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ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL

MODULO I

• Orientação profissional: caracterização


e concepções
• Fundamentação teórica da orientação
profissional
• Tipos e contextos de orientação
profissional
• Fatores que influenciam nossas escolhas
• A importância da orientação
profissional na sociedade
• A Orientação Profissional é uma disciplina
• VOCÊ JÁ OUVIU que propõe um entendimento e discussão
sobre as relações do homem contemporâneo
FALAR EM e sua interface com a carreira profissional. A
ORIENTAÇÃO orientação profissional envolve nossas
possibilidades de escolha e, por isso, nem
PROFISSIONAL? sempre esse momento transcorre de forma
tranquila e segura. O que era para ser um
processo de busca prazerosa pode se
transformar em conflitos intermináveis e
sem respostas satisfatórias.
TODO MUNDO PRECISA DE ORIENTAÇÃO
PROFISSIONAL?

• Para alguns a tarefa de escolher


uma profissão é mais fácil do que
para outros, contudo a Orientação
Profissional não é importante
apenas para decidir um rumo
profissional, mas também para que
possamos refletir sobre nossas
decisões.
UM POUCO DE HISTÓRIA

• A Orientação Profissional nasceu como


uma prática cujos objetivos estavam
diretamente ligados ao aumento da
eficiência industrial. Ela tem suas
origens situadas na Europa do inicio do
século XX, mais precisamente com a
criação do Centro de Orientação
Profissional de Munique, no ano de
1902 (Carvalho, 1995).
• No Brasil, a Orientação Profissional tem como marco de origem a criação,
em 1924, do Serviço de Seleção e Orientação Profissional para os alunos do
Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, sob responsabilidade do engenheiro
suíço Roberto Mange (Carvalho, 1995; Rosas, 2000; Santos, 1977).
• A Orientação Profissional brasileira nasceu ligada à Psicologia Aplicada, que
vinha desenvolvendo-se no pais, na década de 1920, junto à Medicina, à
Educação e à Organização do Trabalho (Antunes, 1998; Carvalho, 1995;
Massimi, 1990; Rosas, 2000).
Nas décadas de 1930 e 1940, a Orientação Profissional ligou-se à Educação. Em 1934, foi
introduzida no Serviço de Educação do Estado de São Paulo, por iniciativa de Lourenço
Filho (Freitas, 1973). No ano de 1942, a lei Capanema, sobre a organização do ensino
secundário, estabeleceu a atividade de Orientação Educacional e atribuiu a ela o auxilio na
escolha profissional dos estudantes (Lourenço Filho, 1955/1971a).
A Orientação Profissional brasileira deu um grande salto de desenvolvimento a partir da dé-
cada de 1940. No ano de 1944, foi criada a Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, que
estudava a Organização Racional do Trabalho e a influencia da Psicologia sobre a mesma
(Frei-tas, 1973; Instituto Superior de Estudos e Pesquisa: ISOP, 1990).

• Em 1947, foi fundado o Instituto de Seleção e Orientação Profissional (ISOP), junto à
Fundação Getúlio Vargas na cidade do Rio de Janeiro, instituto que reuniu técnicos e
estudiosos da Psicologia Aplicada, muitos deles forma- dos pelo curso ministrado por
Mira y López, que foi seu primeiro diretor (Carvalho, 1995; Freitas, 1973; ISOP, 1990;
Rosas, 2000; Seminério, 1973
• Quando foi criado, em 1947, os objetivos do ISOP eram: o desenvolvimento de métodos e
técnicas da Psicologia Aplicada ao Trabalho e à Educação, o que foi feito principalmente
através da adaptação e da validação de instrumentos psicológicos estrangeiros e da
criação de instrumentos psicológicos brasileiros; o atendimento ao publico através dos
processos de Seleção e Orientação Profissional; e a formação de novos especialistas
(Freitas, 1973; ISOP, 1990; Seminério, 1973).
• Entre as décadas de 1940 e 1960, o ISOP foi referencia não só́ para os modelos
de Seleção e Orientação Profissional, mas também para o desenvolvimento da
Psicologia brasileira, principalmente da Psicometria.
• O surgimento dos cursos de Psicologia e a regulamentação da profissão de
psicólogo não modificaram apenas os objetivos do ISOP, mas influenciaram a
Orientação Profissional ao vincular esta atividade à Psicologia Clinica e ao
transferir o processo de intervenção para consultórios particulares (Carvalho,
1995; Melo-Silva & Jacquemin, 2001; Rosas, 2000).
• Em 1971, é promulgada a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), a qual institui
a figura do orientador Educacional nas escolas de ensino médio e podia atuar neste
campo pessoas com diferentes formações.
• Já́ com regulamentação da profissão de psicólogo em 1962, coloca os testes de uso
exclusivo destes profissionais. Logo depois em 1968 a profissão de Orientador
Educacional é regulamentada dando poderes aos pedagogos de exercerem a função de
coordenadores do processo.
• Historicamente dois caminhos foram traçados: os psicólogos detentores de ferramentas
e os pedagogos coordenando o processo, ambos em busca de referenciais para o
trabalho.
TIPOS E CONTEXTOS DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL

