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RESPONSABILIDADE SÓCIO-AMBIENTAL

Andreza Mirella Rosa


Bárbara Ayako Nass
José Dimas Cavalcante Santos Pacheco
Prof. Esp. Francisco César Vendrame
Profª M.Sc. Heloisa Helena Rovery da Silva

Lins – SP
2009
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RESPONSABILIDADE SÓCIO-AMBIENTAL

RESUMO

O artigo aborda uma nova tendência do mercado, a responsabilidade Sócio-


Ambiental, na sua origem e desenvolvimento. Nos dias atuais a comunidade, passou
a valorizar mais os produtos e serviços ecologicamente corretos, exigindo cada vez
mais das empresas uma nova postura ética em relação ao meio ambiente. Quanto
mais as empresas estão aderindo a produtos e serviços ecologicamente corretos,
mais elas estão descobrindo que o investimento nessa área pode ser bem lucrativo,
criando um diferencial competitivo e agregando valores aos olhos de seus
consumidores. Existem instrumentos que auxilam as empresas nesse compromisso
com a ética e o meio ambiente, como: as leis ambientais, o Protocolo de Kyoto, a
Agenda 21, que obrigam as empresas e sociedades a repensarem seus objetivos e
ideais.
Palavras-chave: Sociedade, Meio ambiente; Responsabilidade sócio ambiental.

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1. INTRODUÇÃO
Devido às grandes mudanças globais que afetam o dia a dia das pessoas
começaram a surgir certos paradigmas como a preocupação com a questão
ambiental, que se deve pelo crescimento desenfreado das cidades e das indústrias.
Esses paradigmas fazem com que as pessoas mudem sua maneira de agir e pensar,
não só as pessoas como as empresas e principalmente o governo, que estão sendo
pressionados por novas condutas. A sociedade está reconhecendo a escassez dos
recursos naturais, o que obriga às empresas a adotarem atitudes ambientais e mais
com relação à saúde e segurança de seus colaboradores, assumindo uma posição
de responsável socialmente e ética perante a sua comunidade.
Segundo Ashley (2005), a responsabilidade social pode atender a diferentes
interesses e as partes (acionistas, funcionários, prestadores de serviços,
fornecedores, consumidores, comunidade, governo e meio ambiente). Essa
capacidade, mais valores éticos e algumas ferramentas de marketing, proporcionam
um diferencial importante no mercado competitivo e globalizado.
De acordo com Tachizawa (2005), a responsabilidade social nos últimos anos
vem tomando força, devido à conscientização mundial, que se iniciou com um
relatório apresentado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente para a ONU em
1987.
A questão ambiental nos dias atuais é cada vez mais vista como um elemento
essencial no processo de gestão, ao longo das décadas seu conceito e aplicação
foram expandindo-se e elevando a preocupação para o nível estratégico das
empresas que são apenas questionadas pelo que fazem, mas especialmente pelo
que deixam de fazer. A falta de participação, o descaso com problemas da
sociedade, pouca qualidade os produtos e serviços. Em um passado pouco distante
as empresas eram vistam como fonte de progresso e riqueza, hoje são analisadas
pelo custo social do desenvolvimento.
As práticas ambientais devem ser nos próximos anos a ajuda que faltava para
as empresas crescerem, como os consumidores estão focados em comprar
produtos que não prejudiquem o meio ambiente, as empresas que não estiverem
cuidando do meio ambiente acabaram perdendo espaço e dificilmente será
competitiva.
Para as empresas que visam o crescimento, o desenvolvimento e a
preferência dos clientes, se tornou indispensável à existência de valores éticos, a
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responsabilidade social visando a sustentabilidade, a viabilidade econômica e


