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Disciplina: Farmacologia

Curso: Fisioterapia

Como agem os fármacos


PRINCÍPIOS GERAIS
Profº MSc. Diandra Araújo da Luz

Belém-Pará
2018
É o estudo dos efeitos bioquímicos e fisiológicos dos fármacos e
seus mecanismos de ação.
REVISÃO FARMACOCINÉTICA
• Um fármaco para produzir um efeito farmacológico deve interagir com
componentes macromoleculares do nosso organismo.

• Essa interações alteram a função do componente envolvido e desta forma,


produzem alterações bioquímicos e fisiológicos que caracterizam a resposta
ao fármaco.
Proteínas –Alvo para ligação dos Fármacos

Existem quatro tipos de proteínas


reguladoras que estão envolvidas como
ALVO PRIMÁRIOS dos fármacos:

 Enzimas(C)
 Transportadores(D)
 Canais de ions (B)
 Receptores (A)
Proteínas –Alvo para ligação dos Fármacos

• Receptores : recebem e processam sinais extracelulares.


Agonista ou antagonistas.

Ex.: Cetirizina , loratadina , terfenadina. (bloqueiam os receptores H1)

• Canal Iônicos: controlam a passagem de soluto e íons para dentro e fora da célula.

Ex.: Anestésicos locais : lidocaína, procaína. (Inibem o influxo de íons de Na)

• Enzimas: catalisam reações bioquímicas e metabólicas.

Ex.: Celecoxibe (inibe a enzima COX2)

• Moléculas transportadoras: Ajudam a transportar substâncias para dentro e para fora da


célula.
Ex.: Omeprazol.
Proteínas –Alvo para ligação dos Fármacos

1. Proteínas receptoras (Receptores).


• É empregado com mais frequência para descrever as moléculas-alvo por meio dos quais
mediadores fisiológicos – hormônios, neurotransmissores, mediadores inflamatórios, etc –
produzem seus efeitos (Rang, 2007)”.

• “...Às vezes, o termo receptor é utilizado para indicar qualquer molécula-alvo com o qual uma
molécula de um fármaco tem que se combinar para desencadear seu efeito específico (Rang,
2007)”.

• O termo receptor tem sido usado para descrever qualquer macromolécula celular à qual um
fármaco se liga para iniciar seus efeitos (Goodman, 2006).

• Recebem e processam sinais extracelulares (Pandit, 2008).


Proteínas –Alvo para ligação dos Fármacos

Especificidade: Recíproca entre substâncias e ligantes. (subst se liga somente


em determinados alvos e os alvos só reconhecem determinada substancia)

Nenhum fármaco é totalmente específico: o aumento da dose faz com que ele atue
em outros alvos diferentes provocando efeitos colaterais.
Proteínas –Alvo para ligação dos Fármacos

RECEPTOR ESPECÍFICO

FÁRMACO
Os fármacos que se ligam a receptores são classificados
como Agonistas ou Antagonistas.

Agonistas:

Substância que se liga a alvos e causam alterações na


função celular, produzindo vários tipos de efeitos.
Ex: Adrenalina em receptores beta adrenérgicos no coração
Antagonistas:

Substância que se liga ao receptor sem causar


ativação impedindo consequentemente a ligação do
agonista.

Ex: Propranolol em receptores Beta adrenérgicos no coração


Interação Fármaco – Receptor:

A tendência de um fármaco se ligar a um


receptor é determinada pela sua afinidade,
enquanto a tendência de uma vez ligada ativar o
receptor é indicada pela sua eficácia.

Rang, 2007
FARMACOLOGIA

Ocupação Ativação Potência


regulada pela regulada pela
afinidade eficácia
Droga A
+ R AR AR Resposta
agonista

Droga B + AR Nenhuma
R
antagonista Resposta
Proteínas –Alvo para ligação dos Fármacos
A potência do agonista depende dois parâmetros: AFINIDADE E EFICÁCIA”.

1. Afinidade:
• Tendência do agonista de ligar-se a receptores.
• Intensidade do efeito do fármaco é diretamente proporcional à
concentração do complexo fármaco-receptor.

2. Eficácia:
• Capacidade que um determinado fármaco possui de uma vez ligado a um
receptor, dar início a alterações que provocam efeitos.

Qual a eficácia do antagonista?


Proteínas –Alvo para ligação dos Fármacos
Os agonistas podem ser classificados como: totais, parciais e inversos

Totais: são capazes de produzir efeitos máximos.


