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DIREITO PENAL

MILITAR
Cap QOC 01.627 Marciel Alves Ribeiro

1
NOÇÕES HISTÓRICAS

O Direito Penal Militar tem sua origem no Império


Romano. O exército de Roma era julgado pelo Conselho
de Guerra que condenava o transgressor a “bastonadas”.
A intensidade da pena dependia da gravidade da falta
cometida.
NOÇÕES HISTÓRICAS

• Direito Militar = Direito Castrense

• A Palavra Castrense deriva do Latim CASTRENSIS


que significa algo relativo ao acampamento militar,
ao exército.
NOÇÕES HISTÓRICAS

A primeira legislação penal militar no Brasil


refere-se aos artigos de guerra do Conde de Lippe,
aprovados em 1763.
Com a chegada de D. João VI ao Brasil criou-
se o Conselho Supremo Militar e de justiça, por meio
da edição do Alvará de 21 de abril de 1808.
NOÇÕES HISTÓRICAS

Em 1834, a Provisão de 20 de outubro passou a


prever crimes militares, que foram separados em duas
categorias: os cometidos em tempo de paz e os cometidos
em tempo de guerra.
Em 1891 passou a vigorar o primeiro Código Penal
Militar, denominado Código da Armada que inicialmente era
aplicado somente à marinha. Posteriormente, através de
Decretos, seu alcance foi estendido ao Exército e à
Aeronáutica.
NOÇÕES HISTÓRICAS

Em 1944 foi editado o segundo Código Penal


Militar, desta vez aplicado à Marinha, Exército e
Aeronáutica.
Finalmente, em 1° de janeiro de 1970 passou a
vigorar o Atual Código Penal Militar, expedido pelo
Decreto-Lei n. 1.001, de 21 de outubro de 1969.
CONCEITO

Direito Penal Militar é o ramo do Direito Penal


que estabelece as regras jurídicas vinculadas à
proteção das instituições militares e ao cumprimento
de sua destinação constitucional.
(Marcelo Urzeda)
CARÁTER ESPECIAL

É especial porque, ao contrário do Direito Penal, que se


destina a todos, o Direito Penal Militar se destina, em regra,
somente aos militares.

É especial, ainda, porque a CF/88 atribui à Justiça


Castrense a Competência para processar e julgar os crimes
tipificados na referida norma. (Foro especial)
• (exceção: Crime doloso contra vida praticado por militar contra civil - Regulado pela Lei 9.299/96 e, após a EC n. 45, pelo
artigo 125 da CF/88)
PRINCÍPIOS

Para Miguel Reale princípios são


enunciações normativas de valor genérico, que
condicionam e orientam a compreensão do
ordenamento jurídico, a aplicação e integração
ou mesmo para a elaboração de novas normas.
São verdades fundantes de um sistema de
conhecimento.
DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

A Constituição Federal de 1988 traz como


fundamentos da República Federativa do Brasil e
consequentemente, do Estado Democrático de
Direito, a dignidade da pessoa humana:
“Art. 1º A República Federativa do Brasil,
formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em
Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
III – a dignidade da pessoa humana.”
DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

Esta reconheceu na dignidade pessoal a


prerrogativa de todo ser humano em ser
respeitado como pessoa, de não ser prejudicado
em sua existência (a vida, o corpo e a saúde) e de
fruir de um âmbito existencial próprio.
PRINCÍPIOS:

O princípio da legalidade é derivado do art. 1º do


CPM – “Não há crime sem lei anterior que o defina,
nem pena sem prévia cominação legal”.

Princípio da Legalidade: é gênero que


compreende duas espécies: reserva legal e
anterioridade da lei penal.
PRINCÍPIOS:

Princípio da reserva legal: somente a lei, em


seu sentido mais estrito, pode definir crimes e
cominar penalidades, pois a matéria penal deve ser
expressamente disciplinada por uma manifestação de
vontade do poder estatal a que, por força da
Constituição, compete a faculdade de legislar, isto é,
o poder legislativo.
PRINCÍPIOS

Princípio da Anterioridade da Lei Penal: Para que


qualquer fato possa ser considerado crime, torna-se
indispensável que a vigência da lei que o defina como tal
seja anterior ao próprio fato.
PRINCÍPIOS

Irretroatividade: A lei não retroage, salvo em beneficio


do réu (CF/88, art. 5º, XL).