financeira, a contribuição com a preservação e conservação do meio ambiente.
Este artigo tem como objetivo aprofundar o conhecimento de uma nova
tendência do mercado a Responsabilidade Sócio-Ambiental e seus benefícios ás
empresas.
O artigo foi elaborado através do método de revisão bibliográfica onde foram
abordados os seguintes autores: ASHLEY (2005), BARCELOS (2005), COSTA
(2007), DIAS (2006), GARCIA (2002), MACHADO (2003), REBOLLO (2004),
SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE (2003) e TACHIZAWA (2005).
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Evolução da Responsabilidade Social
A responsabilidade social pode ser definida como o relacionamento ético da
empresa com todos os grupos de interesse que influenciam ou são impactados pelos
stakeholders (acionistas). Este relacionamento das empresas com os stakeholders e
o meio ambiente deve estar de acordo com seus valores, políticas, cultura e
estratégias. Na medida em que a empresa está inserida na sociedade, pode-se
observar uma relação de interdependência entre ambas, uma sinergia que pode ser
qualificada como responsabilidade social da empresa.
Para Ashley (2005), até os anos 30, as empresas desconheciam a
responsabilidade social e as informações empresariais, além de guardar segredo de
seu desempenho financeiro onde a lei obrigava a divulgar somente algumas poucas
informações das empresas. Permaneceu assim até a metade dos anos 60, quando
os problemas ambientais começaram a ser questionados internacionalmente.
A partir dos anos 80, com a globalização, as mudanças econômicas e sócio-
culturais começaram a afetar o modo de agir das pessoas que estavam habituadas a
se preocuparem apenas com os lucros e não prestar contas à sociedade.
A responsabilidade social exercida pelas empresas faz com que elas ouçam
os interesses das partes, dos acionistas aos seus colaboradores, o meio ambiente e
o governo incorporando-os as suas atividades e buscando atendê-los.
O desenvolvimento da comunidade em que está inserida, a
preservação do meio ambiente, uma comunicação transparente
interna e externa, o investimento no ambiente de trabalho, no bem-
estar dos funcionários, o retorno aos acionistas, a satisfação dos
clientes e a sinergia com os stakeholders são exemplos de ações
que caracterizam responsabilidade social empresarial. (GARCIA,
2002, p. 56)

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A sociedade atual exige uma redefinição do papel social da empresa, onde


cresce a conscientização de que não basta gerar empregos, criar produtos, oferecer
benefícios à sociedade, pois elas também produzem resultados indesejáveis como à
poluição, degradação do meio ambiente, ou seja, danos ocasionados pela empresa
a terceiros (pessoas ou comunidade), enfim, a empresa tem que demonstrar sua
utilidade social e sua contribuição para amenizar estes problemas, buscando o bem
comum.
Segundo Garcia (2002) a responsabilidade social é o objetivo social da
empresa somado a sua atuação econômica, sendo inserida na sociedade não
somente como agente econômico, e sim agente social, cumprindo deveres,
buscando direitos em função do desenvolvimento da sociedade, enfim, sendo uma
empresa cidadã que se preocupa com a qualidade de vida do homem na sua
totalidade.
De acordo com Ashley (2005), a Responsabilidade Social permite exercer de
modo coerente e racional as estratégias dos canais de relação entre a empresa, seu
público, a sociedade, baseado nos seguintes princípios:
a) contribuir para o desenvolvimento do ser humano, respeitando sua cultura
e valores, e defendendo seu direito à liberdade de pensar e se expressar;
b) assegurar condições saudáveis de trabalho para os seus funcionários,
retribuição justa, capacitação profissional, realização pessoal, dando
vazão ao diálogo e à liberdade no processo de tomada de decisões;
c) agir com transparência e ética, priorizando o interesse coletivo na
condução dos negócios;
d) promover a preservação do meio ambiente, levando em consideração a
gestão de recursos e a oferta de produtos ecologicamente corretos;
e) exercer a excelência na fabricação de produtos e na prestação de
serviços, associados à característica ética, a partir do seu consumo ou
utilização, não acarretando prejuízo aos consumidores;
f) viabilizar projetos com vistas ao desenvolvimento científico, cultural,
esportivo, educacional e comunitário.
Segundo Ashley (2005), a Responsabilidade Social quando vinculada ao
processo de gestão, deve ser vista não apenas como uma prática, mais deve estar
ligada à filosofia do negócio que vão além da relação comercial/financeira das

