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FARMACOLOGIA

Professora: Pâmela Gomes de Almeida


FARMACOCINÉTICA X FARMACODINÂMICA

Refere-se às ações do organismo sobre


o fármaco

Refere-se às ações de um fármaco


sobre o organismo
PRINCÍPIOS GERAIS

Fármaco Receptor

Uma substância química que Macromoléculas que, por sua


altera a intensidade ou extensão ligação a determinado fármaco,
de um processo biológico medeiam essas alterações
bioquímicas e fisiológicas
ESTRUTURA E CARACTERÍSTICAS
QUÍMICAS DE RECEPTORES E FÁRMACOS

Estrutura do receptor:

 Domínio hidrofóbico – membrana


 Domínio hidrofílico – citoplasma e/ou núcleo
 Domínio hidrofóbico e hidrofílico – transmembrana

Estrutura do fármaco:

 Lipossolúvel
 Hidrossolúvel
INTERAÇÃO FÁRMACO-
RECEPTOR: HISTÓRICO

Clark “A intensidade do efeito farmacológico é proporcional ao


número de receptores ocupados”
(1933)

Ariens • Afinidade
(1954) • Atividade intrínseca

Stephenson • Eficácia
(1956) • Potência
INTERAÇÃO FÁRMACO-RECEPTOR:
CONCEITOS
Afinidade
 Mede a força da ligação e é determinada pelos tipos e números de ligações.

Atividade intrínseca (K)


 É a capacidade de um fármaco ativar um mecanismo de transdução; está relacionada com a EFICÁCIA de um
agonista.

Eficácia
 É a capacidade de um fármaco, uma vez ligado ao receptor, produzir uma resposta biológica;
 Classificação dos agonistas: TOTAL ou PLENO (eficácia máxima)
PARCIAL (eficácia intermediária)
Potência
 É a quantidade de fármaco (dose) necessária para desencadear determinada resposta no tecido;
 Expressa como a quantidade de fármaco que desencadeia 50% da resposta máxima (CE50).
INTERAÇÃO FÁRMACO-RECEPTOR

ESPECIFICIDADE RECÍPROCA:
Classes individuais de substâncias se ligam apenas a
determinados alvos, e alvos individuais só
determinadas classes de fármacos. reconhecem

O aumento da dose afeta outros alvos diferentes do


alvo principal, podendo resultar em efeitos colaterais.
INTERAÇÕES FÁRMACO-RECEPTOR

É uma molécula que se liga a um receptor e estabiliza-o em


Agonista determinada conformação (em geral na conformação ativa).

Atividade intrínseca ✔

EFEITO

Inativo Ativo
INTERAÇÕES FÁRMACO-RECEPTOR

É uma molécula que se liga ao sítio ativo de um receptor e é capaz de


Agonista total ou pleno produzir sua resposta máxima
Atividade intrínseca = 1

É uma molécula que se liga ao sítio ativo de um receptor mas só produz


Agonista parcial uma resposta parcial, mesmo quando todos os receptores estão
ocupados por ele
Atividade intrínseca entre 0 e 1
Resposta

Log (agonista total ou parcial)


INTERAÇÕES FÁRMACO-RECEPTOR

É uma molécula que inibe a ação de um agonista, mas que


Antagonista não exerce nenhum efeito na ausência dele

Atividade intrínseca X

EFEITO

Inativo Inativo
INTERAÇÕES FÁRMACO-RECEPTOR

Liga-se ao sítio de um receptor, mas não estabiliza a conformação


Antagonista competitivo necessária para ativar o receptor; bloqueia a ligação do agonista ao
receptor

Inativo Inativo Ativo


INTERAÇÕES FÁRMACO-RECEPTOR

Antagonismo competitivo reversível

% Resposta
Agonista + Antag. Competitivo REVERSÍVEL
100

50

Log dose [AGONISTA]


CE50 CE50 CE50 CE50

A elevação da concentração do agonista pode


restaurar a ocupação do receptor por ele.
INTERAÇÕES FÁRMACO-RECEPTOR

Antagonismo competitivo irreversível

% Resposta Agonista + Antag. Competitivo IRREVERSÍVEL

100

X mg

50
3x mg
100x mg

Log [AGONISTA]

Mesmo com a elevação da concentração do agonista, a ocupação


do receptor não é restaurada por ele, alterando sua eficácia.
EFICÁCIA

Resposta (seja
máxima ou parcial)
produzida pelo
fármaco.