• 1. Orientação profissional em clinica


• A orientação profissional na instância clinica surge com Bohoslavsky (2007), como uma
maneira de substituir as até então estratégias estatísticas de orientação, baseadas na teoria dos
traços e fator, que mensura, avalia e classifica os indivíduos. Influenciado por Carl Rogers entre
outros autores, Bohoslavsky (2007), buscou sair do diretivo de outras posições teóricas e
destacou a entrevista como ferramenta principal no processo de orientação.
• O modelo inicial clinico de orientação, proposto por Bohoslavsky, consistia em um atendimento
individual, de curto período (15 a 20 sessões), abordando contextos definidos, o que nos remete
aos conceitos de psicoterapia breve. Que consiste em uma intervenção com tempo e objetivos
limitados. As estratégicas clinicas são configuradas para atender a um foco especifico de
conflito do cliente.
• 2. Orientação profissional nas organizações
• Dentro das empresas também encontramos espaços e necessidades para se trabalhar a orientação
profissional, vista nesse contexto, como a reorientação profissional e/ou planejamento de
carreira. Nosso publico para essa intervenção modifica-se um pouco. Como mostram Super e
Bohn Júnior (1975), podendo ser necessário também dar assistência às pessoas adultas.
• A orientação profissional promove a reflexão e a recolocação deste individuo nos seus objetivos
de vida. Quando o individuo percebe que existe uma distancia relevante entre o que ele vive e o
que deveria ser é o momento de ele deixar a passividade e assumir novamente a sua condução e
responsabilidades em construir seu estilo de vida.

• 3. Atendimento de orientação profissional: individual x grupo

• As duas maneiras podem ser utilizadas para o processo. No atendimento individual pela própria
situação, pode-se ter um maior aprofundamento de algumas questões trazidas pelo cliente, uma
vez que o foco é só nele, mas, segundo Lucchiari (1993), o trabalho em grupos com os jovens
apresenta melhores resultados.
• A própria característica da fase da adolescência em necessitar o convívio com a turma, na busca
de sua identidade ele se aproxima do igual e se diferencia da família, no grupo ele pode
compartilhar suas inseguranças e duvidas e cada um no grupo também pode ser facilitador para
que os outros tenham a percepção de quem é.
• Para Silva e Uvaldo (2010):
• “A Psicologia cuida da problemática da escolha profissional, basicamente
em consultórios particulares e instituições, valendo-se das teorias
psicológicas, sobretudo a estratégia clinica de Bohoslavsky 1981”. (p.32)
• “Enquanto os educadores buscam alternativas curriculares no ensino
médio em escolas estaduais de São Paulo”. (p.32)
• Santos (1973), pioneiro nesta área no Brasil, a Orientação Profissional passou por quatro estágios
teóricos - práticos:
• o informativo que oferecia informações a respeito das profissões, suas perspectivas e exigências,
• o psicométrico que valorizava as características pessoais para o sucesso em determinado campo
profissional, a partir da analise das funções exigidas em cada tipo de trabalho, avaliava
inteligência, aptidões motoras e sensoriais, personalidade, além de definir qual a profissão mais
adequada para o individuo.
• Clinico enfatizava o papel ativo do individuo, atribuindo-lhe potencial e recursos para a auto
compreensão e auto direção.
• Politico e Social incluía como fator relevante o contexto sociopolítico do processo de escolha
profissional.
AS TEORIAS EM ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL

• Uma sistematização teórica faz-se necessária para situar o que hoje se entende por
orientação profissional. Vários autores brasileiros utilizam a classificação elaborada
por Crites,3 que agrupa as teorias na área de orientação profissional em três grandes
blocos, denominadas por ele:
• 1) teorias não - psicológicas;
• 2) teorias psicológicas, e;
• 3) teorias gerais.
• Será́ apresentada uma breve abordagem dos três grupos para, posteriormente, apontar
por que não se utiliza essa classificação.
TEORIAS NÃO - PSICOLÓGICAS