A proibição da retroatividade não se restringe às penas, mas a


qualquer norma de natureza penal, ainda que da Parte Geral do Código
Penal. Como regra toda e qualquer norma que venha a criar, extinguir,
aumentar ou reduzir a satisfação do direito de punir do Estado deve ser
considerada de natureza penal.
PRINCÍPIOS

Taxatividade: As lei devem ser precisas,


explicitando a conduta que se pretende punir. Não são
aceitas leis vagas ou imprecisas e nem o uso de analogia
ou interpretação extensiva por parte do Juiz, visando
agravar a situação do acusado.
PRINCÍPIOS

Princípio da Alteridade: Proíbe a incriminação de


atitude meramente interna, subjetiva do agente e que, por
essa razão, revela-se incapaz de lesionar o bem jurídico. O fato
típico pressupõe um comportamento que transcenda a esfera
individual do autor e seja capaz de atingir o interesse do outro
(altero).
PRINCÍPIOS

Principio da Individualização da pena: Estabelece o direito


de todo condenado a ser submetido a uma pena compatível com
seu grau de culpabilidade, atendido os limites e parâmetros
estabelecidos pela lei.
• Três momentos: pelo legislador; pelo juiz na dosimetria da
pena, e na fase de execução penal.
Obs: Prog. Regime 1/6 – 2/5 hed. 1° - 3/5 hed. rein.
PRINCÍPIOS

Princípio da humanidade das penas: Vedação


de aplicação de penas cruéis.

Art. 5º da CF/88
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
PRINCÍPIOS

Princípio da intranscendência da pena:

Art. 5º da CF/88

XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado,


podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do
perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido.
APLICAÇÃO DA LEI PENAL

LEI PENAL MILITAR NO TEMPO


Tempo do crime militar

• CPM, Art. 5º - Considera-se praticado o crime no


momento da ação ou omissão, ainda que outro seja
o do resultado.

• O Código Penal Militar adotou a teoria da atividade,


uma vez que o momento da conduta (ação ou
omissão) será considerado o da prática do crime.
Retroatividade de lei mais
benigna

• CPM, Art. 2º, §1º- A lei posterior que, de qualquer


outro modo, favorece o agente, aplica-se
retroativamente, ainda quando já tenha sobrevindo
sentença condenatória irrecorrível.

• Considera-se mais benéfica lei que reduza a pena,


facilita a progressão de regime, etc.
Novatio legis in pejus

• Leis novas que tornam típicas condutas que antes


eram permitidas e leis que agravem uma situação
penal já existente não retroagem.
APLICAÇÃO DA LEI
PENAL

LEI PENAL MILITAR NO


ESPAÇO
Lugar do crime

• A doutrina apresenta três teorias:


a. Teoria da atividade: defende que o local do crime
é aquele em que se iniciou a execução da conduta
típica.

b. Teoria do resultado: defende que o local do crime


é aquele em que se produziu o efeito.
Lugar do crime

c. Teoria da ubiquidade: afirma que o lugar do crime


é tanto aquele em que se iniciou sua execução,
como aquele em que ocorreu o resultado.
• Quanto aos crimes omissivos, o CPM adota a
teoria da atividade. (Ex.:151 e 194)
• Quanto aos crimes comissivos, o CPM adota a
teoria da Ubiquidade.
Lugar do crime

• CPM, Art. 6º - Considera-se praticado o fato, no lugar


em que se desenvolveu a atividade criminosa, no
todo ou em parte, e ainda que sob forma de
participação, bem como onde se produziu ou deveria
produzir-se o resultado. Nos crimes omissivos, o
fato considera-se praticado no lugar em que deveria
realizar-se a ação omitida.
CRIME MILITAR

Elementos do conceito de
crime comum e crime militar
Crime – Conceito Analítico
• A doutrina dominante defende a existência da teoria
tripartite quanto aos elementos da conduta criminosa,
no Direito Penal Militar.

