
imediata­mente após o surgimento da fissura, iniciar a
investigação, procurando identificar o(s) pensamento(s)
automático(s), desafiá-lo(s), exa­minar sua validade e utilidade
e trabalhar em sua modificação, reconhecendo os efeitos
desses PA em suas sensações físicas e na vontade de usar a
droga.

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• Fase 4 – A fissura (craving)- É fundamental que o paciente
seja esclarecido sobre a fissura: quando e por que ocorre,
quanto tempo dura, quais são seus sintomas, seus
desencadeantes, os tipos, etc. A identificação das crenças
disfuncionais sobre fissura, relevantes para o paciente, pode
ser feita no trabalho clínico e também por meio de inventários.

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• Fase 5 – As crenças permissivas ativadas- Os pacientes,
quando não estão experimentando a fissura, geralmente são
capazes de reconhecer as consequências prejudiciais do uso da
droga e a necessidade de evitá-la. Com a intensificação
do craving, são ativadas crenças de que não há razões fortes o
suficiente para não usar ou de que há razões que justificam o
uso, apesar das consequências: são as crenças permissivas.

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• Fase 6 – O plano de ação e a implementação- Planos de
ação alternativos podem e devem ser elaborados e testados.
Assim, para preparar o paciente para enfrentar esta fase, ele
deve ser treinado em:
• – identificar os planos de ação e os métodos padronizados que
utiliza em suas recaídas;
• – elaborar planos de ação e comportamentos alternativos;
• – afastar fatores que facilitem a recaída.

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• Fase 7 – O uso continuado- O reinicio do uso da substância,
além de reativar os mecanismos bioquímicos da dependência
(mais ou menos intensos de acordo com a droga envolvida, as
características do paciente e a severidade e fase de sua
adicção), costuma desencadear sentimentos importantes de
culpa, fracasso, auto-recriminação.

Mirla Ruane Santos de Souza


• Nesta fase é importante avaliar a motivação do paciente. Para
isso, além da avaliação clínica, existem questionários
específicos. Um dos mais utilizados é o URICA (University of
Rhode Island Change Assesment), que avalia a motivação do
paciente, classificando-o de acordo com os “estágios de
motivação para a mudança” estabelecidos por Prochaska e Di
Clemente. Essa classificação localiza o paciente como
predominantemente em pré-contemplação (nem pensa em
interromper o uso, fazer qualquer mudança),
em contemplação (está ambivalente, pensa em modificar seu
hábito mas também em conservá-lo), em determinação (está
decidido a modificar seus hábitos), em preparação (elabora
estratégias de mudança), em ação (está engajado em ações
específicas para chegar a uma mudança), em manutenção (está
engajado em manter a modificação conseguida) ou
em recaída (retorno ao uso dependente da droga).

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Grupo de Apoio
• Muitos estudos confirmaram a efetividade da terapia cognitivo
comportamental no tratamento do alcoolismo
• (manejo da depressão)
• (manejo da ansiedade),
• (treinamento de habilidades intra e interpessoais, identificação
de situações de alto risco, reestruturação cognitiva),
• (treinamento da assertividade)
• (treinamento de relaxamento).

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Modelo de Grupo de
Apoio
• 27 sessões de 90 minutos com frequência de duas vezes por
semana.
• A primeira sessão serve para introduzir o plano de trabalho, as
regras e normas que guiarão o trabalho em grupo,
apresentação de cada membro, incluindo um relatório breve de
seu problema para propósitos de avaliação. Os objetivos
podem ser deixar os pacientes confortáveis, interagindo entre
si e sendo aconselhados sobre os princípios gerais do grupo,
objetivos, procedimentos e regras. O modelo de prevenção de
recaídas pode ser introduzido, bem como o modelo cognitivo e
o modelo de treinamento de habilidades sociais

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• A segunda sessão pode ser usada para gerenciar pensamentos
relativos ao álcool, na qual, através de discussões e exercícios
em grupo, pode-se incentivar o uso de pensamentos substitutos
para pensamentos sobre bebida. Pode-se realizar uma matriz
de vantagens e desvantagens referentes ao comportamento de
beber para tornar mais explícito os benefícios de não beber
comparados aos de beber, baseado na experiência prévia de
cada membro com a bebida.

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• A terceira sessão pode ser dedicada ao desenvolvimento de
estratégias de resolução de problemas, reconhecendo que os
problemas de fato existem, mas que podem ser resolvidos. O
primeiro passo é saber como identificar o problema. Deve-se
realizar um brainstorm, no qual soluções diferentes, mesmo aquelas
que são aparentemente estranhas, são propostas. Os prós e contras
de cada solução devem ser objetivamente analisados, e uma
hierarquia deve ser estabelecida, na qual a alternativa mais
promissora é selecionada e usada. Se funcionar e resolver o
problema, então é suficientemente bom; se não, o item seguinte
deve ser usado, depois o próximo, e assim sucessivamente.
Técnicas de dramatização e discussão de grupo também podem ser
usadas.

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