• As teorias não - psicológicas entendem que a escolha profissional do individuo é


causada por elementos externos a ele (teoria do acidente; teoria econômica; teoria
cultural e sociológica). São teorias que descrevem o processo de inserção das pessoas
no trabalho, mas que não vislumbram qualquer papel ativo para o sujeito; portanto,
descartam a possibilidade de “orientabilidade” do processo, entendendo esse termo
como possibilidade de o individuo planejar seu roteiro profissional ou a possibilidade
de algum auxilio profissional para ajudar no processo. As forcas, quer das
contingencias, das leis do mercado (oferta e procura) ou do padrão cultural das
famílias, definem invariavelmente a posição e a ocupação do individuo na sociedade.
• Segundo Pimenta (1979), as teorias não - psicológicas, embora reconheçam
determinantes não - individuais na escolha, acabariam por provocar um
sociologismo ou economicismo na orientação profissional, “na medida em
que tenderiam a apor ao fenômeno da decisão, o esquema cientifico da
Economia e da Sociologia, sem, no entanto, permitirem ao individuo que
decide, lidar com estes esquemas” (p. 29) Ou seja, seriam forcas agindo
sobre o individuo, mas que seriam tomadas como mera explicação e que não
seriam operadas pelos sujeitos em qualquer nível.
TEORIAS PSICOLÓGICAS

• As teorias psicológicas são as que analisam os determinantes internos do


individuo que explicariam seus movimentos de escolha. Ele teria papel ativo (ou
parcialmente), e as condições socioeconômica e culturais teriam uma função
secundaria no processo. Essas teorias que serão alvo de analise por parte dos
estudiosos, porque pressupõem efetiva participação do sujeito e preveem (não
necessariamente em todos os casos) uma atuação de profissionais no sentido de
facilitar e/ou dar sentido “cientifico” ao processo de escolha das pessoas.
• As chamadas teorias psicológicas serão apresentadas a seguir, e, segundo Crites,
englobam as vertentes denominadas teoria de traço e fator, teorias
psicodinâmicas, teorias desenvolvimentistas e teorias de decisão.
TEORIA TRAÇO E FATOR

• A teoria traço e fator é a que dá inicio à área da orientação profissional e, como diz Ferretti (1988a), sugere
um procedimento racional e objetivo para a escolha, pois pressupõe que:
• “a) os indivíduos diferenciam-se entre si em termos de habilidades físicas, aptidões, interesses e
características pessoais;
• b) as ocupações também se diferenciam entre si, cada uma exigindo, para um desempenho produtivo, que o
profissional apresente aptidões, interesses e características pessoais requeridas pela profissão;
• c) é possível conduzir à compatibilização ideal dessa dupla ordem de fatores através de um processo
racional de escolha.” (Ferretti, 1988a: 18)
• Essa teoria pauta sua ação e dá fundamento aos denominados testes vocacionais, que, por mais criticados
que tenham sido e sejam, ainda fazem parte do imaginário social, quando o fato é a escolha da profissão.
Acredita- se que as aptidões, os interesses e os traços de personalidade são inatos.
TEORIAS PSICODINÂMICAS

• As teorias psicodinâmicas buscam explicar como os indivíduos constituem


sua personalidade e, por isso, como se aproximam das profissões.
Fundamentando-se na psicanálise, debruçam-se sobre o desenvolvimento
afetivo sexual, principalmente na primeira infância, para entender o
desenvolvimento das aptidões, interesses e características de
personalidade. Portanto, estas teorias representam uma superação da visão
inatista de personalidade, pois é a partir da relação dos impulsos com o
meio que as pessoas constituem sua individualidade.
TEORIAS DESENVOLVIMENTISTAS

• As teorias desenvolvimentistas surgem a partir de 1950, como alternativa à


abordagem dos traços e fatores. Critica-se a ideia de “momento da
escolha”, passando-se a defender a concepção de desenvolvimento
vocacional. O individuo possui um ciclo de vida, e a questão profissional
perpassa-o como um todo: os indivíduos desenvolvem-se
vocacionalmente, e este processo dura a vida toda.
TEORIAS DECISIONAIS

