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EMBALAGEM DE ALIMENTOS

EMBALAGEM PARA ALIMENTOS:


mercado, tipos, classificação,
propriedades e requisitos.

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA


Curso de Engenharia de Alimentos
Profa Edilma Pinto Coutinho
Profª Yuri Montenegro Ishihara
MERCADO
A embalagem é um grande negócio (SERAGIM, 1997)
O mercado de embalagem envolve muitos setores como:
• Fabricantes de matéria-prima (celulose, plástico, metal, vidro)
• Fabricantes de aditivos (pigmentos, polímeros, antioxidantes, estabilizantes,
lubrificantes, plastificantes, metais).
• Fabricantes de embalagem
• Fabricantes de rótulos
• Fabricantes de tampas, lacres, selos
• Fabricantes de tintas
• Fabricantes de cola
• Fabricantes e/ou fornecedores de sistema de embalagem (máquinas envasadoras,
selagem)
• Designers
• Distribuidores
• Catadores, cooperativas e empresas de reciclagem
Cadeia produtiva da embalagem
• A Embalagem é o produto da ação de uma
complexa cadeia produtiva que começa na
matéria-prima – vidro, papel, resinas plásticas,
folha de flandres, alumínio, madeira e tecidos
industriais.
• Também fazem parte desta cadeia produtiva os
fabricantes de aditivos, acessórios, máquinas.
• Com as questões ambientais, a cadeia de
produção de embalagem se agrega à cadeia de
reciclagem, tornando-se mais complexa.
Principais matérias-primas
MP EMBALAGENS PRODUTOS

Vidro • Garrafas • Cervejas - Vinhos - Destilados - Bebidas finas


• Frascos • Conservas – Molhos- Geleias e doces
• Potes • Café solúvel - Azeite
• Ampolas • Requeijão – Extrato de tomate
• Copos

Celulose • Cartão Cartuchos • Farinhas – Hambúrgueres -– Bombons


(Semi-rígido) Caixas
Envelopes • Leite Longa Vida – Sucos – Bebidas lácteas
• Frutas
• Papelão e Cartonados • Embalagem de transporte ( secundária)
Papelão Caixas
Microondulado • Farinha de Trigo - Rações

• Papel Sacos
MP EMBALAGENS PRODUTOS

Plástico • Plásticos Frascos • Achocolatados – sorvetes – shakes


Rígidos Potes • Álcool – produtos de limpeza – refrigerante – sucos
Garrafas

• Café – Açúcar – Arroz – Ração para cães


• Plásticos Sacos • Macarrão Instantâneo – salgadinhos snacks
Flexíveis Flow Packs • Biscoitos – balas - bombons
Envoltórios

Metal • Alumínio Latas • Cervejas – Refrigerantes


Blisters • Tampas aluminizadas de iogurtes e água
Selos

• Folha de Latas • Conservas – leite em pó - azeite


Flandres

Madeira Caixas • Bacalhau


Engradados • Frutas ( Uvas) – verduras – vinhos
Barris • Destilados - azeitonas
MP EMBALAGENS PRODUTOS

Embalagem Combinam dois ou mais • Biscoitos, salgados, barra de cereais


Composta materiais

– laminados - multifolhados

Tecido Sacos de estopa, sacos de • Açúcar – cereais - batatas


ráfia
SELEÇÃO DA MATÉRIA PRIMA
Condições da matéria prima que influem na seleção da
embalagem:
a) Estado físico do produto: sólido, líquido,
cremoso ou em pó.
b) Penetração de umidade, de gases e de luz: a
penetração desses agentes poderá torná-lo impróprio para
o consumo.
c) Causas de modificações nutritivas e sensoriais: ex.
alimentos ácidos causam corrosões nas latas.
d) Interações entre a embalagem e o produto, como por
exemplo a dissolução do estanho em flandres.
Classificação segundo a consistência e
a matéria-prima
Embalagens rígidas: Possuem
elevada dureza. Ex: vidros,
metais e plásticos rígidos
Embalagens semirrígidas:
Possuem menor dureza que
as rígidas. Ex: garrafas e
recipientes plásticos,
laminados mistos
Embalagens flexíveis: Possuem
baixa dureza. Ex: plásticos,
celofane, papel, alumínio
TIPOS DE EMBALAGEM
• PRIMÁRIA – Embalagem que está em contato direto
com o produto.
• SECUNDÁRIA – É embalagem a que envolve a
embalagem primária, reforçando a proteção do
produto em seu transporte.
• TERCIÁRIA- É o que contém geralmente o nível
secundário. Sua função é de proteger o produto dos
impactos provocados durante o transporte e a
armazenagem e distribuição.
EMBALAGEM PRIMÁRIA

