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PROCESSO PIROMETALÚRGICO

DO OURO
PROCESSO PIROMETALURGICO DO
OURO

Danielle Moura Borges


Laís Silveira de Alencar Souza
Ramon Leite da Silva
Renato
Solange
INTRODUÇÃO
O ouro é um elemento conhecido por sua maleabilidade, densidade e
resistência à corrosão.

Seu processamento envolve técnicas como moagem, cianetação e


flotação para separá-lo de minerais e impurezas.

O processo metalúrgico inclui etapas complexas de extração, refino e


purificação, visando produzir ouro de alta pureza para uso industrial e
joalheria.
PREPARAÇÃO
O Processo de preparação do ouro, abrange as etapas de britagem,
peneiramento, moagem e classificação.

• Na britagem primária do processamento de ouro, o minério é


triturado para reduzir seu tamanho, aumentando a exposição do
ouro e facilitando a extração. Isso é feito por britadores de
mandíbulas de dois eixos ou por britadores de impacto, escolhidos
conforme as características do minério e as necessidades de
processamento.
Britadores
Na britagens secundárias e
terciárias, são empregados
britadores cônicos. Este
britador permite que o material
seja reduzido ainda mais o
tamanho do material triturado
PREPARAÇÃO
• Peneiramento: peneiras vibratórias são usadas após a britagem de minério
de ouro para separar e classificar partículas por tamanho. Isso melhora a
qualidade do processo, elimina minerais indesejados e prepara o minério
para etapas seguintes de extração.

• Moagem: moinhos de bolas são usados na cominuição de minérios de ouro,


reduzindo o minério previamente britado a partículas finas. A moagem
aumenta a área superficial para reações químicas, auxiliando na liberação do
ouro contido nas partículas. A eficiência da extração depende da moagem
fina para ampliar o contato entre o ouro e a matriz mineral circundante.
PREPARAÇÃO
• Classificação consiste em separar uma população de partículas em
duas outras, uma com proporção significativamente maior de
partículas grosseiras outra com proporção significativamente maior de
partículas finas.

• Importância da classificação:
• Otimização do processo de extração;
• Eficiência da operação;
• Controle da granulometria;
• Melhoria da qualidade do produto.
CONCENTRAÇÃO DO OURO
• A concentração no processo de mineração de ouro envolve
aumentar a quantidade de partículas de ouro no minério
previamente classificado. Isso é feito para separar o ouro de outros
minerais, gerando um concentrado de ouro mais rico, facilitando o
tratamento posterior.
• Métodos como cianetação, amalgamação, flotação, gravidade,
lixiviação e separação eletrostática são usados para concentração.
Essa etapa é crucial para otimizar a extração de ouro e diminuir a
quantidade de materiais sem valor a serem processados.
CONCENTRA
ÇÃO DO
OURO
• A escolha do método
depende das propriedades do
minério, regulamentações
ambientais e práticas
industriais regionais.
• No Brasil, os principais
métodos de concentração são
a flotação e a gravidade,
escolhidos com base no
tamanho das partículas e na
associação do ouro com
sulfetos.
Concentração Gravítica
• O processo de concentração gravítica na mineração de ouro envolve
várias etapas, dentre elas são:
• Preparação do Minério;
• Classificação;
• Alimentação do Concentrador Gravítico;
• Mesa Concentradora;
• Lavagem e Escoamento;
• Coleta do Concentrado.
Concentração
por Flotação
• A flotação é uma
técnica usada para
concentrar minérios de
ouro e outros minerais,
separando partículas
valiosas das não
valiosas.
Concentração por Flotação
• Bolhas de ar são introduzidas na suspensão aquosa do minério,
aderindo às partículas de ouro e outros minerais.

• As bolhas transportam essas partículas até a superfície, onde são


coletadas como um concentrado enriquecido em ouro. A flotação é
um processo que envolve múltiplas etapas.
Concentração por Flotação
• Etapas da flotação:
• Preparação do Minério: O minério de ouro é triturado e moído para reduzir seu
tamanho, aumentando a área de superfície disponível para reações.
• Moagem: O objetivo é reduzir o minério a um tamanho adequado para a flotação,
expondo as partículas de ouro e minerais associados.
• Adição de Reagentes: Reagentes como coletores, modificadores e espumantes são
adicionados à suspensão do minério. Coletores tornam as partículas de ouro
hidrofóbicas, modificadores controlam a interação de outros minerais com coletores e
espumantes criam bolhas de ar estáveis.
Concentração por Flotação
• Etapas da flotação:
• Formação de Bolhas de Ar: Ar é injetado na suspensão, formando bolhas que se
aderem às partículas hidrofóbicas dos minerais valiosos, formando espuma
mineralizada.
• Espumação: A espuma mineralizada flutua na superfície da célula de flotação,
transportando as partículas aderentes para a superfície.
• Coleta do Concentrado: A espuma contendo as partículas aderentes é coletada como
concentrado enriquecido em ouro.
• Descarte das Partículas Não Valiosas: Partículas não valiosas afundam e são
descartadas como rejeitos. A etapa de flotação separa o ouro e outros minerais valiosos
dos não valiosos.
Concentração por Flotação
A flotação é uma técnica complexa que demanda compreensão
detalhada das propriedades minerais e uso preciso de reagentes
químicos.

