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O conceito de "Cidadanias Mutiladas", proposto pelo geógrafo brasileiro Milton

Santos, explicita que a democracia só é efetiva quando atinge a totalidade da população.


A partir dessa perspectiva, é possível observar que a realidade contemporânea se
distancia desse ideal democrático, uma vez que, no Brasil, os desafios para garantir a
valorização de comunidades e povos tradicionais ainda se perpetuam. Desse modo, é
essencial analisar os principais propulsores desse contexto hostil: o silenciamento das
instituições escolares e a manipulação midiática no que se refere à formação étnica do
Estado Nacional.
Diante desse cenário, é válido destacar a omissão escolar frente à
desvalorização de grupos sociais minoritários. Isso ocorre devido à deterioração do
papel formador do jovem na escola, visto que a ingerência governamental prevê
uma educação que limita a instrução social, de modo que a sociedade não esteja
preparada para lidar com os entraves que impossibilitam o engajamento de
comunidades étnicas diferentes e, muito menos, propor caminhos para combater
essa realidade no país. Essa reflexão alcança forças no ensaio Pedagogia do
Oprimido, cunhado pelo pedagogo Paulo Freire, o qual caracteriza o ambiente
escolar como uma ferramenta de opressão que não habilita os sujeitos para a
convivência enquanto o corpo civil.
Além disso, é inegável como o desinteresse da mídia no que tange à
integração de povos tradicionais reflete na desapropriação identitária desses grupos.
De acordo com a antropóloga Lilia Schwarcz, desde a Independência do Brasil, não
há um ideal de coletividade – ou seja, uma "nação" consolidada, ao invés de,
meramente, um "Estado". Nessa perspectiva, os veículos de comunicação, pautados
num viés econômico e eurocêntrico, valorizam a disseminação de seus conteúdos,
marginalizando, assim, a abordagem de problemas sociais que não evocam a
atenção do público. Em consequência disso, as comunidades quilombolas,
indígenas, extrativistas e ribeirinhas são cada vez mais apagadas da história do
território brasileiro.
Urge, pois, que medidas sejam tomadas com o intuito de refrear o problema
discorrido. Cabe, portanto, ao Ministério do Desenvolvimento Social, órgão
responsável pela defesa dos interesses sociais, por meio de parcerias com a mídia, criar
palestras de valorização de grupos étnicos distintos, através de aulas com historiadores
e a distribuição de livros que retratem a importância desses grupos para a formação da
identidade do Brasil, com o fito de reduzir os impactos nocivos da ideia de
embranquecimento racial oriunda da colonização e aumentar a visibilidade das
populações tradicionais. Assim, o ideal elaborado pelo geógrafo Milton Santos será, de
fato, uma realidade no país."

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