Contato direto com o produto


EMBALAGEM PRIMÁRIA
EMBALAGEM SECUNDÁRIA
Complementa a proteção
EMBALAGEM SECUNDÁRIA

Protege e valoriza a embalagem primária


EMBALAGEM
SECUNDÁRIA

EMBALAGEM
DE
TRANSPORTE
EMBALAGEM TERCIÁRIA
Embalagem de transporte, protege as
embalagens primárias e secundárias
EMBALAGEM : transporte
– Proteger o produto;
– Proteger a embalagem unitária ou coletiva;
– Simplificar a carga e descarga.
– Ao desenvolver o projeto de uma embalagem para
transporte, deve-se levar em conta que a embalagem
será carregada, armazenada em prateleiras, acomodada
em pallets, acomodada em diversos tipos de transportes
e, por muitas vezes, em condições inadequadas.
– Um projeto de embalagem para transporte deve levar
em conta toda a cadeia de distribuição do produto.
– São as embalagens de transporte que irão garantir que
os produtos cheguem ao destino final intactos
EMBALAGEM :transporte
• Devem ser realizados estudos para definir
características como resistência mecânica à
compressão, vibração e queda livre, de modo a
desenvolver embalagens que sejam adequadas a
toda a cadeia de distribuição do produto

FOTO: Faria, 2007


Requisitos da Embalagem
As embalagens de transporte devem apresentar
dimensões exatas depois de cheias e seladas para
facilidade de encaixotamento e não haver
desperdício.
Tipos de embalagens de Transporte
Caixas
Madeira
Plástico
Cartão Ondulado
Tambores
Plásticos
Metal
Pallets
Madeira
Plástico
Aço inoxidável
EMBALAGEM PARA TRANSPORTE:
caixa
As caixas compreendem um dos tipos de embalagem
para transporte mais antigas e até hoje muito utilizada
nos diversos ramos de indústrias de alimentos.

As caixas são aplicadas desde o transporte de matérias


prima até o transporte de produtos acabados.
EMBALAGEM PARA TRANSPORTE:
caixas de madeira

• Vantagens
– Resistentes
– Retornáveis

• Desvantagens
– Superfícies ásperas
– Laterais cortantes
– Higienização
EMBALAGEM PARA TRANSPORTE:
tambores
Os tambores são usados para transportar alimentos
desde a época das grandes navegações.
Os barris de madeira eram usados devido à facilidade
para levar aos navios, eles eram rolados por um par de
troncos não sendo necessários grandes esforços para
carregar e descarregar os navios.
Embalagem para transporte:
pallet
Pallets ou estrados são estruturas utilizadas para a
movimentação de cargas, tem por função a otimização do
transporte de cargas que pode assim ser feito por meio de
empilhadeiras.
O uso de pallets diminuem o tempo de carga e descarga, a
necessidade de mão de obra, os danos aos produtos, o risco de
acidentes e promovem melhor aproveitamento dos locais de
estocagem. Os pallets podem ser de madeira, de plástico ou de
metal, todavia, os mais utilizados são o de madeira e o de
plástico.
Embalagem para transporte:
container
Requisitos da Embalagem
Requisitos da Embalagem
• Dar proteção ao produto (barreira contra insetos,
micro-organismos, luz, umidade, gases, gordura,
aroma)
• Não ser tóxica
• Resistir aos impactos físicos
• Ser adequada ao tamanho, peso e forma do
produto
• Não causar incompatibilidade com o produto
• Ter boa aparência
• Permitir boa impressão
• Facilidade de abertura e posterior fechamento
Requisitos da Embalagem
• Ter facilidade para moldar na máquina de
enchimento.
• Facilitar o transporte e armazenamento do produto
• Educar o consumidor sobre o uso do produto
• Informar o consumidor segundo a legislação
(origem, fabricante, composição, valor nutricional,
data de validade)
• Promover as vendas
• Ter viabilidade econômica
• Ser sustentável
Requisitos da Embalagem

• As embalagens devem ser


produzidas segundo as BOAS
PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO para
garantir a qualidade higiênica e
sanitária dos alimentos.
INTERAÇÕES ALIMENTO-EMBALAGEM-AMBIENTE
Permeação (P) - a transferência de compostos através do material de
embalagem.
Sorção (S) - absorção de componentes pelo material de embalagem
Migração (M) - a transferência de compostos de baixo PM da embalagem
para o alimento ou ambiente
Requisitos das Embalagem
• As embalagens em • Composição da embalagem:
contato com os alimentos pigmentos, polímeros,
não podem permitir a antioxidantes, estabilizantes,
MIGRAÇÃO de lubrificantes, plastificantes,
componentes metais.
indesejáveis em • Toda substância utilizada na
quantidade que superem composição do material de
os limites máximos de embalagem para contato com
migração que represente alimentos deve constar em
um risco para a saúde ou LISTA POSITIVA sobre
apresente uma embalagem – Restrições de
modificação indesejável uso e quantidade máxima
no produto. admissível dos componentes.
Propriedades da Embalagem

