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Data: 26.08.2010
Prof. Guilherme
Noções Gerais
O recurso não cria uma nova relação processual, é uma decorrência desta.
Não é autônomo.
Princípios Recursais
A. Princípio do Duplo grau de Jurisdição
*Se for o mesmo órgão não é recurso e sim apenas um pedido de revisão.
Mesmo que este princípio não esteja expresso na nossa CF, de forma textual, tem
previsão de forma reflexa na nossa CF, isto é porque a CF prevê uma série de
Tribunais e a competência recursal destes (art. 102, III da CF e art. 105, III da CF).
B. Princípio da Fungibilidade
Para que este princípio seja aplicado, a jurisprudência vem exigindo 03 requisitos:
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b. Que tenha havido boa-fé do Recorrente; *Ao solicitar esse princípio, o
Recorrente não pode estar se favorecendo de algum benefício leviano,
vontade escusa, etc.
c. O recurso tem que ser apresentado no prazo do menor recurso; *Sob pena de
favorecer o Recorrente, por exemplo: dúvida objetiva no agravo ou apelação,
porém, tem que entrar no prazo do agravo, que o prazo é de 10 dias, mesmo
que for apelação, e se for agravo, estará tempestivo.
C. Princípio da Taxatividade
STJ, através do julgamento da sua corte especial, entendeu que frente à decisão
proferida nos termos do art. 527, II do CPC; o § único deste artigo traz uma redação
que nos faz entender que não existe recurso; logo, decidiu o STJ que nestes casos
poderá impetrar o mandado de segurança ante a ausência do recurso específico.
D. Princípio da Singularidade/Unicorribilidade
Ex: acórdão que pode ser atacado por RE e REsp. não ofende este princípio, pois
cada recurso atacará um tópico da decisão; ou seja; na lei federal o recurso previsto
é o Recurso Especial, entretanto, a ofensa à CF será solucionada pelo Recurso
Extraordinário.
Art. 498 do CPC = o acórdão tem parte de julgamento unânime e parte julgado por
maioria; logo, este artigo diz que primeiramente vai interpor os embargos
infringentes, nos primeiros 15 dias, em relação à matéria não unânime e no NOVO
ACÓRDÃO que vai apreciar esses embargos, que começará a contar o prazo dos
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recursos extraordinário e especial, pois estes se suspendem, ou seja, ficam no
aguardo da decisão dos embargos infringentes.
É a reforma para pior. Temos regra, ainda que não positivada no nosso Código, que a
parte não pode ser surpreendida com uma decisão pior do que aquela que está
recorrendo, sob pena de um desestímulo de se recorrer.
Porém, se ambas as partes recorrem, pode ter um agravamento da situação, não por
uma conseqüência, mas sim, pelo provimento do recurso da parte contrária.
F. Princípio da Colegialidade
Tem entendido a nossa doutrina, que essa decisão monocrática do relator, é uma
antecipação das ideias do colegiado (súmulas; jurisprudência dominante; etc.). Logo,
há grandes indícios que a turma julgará da mesma forma.
Pressupostos Recursais
1. Pressupostos recursais subjetivos – dizem respeito à pessoa;
a. Legitimidade;
Partes;
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MP; *MP pode recorrer em qualquer situação que tenha intervindo no
processo, seja como parte ou fiscal da lei, mesmo que as partes não tenham
recorrido (autor e réu), pode o MP apresentar recurso entendendo que a
decisão não foi benéfica ao menor.
Art. 501 do CPC = a parte também tem legitimidade para desistir do recurso,
salvo
Art. 503 do CPC – fala da renúncia tácita. O § único dispõe da aceitação tácita. Ex:
réu começou a cumprir a decisão.
b. Interesse recursal.
A parte terá interesse quando de alguma forma tenha sucumbido (perdido) em algo.
a. Tempestividade;
Determina que todo recurso tenha que ser apresentado dentro do prazo próprio, sob
pena de sofrer com a preclusão temporal.
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Vide art. 506 do CPC.
b. Recorribilidade do ato;
c. Adequação;
Para cada manifestação há um recurso adequado, não adequado não será conhecido,
exceto quando se aplicar a fungibilidade.
d. Preparo.
Art. 511, §1º são dispensados de recolher o preparo, “isenção legal”: MP;
União; Estados/DF e Municípios e suas autarquias.
Requisitos:
Decisão parcialmente procedente (autor e réu devem ter perdido; para haver
interesse de recorrer);
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também o recurso adesivo, isto é, fica subordinado ao recurso principal,
estende-se esse prejuízo ao recurso adesivo.