• As teorias decisionais importam seus pressupostos da administração de


empresas e da economia visando à racionalidade das escolhas. Assim, a
decisão deve ser fruto de analise minuciosa dos elementos que intervém no
processo.
• A racionalidade proposta prevê̂ uma etapa chamada preditiva, em que se
identificariam a possibilidades oferecidas e se analisariam as consequências
de cada uma dessas possibilidades; prevê̂ uma segunda etapa, a avaliativa,
onde se analisaria a “desejabilidade” das consequências arroladas na etapa
anterior e, por último, a decisória, onde se avaliariam as decisões e
finalmente se chegaria a uma escolha.
TEORIAS GERAIS

• As teorias gerais tentam entender a escolha profissional determinada ora


por aspectos psicológicos, ora por aspectos socioeconômicos. Entretanto,
não formulam novas abordagens, mas justapõem as anteriores.
• Segundo Crites, as teorias gerais são as que dão ênfase não só́ aos aspectos
psicológicos da escolha ou não só́ aos aspectos estruturais
socioeconômicos, como explicação da inserção do individuo em
determinada profissão ou ocupação.
UMA NOVA CLASSIFICAÇÃO DAS TEORIAS EM ORIENTAÇÃO
PROFISSIONAL

• A presente proposta classifica as teorias em três grupos:


• 1) teorias tradicionais;
• 2) teorias criticas;
• 3) teorias para além da critica.
• Acredita-se que tal forma de classificação permite o desvelamento das
concepções de individuo e sociedade contidas em suas formulações.
TEORIAS TRADICIONAIS (ABORDAGEM LIBERAL)

• Nas teorias tradicionais, a concepção de aproximação do individuo com as profissões se dá por meio do
que se poderia chamar de “modelo de perfis”. Este modelo entende que uma boa escolha é aquela que
resulta da harmonia mais perfeita entre um perfil profissional ou ocupacional e o perfil pessoal,
delineado a partir de qualquer técnica ou instrumento.
• Na visão liberal, o individuo tem em suas mãos a possibilidade de ultrapassar os obstáculos colocados
pela realidade, e a escolha, se adequada, asseguraria melhoria de condição de vida.
• A sociedade é entendida com um conjunto de camadas sociais sobrepostas e ordenadas em forma de
pirâmide que possibilita ascenso ou descenso social. A escolha profissional é anunciada como um dos
fatores fundamentais para o deslocamento social (para cima ou para baixo, de acordo com a qualidade da
decisão) e, por isso, a orientação profissional far-se-ia necessária, isto é, ajudaria o indivíduo a localizar
ou descobrir sua “vocação” para ter chances de “subir na vida”.
TEORIAS CRITICAS

• Por teorias criticas entendemos aquelas surgidas, no Brasil, no final da


década de 1970 e inicio da de 1980, que examinaram as teorias aqui
denominadas tradicionais ou liberais, apontando seu caráter ideológico .
• Mais do que propostas (apesar de apontarem algumas saídas), estas teorias
propõem-se a analisar, de forma radical, as teorias então existentes,
desvelando as concepções, quase nunca explicitas, de ser humano e
sociedade nelas contidas.
TEORIAS PARA ALÉM DA CRITICA

• A perspectiva das teorias para além da critica é superar a dicotomia entre o


individuo e a sociedade apontada anteriormente. É por isto que se propõe uma
nova abordagem denominada “sócio-histórica”, aceitando as formulações
desenvolvidas pelas teorias criticas, mas apontando que é necessário um
avanço na compreensão da relação individuo - sociedade, de forma dialética, e
não idealista ou liberal; isto é, deve-se caminhar para a compreensão do
individuo como ator e ao mesmo tempo autor de sua individualidade, que não
deve e não pode ser confundida com individualismo.
A ABORDAGEM SÓCIO-HISTÓRICA

• A abordagem sócio-histórica, da mesma maneira que a perspectiva critica, questiona a


forma de aproximação dos indivíduos com as ocupações por meio do modelo de
perfis, não por negar o individuo, mas por negar a concepção liberal de individuo.
Por isso, faz-se necessário construir outra formulação que explique esta aproximação.
• Da mesma forma que a perspectiva critica, a abordagem sócio-histórica entende que
as profissões e ocupações não são perenes e imutáveis.
• Esta abordagem trabalha com a ideia da multideterminação do humano. Combate-se a
concepção do ser humano natural ou abstrato.
• A abordagem sócio-histórica aponta caminhos para entender o individuo na sua
relação com a sociedade de forma dinâmica e dialética. Vygotsky, o principal
representante dessa abordagem, “tem como um dos seus pressupostos básicos a
ideia de que o ser humano constitui-se enquanto tal na sua relação com o outro
social. A cultura torna-se parte da natureza humana num processo histórico que,
ao longo do desenvolvimento da espécie e do individuo, molda o funcionamento
psicológico do homem” (Oliveira, 1992: 24). Dessa forma, não há ruptura do
individuo com a sociedade e nem a sua anulação enquanto ser singular.
ABORDAGEM SÓCIO-HISTÓRICA DA ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL

