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FARMACOLOGIA

APLICADA A FISIOTERAPIA
KATHRINE NOVAIS COSTA
PRINCIPIOS BÁSICOS DA
TERAPIA
FARMACOLÓGICAS
KATHRINE NOVAIS COSTA
INTRODUÇÃO

A farmacologia pode ser definida como o estudo das substâncias


que interagem com os sistemas vivos através de processos químicos.

Tais aplicações terapêuticas deliberadas podem ser consideradas o


principal papel da farmacoterapêutica, frequentemente definida
como farmacologia médica (ou seja, os fármacos usados para
prevenir, diagnosticar e tratar doenças).
A NATUREZA DOS FÁRMACOS

um fármaco pode ser definido como qualquer substância que produz


uma mudança nos processos biológicos através de suas ações
químicas.

Os fármacos de uso comum consistem em íons inorgânicos,


moléculas orgânicas não peptídicas, pequenos peptídeos e
proteínas, ácidos nucleicos, lipídios e carboidratos.

Os venenos também podem ser usados na clínica como fármacos.


Um veneno é uma substância química cuja ação é prejudicial aos
processos biológicos.

As toxinas são geralmente definidas como venenos de origem


biológica sintetizados por plantas ou animais.
PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DE
NOVOS FARMACOS
DINÂMICA FÁRMACO-RECEPTOR

A molécula do
Os efeitos
fármaco (o ligante)
terapêuticos e
interage com o
tóxicos da maioria
receptor, iniciando Esta interação do
dos fármacos
a cadeia de ligante-receptor e
resultam de suas
eventos seus resultados são
interações com os
bioquímicos e parte da
alvos moleculares,
fisiológicos que farmacodinâmica.
ou seja, os
levam aos efeitos
receptores no
observados dos
paciente.
fármacos.
RECEPTORES

Os receptores basicamente determinam as relações quantitativas entre dose ou concentração do


fármaco e os efeitos farmacológicos.

Os receptores são responsáveis pela seletividade da ação do fármaco. O tamanho molecular, o


formato e a carga elétrica de um fármaco determinam se ele se ligará a um receptor em particular
na grande organização de locais de ligação quimicamente diferentes disponíveis no paciente.

A ativação e o bloqueio do receptor têm um papel-chave nos mecanismos de muitos efeitos


clínicos dos fármacos.
LIGAÇÃO FARMACO-RECEPTOR
RELAÇÃO DOSE-RESPOSTA

A concentração de um
fármaco necessária para
Para alguns ligantes, a EC50
alcançar 50% da resposta
também estima a
máxima é chamada de
concentração que liga 50%
concentração eficiente
dos receptores disponíveis
para 50% de resposta
(EC50).
RELAÇÃO-DOSE QUANTAIS

Quando a dose mínima necessária para


produzir uma magnitude indicada de
resposta é avaliada para uma
população, pode-se determinar a
relação dose-resposta quantal.

Quando representada no gráfico como


a fração da população que responde a
cada dose versus o log da dose
administrada, é obtida uma curva
cumulativa de dose-resposta quantal
RELAÇÃO DOSE-RESPOSTA QUANTAIS

A partir destas curvas:

A dose média eficaz (ED50),

A dose média tóxica (TD50) e, em


animais,

A dose média letal (LD50) podem ser


calculadas.
POTÊNCIA

A potência indica a quantidade do Nas medidas graduais de dose-


fármaco necessária para produzir um resposta, a potência caracteriza-se
dado efeito. pela EC50.Quanto menor a EC50,
maior a potência do fármaco.

A potência pode ser determinada Nas curvas quantais de dose-


pelas curvas graduais de dose- resposta, as medidas de ED50, TD50
resposta ou pelas curvas quantais de e LD50 são identificadas como
dose-resposta, entretanto os valores variáveis de potência.
não são idênticos.
POTÊNCIA

DOSE-RESPOSTA DOSE-RESPOSTA QUANTAIS


DINÂMICA FÁRMACO RECEPTOR

Agonistas totais demonstram afinidade e


eficácia máxima pelos receptores que
resultam na resposta fisiológica observada na
clínica.

Um agonista parcial se liga ao receptor no


mesmo local que um ligante agonista total,
porém as curvas log de dose-resposta para
um agonista parcial e um agonista total
demonstram que um agonista parcial
alcança um efeito máximo menor.
DINÂMICA FÁRMACO RECEPTOR

Antagonistas têm afinidade

Antagonistas pelo receptor sem apresentar


eficácia.

e agonistas Os antagonistas competitivos


alostéricos: se ligam reversivelmente no
mesmo local do receptor que
o agonista.
DINÂMICA FÁRMACO RECEPTOR

Quando um fármaco se liga ao receptor em

Antagonistas
um local diferente do ligante ou agonista
endógeno e potencializa os efeitos do ligante
ou do agonista, o fármaco é conhecido

e agonistas
como sendo um potencializador alostérico.

alostéricos:
Os potencializadores alostéricos deslocam a
curva log de dose-resposta para a esquerda,
reduzindo a ED50.
DINÂMICA FÁRMACO RECEPTOR

Diferente dos antagonistas competitivos, alguns


antagonistas se ligam ao local do receptor do agonista
com ligações eletrostáticas ou de hidrogênio muito fortes,
ou se ligam covalentemente.