Esses recursos, em regra geral, não têm efeito suspensivo, conforme se prevêem o
art. 497 do CPC, quando dispõe que não impedem a execução da sentença.
Temos com exceção, alguns casos em que a apelação é recebida apenas no efeito
DEVOLUTIVO, permitindo-se assim, a execução provisória. Vejamos (incisos do art.
520 do CPC):
2. Alimentos;
3. Processo Cautelar;
5. Instituição de arbitragem;
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6. Confirmar a antecipação dos efeitos da tutela.
O efeito devolutivo da apelação é bastante abrangente. Vide art. 515 e 516 do CPC =
extensão do efeito devolutivo: devolve a matéria impugnada + situações em que a
sentença não enfrentou + o sujeito fez vários pedidos, porém, a sentença tratou
apenas de um, mas o Tribunal pode analisar outros pedidos + questões anteriores à
sentença, ainda não decididas pelo Juiz de 01º Grau.
Art. 463 do CPC (se subdivide em dois casos de retratação: a. erros materiais
(não comprometem o resultado da decisão, até mesmo de ofício pode corrigir)
+ b. No caso dos embargos de declaração, ainda que não tenham por objeto
específico modificar uma decisão, podem vir a modificá-la).
Observações:
Art. 515, §3º do CPC = o julgamento de mérito se deu pela primeira vez no Tribunal.
Tribunal em ato contínuo poderá anular a sentença e decidir sem mérito quando o
processo já estiver maduro para julgamento, ou seja, quando a causa versar questão
exclusivamente de direito e estiver em condições de imediato julgamento.
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do ato processual, intimadas as partes; cumprida a diligência, sempre que
possível prosseguirá o julgamento da apelação. (Incluído pela Lei nº
11.276, de 2006) Visa em última instância dar celeridade ao processamento.
Art. 518, §1º do CPC = para alguns é chamado de “súmula impeditiva de recursos” –
deste despacho cabe agravo de instrumento que não recebe a apelação – porque
uma decisão com base em súmula, que impede que ela recorra, mas cabe agravo,
como se viu acima.
O agravo admite retratação, e se houver, tem que notificar o Tribunal, para que o
agravo perca seu objeto.
O Juiz tem essa possibilidade, conforme art. 526 do CPC (só se aplica ao agravo de
instrumento), o prazo de 10 dias para interpor o agravo e depois em 03 dias, deve
avisar o Juiz que agravou, a partir daqui abre-se o prazo para o Juiz se retratar. E se
esquecer de avisar o Juiz? De ofício o Tribunal não pode conhecer do agravo; porém,
se a parte contrária (agravado) avisar o Tribunal essa omissão, este poderá deixar de
conhecer o agravo, pois não preencheu os requisitos da admissibilidade.
Observações:
Art. 522, caput do CPC = regra geral é que o agravo seja retido.
Inadmissão da apelação;
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Vide art. 527, II do CPC ato do relator que converte o agravo de instrumento em
agravo retido.
Vide art. 526 do CPC: comunicação ao Juiz sobre a interposição do agravo, pelo prazo
de 03 dias. A retratação aqui, diversamente da apelação, é algo inerente ao agravo.
Vide art. 527, IV do CPC: informação prestadas pelo Juiz da causa, em 10 dias,
informando o porquê daquela decisão.
Vide art. 528 do CPC: prazo impróprio de 30 dias, caso não o respeitem, não tem
nenhum efeito.
O agravo retido nos autos será julgado apenas no momento da apelação, por isso
falamos que tem a eficácia deferida no tempo. Para que este agravo seja apreciado,
conforme art. 523, §1º do CPC, determina esse dispositivo que a parte deverá
reiterar o interesse do julgamento do agravo retido nas PRELIMINARES da apelação.
Caso não reitere, presume-se que a parte perdeu o interesse no julgamento do
agravo retido.
O Juiz neste momento poderá fazer o juízo de retratação, caso não ocorra, o agravo
retido oral já está interposto, porém, tem que fazer a confirmação no futuro,
conforme o §1ª do art. 528.
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São as peças que fazem parte do núcleo do agravo.
Logo, sem prejuízo das peças obrigatórias acima, sob pena do agravo não ser
conhecido, pode apresentar as peças facultativas conforme prevê o inciso II do
mesmo artigo.