Seu sucesso na concentração de ouro requer seleção adequada de


reagentes, otimização de processos e consideração das características
do minério. Essencial na mineração de ouro, gera concentrado
enriquecido viável para processos subsequentes.
PROCESSO PIROMETALÚRGICO
DO OURO
O processo pirometalúrgico do ouro é um método de extração e
refino do ouro que envolve o uso de altas temperaturas para
separar o ouro de outros materiais presentes no minério. Esse
processo é realizado em fornos ou fornalhas especiais, onde o
minério é aquecido a temperaturas elevadas para fundir e
separar os componentes.
PROCESSO PIROMETALÚRGICO
DO OURO
 Separação Eficaz: O calor extremo usado no processo pirometalúrgico permite a fusão
dos minerais em diferentes pontos de fusão. Isso ajuda a separar fisicamente o ouro e
outros minerais, permitindo que o ouro seja isolado de forma mais eficaz.

 Redução de Impurezas: O processo pirometalúrgico pode eliminar ou reduzir


significativamente impurezas e minerais indesejados presentes no minério de ouro,
deixando um produto mais puro.
FLUXOGRAMA PIROMETALÚRGICO DO OURO

Na₂B₄O₅₄·₈H₂O;
O₂ NaCN; CaO NaCl; SiO₂

Minério Cominuição Lixiviação Filtração Recuperação Fusão


Au

Ganga Drenagem Escória


FLUXOGRAMA PIROMETALÚRGICO DO OURO
Na₂B₄O₅₄·₈H₂O;
O₂ NaCN; CaO NaCl; SiO₂

Minério Cominuição Lixiviação Filtração Recuperação Fusão


Au

Ganga Drenagem Escória

2Au + 4NaCN + O2 + 2H2 O = 2NaAu(CN)2 + 2NaOH + H2 O2


2Au + 4NaCN + H2 O2 = 2NaAu(CN)2 + 2NaOH

4Au + 8NaCN + O2 + 2H2 O = 4NaAu(CN)2 + 4NaOH


FLUXOGRAMA PIROMETALÚRGICO DO OURO
Na₂B₄O₅₄·₈H₂O;
O₂ NaCN; CaO NaCl; SiO₂

Minério Separação
Cominuição Lixiviação Recuperação Fusão
gravimétrica Au

Ganga Drenagem Escória

Mesa
Jigue Concentrador Knelson Concentrador Falcon
Processo Pirometalúrgico do ouro
Na₂B₄O₅₄·₈H₂O;
O₂ NaCN; CaO NaCl; SiO₂

Minério Separação
Cominuição Lixiviação Recuperação Fusão
gravimétrica Au

Ganga Drenagem Escória

Reações Anódicas
4OH- O2 + 2H2O + 4e- ; Eo = 0.401V (1)
2H2O O2 + 4H+ + 4e-; Eo = 1,229V (2) O mecanismo da redução eletrolítica do complexo Au(CN)2 - provavelmente
CN- + 2OH- CNO- + H2O +2e- ; Eo = -0.96V (3) ocorre em duas etapas, sendo apenas a segunda de natureza eletroquímica
2CN- + O2 (aq) ® 2CNO- (4) (Harrison e Thompson, 1973; Mac Arthur, 1972):
Au(CN)2 - AuCNads + CN- (9)
AuCNads + e- Au + CN- (etapa lenta) (10)
Reações Catódicas
dando como resultado a reação global (5)
Au(CN)2 - + e- Au + 2CN- ;Eo = -0.595V (5)
O2 + 2H2 O + 4e- 4OH- ;Eo = 0.401V (6)
O2 + H2 O + 2e- OH- +HO2 - ;Eo = -0.065V (7)
2H2 O + 2e- H2 + 2OH- ;Eo = -0.828V (8)
Processo Pirometalúrgico do ouro
Na₂B₄O₅₄·₈H₂O;
O₂ NaCN; CaO NaCl; SiO₂

