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Bioquímica Clínica e

citologia
Werner Bessa Vieira
Citologia cérvico-vaginal – Coleta, fixação,
coloração e achados

• Assunto 1 – Coleta
• Assunto 2 – Fixação
• Assunto 3 – Coloração
• Assunto 4 – Achados.
Coleta

• A fase pré-analítica corresponde à etapa que vai da


coleta até a montagem da lâmina, passando pela
fixação e coloração. É nessa fase que acontecem
falhas com consequências importantes na leitura e
interpretação.
• Atualmente a coleta é realizada por raspagem da
mucosa com espátula de Ayres e escova endocervical
(cytobrush), além do uso do espéculo para visualizar
o colo uterino.
• A coleta deverá ser direcionada para ectocérvice
(colo uterino e canal endocervical).
Coleta

• Materiais Necessários para Coleta


• Sala de coleta bem iluminada arejada com banheiro e biombo para
troca de roupa.
• Mesa ginecológica com suporte para as pernas.
• Foco de luz direcionável, preferencial fria, de LED.
• Espéculos descartáveis de tamanhos pequeno, médio e grande.
• Espátula de Ayre, escovinha citológica.
• Lâminas de vidro com ponta fosca.
• Fixador (álcool etílico absoluto ou 95% ou aerossol – a definir pelo
citologista).
• Porta-lâminas e etiquetas para identificação.
• Pinça de Cheron e gaze para remoção, quando necessária, de exsudato
inflamatório ou secreções.
Fixação

• O processo de fixação visa preservar o estado


morfológico das células e para isso deve ser realizado
imediatamente após a coleta da amostra para evitar a
dissecção e consequente deformidade celular e alteração
das suas afinidades tintoriais.
• A fixação pode ser feita com álcool etanol ou metanol
absoluto, álcool e éter, conforme indicava a técnica de
Papanicolaou.
• Na citologia em base líquida o fixador é a própria solução
de armazenamento, enquanto na citologia convencional
o mais utilizado é aerossol (spray) à base de álcool
(etanol ou isopropílico).
Fixação

• No ato da fixação da amostra a lâmina deverá ser


completamente coberta pela substância fixadora,
evitando áreas de má fixação.
• Não se deve utilizar o jato de spray muito próximo à
lâmina em razão da possibilidade de deslocar o
material de origem.
• Decorrida a fixação a lâmina poderá seguir para
coloração ou ficar arquivada por dias em
temperatura ambiente em local seco e com pouca
luz, evitando o desenvolvimento de microrganismos,
como fungos.
Aproximadamente 30 cm de
distância.
Coloração

• A coloração de escolha para citologia cervicovaginal


é a preconizada por Papanicolaou que ao longo dos
tempos sofreu pequenas modificações.
• Também é possível utilizar outros métodos,
dependendo do objetivo do estudo: May-Grunwal-
d-Giemsa (MGG), leishman, hematoxilina-eosina
(HE), coloração rápida (Panóptica – Diff-Quick)
entre outros.
Coloração

• A coloração de Papanicolaou baseia-se em três


corantes: hematoxilina, EA e Orange, cada um com
atuações distintas:
- Metatoxilina: A hematoxilina é responsável pela
coloração do núcleo por oxidação, realizado pelo
mercúrio que se transforma em hemateína. A
hematoxilina reage com os ácidos nucleicos, cora o
núcleo em púrpura.
- EA-36, EA-65, Orange: É uma solução de corantes
verde, amarelo e pardo (corantes citoplasmáticos).
Qualidade e Adequabilidade da Coleta

• Deve ser considerado satisfatório o esfregaço que


apresentar representação de componentes da JEC
(células epiteliais escamosas e glandulares).
• Recomenda-se para citologia convencional
aproximadamente um mínimo de 8.000 a 12.000
células epiteliais escamosas bem preservadas e
bem visualizadas, incluindo as células em
metaplasia.
Qualidade e Adequabilidade da Coleta

• O Sistema Bethesda recomenda:


• Na citologia convencional por campo, focado na objetiva 4×:
- Até 75 células, a amostra é considerada insatisfatória.
- Aproximadamente 150 células, atende o mínimo
necessário.
- Aproximadamente 500 células, em um mínimo de 16
campos com celularidade similar (ou maior) é considerada
adequada.
- Aproximadamente 1.000 células em um mínimo de 8
campos com celularidade similar (ou maior) ou 1.400
células com, no mínimo, seis campos similares são
consideradas adequadas.
Achados
• FLORA VAGINAL NORMAL:
- A flora vaginal normal é composta por bactérias aeróbicas e anaeróbicas facultativas
comensais, como lactobacilos, peptococcos, peptostresptococos e fungos.
- Predomínio de lactobacilos (bacilos de Döderlein).
- Os bacilos de Döderlein são bactérias Gram-positivas.
Achados
• AGENTES INFECCIOSOS E INFLAMATÓRIOS:
- Gardnerella vaginalis (aderem na superfície de células escamosas).
- Mobilluncus (levemente curvos).
- Mycoplasma (São causadores de infecções urinárias, doença
inflamatória pélvica, infecções puerperais, aborto habitual e
esterilidade por alteração dos espermatozoides).
- Cococ gram-positivos: Peptococcus, e Peptostreptococcus.
- Cocos gram-negativos: Neisseria gonorrhoeae
- Neisseria gonorrhoeae.
- Chlamydia Trachomatis.
- Candida albicans.
- Trichomonas Vaginalis.
HPV
• Das alterações citopáticas do HPV a principal é a coilocitose,
observada em células escamosas superficiais e
intermediárias, caracterizadas pela presença de grande halo
perinuclear irregular delimitado, binucleação e núcleos
atípicos (hipercromasia e irregularidade no contorno
nuclear).
Revisão

• Cuidados na coleta e fixação


• Passo a passo da coloração.
• Células normais
• Achados: Gardnella vaginallis e HPV.

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