Antagonistas Uma vez ligados ao receptor, estes antagonistas são


irreversíveis ou liberados lentamente. Sob tais condições, a ligação pode
ser considerada irreversível ou pseudoirreversível, o que,
pseudoirreversíveis: do ponto de vista funcional, pode ser considerado um
antagonismo não competitivo.

A curva log de dose-resposta para estes antagonistas


resulta no decréscimo no Emáx. e um deslocamento
mínimo para a direita da ED50
MECANISMOS DE SINALIZAÇÃO

Cada tipo de receptor é produzido a partir de diferentes


famílias de proteínas com um mecanismo específico para
interpretar um ou diferentes sinais.

Estas famílias de proteínas consistem nos receptores da


superfície e nos localizados nas células, assim como enzimas e
outros componentes que geram, amplificam, coordenam e
encerram a sinalização pós-receptora dentro da célula.
MECANISMOS DE SINALIZAÇÃO

Receptores
intracelulares:

Responde a um agonista
lipossolúvel que
atravessa a membrana e
age sobre uma molécula
de receptor intracelular
MECANISMOS DE SINALIZAÇÃO

Receptores nas proteínas


transmembrana

Alguns receptores transmembrana


possuem atividade enzimática
intracelular regulada
alostericamente quando um
agonista se liga a um local sobre o
domínio extracelular da proteína
MECANISMOS DE SINALIZAÇÃO

Receptores nos canais iônicos


transmembrana

Agem mimetizando ou
bloqueando as ações dos
agentes endógenos que regulam
o fluxo de íons através de canais
da membrana plasmática
MECANISMOS DE SINALIZAÇÃO

Receptores nos canais iônicos


transmembrana

Agem mimetizando ou
bloqueando as ações dos
agentes endógenos que regulam
o fluxo de íons através de canais
da membrana plasmática.
MECANISMOS DE SINALIZAÇÃO

Receptores ligados à proteína


G

Muitos ligantes extracelulares


atuam ligados aumentando as
concentrações intracelulares
dos segundos mensageiros.
REGULAÇÃO DO RECEPTOR

O número de receptores As mudanças na


presente em um sistema regulação do receptor
biológico e disponível podem ser o resultado da
para interação com um terapia farmacológica e
fármaco não é ter efeitos adversos
constante. importantes.
DESSENSIBILIZAÇÃO

As respostas aos agonistas mediadas por receptor frequentemente se


reduzem com o tempo (dessensibilização).

Não existem mudanças no número de receptores disponíveis para


ligação, entretanto a capacidade dos receptores de iniciar o sinal
diminui em segundos ou minutos na presença do agonista.

A dessensibilização do receptor geralmente é reversível após intervalos


mais longos entre as exposições ao agonista.
REGULAÇÃO PARA BAIXO

A regulação para
Por outro lado, a
A regulação para baixo ocorre mais
regulação para
baixo é o lentamente e
baixo é a
resultado da geralmente
redução no
exposição dos resulta da
número de
receptores a degradação dos
receptores
agonistas por receptores que
disponíveis para
períodos de horas excede a síntese
ligação com o
a dias. de novos
agonista.
receptores.
DESSENSIBILIZAÇÃO / REGULAÇÃO
PARA BAIXO

A dessensibilização e a
regulação para baixo podem
resultar em uma redução da
resposta máxima quando um
agonista estimula os receptores.
REGULAÇÃO PARA CIMA

Por causa do aumento no


número total de receptores
Uma redução prolongada da
disponíveis em um sistema
estimulação dos receptores
com regulação positiva, a
ou o bloqueio crônico dos
estimulação pode resultar em
receptores por um
resposta máxima
antagonista podem resultar
potencializada, evento que
no aumento no número de
pode ocorrer, por exemplo,
receptores disponíveis para
quando o antagonista dos
ligação e estimulação.
receptores é retirado
abruptamente.
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
KATHRINE NOVAIS
INTRODUÇÃO

O termo farmacocinética significa os efeitos dos sistemas biológicos sobre os ligantes


endógenos e os fármacos.