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empresas, e das decisões ou vontades das autoridades da empresa, mas inserida


no seu público, parceiros e da cultura da empresa.
Não se pode confundir a responsabilidade social de uma empresa como um
investimento isolado, estes investimento são louváveis, porém seu conceito é muito
mais amplo. A responsabilidade social empresarial deve começar com uma
avaliação da importância e do poder da empresa, que seriam detentoras de
influência, o que implica muita responsabilidade.
A adoção da responsabilidade social pode trazer muitos benefícios às
organizações e também à sociedade. Alguns estudiosos condenam o uso da
responsabilidade social com forma de promoção e publicidade, no entanto, uma
empresa deve aliar seus objetivos como lucro e crescimento à responsabilidade
social, já que os primeiros garantem a sobrevivência da empresa e o segundo a
perpetuação de sua atividade.
O uso da responsabilidade social como forma de obter benefícios é
ao mesmo tempo uma oportunidade de promover o bem-estar da
sociedade e de agregar valor para a empresa, não podendo ser
relegado a segundo plano, sob o risco de ocasionar riscos
financeiros e comprometer sua existência e sua atuação positiva na
sociedade. (GARCIA, 2002, p. 61).
De acordo com Garcia (2002) a pratica da responsabilidade social pode
melhorar vários aspectos da empresa e proporcionar melhoria no desempenho e
sustentabilidade a longo prazo, desde que feito corretamente, como exemplo:
a) agregar valor a imagem corporativa;
b) motivar o público Interno;
c) posição influente nas decisões de compra;
d) vantagem competitiva;
e) facilidade no acesso de capital e financiamento;
f) influência positiva na cadeia produtiva;
g) reconhecimento dos dirigentes com lideres empresariais;
h) melhoria no clima organizacional.
Conforme Ashley (2005), o conceito de Responsabilidade Social é ainda
distorcido e bastante confundido com filantropia. É certo que para muitas empresas
o bem estar ainda não é predominante, mas a busca por melhores negócios e
lucratividade. Na Responsabilidade Social há o lucro, pela relação onde todos saem
ganhando. Ainda segundo o mesmo autor, as características de um relacionamento
de Responsabilidade Social são:

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a) dar satisfação não somente aos acionistas, mas ao governo, funcionários,


comunidades de relacionamento, organizações não governamentais e a
mídia. As empresas possuem novos parceiros sociais no processo de
decisão. As mudanças comportamentais das empresas e sociedade
conduziram a um diálogo mais aberto, o que proporciona também à
empresa um ganho de legitimidade social;
b) a Responsabilidade Social aplica-se a toda a cadeia produtiva, envolve
fatores ambientais, sociais e culturais. Há uma relação de
interdependência entre as empresas, fornecedores e consumidores onde
cada um assume um papel na exigência e cumprimento de um processo
produtivo dentro dos padrões éticos;
c) está intimamente ligado com o conceito de desenvolvimento sustentável,
exigindo responsabilidade com o meio ambiente e à sociedade, com a
prevenção da escassez dos recursos, porém não se aplica somente ao
meio ambiente, mas à gestão da empresa em si, seu compromisso de
lucratividade, preservação da imagem e solidez da empresa e prevenção
de riscos futuros, como demandas judiciais;
d) forte demanda por transparência que vão além dos livros contábeis.
Empresas são pouco forçadas a divulgar suas ações sociais e ambientais,
as medidas de prevenção de impactos ou os próprios impactos causados
e as compensações decorridas destes. As empresas estão sendo
obrigadas a divulgar seu desempenho em balanços anuais. Atualmente
várias empresas já elaboram estes balanços sócio-ambientais, que num
breve espaço de tempo serão obrigatórios.
2.1.1 Responsabilidade Social no Brasil
Pode-se considerar como inicio da responsabilidade social no Brasil a criação
da Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE) em 1960, que
reconheceu a função social da empresa associada.
No ano de 1982, a Câmara Americana do Comercio de São Paulo lançou, o
premio Eco de cidadania empresarial. Em 1984, a Nitrofértil destaca-se sendo a
primeira empresa brasileira a publicar seu balanço social (demonstrativo realizado
pelas empresas para divulgar o montante e o destino de seu investimento social).
Em 1998 é criado o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social
pelo empresário Oded Grajew, um dos fundadores da empresa Grow Jogos e
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Brinquedos. O Instituto Ethos serve como uma ponte entre os empresários e as


