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Farmacodinâmica

Efeitos bioquímicos e fisiológicos dos fármacos e seus mecanismos de ação nos receptores
(componentes do organismo)

Agonistas
Fármacos que se ligam à receptores fisiológicos e simulam efeitos de compostos endógenos

Agonistas totais
Fazem o tecido ter resposta total

Agonistas parciais
Fazem o tecido ter resposta parcial

Antagonistas
Se ligam ao receptor sem causar ativação, mas produzem efeito por inibirem a ação dos
agonistas. Não tem eficácia, só afinidade.

Antagonistas competitivos
Não deixa o agonista se ligar ao receptor, competem pelo mesmo sítio
EX: Loratadina, anti-histamínico usado na rede pública no tratamento de uma crise
anafilática

Antagonistas não competitivos


Bloqueiam, em algum ponto, a cadeia de eventos que leva a produção de uma resposta pelo
agonista.

Antagonistas competitivos reversíveis


A inibição pode ser superada pelo aumento na concentração do agonista. Assim, diminui a
potência do agonista, desviando a curva de concentração pra direita

Antagonistas competitivos irreversíveis


Contém grupo reativo que forma ligações covalentes com o receptor, se dissociando de forma
lenta ou nem se dissocia

Antagonista químico
Quando duas substâncias se combinam em solução e a atividade da droga é perdida
EX: Sulfato de protamina, utilizado para terminar o efeito da heparina por meio de ligações
iônicas, e o agente quelante dimercaprol, utilizado para tratamento de envenenamento por
arsênico.
Tolerância, dependência e síndrome de abstinência
Tolerância
Diminuição do efeito de uma medicação por exposição excessiva do paciente ao seu princípio
ativo. Cabe o uso de dosagens cada vez maiores do mesmo medicamento para se obter os
mesmos resultados comumente relacionados às dosagens padrão. Comumente, são dois os
mecanismos responsáveis pela tolerância:
• O metabolismo da droga é acelerado (mais frequentemente porque aumenta a atividade das
enzimas que metabolizam os medicamentos no fígado);
• Diminui o número de receptores ou sua afinidade pelo medicamento.
O termo resistência é utilizado para descrever a situação em que uma pessoa não mais
responde satisfatoriamente a um medicamento antibiótico, antiviral ou quimioterápico.
Dependendo do grau de tolerância ou resistência ocorrente, o médico pode aumentar a dose
ou selecionar um medicamento alternativo. Assim, cabe ao paciente ter a consciência da
importância da dosagem correta quando se faz uso de medicamentos, afim de preservar seu
efeito terapêutico até o fim do tratamento.

Dependência
Conjunto de fenômenos comportamentais, cognitivos e fisiológicos que se desenvolvem após
o uso repetido de determinada substância. Pode ser uma substância psicoativa específica (por
exemplo, o fumo, o álcool ou a cocaína), a uma categoria de substâncias psicoativas (por
exemplo, substâncias opiáceas) ou a um conjunto mais vasto de substâncias
farmacologicamente diferentes.

Abstinência
Conjunto característico de sinais e sintomas que ocorrem após a interrupção (ou, em alguns
casos, diminuição) do consumo de uma droga, seja ela um medicamento ou uma droga de
abuso. O quadro clínico de uma dada síndrome de abstinência varia de acordo com a droga
consumida. A identificação do tipo da droga usada é importante para o correto tratamento,
mas o abuso de mais de um tipo de droga é comum.

Quais os mecanismos atuantes no processo de tolerância?


As variações de sensibilidade ocorridas no processo de tolerância podem ser decorrentes de
polimorfismos nos genes que determinam o receptor da droga ou nos genes que afetam a
absorção, o metabolismo ou a excreção da droga. Três classes de mecanismos determinam o
desenvolvimento da tolerância adquirida: farmacocinética, farmacodinâmica e aprendida.

Tolerância farmacocinética: aumento da capacidade de metabolizar ou excretar a droga ao


longo do tempo. Na maioria das vezes, o aumento do metabolismo é atribuível à síntese
induzida de enzimas metabólicas como o citocromo P450. Nesses casos, a tolerância
farmacocinética resulta em menor concentração plasmática da droga em qualquer dose.

Tolerância farmacodinâmica: o mecanismo mais importante de tolerância, é causada por


alterações na interação droga receptor. Essas alterações podem incluir a diminuição do
número de receptores ou uma modificação na via de transdução do sinal. A curto prazo,
alterações no número de receptores ou na afinidade de ligação podem ser causadas por
inativação de receptores (p. ex., através da fosforilação), interiorização e degradação de
receptores da superfície celular ou outros mecanismos.

Tolerância aprendida: na tolerância aprendida, uma droga produz alterações compensatórias


que não têm relação com sua ação.

Tolerância comportamental: a pessoa aprende a modificar seu comportamento para ocultar os


efeitos da droga. A tolerância condicionada (um tipo de tolerância aprendida) ocorre quando
indícios ambientais associados à exposição a uma droga induzem alterações compensatórias
preventivas, chamadas de resposta de oposição condicionada. Esse mecanismo de
condicionamento é um fenômeno inconsciente

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