A solução é que este recurso seja ratificado após o prazo dos embargos de
declaração. Mesmo quando os embargos não foram aceitos? Logo, a sentença é a
mesma. Porém, não interessa a Jurisprudência, interessa que a apelação deve ser
interposta depois do prazo dos embargos.
O Juiz no caso de embargos protelatórios poderá aplicar uma multa de 01% e no caso
de reiterar, a multa poderá chegar a 10%.
Em regra, esses embargos não têm efeito modificativo, pois não é este o objetivo e
sim integrar o julgado, ou seja, o julgado não está completo. Para modificar temos a
apelação e agravo.
Quando dizemos que não tem efeito modificativo significa que não tem efeito
infringente, porém, excepcionalmente os embargos podem modificar o julgado por
VIA REFLEXA.
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Não existe preparo nos embargos, conforme prevê o art. 536 do CPC, pois não se
pode pagar por “omissão” do Judiciário, logo, pela natureza dos embargos e pelo
direito que a parte detinha a uma decisão inteligível.
Cautelares
Livro III: art. 796 a 812 do CPC.
Incidirá a regra do art. 806 do CPC, ou seja, caberá a parte propor em 30 dias a ação
principal.
Art. 801, III do CPC = traz uma regra que só vale para a cautelar preparatória, qual
seja: o Requerente pleiteará a medida cautelar em petição escrita e indicará a lide e
seu fundamento (ou seja, já tem que avisar ao Juiz qual será a ação principal, sob
pena do indeferimento da liminar da cautelar preparatória).
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Caso não haja a resposta do réu no prazo de 05 dias, teremos o efeito da REVELIA
na cautelar (art. 803 do CPC).
Como o legislador não teve como prever todas as cautelares, existe a previsão das
cautelares inominadas.
Ex: cautelar de protesto – é uma cautelar inominada, pois foi criada pela prática, não
tem previsão legal.
Art. 804 do CPC admite a concessão da liminar, que pode ser deferida até mesmo
sem a oitiva da parte contraria (inaldita altera parts) ou deferida após a audiência
de justificação prévia ou ainda, que seja deferida condicionada a apresentação de
uma caução (podendo ser real ou pessoal - fidejussória).
II - se, obtida liminarmente a medida no caso do art. 804 deste Código, não
promover a citação do requerido dentro em 5 (cinco) dias;
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IV - se o juiz acolher, no procedimento cautelar, a alegação de decadência
ou de prescrição do direito do autor (art. 810).
Caso a parte for omissa e não propor a ação principal no prazo de 30 dias, haverá
responsabilidade de indenizar do Requerente da medida liminar na cautelar.
a. Periculum in mora e
Art. 810 do CPC = o indeferimento da medida não obsta que a parte intente a ação
*Não interfere no objeto da ação principal, pois os pedidos são diferentes (cautelar e
principal).
Cautelares Específicas
ARRESTO
Pode ser decretado de ofício. As hipóteses de cabimento estão previstas no art. 813
do CPC.
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visa bloquear o patrimônio do devedor. Logo, o requerente além de provar a dívida
literal deve comprovar também que o devedor esteja se ausentando.
O arresto na verdade é uma penhora “fora de época”, porque não tem como esperar
o momento da penhora, qual seja: execução ou cumprimento de sentença.
SEQUESTRO
O seqüestro NÃO pode ser dado de ofício, deve ter requerimento da parte.
BUSCA E APRRENSÃO
Não incide a regra do art. 806 do CPC. Ou seja, mesmo que não entra com a ação no
prazo de 30 dias (só vale para as cautelares constritivas de direito – constrangimento
do patrimônio), neste caso, essa cautelar de produção antecipada de provas não é
constritiva de direitos e sim conservativas de direito, logo, não acarreta prejuízo a
outrem, por isso não cessará o efeito.
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Antecipa a prova que vai se utilizar no mesmo processo.
DA JUSTIFICAÇÃO
Art. 861 do CPC = também não se aplica o art. 806 do CPC, pois quer o
reconhecimento deste fato em Juízo. Já essa justificação é feita em juízo, mas se
utiliza em outros casos, de forma administrativa (diferença da produção antecipada
de provas).
Art. 865 do CPC = não há nem traslado. Pois, o Requerente precisa do original.
ALIMENTOS PROVISIONAIS
Aqui tem natureza de cautelar. Pode levar a prisão como são obrigatórios (ambos).
ALIMENTOS PROVISÓRIOS
ARROLAMENTO DE BENS
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