causas sociais e tem como objetivo disseminar as práticas de responsabilidade
social empresarial por meio de publicações, experiências e eventos.
Segundo Ashley (2005), existe um grande debate sobre Responsabilidade
Social pelo mundo, no Brasil, já se tem visto bons resultados dessa nova
conscientização, como a regulamentação de uma norma ISO de responsabilidades
social, mas foi mesmo a partir dos anos 90 que teve grande significado com o
surgimento de movimentos para adesão da Responsabilidade Social, das criações
das organizações não governamentais e discrepâncias sociais advindas do
crescimento econômico desenfreado dos anos 80.
Enfim, outras conquistas como as normas da ISO e qualidade ambiental,
tornam-se um aspecto bastante expressivo e mostram o empenho das empresas
para contribuir com a melhoria da qualidade de vida da sociedade.
2.2 Questão Ambiental
A preocupação com a proteção do meio ambiente está em crescente debate
mundial, traduzindo-se com vários movimentos sociais, uma mudança de cultura,
que caracteriza uma nova postura do setor privado no lançamento de produtos ou
serviços e na sua revisão nos processos de produção com a fabricação de produtos
que não agridam a natureza e não se tornando uma ameaça para as gerações
futuras.
A primeira manifestação internacional organizada em prol do meio ambiente
foi o Business Council for Sustentable Development (grupo de trabalho formado pela
iniciativa privada mundial, participante da Conferencia Internacional do Meio
Ambiente realizada em 1992 no Rio de Janeiro), com o objetivo de influenciar
discussões técnicas e políticas mostrando a opinião publica nas iniciativas
implementadas pelas empresas.
A empresa ambientalmente responsável investe em tecnologia antipoluição,
recicla produtos e lixo, cria áreas verdes, mantem um relacionamento ético com
órgãos de fiscalização e comunidade, é responsável pelo ciclo de vida de seus
produtos e principalmente dissemina práticas de preservação do meio ambiente. A
sua prática irresponsável pode acarretar em multas e indenizações que podem
comprometer a saúde da empresa.
2.3 Aspectos reais

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Crescer cinqüenta anos em cinco, era o mote do Brasil de Juscelino


Kubitschek. O governo brasileiro na ditadura militar não deixou por menos: como
principal organizador do bloco de países em desenvolvimento, via o combate à
poluição como um entrave para o progresso econômico, expressando então durante
a Conferencia de Estocolmo, em 1972, de que o país não se importaria de pagar o
preço da degradação ambiental, desde que o resultado fosse o aumento do Produto
Interno Bruto – PIB. Com isso no município de Cubatão, o preço ambiental pago pela
construção de um dos maiores parques industriais da América Latina passou a ser
uma tonelada diária de poluentes jogadas na atmosfera.
Para reverter o quadro de Cubatão, a estratégia definida consistia em
controlar as fontes de poluição do ar, da água e do solo, elaborar um Programa de
Educação Ambiental e incentivar a participação da comunidade na gestão e no
controle do seu próprio meio. Esse primeiro trabalho em Cubatão trouxe à tona o
cotidiano das mudanças que se faziam necessárias, a partir de trabalhos
descentralizados, desburocratizados e com a participação comunitária.
O planejamento incluía a participação da comunidade que se instigara a tomar
iniciativa na busca de informação, reivindicação, e exigências. Para que o publico
alvo fosse mais abrangente foram desenvolvidas atividades de educação ambiental
nas escolas, por meio de atividades de apoio às praticas curriculares. A atuação da
rede escolar procurou sensibilizar alunos, professores e círculos de relacionamento
para identificar os fatos que ocorriam à sua volta. O objetivo era contribuir para a
formação de uma postura mais crítica e incentivar as pessoas a interagir com o meio
ambiente, levando em conta as melhorias na qualidade de vida. Afinal a escola
desempenha um papel importante na hora de educar a comunidade.
2.4 Legislação Ambiental
O comportamento ético, que respeite as normas ambientais e o enfoque na
responsabilidade social, são preocupações das empresas do mundo inteiro. Cada
vez mais o cuidado com o meio ambiente é visto como um investimento de retorno,
que contribui não somente com a empresa, mas também com o crescimento
econômico e a melhoria da qualidade de vida da população.
A Legislação Ambiental Brasileira é uma das melhores do mundo, porém não
funciona corretamente pela falta de ética e profissionalismo ao implantá-las.
É indispensável a qualquer empresa ao ser iniciada que esta atenda a
legislação ambiental federal e municipal do local onde esteja situada.
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Em nosso país, particularmente, nos estados mais desenvolvidos do