Delineia caminhos para


o entendimento na sua Compreende que os jovens são
Compreende que na relação com a sociedade influenciados pela sociedade e
sociedade de forma dinâmica e pela sua historia pessoal e
contemporânea na dialética, abordando a social, e que eles também são
qual vivemos as multideterminação do capazes de influenciar a
profissões não são ser humano sociedade da qual fazem parte,
definitivas e e valorizando a gerando assim transformações
imutáveis como compreensão do no percurso da sua história a
muitas vezes os contexto social, cultural, partir de suas ações no meio e
estudantes acreditam. histórico e econômico efetivação de suas escolhas.
no qual se encontram os
estudantes do ensino
médio.
A escolha da profissão na abordagem sócio-histórica da
Orientação Profissional ocorre desta maneira:

1.Eu procuro
4. Eu decido qual minha
minhas respostas
futura profissão.

2. Autoconhecimento (historia de 5. Eu me sinto


vida). Informação profissional. preparado para fazer
Mundo do trabalho. Conhecimento outras escolhas e
dos fatores sociais, históricos, efetivar decisões ao
culturais, econômicos e políticos longo da vida
envolvidos no processo de
escolha.Reflexão.

3. Eu aprendo a
escolher!
• Portanto, é necessário que o jovem esteja atento e conheça a realidade do
mundo do trabalho que o circunda quando precisa fazer uma reflexão e deseja
assumir uma opção profissional em busca de um futuro que seja promissor e
lhe traga felicidade.
• O seu autoconhecimento e o conhecimento da realidade socioprofissional
poderão lhe auxiliar nesse momento de escolha da futura profissão, de maneira
que o jovem estudante possa fazer uma analise de opções com o objetivo de
buscar respostas aos seus anseios, além de diminuir a possibilidade de
efetivação de escolhas errôneas e/ou equivocadas.
FATORES QUE INFLUENCIAM NOSSAS ESCOLHAS

• Apresentamos aqui os fatores que interferem de alguma maneira nos


nossos posicionamentos frente as escolhas. São os fatores políticos,
econômicos, sociais, familiares e psicológicos. Todos serão colocados
separadamente para seu melhor estudo, mas não há como separá-los no
processo de escolha. Esses fatores se misturam e se completam no ideário
daquele que, inserido no contexto social, formula seu projeto de vida, tanto
pessoal como profissional.
FATORES POLÍTICOS

• Atualmente, a educação passou a ser vista como um bem de investimento associada ao capital. A
politica educacional não atende aos interesses da maioria a população e a educação mais uma vez é
desprezada como possibilidade de desenvolvimento.
• O projeto econômico e social defendido pelos nossos políticos objetiva adequar a produção nacional
às demandas e pressões do capital internacional. Assim, não conseguimos planejar adequada e
realisticamente as nossas necessidades na área de formação profissional. Para tentar atender às
necessidades da imprevisibilidade do capitalismo, corremos sempre o risco de preparar t écnicos em
excesso para o mercado, enquanto que em outros campos profissionais temos carências.
• Nosso poder publico ainda pensa em um projeto social bem diante das nossas necessidades e
realidades. Assim, fica difícil projetar qualquer possibilidade de ascensão do pais.
FATORES ECONÔMICOS