• A conduta, para ser classificada como crime deve


apresentar três elementos: Fato Típico, Antijurídico e
Culpável.
Fato Típico

A doutrina divide o fato típico em quatro partes:

a.Conduta;

b.Tipicidade penal;

c.Resultado;

d.Nexo causal.
a. Conduta

Conduta: é todo comportamento humano (ação ou


omissão) dotado de voluntariedade e consciência e que
tenha dado causa à produção de um resultado típico.
Formas de manifestação
da conduta

Conduta comissiva: Nesta conduta o


comportamento penalmente relevante se manifesta de
forma ativa.
O comando normativo do tipo penal exige uma
ação para que haja o cometimento do ilícito (Art. 205 – Matar
alguém).
Formas de manifestação
da conduta

• Conduta omissiva: Ocorre uma abstenção de


uma atividade imposta pela lei ao agente.
Pune-se a inércia, pois a norma jurídica exige
uma ação.
• Omissivo próprio (art. 201) e improprio( art. 29, § 2°)
Conduta omissiva
Omissão de socorro
Art. 201. Deixar o comandante de socorrer, sem justa causa, navio de
guerra ou mercante, nacional ou estrangeiro, ou aeronave, em perigo,
ou náufragos que hajam pedido socorro:

Art. 29. (...)


§ 2º A omissão é relevante como causa quando o omitente devia e
podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem
tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; a quem, de
outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; e a
quem, com seu comportamento anterior, criou o risco de sua
superveniência.
b. Tipicidade penal

• Tipo penal: é a descrição precisa do


comportamento humano, feita pela lei. Trata-
se de um instrumento legal que tem por
finalidade individualizar condutas humanas
que apresentem relevância penal.
• Ex. Art. 187
b. Tipicidade penal

Deserção:
Art. 187. Ausentar-se o militar, sem licença, da unidade em
que serve, ou do lugar em que deve permanecer, por mais
de oito dias:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos; se oficial, a pena


é agravada.
Dolo / Culpa
CPM, Art. 33. Diz-se o crime:
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu
o risco de produzi-lo;

II - culposo, quando o agente, deixando de empregar a


cautela, atenção, ou diligência ordinária, ou especial, a
que estava obrigado em face das circunstâncias, não
prevê o resultado que podia prever ou, prevendo-o,
supõe levianamente que não se realizaria ou que
poderia evitá-lo.
Crime Doloso

• O dolo é a vontade consciente e livre de


realizar a ação ilícita.

• O dolo, portanto, é composto por dois


elementos: a consciência e a vontade.
Espécies de Dolo

Dolo direto: “o agente quis o resultado”. O


agente tem a certeza que o resultado irá acontecer se
sua ação se concretizar. Existe a vontade pelo
resultado.

Dolo indireto (eventual): “assumiu o risco de


produzi-lo”. Neste caso, sujeito ativo não pretende
atingir o resultado, mas assume o risco de produzi-lo.
(caso de embriaguez ao volante)
Crime Culposo

No Crime Culposo o sujeito ativo não


quer e nem assume o risco da produção do
resultado. Neste caso, a vontade do agente
não se dirige à concretização do resultado.
Formas de manifestação da
culpa

• Imprudência: é a conduta comissiva que


corresponde à prática de um ato perigoso sem os
cuidados que o caso requer.

• Negligência: é a conduta omissiva de deixar de


fazer aquilo que a diligência normal exigia.