ponto de vista industrial, como, por exemplo, São Paulo, e
respaldado por uma legislação ambiental considerada como uma das
mais avançadas do mundo, a sociedade tem conseguido bloquear
projetos que em outros tempos teriam pouca ou nenhuma resistência
por serem considerados fonte de desenvolvimento e novos
empregos. (DIAS, 2006, p.72)
A legislação ambiental brasileira é muito complexa e não é cumprida
adequadamente que possa garantir a preservação e a correta utilização do meio
ambiente. De acordo com Machado (2003) as principais leis são:
a) Lei da Ação Civil Pública: Onde é responsabilizado quem danar o meio
ambiente, consumidor e o patrimônio artístico, turístico e paisagístico;
b) Lei dos Agrotóxicos: Regulamentando desde a pesquisa e fabricação até a
sua comercialização, aplicação, controle, fiscalização e o destino da
embalagem;
c) Lei da Área de Proteção Ambiental: Criando Estações Ecológicas, que
representam o ecossistema, onde 90% permanecem intocadas e 10% são
para pesquisas científicas, essas áreas podem conter propriedades
privadas onde o governo limita suas atividades econômicas para fins de
proteção ambiental;
d) Lei das Atividades Nucleares: Que responsabiliza civilmente por danos
nucleares e criminalmente por atividades nucleares;
e) Lei dos Crimes Ambientais: Se refere às infrações e punições. A pessoa
jurídica, autora ou co-autora da infração pode ser penalizada, se esta foi
criada ou usada para facilitar ou ocultar algum crime. A punição pode ser
extinta caso é comprovada a recuperação do dano, as multas variam de
R$ 50,00 a R$ 50.000.000,00;
f) Lei da Engenharia Genética: Com regulamentação de normas desde o seu
cultivo, manipulação e transporte de organismos modificados, até a sua
comercialização, consumo e liberação no meio ambiente;
g) Lei da Exploração Ambiental: Regulamenta as atividades garimpeiras, que
é obrigatório a licença ambiental prévia concedida pelo Órgão Ambiental
competente;
h) Lei da Fauna Silvestre: É considerado crime o uso, perseguição e captura
de animais silvestres, a caça profissional, o comércio dessas espécies e

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produtos derivados desta, além de proibir criação e a caça amadora sem