Minério Separação
Cominuição Lixiviação Recuperação Fusão
gravimétrica Au

Ganga Drenagem Escória

Resumidamente o processo consta de: Reações de cloretação


• fusão do ouro com adição de Zn + Cl2 = ZnCl2
fundentes; Pb + Cl2 = PbCl2
• injeção controlada de gás cloro; Fe + Cl2 = FeCl2
• remoção das impurezas em forma de 2 Cu + Cl2 = Cu2 Cl2
cloretos; Ni + Cl2 = NiCl2
• verificação do final do refino. 2 Ag + Cl2 = 2 AgCl
GERAÇÃO DE RESÍDUOS
No processo de concentração do ouro, vários tipos de resíduos podem ser gerados, e a forma como esses resíduos
são tratados e gerenciados é crucial para minimizar os impactos ambientais. Alguns dos resíduos gerados no processo
de concentração do ouro incluem:

 Rejeitos de Flotação ou Gravidade: Após o processo de flotação ou gravidade, os resíduos consistem


principalmente em materiais não valiosos que não foram separados durante o processo. Esses resíduos podem
conter minerais indesejados, partículas finas e água utilizada no processo.

 Lamas de Cianetação: No processo de cianetação, os resíduos geralmente são lamas que contêm partículas finas de
minerais, bem como a solução de cianeto não consumida. Esses resíduos são conhecidos como "caudas" e podem
conter cianeto residual e outros produtos químicos.
GERAÇÃO DE RESÍDUOS
A finalidade dada aos rejeitos depende das práticas da indústria, das regulamentações ambientais e das
características específicas do local de mineração. Alguns dos usos comuns para os rejeitos incluem:

 Armazenamento em Barragens de Rejeitos: Os rejeitos podem ser armazenados em barragens de rejeitos


projetadas para conter e controlar o fluxo de água e resíduos. Barragens de rejeitos devem ser projetadas de
forma a minimizar o risco de rupturas e vazamentos que possam contaminar o meio ambiente.

 Reprocessamento: Em alguns casos, os rejeitos podem ser reprocessados para tentar recuperar ainda mais
ouro ou outros minerais valiosos que possam ter sido perdidos durante o processo inicial de concentração.
GERAÇÃO DE RESÍDUOS
Os impactos ambientais associados aos rejeitos no processo de concentração do ouro podem incluir:

 Contaminação da Água: Os rejeitos podem conter substâncias químicas como cianeto, metais pesados e outros produtos químicos
utilizados no processo de extração. Se esses rejeitos não forem adequadamente gerenciados, podem contaminar as águas subterrâneas
e superficiais, prejudicando os ecossistemas aquáticos e a saúde humana.

 Danos aos Ecossistemas Terrestres: Barragens de rejeitos mal projetadas ou operadas podem causar erosão do solo, deslizamentos de
terra e degradação de habitats terrestres.

 Riscos de Desastres Ambientais: Rupturas ou vazamentos de barragens de rejeitos podem resultar em desastres ambientais graves, como
o ocorrido em Brumadinho, Brasil, em 2019, que resultou em perdas humanas e graves impactos ambientais.

 Acidificação e Drenagem Ácida: Algumas vezes, os resíduos podem conter minerais sulfetados que, quando expostos ao ar e à água,
podem gerar ácido sulfúrico e causar a drenagem ácida, o que prejudica rios e solos.
DESCARTE DE
RESÍDUOS
É de vital importância que indústrias adotem práticas responsáveis no que diz respeito ao
descarte de resíduos na indústria de mineração de ouro. Ao fazê-lo, é possível atenuar os
efeitos adversos sobre o ambiente e assegurar a proteção das comunidades circunvizinhas e
dos ecossistemas. Isso se reflete em um compromisso sólido em mitigar os impactos
prejudiciais que a atividade mineradora pode gerar, enquanto se busca manter um equilíbrio
entre a exploração econômica e a responsabilidade ambiental.
DESCARTE DE
RESÍDUOS
Os custos associados à destinação dos resíduos gerados no processo de concentração de ouro podem variar
significativamente dependendo de vários fatores, como o volume de rejeitos produzidos, os métodos de gerenciamento
utilizados, as regulamentações locais e as práticas específicas da indústria.

Podemos citar alguns fatores que influenciam nos custos:

 Volume de Resíduos: Quanto maior o volume de rejeitos gerados, maior será a necessidade de espaço para
armazenamento ou disposição.

