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Ciclo motivacional:
O motivo é a razão que leva o organismo a agir; é o estado do organismo pelo qual a energia
é mobilizada e dirigida a determinados elementos do meio.
No ciclo motivacional existem geralmente três etapas: necessidade, impulso e resposta
(meta).
É a necessidade (estado de falta fisiológica ou psicológica) que origina o impulso ou pulsão.
O impulso é a força que impele a pessoa à acção, ao conjunto de comportamentos que permitem
atingir o objectivo. O impulso termina quando a meta, o objectivo, é alcançada. Se a meta é atingida,
a necessidade é satisfeita e o impulso é reduzido.
TIPOS DE MOTIVAÇÃO
Motivações combinadas:
Designam-se por combinadas porque combinam factores biológicos e factores
sociais/aprendidos. São muito marcadas pela aprendizagem, mas não são essenciais à sobrevivência
do indivíduo nem à manutenção do equilíbrio do organismo (homeostasia).
Motivações cognitivas:
São as necessidades de informação e de conhecimento que têm como base a curiosidade e a
actividade exploratória (por exemplo: a necessidade de conhecer a vida em sociedade, a natureza,
etc), para melhor compreendermos e, explicarmos também, a realidade.
FRUSTRAÇÃO E CONFLITO
Um sujeito vive um conflito quando está numa situação em que diferentes motivações se
opõem. O conflito designa a oposição de forças com nível semelhante. O conflito surge quando as
motivações são incompatíveis.
Existêm três tipos de conflito:
TEORIAS DA MOTIVAÇÃO
Maslow e a hierarquia das necessidades:
Segundo Maslow, as necessidades humanas estão organizadas numa hierarquia, isto é, não
têm todas a mesma importância. Maslow apresenta a sua teoria através de uma pirâmide em que, na
base, estão as necessidades fisiológicas, e, no cume, as necessidades de auto-realização.
As necessidades humanas começam pelas mais baixas/básicas: as fisiológicas e as de
segurança. Só depois de estas estarem satisfeitas se ascende na hierarquia para satisfação de outras
necessidades mais complexas. Se não houver ostáculos, o ser humano progride na hierarquia até ao
topo.
Necessidades fisiológicas – estas podem ser a fome, o sono, o evitar da dor, o desejo sexual,
etc. A satisfação destas necessidades domina o comportamento humano. As necessidades de
segurança só surgem se estas forem satisfeitas.
Necessidades de segurança – estas manifestam-se na procura de protecção ao meio (abrigo e
vestuário) e na busca de um ambiente estável.
Necessidades de afecto e de pertença – estas manifestam o desejo de associação,
participação e aceitação por parte dos outros.
Necessidades de estima – o indivíduo manifesta o desejo de ser reconhecido pela sua
competência, isto é, ele procura a aceitação dos outros através da sua prática, da sua actuação. A
satisfação da necessidade de estima desenvolve nas pessoas sentimentos de autoconfiança; a sua
frustração gera sentimentos de inferioridade.
Teoria psicanalítica:
Segundo Freud, o comportamento humano é fundamentalmente motivado por razões de
carácter inconsciente e orientado por pulsões.
A pulsão é uma força ou impulso energético que leva o organismo em direcção a um fim. A
pulsão visa reduzir a tensão proveniente de uma excitação corporal. O comportamento é orientado
pela tendência do organismo em reduzir a tensão e ao reduzir a excitação/tensão obtém-se prazer (e
desprazer pelo aumento da excitação).
As pulsões têm uma origem (fonte), uma finalidade (alvo), uma força e um objecto.
A líbido:
Líbido designa, segundo Freud, as pulsões sexuais (a energia inata que nos motiva e permite
sobreviver).
Freud distingue a líbido nascísica da líbido objectal. O objecto da líbido nascísica é o próprio
ego, isto é, é o ego que reduz ou suprime a excitação. Na líbido objectal, a satisfação da pulsão
obtém-se a partir de um objecto (pessoa, instrumento) exterior ao organismo.
Mecanismos de defesa do ego: são mecanismos que visam evitar a angústia resultante
dos conflitos intrapsíquicos. (As pessoas usam esses mecanismos para tentar reduzir a tensão e
ansiedade resultantes dos conflitos entre o id, o ego e o superego). Entre estes mecanismos,
destacam-se:
Recalcamento – o sujeito envia para o id as pulsões, desejos e sentimentos que não pode
admitir no seu ego.
Regressão – é o retorno a uma forma de comportamento característica de uma fase de
desenvolvimento anterior.
Racionalização – o sujeito utiliza justificações ilusórias para um comportamento inaceitável.
Por exemplo: um aluno é apanhado a copiar e acusa o professor por ter deixado a sala por um
momento.
Projecção – o sujeito atribui a outros (à sociedade, a pessoas, a objectos) desejos, ideias,
características que não consegue admitir em si próprio.
Deslocamento – o sujeito transfere pulsões e emoções de objectos ameaçadores para objectos
menos ameaçadores. Por exemplo: o funcionário que sofre conflitos no emprego e é agressivo ao
chegar a casa.
Formação reactiva (inversão dos aspectos) – o sujeito manifesta comportamentos opostos às
verdadeiras pulsões. Por exemplo: um sujeito afasta-se de quem gosta.
Sublimação – o sujeito substitui o fim ou o objecto das pulsões de modo a que estas se
possam manifestar em modalidades socialmente aceites.