ALTA EFICÁCIA.
Ex: fenilefrina é um agonista nos adrenoceptores alfa 1,

Parciais: são capazes de produzir apenas efeitos submáximos.


EFICÁCIA INTERMEDIÁRIA
Ex: aripiprazol, um fármaco neuroléptico atípico, é um agonista parcial em
certos receptores de dopamina.

Inversos: Revertem a atividade constitutiva dos receptores e exercem um


efeito farmacológico oposto aos agonistas.
Proteínas –Alvo para ligação dos Fármacos
Os antagonistas podem ser classificados como:

1. Antagonistas competitivos;

2. Antagonistas não-competitivos;

3. Antagonistas químicos;

4. Antagonistas farmacocinéticos;

5. Antagonistas fisiológicos;
Proteínas –Alvo para ligação dos Fármacos

1. Antagonistas competitivos
• São compostos que têm afinidade e se ligam aos mesmos
receptores que os agonistas.
• Não possuem atividade intrínseca.
• O efeito do antagonista competitivo pode ser superado com
adição de mais agonista.

Ex.: Cimetidina, Ranitidina, famotidina, nizatidina ( Antagonista


competitivo do receptor de histamina).
Proteínas –Alvo para ligação dos Fármacos

1. Antagonistas competitivos

+ Estímulo Efeito

Receptor Agonista Complexo Células parietais secreção gástrica


Receptor-Agonista Gástrica

receptor H2 Histamina

+ Nenhum Nenhum
Estímulo Efeito
Receptor Antagonista Complexo secreção gástrica é
receptor H2 Competitivo Receptor-Antagonista reduzida.

Ranitidina
Proteínas –Alvo para ligação dos Fármacos

2. Antagonistas não-competitivos;

• São compostos que bloqueiam em algum ponto a cadeia de eventos que


leva produção de uma resposta pelo agonista.

• Podem reduzir ou prevenir a atividade de um agonista por meio de


vários caminhos.
1. Sítio alostérico (antagonismo alostérico ).
2. Interferência na cadeia de eventos (transdução de sinal).
Proteínas –Alvo para ligação dos Fármacos

2. Antagonistas não-competitivos;

+ + Estímulo Efeito
Reduzido Reduzido
Receptor Agonista Antagonismo Complexo
Alostérico Receptor-Agonista

Antagonismo Antagonismo
Não-competitivo. Não-competitivo.

+ Estímulo Efeito
Reduzido Reduzido
Receptor Agonista Complexo
Receptor-Agonista
Proteínas –Alvo para ligação dos Fármacos

3. Antagonistas químicos;
• Duas substâncias combinam-se em solução, de modo que o efeito da droga ativada é perdido.

• Reage quimicamente com o agonista de modo a mudar sua estrutura, para que não possa se
complexar com o receptor, tornando-o inativo.

• Usado em superdosagens ou envenenamento.

Ex.: Agentes quelantes x metais pesados Reduz a toxicidade


2,3-dimercaptopropanol , EDTA X Chumbo,
Cádmio, Mercúrio

Sulfato de protamina x Heparina. Reversão da ação


da Heparina.
Proteínas –Alvo para ligação dos Fármacos

3. Antagonistas farmacocinéticos;
• Consiste em o antagonista reduzir efetivamente a concentração da
droga em seu sítio de ação.

• Pode afetar absorção, distribuição, metabolização e excreção.

Ex.: Varfarina x Fenobarbital.


Proteínas –Alvo para ligação dos Fármacos

4. Antagonistas fisiológico;
• Dois agentes produzem efeitos fisiológicos opostos.

• Interação de dois fármacos cuja ações opostas no organismo tendem a cancelar uma em
relação a outra.

Ex.: Histamina x Omeprazol.

Atua sobre os receptores Bloqueia este efeito ao inibir


das células parietais da a bomba de prótons
mucosa gástrica

Estimula a secreção gástrica Diminui a secreção gástrica


Dessensibilização e Taquifilaxia:
Diminuição do efeito de um fármaco administrado que ocorre frequentemente dentro de
poucos minutos.
Tolerância
Diminuição do efeito de um fármaco administrado de modo contínuo que ocorre
com o uso crônico.
AUMENTO
ADAPTAÇÃO PERDA DE
DEGRADAÇÃO
FISIOLÓGICA RECEPTOR
METABÓLICA
Ex:Diuréticos x SRAA Infra-regulação
Ex: etanol, barbitúricos

EXTRUSÃO DO
FÁRMACO DA CÉLULA ALTERAÇÃO NOS
Ex: Quimioterápicos RECEPTORES

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