• No Brasil, nas décadas de 1970 e 1990, aponta Soares (2002), há um aumento
significativo do numero vagas nas universidades, e a classe media reconhece o ensino
superior como mecanismo para realizar a sua ascensão social. Ter um filho formado
passou a ser sinônimo de status social e possibilidades de melhores condições para a
família.
• Nesse cenário, os números de formandos aumentam, mas o mercado de trabalho interno
não consegue absorver essa população de novos profissionais e as primeiras sensações de
insucesso aparecem com esses jovens se direcionando a outras atividades profissionais,
longe de sua formação para garantir sua sobrevivência.
• .
• Outro fator econômico que atinge a formação desse jovem é a impossibilidade de
ele manter seus estudos sem uma atividade remunerada, ou seja, sem
possibilidades de ser só́ estudante, o jovem vira estudante trabalhador
• O capitalismo atua, com uma reserva de mercado, com um grande numero de
profissionais disponível ao mercado, e os salários são rebaixados. O modelo
econômico do Brasil não atende às expectativas da população que se esforça para
modificar sua situação social e econômica.
FATORES SOCIAIS
• Esses fatores estão relacionados com a classe social em que nossos jovens nascem,
afirma Sores (2002). Sua condição social também apontará suas possibilidades de
formação profissional e de trabalho, sendo que a maioria dos jovens depende de
recursos financeiros para custear uma formação em instituições particulares.
• O histórico de vida em seu contexto social também reflete nos objetivos da formação
profissional no terceiro grau. Um jovem que nasce em famílias mais simples, com baixo
nível de instrução, tende a ter ao longo de seu desenvolvimento menos contato com os
estudos. Mas, mesmo que esses jovens não tenham valorizado tanto os estudos, a família
ainda pode apresentar um enorme desejo de ter um filho estudado.
• Na classe media ou alta, o cenário configura-se de outra maneira, com a ausência das
dificuldades financeiras e uma vida escolar iniciada logo cedo.
FATOR FAMILIAR

• Na relação familiar, os pais sempre apresentarão expectativas na vida dos seus


filhos. A criança já́ é socializada pela família, que escolhe alguns estilos e maneiras
de estar no mundo em detrimento de outras formas. Nosso primeiro grupo social, a
família, interfere na nossa visão de mundo, estabelecendo parte de nossos hábitos e
interesses.
• As representações sociais das profissões também refletem a identificação e os
valores pregados no grupo família. Como apresenta Soares (2002), varias
pesquisas retratam que o projeto profissional dos jovens contamina-se com as
expectativas dos pais e dos próprios jovens em relação à sua vida futura.
FATORES PSICOLÓGICOS

• Na confecção de um projeto de vida, o jovem deve considerar como um dos


pontos de partida o conhecimento que tem de si mesmo. Esse autoconceito não é
trabalhado nas escolas e, portanto, a empreitada da construção de seu projeto já
começa com a alienação de quais são suas potencialidades e dificuldades.
• Uma das etapas importantes no processo de orientação profissional está em
estabelecer meios para que esses jovens voltem a sua atenção para si mesmos. O
jovem deve pensar suas rotinas, seus gostos, suas habilidades, suas dificuldades,
seu passado e seus anseios futuros. Pensar em si proporciona um autoconceito e
assegura a ele reconhecer quanto dele há em suas escolhas profissionais.
O PAPEL DA ORIENTACAO PROFISSIONAL

• Essa fase é construída historicamente, suas dificuldades são geradas


principalmente pela contradição, condição e autorização. Ou seja, ela
contribui para o processo de apropriação de suas determinações, tornando
o adolescente mais capaz de interferir no mundo social e nas suas escolhas.
• É um processo em que devem ser trabalhados os conflitos, estereótipos e
preconceitos que surgem a fim de superá-los, onde o autoconhecimento
aparece na relação com o outro e não como uma tarefa reflexiva isolada.
• Um dos maiores benefícios da orientação profissional é o desenvolvimento
do autoconhecimento, uma vez que ao se conhecer profundamente, o
indivíduo consegue perceber o que impacta os seus sentimentos.
• Dessa forma, a pessoa consegue reagir melhor às diversas situações a que
fica exposto. Além de valorizar as suas habilidades e competências na
busca de uma vocação pessoal e especialmente profissional.
• Outro grande benefício da orientação profissional é a possibilidade de sanar as
dúvidas nas mais diversas áreas de trabalho, além de mostrar todas as
dificuldades que você pode enfrentar no futuro, deixando-o pronto para enfrentar
as adversidades que podem surgir na sua carreira.
• Outro aspecto da Orientação Profissional diz respeito ao acesso a informações
profissionais sobre cursos, mercado de trabalho, oportunidades, especializações,
como também ao papel de auxiliar aos jovens a fazerem uma reflexão sobre a
relevância do trabalho. (KRAWULSKI, 1991)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• BOCK, S. D. Orientação profissional: a abordagem sócio histórica. São


Paulo: Cortez, 2002
• Lago, Lilian Yepez Orientação profissional / Lilian Yepez do Lago. –
Londrina : Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2017. 184 p.

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