autorização do IBAMA, a exportação de peles e couros de anfíbios e
répteis em bruto;
i) Lei das Florestas: Protege florestas nativas e define como área de
preservação permanente uma faixa de 30 a 500 metros das margens dos
rios, lagos e reservatórios, topos de morros e encostas, exigem ainda das
propriedades rurais do sudeste a preservação de 20% da área arbórea
que deve estar averbada em cartório de imóveis;
j) Lei do Gerenciamento Costeiro: Determinando diretrizes para o Plano
Nacional de Gerenciamento Costeiro, definindo o que é zona costeira
como espaço geográfico da interação do ar, do mar e da terra, como os
recursos naturais;
k) Lei da Criação do IBAMA: Que tem o poder de executar a Política
Nacional do Meio Ambiente, que atua para conservar, fiscalizar, controlar
os recursos naturais;
l) Lei do Parcelamento do Solo Urbano: Estabelece regras para loteamentos
urbanos e proteger áreas de preservação ambiental;
m) Lei do Patrimônio Cultural: Proteção para o patrimônio histórico e artístico
nacional, como os bens etnográficos, arqueológicos, monumentos
naturais, sítios e paisagens naturais ou que veio da imaginação humana;
n) Lei da Política Agrícola: Onde o poder público disciplina e fiscaliza o uso
do solo, a água, a fauna e a flora, zoneando agroecológicos, desenvolver
programas de educação ambiental e distribuição de mudas de espécies
nativas;
o) Lei da Política Nacional do Meio Ambiente: É considerada a mais
importante, pois obriga o poluidor a indenizar os danos causados,
independente da sua culpa;
p) Lei dos Recursos Hídricos: Prevêem a criação do Sistema Nacional de
Informação sobre os recursos hídricos para a coleta, tratamento,
armazenamento e a recuperação das informações e fatores
intervenientes;
q) Lei do Zoneamento Industrial nas Áreas Críticas de Poluição: Onde atribui
aos municípios e estados o poder de estabelecer limites e padrões para
instalações e licenciamento das indústrias, exigindo o estudo de Impacto
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Ambiental.
A legislação ambiental vai depender do seu município a que está inserido. A
gestão ambiental é responsabilizada pela degradação do meio ambiente, devido a
esse fator é que é necessário um acompanhamento desses processos, esse
controle faz surgir nos municípios às secretarias e departamentos do meio ambiente,
que encontram dificuldades como falta de pessoal qualificado, objetivos pré-
definidos, já que muitos deles só são criados para satisfazer a opinião pública,
escassez de recursos financeiros e falta de integração do órgão com empresas
privadas e ONG's
Para Dias (2006) o IBGE, em maio de 2005, realizou uma pesquisa em 2002,
que constatou que em 6% dos municípios contém secretarias de meio ambiente e
32% não tem nenhum órgão para o meio ambiente e apenas 1,1% atua na área
ambiental.
2.5 Protocolo de Kyoto
Uma das causas do efeito estufa é a elevação da temperatura do planeta,
pelas mudanças climáticas que afetam o mundo todo, que vem da excessiva
concentração de gases na atmosfera, absorvendo uma grande quantidade de
radiação infravermelha, aumentando assim a temperatura da Terra. Entre os
principais gases causadores desse efeito estufa estão: o dióxido de carbono, metano
e o óxido nitroso. O aumento desses gases vem em sua maioria das indústrias e
estas estão ganhando força na busca para sua redução.
Segundo Dias (2006), a responsabilidade histórica desse acúmulo de gases
vem dos países mais desenvolvidos, em contrapartida, os países menores possuem
vegetação que absorvem esses gases.
A discussão sobre o aquecimento global, surgiu após o depoimento do físico
James Edward Hansen, da NASA, em 1988, ao congresso norte-americano, onde o
mesmo apontava evidências de que o ser humano estava interferindo no clima
global, esse depoimento contribuiu para estudos e conferencias e a criação da
Conferencia das Partes, que estabeleceu metas e objetivos para redução de gases,
porém pouco aconteceu após essa criação e somente após a terceira conferência,
realizada em Kyoto, no Japão, em 1997, é que foi criado o Protocolo de Kyoto,
assinado por 84 países que se comprometeram na redução da emissão de gases.
O maior país em emissão de gases poluentes é os Estados Unidos, que
desistiu do acordo em 2001, alegando que causaria queda no crescimento
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econômico, por exigir altos investimentos ou a diminuição das atividades industriais.


Conforme Dias (2006) o Protocolo de Kyoto objetiva a redução da emissão de
gases, realiza estudos para conscientizar a sociedade e regulamenta o acesso ao
bem público como recurso comum, considerando a necessidade de diminuir as
desigualdades sociais.
Para Dias (2006) os principais pontos são:
a) os países desenvolvidos se comprometem a reduzir entre os anos de 2008
e 2012 suas emissões abaixo do registrado no ano de 1990, data do
primeiro encontro. De maneira conjunta, devem reduzir em 5,2%;
b) os países poderão participar de sistemas de intercâmbio de direito de
emissão e na medida do possível, melhorar seus sistemas de informação
e de inventário de emissão;
c) os países devem formular programas para combater a mudança climática
e remover obstáculos que limitem a redução da emissão dos gases e
desenvolver o Mecanismo para o Desenvolvimento Limpo, no qual os
países em desenvolvimento poderão receber investimentos dos países
desenvolvidos para abater a emissão de gases através de um mecanismo
de compensação;
d) o Protocolo entrará em vigor em 90 dias depois que tenha sido ratificado
pelo menos por 55 países que representam pelo menos 55% de suas
emissões totais.
De acordo com Tashizawa (2005), o Protocolo de Kyoto estabeleceu três
mecanismos inovadores conhecidos como: Comércio de Emissões, Implementação
Conjunta e Mecanismos de Desenvolvimento Limpo.
O Comércio de Emissões é um comércio de compra e venda de emissões de
carbono, ou países que emitem menos gases poluentes do que o estabelecido e
vendem as quotas não usadas aos países que não atingiram a suas metas, alguns
países preferem comprar quotas a reduzir sua emissão de gases, por ser mais
vantajoso economicamente e competitivo.
O Mecanismo de Implementação Conjunta, onde os países interessados em
reduzir seus gases adquirem de outros países Unidades de Redução de Emissões,
que possuem projetos para diminuir a emissão dos gases e computarem suas
quotas.
O Mecanismo para o Desenvolvimento Limpo (MDL) é uma cooperação entre
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os países desenvolvidos para que cumpram suas metas, investem e financiam