• Imperícia: é a inaptidão, momentânea ou não, para


o exercício de profissão ou ofício. Pode derivar da
inobservância de regra técnica.
c. Resultado

Resultado é a modificação “naturalmente


visível” causada no mundo exterior pela conduta,
como a perda patrimonial no furto, a morte no
homicídio ou os traumas físicos na lesão corporal.
Porém, nem todo crime possui resultado naturalístico.
Assim, existem crimes considerados materiais, formais
e de mera conduta.
c. Resultado

• Crime material: o tipo penal exige a prática da


conduta e a produção do resultado material
previsto para que haja a consumação. (art. 205)
• Crime formal: O tipo penal prevê o resultado,
mas o crime consuma-se mesmo sem a
produção do resultado.( art. 223)
c. Resultado

• Crime de mera conduta: O tipo penal não prevê


qualquer resultado. Só existe a previsão da
conduta (art. 14 Estatuto do Desarmamento).
c. Resultado

Art. 205. Matar alguém:

Art. 223. Art. 223. Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto,
ou qualquer outro meio simbólico, de lhe causar mal injusto e
grave.

Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito,


transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter,
empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório
ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo
com determinação legal ou regulamentar.
d. Nexo de causalidade

• CPM, Art. 29. O resultado de que depende a


existência do crime somente é imputável a
quem lhe deu causa. Considera-se causa a
ação ou omissão sem a qual o resultado não
teria ocorrido.
Antijuridicidade
Antijuridicidade

A Antijuridicidade é todo comportamento


humano que descumpre, desrespeita, infringe uma lei
penal e, consequentemente, fere o interesse social
protegido pela norma jurídica. Ela é uma conduta
injusta que afronta o senso comum.

Antijurídico = ilícito
Antijuridicidade
Causas de Justificação / excludentes de ilicitude

O agente que atua amparado por uma


causa de justificação, embora sacrificando um
bem jurídico alheio, terá sua conduta
considerada resguardada pelo direito.

Excludentes de ilicitude
Antijuridicidade
Causas de Justificação / excludentes de ilicitude

CPM, Art. 42. Não há crime quando o agente


pratica o fato:
I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento do dever legal;
IV - em exercício regular de direito.
EXCLUDENTES DE ILICITUDE

Estado de necessidade
CPM, Art. 43 - Considera-se em estado de necessidade
quem pratica o fato para preservar direito seu ou alheio,
de perigo certo e atual, que não provocou, nem podia de
outro modo evitar, desde que o mal causado, por sua
natureza e importância, é consideravelmente inferior ao
mal evitado, e o agente não era legalmente obrigado a

arrostar o perigo.
EXCLUDENTES DE ILICITUDE
Legitima defesa

CPM, Art. 44 - Entende-se em legítima defesa quem,


usando moderadamente dos meios necessários, repele
injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de

outrem.
EXCLUDENTES DE ILICITUDE

Exercício regular do direito


Nessa causa de justificação, o sujeito usufrui
de uma faculdade conferida pelo ordenamento
jurídico, desempenhando uma atividade ou
realizando uma conduta autorizada. (CF/88 art. 144).
É necessário que o agente tenha consciência e
a vontade de agir legalmente.
( Ex.: médico).
EXCLUDENTES DE ILICITUDE
Estrito cumprimento do dever legal

Abrange os deveres de intervenção dos


agentes públicos na esfera particular com o objetivo
de garantir o cumprimento da lei ou de ordens de
superiores do poder público, o que autoriza a
realização de algumas condutas típicas ( coação, “busca
pessoal”, violação de domicílio, dano, etc).
Culpabilidade
Culpabilidade

• É o juízo de reprovação pessoal sobre a conduta típica e


ilícita praticada pelo agente.

• Os elementos da culpabilidade são: a imputabilidade


penal, a potencial consciência da ilicitude e a
exigibilidade de conduta diversa.
Imputabilidade penal

• Configura o conjunto das condições de maturidade e sanidade mental


que permitem ao agente conhecer o caráter ilícito de seu ato e
determinar-se de acordo com este entendimento.