Propriedades Mecânicas Propriedades de Barreira


• Resistência à tração • Permeabilidade ao
• Resistência de vapor d’água
delaminação • Permeabilidade de O2
• Resistência ao rasgo • Transmissão de luz
• Resistência à perfuração • Permeabilidade a
vapores orgânicos
• Permeação a gordura
Propriedades da Embalagem

Propriedades Mecânicas Propriedades de Barreira


• As propriedades mecânicas • As propriedades de barreira
estão relacionadas a integridade estão ligadas a estabilidade
da embalagem e do produto. química, física e sensorial do
• A garantia das propriedades produto.
mecânica consiste na avaliação
do material da embalagem, das
máquinas de envase e das
condições de transporte e
armazenamento.
Aspectos a serem observados na fase de
desenvolvimento da embalagem

Aspectos técnicos (produção e funcionalidade)


Aspectos regulatórios (legislação e certificações)
Aspectos ambientais
Aspectos estéticos
Aspectos mercadológicos
FATORES QUE AFETAM A ESTABILIDADE
DE ALIMENTOS EMBALADOS

Funções:
Protetora, econômica e mercadológica

A embalagem controla a
vida de prateleira dos
alimentos
VIDA DE PRATELEIRA

• Tempo decorrido desde sua


produção até sua utilização, durante
o qual o alimento mantém qualidade
em termos sensoriais, nutricionais e
microbiológicos.
FATORES QUE INTERFEREM NA ESTABILIDADE

Intrínsecos- ligados diretamente à


composição do alimento

Extrínsecos- ligados ao ambiente que


envolve o alimento
Fatores intrínsecos

• Atividade de água
• Vai influir, direta ou indiretamente, em todas
as alterações dos alimentos, sejam elas
microbiológicas, físicas ou químicas.
Fatores intrínsecos
Quanto ao pH
Muito ácidos (pH<4,0), como: suco de abacaxi,
suco de maracujá, refrigerantes, picles.

Ácidos (4,0<pH<4,5), como: derivados de


tomate, suco de algumas frutas (ex.: caju).

Pouco ácidos (pH >4,5) como: leite, carnes,


pescado
Fatores extrínsecos

Temperatura
É um fator que oferece grande efeito sobre a
conservação dos alimentos durante sua
estocagem e comercialização.
Pode influenciar em alterações de natureza
biológica, física ou química.
Fatores extrínsecos
Umidade relativa (UR)
O contato direto com o ar atmosférico, a umidade
relativa do ambiente determina a umidade relativa
de equilíbrio do produto (atividade de água de
equilíbrio).
Embalagens expostas a ambientes com alta UR , os
produtos tendem a absorver umidade, com
consequente aumento da atividade de água.
A utilização de materiais de embalagem com baixa
permeabilidade a umidade, minimizam a absorção de
água pelo produto, reduzem o risco de deterioração
decorrente do aumento de atividade de água.
• A embalagem deve apresentar resultados positivos
para a empresa que nela investe. Não é,
necessariamente, a mais bonita. É certo que o
apelo visual é importante, mas aspectos como
proteção, produtividade em linha, eficiência
logística, redução de custos, agregação de valor,
segurança, conveniência, economia de materiais e
redução de custos também serão observados.
Afinal, se a embalagem atua nos dois lados da
equação de lucro, impactando nos custos e no
potencial de receitas, a avaliação obrigatoriamente
requer uma visão sistêmica.

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Referências
• BUREAU, G.; MULTON, J.L. Embalaje de los Alimentos de Gran Consumo. Editora
Acribia S.A., Espanha, 1995.
• CARVALHO, M. A. Engenharia de embalagens: Uma abordagem técnica do
desenvolvimento de projetos de embalagem. São Paulo: Novatec Editora, 2008.
• FARIA, J. A. F. Embalagens de Alimentos. (Apostila). UNICAMP, 2007
• EMBALAGEM para transporte de produtos. Disponível em:
http://embalagem.wordpress.com/2007/07/03/embalagem-para-transporte-de-pr
odutos/
. Acesso em 30 jul 2009.
• GOOGLE IMAGEM
• http://www.portaldeembalagens
• NEGRÃO, C.; CAMARGO, E. Design de embalagem: do marketing à produção. São
Paulo : Novatec Editora, 2008.
• SANTOS, A. M. P.; YOSHIDA, C. M. P. Embalagens. Recife : EDUFRPE, 2011

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