projetos para a redução de gases poluentes, ficou mais conhecido como Crédito de
Carbono, flexível que possibilita o ganho de créditos por esses investimentos e estes
ganham os projetos, auxílio na capacidade produtiva, tecnológico e desenvolvimento
socioeconômico.
Segundo Dias (2006), através do MDL, são desenvolvidos e implementados
os seguintes projetos:
a) melhoria da infra-estrutura de transportes;
b) programas nacionais de reflorestamento;
c) auto regulamentação industrial;
d) desenvolvimento de projetos de geração de energia eólica, solar e
utilização de combustíveis limpos e eficiência energética;
e) incentivo ao uso de combustíveis renováveis, como álcool e biodiesel;
f) substituição de práticas agrícolas como as queimadas das florestas para
abrir pastos ou a queima da cana-de-açúcar para facilitar a colheita;
g) projetos de Redução de Poluição;
h) projetos de Geração Hidrelétricas;
i) melhoria nos sistemas de iluminação, tornando-os mais eficientes.
O Protocolo de Kyoto, além de auxiliar na melhoria do planeta através do
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, cria oportunidades para novos negócios aos
países em desenvolvimento, mostrando sua viabilidade e sucesso.
2.6 Educação Ambiental
Segundo Barcelos (2005) o termo Educação Ambiental é relativamente novo e
só parece bem definido em documentos oficias internacionais através dos “Princípios
de Educação Ambiental” estabelecidos em um seminário organizado pelo UNESCO
em 1974 em Tammi, Finlândia. Durante as décadas de 70 e 80 foram realizadas
varias conferencias visando o estabelecimento de princípios para uma educação
ambiental.
Percebem-se as dificuldades para o estabelecimento da educação ambiental
ao observar-se o período de tempo entre a realização da Conferencia das Nações
Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo em 1972, onde
ainda não se falava em educação ambiental e o estabelecimento de diretrizes sobre
o assunto durante a Conferencia Internacional sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável realizada no Rio de Janeiro em 1992, marcando os 20
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anos da Conferencia de Estocolmo, estavam presentes 170 países e considerado


como um dos maiores e mais representativos eventos diplomáticos já realizados.
A declaração do Rio visava estabelecer acordos internacionais que
respeitassem os interesses de todos e protegessem a integridade do sistema global
de ecologia e desenvolvimento.
A Agenda 21 resultou da Conferencia do Rio em 1992, é o mais importante
documento internacional que reúne os princípios da educação ambiental. Ela
enfatiza o papel da educação na promoção do desenvolvimento sustentável, através
da concentração de esforços dos países na universalização da educação ambiental
que deveria ser ensinada a partir do ingresso da criança nas escolas.
Mudanças de comportamento através do desenvolvimento de
práticas sociais ambientalmente responsáveis e menos predatórias
bem como a adoção de novos valores e concepções baseados na
compreensão das relações entre as sociedades humanas e a
natureza, entre os problemas ambientais, globais e o nível local são
as diretrizes básicas da educação ambiental baseadas nos princípios
estabelecidos pela Agenda 21 adotadas em escala mundial.
(BARCELOS, 2005, p. 49).
A Educação Ambiental baseada nos princípios da Agenda 21 englobam tanto
a educação institucional, como a informal, dando maior atenção a promovida pela
sociedade civil organizada.
A partir de 1999 a educação ambiental no Brasil passou a ser regida por uma
legislação especifica, tendo como marco inaugural a lei que estabeleceu a Política
Nacional de Educação Ambiental, que tem como princípios básicos o enfoque
humanista, concepção do meio ambiente em sua totalidade, o pluralismo de idéias,
respeito à pluralidade e diversidade individual, vinculação entre a ética e educação,
trabalhos sociais articuladas as questões ambientais locais, regionais, nacionais e
globais.
Segundo Barcelos (2005) as mudanças de mentalidade, atitudes e valores de
quem dependem dos recursos naturais para satisfação das necessidades, são os
maiores desafios da educação ambiental, que clama por uma reorientação. É
necessário a conjugação de esforços de toda a sociedade para o desenvolvimento
de programas educacionais que examinem as causas das temáticas ambientais, e
não atuem somente em relação aos sintoma diagnosticados. Como resultado dessa
conscientização ambiental ampla, uma nova atitude pessoal de responsabilidade
poderá ser atingida. A missão mais importante da educação ambiental não consiste
em conhecer o meio ambiente, mas, desenvolver ações sobre ele.