•Imputabilidade penal é a condição ou qualidade que possui o agente de


sofrer a aplicação de pena. E, por sua vez, só sofrerá pena aquele que
tinha ao tempo da ação ou da omissão capacidade de compreensão e de
autodeterminação frente o fato.
Imputabilidade penal

CPM, Art. 48 - Não é imputável quem, no momento da


ação ou da omissão, não possui a capacidade de entender
o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo
com esse entendimento, em virtude de doença mental, de
desenvolvimento mental incompleto ou retardado.
(...)
Imputabilidade penal

Parágrafo único. Se a doença ou a deficiência mental não


suprime, mas diminui consideravelmente a capacidade
de entendimento da ilicitude do fato ou a de
autodeterminação, não fica excluída a imputabilidade,
mas a pena pode ser reduzida de 1/3 (um terço) a 2/3
(dois terços).
Imputabilidade penal

Art. 50. O menor de 18 (dezoito) anos é penalmente


inimputável, ficando sujeito às normas estabelecidas
na legislação especial. (submetidos ao ECA)
Potencial consciência da
ilicitude

• Consciência da ilicitude é a capacidade que o


agente de uma conduta proibida tem de
compreender a ilicitude de seu comportamento.
a. Erro de Direito

• No erro de Direito o autor tem domínio da situação


fática, pois sabe o que está fazendo, mas não tem
consciência de que aquele comportamento é reprovável
do ponto de vista penal. O sujeito, ao praticar o fato,
entende-o lícito porque ignora a norma ou porque a
interpreta de forma equivocada.
a. Erro de Direito

• O CPM não isenta de pena o agente que supõe que


o ato praticado seja lícito, por ignorância ou erro na
interpretação da norma.

• Prevê apenas a atenuação da pena de 1/5 a 1/3 ou


a substituição por outra pena menos grave (Art. 73)
a. Erro de Direito

• O em se tratando de crimes que atentem contra o


dever militar não se pode alegar erro de direito haja vista
que o militar tem a obrigação de conhecê-los e
interpreta-los corretamente.
b. Erro de Fato

• Art. 36 - É isento de pena quem, ao praticar o

crime, supõe, por erro plenamente escusável, a


inexistência de circunstância de fato que o constitui
ou a existência de situação de fato que tornaria a
ação legítima.
b. Erro de Fato

• No erro de fato o sujeito equivoca-se quanto a algum


elemento no plano fático, pois, ao praticar o crime supõe a
inexistência de situação de fato que o constitui.

• Ex.: Sd Fulano subtrai a mochila do Cb Ciclano achando


que era sua, pelo motivo de ambas serem idênticas.
c. Erros Acidentais

• O erro acidental não isenta o agente de pena, pelo


fato do mesmo não julgar lícita a ação.
O agente, neste caso, age com plena consciência da
antijuridicidade do fato.
c. Erros Acidentais

• O artigo 37do CPM elenca 02 modalidades de erro


acidental. São eles:

1) Erro na identificação da pessoa: o agente, por erro


de percepção, atinge A pensando se tratar de B.
c. Erros Acidentais

2) Erro quanto ao bem jurídico: ocorre quando o agente,


por erro no uso dos meios de execução, atinge um objeto
em vez de outro.
Exigibilidade de conduta diversa

• É o dever que todas as pessoas tem de se comportar de


acordo com o preceituado nas normas legais pátrias se
afastando da prática de condutas ilícitas.
Inexigibilidade de conduta diversa

Art. 38. Não é culpado quem comete o crime:


Coação irresistível
a) sob coação irresistível ou que lhe suprima a faculdade de agir
segundo a própria vontade;
Obediência hierárquica
b) em estrita obediência a ordem direta de superior hierárquico,
em matéria de serviços.
Ensinar é aprender. Ensinar não é transmitir
conhecimentos. O educador não tem o vírus da
sabedoria. Ele orienta a aprendizagem, ajuda a
formular conceitos, a despertar as potencialidades
inatas dos indivíduos para que se forme um consenso
em torno de verdades e eles próprios encontrem as
suas opções.
Ivone Boechat

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