POTÊNCIA

Concentração (EC50) ou
dose (ED50) necessária para
produzir efeito um efeito
biológico.
ALVOS FARMACOLÓGICOS
ALVOS FARMACOLÓGICOS

Enzimas
ENZIMAS

Inibe a reação normal


Inibidor Ex.: captopril, donepezila

Produção de metabólito anômalo


Substrato falso
Ex.: fluoruracila

Produção de fármaco ativo


Cataliza reações bioquímicas que
transformam na sua forma ativa
Profármaco
Ex.: enalapril
ALVOS FARMACOLÓGICOS

Enzimas
ALVOS FARMACOLÓGICOS

Transportadores

Enzimas
TRANSPORTADORES

 Movimentação de íons

 Transporte de precursores
Neurônio pré-sináptico
de neurotransmissores

 Transporte de neurotransmissores em si

 Transporte de fármacos e seus Transportadores de recaptação de


monoaminas (DAT/NET)
metabólitos através de membranas e
barreiras
MFE

 Fármacos podem ter como alvo MFE


Dopamina/Norepinefrina
o
bloqueio de transporte
Neurônio pós-sináptico

Ex.: metilfenidato
ALVOS FARMACOLÓGICOS

Transportadores

Enzimas
ALVOS FARMACOLÓGICOS

Receptores

Transportadores

Enzimas
RECEPTORES: VISÃO GERAL
RECEPTORES ACOPLADOS À
PROTEÍNA G

 Também denominados receptores metabotrópicos

 Todos apresentam estrutura hepta-helicoidal , ou seja,


monômeros com 7 segmentos atravessando a
membrana

 A proteína G: é um heterotrímero; possui 3


subunidades diferentes (α, β, γ)

 A subunidade α possui atividade GTPase

 Ativação da produção de segundo mensageiros


RECEPTORES ACOPLADOS À
PROTEÍNA G
TIPOS DE RECEPTORES
ACOPLADOS À
PROTEÍNA G

Proteína G Ações

Ativa canais de Ca2+, ativa adenilato


G estimuladora (Gs)
ciclase

G inibitória (Gi) Ativa canais de K+, inibe adenilato ciclase

Go Inibe canais de Ca2+

Gq Ativa fosfolipase C

Diversas interações com transportadores de


G12/13 íons
RECEPTORES TRANSMEMBRANA COM
DOMÍNIO CITOSÓLICO ENZIMÁTICO

 Tirosina quinase, tirosina fosfatase,


tirosina
quinases não receptoras, serina/treonina quinase e Insulina
guanililciclase
α α
 Transformam uma interação de ligação com
ligantes extracelulares em uma ação intracelular por
meio da ativação de um domínio enzimático ligado
β β

 O maior grupo é o dos que apresentam tirosina


quinase
(IRS)
 A fosforilação é um mecanismo onipresente de
sinalização de proteínas
RECEPTORES TRANSMEMBRANA COM
DOMÍNIO CITOSÓLICO ENZIMÁTICO
RECEPTORES
INTRACELULARES

 Rápida difusão através da membrana

 São proteínas intracelulares (os ligantes devem penetrar


nas células)

 Possuem um domínio de ligação ao DNA

 Os efeitos dependem da síntese de proteínas (início lento)

 Ex.: hormônios esteróides, Glicocorticóides


CANAIS IÔNICOS –
REGULADOS POR LIGANTES

Acetilcolina
 Necessitam de um ligante

 Também chamados de ionotrópicos

 Possuem ação rápida – milissegundos


α γ α α α
 Presentes principalmente nos eventos
sinápticos mais rápidos do sistema
nervoso

 Pode resultar em corrente de entrada em Receptor nicotínico


membranas de potencial negativo, de Acetilcolina

gerando potencial de ação

 Ex.: receptores nicotínicos da acetilcolina


ALVOS FARMACOLÓGICOS

Receptores

Transportadores

Enzimas
ALVOS FARMACOLÓGICOS

Canais iônicos

Receptores

Transportadores

Enzimas
CANAIS IÔNICOS

Tipo de canal Mecanismo de ativação Função

Regulado por ligante Ligação do ligante ao canal Alteração da condutância iônica

Alteração no gradiente Alteração da condutância iônica


Regulado por voltagem
de voltagem transmembrana

Ligação do
ligante ao receptor transmembrana O segundo mensageiro altera a
Regulado por segundo com domínio citosólico acoplado condutância do canal
mensageiro à proteína G, resultando em
geração de segundo mensageiro
CANAIS IÔNICOS

 Ex.: Canal de sódio regulado por voltagem

Pode ocorrer um bloqueio do canal ou uma modulação no


mecanismo de comporta, facilitando ou inibindo a abertura

 Ligantes diretos

 Produção segundos mensageiros e ativação de


de quinases ativação de receptores acoplados
pela proteína G à

DDT – dicofano; GPCR – receptores acoplados à proteína G; PKs – proteína quinases A e C

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