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Com relação aos objetivos da Educação Ambiental Franco (1997) apresenta-


os de acordo com o elaborado no Congresso de Belgrado:
• tomada de consciência: ajudar pessoas, empresas, alunos e toda a
comunidade a tomar consciência do ambiente global e dos problemas
relacionados ao meio ambiente.
• competência: desenvolver entre eles competências específicas que tornem
operativos os conhecimentos e as atitudes adquiridas, através das ações
concretas sobre o meio ambiente.
• conhecimentos: ajudá-los a compreender as responsabilidades e o papel
critico reservado ao homem em relação ao meio ambiente.
• atitude: levá-los a desenvolver valores sociais, sentimentos de interesse
pelo meio ambiente e motivação forte para tomar parte na tarefa de
conservá-lo e melhorá-lo.
Para que estes objetivos sejam alcançados é necessário desenvolver
programas formais e não formais de Educação Ambiental integrados ao
desenvolvimento sustentável, a fim de criar consciência de desenvolvimento integral
do ser humano. Portanto, a Educação Ambiental deve estar intimamente integrada à
formação dos seres humanos.
3. CONCLUSÃO
O tema Responsabilidade Sócio-Ambiental está em crescente
desenvolvimento nas empresas, que buscam nela um diferencial competitivo.
A Responsabilidade Sócio-Ambiental passou a ser vista como uma busca
para melhorar o desempenho das empresas, e de oportunidade de maior
lucratividade, visto que a comunidade passou a se interessar mais pelos assuntos
decorrentes à preservação do meio ambiente, passando a utilizar produtos e
serviços ecologicamente corretos, fazendo com que as empresas passem a ter uma
postura mais ética em relação à preservação do meio ambiente. As empresas então
passaram a enxergaram nesse novo segmento a oportunidade de lucrar e ainda
entrar nesse mercado em pleno crescimento, mais as empresas devem além de
exercer esse conceito, educar sua rede de relacionamento para que o sigam e
exercitem, a responsabilidade deve vir dos mais altos cargos até a sua produção e
também daqueles que a freqüentam mesmo que sem relação direta com a empresa.
Na busca pela responsabilidade sócio-ambiental existem ferramentas que
ajudam as empresas, comunidades e Governos, como seguir as leis ambientais que
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apesar de bem elaboradas são muitas vezes pouco respeitadas, o Protocolo de


Kyoto, onde muitos países não assinaram por medo de perder seu lucro, a Agenda
21 e a Educação Ambiental, onde os princípios da responsabilidade sócio-ambiental
buscam uma mudança de costumes que denigrem o nosso planeta, para uma
atuação mais presente nessa busca pela preservação do planeta e das pessoas que
vivem no planeta. O meio ambiente é responsável pelas nossas vidas, então é
necessário uma harmonia entre o desenvolvimento e o meio ambiente, e as
empresas devem se adaptar a essas mudanças, de modo a atender não só aos seus
objetivos, mais também o respeito pelo próximo e ao planeta.

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ABSTRACT

The article discusses a new trend in the market, the Socio-Environmental


responsibility, in its origin and development. Nowadays the community, began to
exploit the most environmentally correct products and services, requiring more and
more companies a new position of ethics in relation to the environment. As more
companies are joining the environmentally correct products and services, more
women are discovering that investing in this area can be quite profitable, creating a
competitive and adding value in the eyes of its consumers. There are tools that help
companies in this commitment to ethics and environment, as environmental laws, the
Kyoto Protocol, Agenda 21, requiring businesses and companies to rethink their
goals and ideals.

Key-words: Society, Environment; Social responsibility environmental

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