 Método de Gerenciamento: A escolha entre armazenamento em barragens de rejeitos, reprocessamento ou outros


métodos de tratamento e disposição terá um impacto nos custos. Barragens de rejeitos, por exemplo, exigem
planejamento, construção e monitoramento rigorosos, o que pode aumentar os custos a longo prazo.
DESCARTE DE
RESÍDUOS
 Regulamentações Ambientais: As regulamentações locais e nacionais podem impor requisitos específicos para o
tratamento e a disposição de resíduos, o que pode impactar os custos de conformidade.

 Tecnologias de Tratamento: Se a mina optar por tecnologias avançadas de tratamento de resíduos, como a recuperação
de água e a neutralização de cianeto, os custos podem ser mais elevados devido à infraestrutura e ao pessoal
necessários.

 Monitoramento e Manutenção: Barragens de rejeitos, por exemplo, exigem monitoramento e manutenção contínuos
para garantir a segurança e a conformidade com as regulamentações, o que também pode aumentar os custos.
REFERÊNCIAS
PERES, Antônio Eduardo Clark et al. Beneficiamento de minério de ouro.
Disponível em: http://mineralis.cetem.gov.br/bitstream/cetem/1219/1/extracao-ouro%20cap.2.pdf
Obtido em 15 de agosto de 2023.

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século XVIII e início do XIX. 2009.
Disponível em: https://repositorio.pucsp.br/handle/handle/13443
Obtido em 21 de agosto de 2023.

DE OLIVEIRA, Fabricia Benda; DA SILVA CANDOTTI, Calvin; DE ABREU MARQUES, Rodson. Geologia Aplicada.
2008. Disponível em:
https://geologia.ufes.br/sites/geologia.alegre.ufes.br/files/field/anexo/
geologia_aplicada_vol_4_fabricia_0.pdf
Obtido em 21 de agosto de 2023.
REFERÊNCIAS
PROCESSO PIROMETALÚRGICO DO OURO
Disponível em: http://mineralis.cetem.gov.br/bitstream/cetem/687/1/extracao-ouro.pdf
Obtido em 28 de agosto de 2023.
LINS, Fernando Antonio Freitas. Concentração gravítica.
Disponível em: http://mineralis.cetem.gov.br/bitstream/cetem/735/1/CCL00290010.pdf
Obtido em 29 de agosto de 2023.
CHAVES, Arthur Pinto; LEAL FILHO, Laurindo de Salles; BRAGA, Paulo Fernando Almeida. Flotação.
Disponível em: http://mineralis.cetem.gov.br/bitstream/cetem/2181/1/Tratamento%20de%20Min%C3%A9rios%206a
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Obtido em 29 de agosto de 2023.
REFERÊNCIAS
OLIVEIRA, W. S. et al. Uso da flotação para o aproveitamento de um rejeito fino de minério de ouro.
Proceedings of the XXVI Encontro Nacional de Tratamento de Minérios e Metalurgia Extrativa, 2015.
Disponível em: https://artigos.entmme.org/download/2015/flota%C3%87%C3%83o/OLIVEIRA,%20W.S._NEVES,
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Obtido em 30 de agosto de 2023.

PROCESSAMENTO DE MINÉRIOS DE OURO, SOCIEDADE BRASILEIRA DE GEOLOGIA, 2019.


Disponível em:
http://sbgeo.org.br/assets/admin/imgCk/files/Anais/ANAIS_RESUMOS_GEOSUDESTE_2019_SBG.pdf
Obtido em 30 de agosto de 2023.
REFERÊNCIAS
GOMES, ACF; ROCHA, SDF. AMOSTRAGEM DE REJEITO DE GARIMPO DE OURO NO ESTADO
DE MATO GROSSO PARA USO EM SOLO CIMENTO. ENCONTRO NACIONAL DE TRATAMENTO
DE MINÉRIOS E METALURGIA EXTRATIVA, XXVIII, 2019.
Disponível em: https://www.entmme2019.entmme.org/trabalhos/009.pdf
Obtido em 30 de agosto de 2023.
CERCEAU, CRISTIANE ISAAC. CARACTERIZAÇÃO DO RESÍDUO COPELA GERADO NA
DETERMINAÇÃO DE OURO PELO MÉTODO DO CHUMBO-FIRE-ASSAY E ESTUDOS DE
RECICLAGEM DO CHUMBO PRESENTE NESTE RESÍDUO. 2011.
Disponível em https://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/2190
Obtido em 30 de agosto de 2023.

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