Quase todos os fármacos, exceto os administrados diretamente no tecido-alvo,


onde os receptores sugeridos estão localizados,

são absorvidos a partir do local de administração, transportados pela circulação a


vários tecidos no corpo e, em seguida, alcançam o tecido-alvo.

Ao mesmo tempo, o corpo tenta converter estes fármacos em formas que lhes
permitam serem facilmente removidos.

Esta sequência representa a absorção, distribuição, biotransformação, eliminação


e excreção dos fármacos
NATUREZA DOS FÁRMACOS

Os fármacos
Moléculas Pequenos
atualmente íons
orgânicas não peptídeos e
disponíveis inorgânicos,
peptídicas, proteínas,
consistem em:

Ácidos
Lipídios e Carboidratos.
nucleicos,
NATUREZA DOS FÁRMACOS

Os fármacos podem São encontrados com


variar em tamanho e Entretanto, a maioria dos frequência em plantas
peso molecular (PM), fármacos possui pesos ou animais, mas muitos
com PM 7 para o lítio e moleculares entre 100 e são parcial ou
PM acima de 50.000 para 1.000. completamente
as enzimas trombolíticas. sintetizados.
HIDROSSOLUBILIDADE E
LIPOSSOLUBILIDADE

A hidrossolubilidade de um fármaco é uma função do grau de


ionização ou polaridade da molécula. As moléculas de água se
comportam como dipolos, sendo atraídas pelas moléculas com
cargas, formando uma cápsula aquosa ao redor destas.

A lipossolubilidade de uma molécula é inversamente proporcional à


sua carga. Muitos fármacos são bases fracas ou ácidos fracos. Para
tais moléculas, o pH do meio determina a fração das moléculas
ionizadas versus moléculas não ionizadas.
RELAÇÃO DE HENDERSON-
HASSELBALCH

A relação de Henderson-Hasselbalch é
clinicamente importante na absorção
de nutrientes e fármacos a partir do
lúmen gastrintestinal (GI) bem como na
excreção dos metabólitos pelos rins.
RELAÇÃO DE HENDERSON-
HASSELBALCH

Os ácidos fracos podem ser


absorvidos de forma passiva pelo
estômago onde o pH está na faixa 1
a 3 e estes ácidos são não ionizados

As bases fracas não têm boa


absorção neste ambiente porque
são ionizadas neste pH.
RELAÇÃO DE HENDERSON-
HASSELBALCH

As bases fracas são


absorvidas
normalmente de forma
passiva no intestino
delgado, onde o pH
está na faixa 5 a 7
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO E
ABSORÇÃO

As vias de administração
As duas principais vias de parenteral são todas as rotas de
administração dos fármacos absorção que não estão
são a enteral e a parenteral. As associadas ao sistema GI e que
vias enterais envolvem o usam os sistemas vascular,
sistema GI para a musculoesquelético, pulmonar
administração do fármaco. e cutâneo para os locais de
administração
ADMINISTRAÇÃO ENTERAL

As vias de administração enteral consistem nas vias oral,


sublingual ou bucal e retal.

A administração oral é definida pela deglutição do


fármaco e sua absorção a partir do lúmen do sistema GI.

A maioria dos fármacos prescritos atualmente é indicada


para liberação oral.
ADMINISTRAÇÃO ENTERAL

As vias de liberação bucal (administração no espaço entre a


gengiva e a bochecha)

Sublingual (administração sob a língua) são incomuns, pois


permitem a absorção direta do fármaco na circulação sistêmica
sem o efeito de primeira passagem, processo que pode ser rápido
ou lento conforme a formulação física do produto.
ADMINISTRAÇÃO PARENTERAL

A administração vascular consiste nas vias intravenosa e intra-arterial.

A via intravenosa permite a absorção instantânea e completa, sendo


potencialmente perigosa porque, se a administração for muito rápida,
serão alcançados níveis sanguíneos elevados do fármaco.

As vias intra-arteriais, pouco usadas, são indicadas para administrar um


fármaco em um órgão ou tecido.
ADMINISTRAÇÃO PARENTERAL

Outra via parenteral é o sistema


musculoesquelético, embora sempre através da
injeção intramuscular.

Em geral, a absorção do local da injeção


intramuscular é mais rápida e com maior
biodisponibilidade do que a administração oral.
ADMINISTRAÇÃO PARENTERAL

A administração no sistema pulmonar consiste nas vias intranasal e de


inalação. Esta administração pode ser indicada para efeitos locais ou
sistêmicos.

Os fisioterapeutas utilizam vias transdérmicas (em teoria) para liberar


fármacos anti-inflamatórios e analgésicos no local sob os tecidos
subcutâneos. Para potencializar a liberação percutâ nea destes
fármacos, podem ser utilizadas a energia mecânica (fonoforese) ou a
corrente elétrica direta (iontoforese).

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