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EXERCÍCIOS - CDC

01. (MP-MG/2003) Assinale a alternativa INCORRETA.


No sistema do Código do Consumidor, a caracterização do vício do produto gerador de obrigação de redibir
exige os seguintes pressupostos:

a) Causa anterior à tradição;


b) Contrato de consumo;
c) Defeito de quantidade ou qualidade;
d) Impossibilidade de substituição de partes viciadas;
e) Inadequação do produto ou diminuição de seu valor.

02. (MP-MG/2003) São muitas as funções da boa-fé objetiva, pedra angular da legislação que protege o
consumidor.
Dentre estas, destacamos a fixação de critérios para a interpretação do conteúdo do contrato (função
interpretativa), a criação de deveres secundários ou anexos (função criadora) e o estabelecimento de limites para
o exercício de direitos (função limitadora).
Dentre as ementas abaixo, assinale a decisão na qual prepondera a FUNÇÃO INTERPRETATIVA da boa-fé
objetiva.

a) “A cláusula que estabelece o reajuste das prestações pela variação do dólar, a um só golpe, viola três
princípios consumeristas: o da transparência, por não haver dado ao consumidor os esclarecimentos necessários
ao risco assumido; o da confiança, por frustrar a legítima expectativa do consumidor de continuar pagando as
mesmas prestações ajustadas, até o final do contrato; e o da boa-fé objetiva, por transferir ao consumidor os
riscos do negócio, que devem ser suportados por quem dele se beneficiar (ubi emolumentum ibi onera)”.
(Apelação Cível n. 5539/2000, 9ª Câmara Cível do TJRJ, Rel. Des. Jorge Magalhães, j. 13.06.00)
b) “As expressões assistência integral e cobertura total, são manifestações que têm significado unívoco na
compreensão comum e, não podem ser referidas num contrato de seguro de saúde, esvaziadas de seu conteúdo
próprio, sem que isso afronte o princípio da boa-fé na avença”. (Agravo de Instrumento n. 0174580-2, 1ª Câmara
Cível do TAPR, Rel. Juiz Lauro Augusto Fabricio de Melo, 09.11. 01)
c) “Independentemente de expressa previsão legal, posterior ao contrato, a cláusula que nega cobertura ao
segurado em caso de prorrogação da internação, fora do seu controle, é abusiva, pois não pode a estipulação
contratual ofender o princípio da razoabilidade, anotando-se que a regra protetiva do CDC veda a contratação de
obrigações incompatíveis com a boa-fé e a eqüidade”. (Apelação Cível n. 0320314-1, 3a Câmara Cível do
TAMG, Rel. Juiz Wander Marotta, j. 14.11.00)
d) “O dever de informação e, por conseguinte, o de exibir a documentação que a contenha, é obrigação
decorrente de lei, de integração contratual compulsória. Não pode ser objeto de recusa nem de condicionantes,
em face do princípio da boa-fé objetiva”. (RESP 330261/SC, 3a Turma do STJ, Rel. Ministra Nancy Andrighi, j.
08.04.02);
e) “Sob os fundamentos do Código de Defesa do Consumidor, a estipulação do preço do dinheiro encontra limite
nos princípios da eqüidade retributiva e da boa-fé objetiva dos negócios jurídicos, âmbito em que o abuso de
poder econômico e o excesso de onerosidade dos encargos pecuniários unilateralmente pactuados caracterizam
conduta de lesa-cidadania, promovendo o enriquecimento ilícito do credor e o simultâneo empobrecimento sem
causa do devedor”. (Apelação Cível n. 70001856897, 14ª Câmara Cível do TJRS, Rel. Des. Aymoré Roque
Pottes de Mello, j. 21.12.00).

03. (DEFENSOR PÚBLICO-MA/2003) As cláusulas abusivas nas relações de consumo:

a) Podem ser declaradas de ofício pelo Juiz, pois são nulas de pleno direito;
b) Dependem de provocação do consumidor para serem reconhecidas, pois são anuláveis;
c) São tidas por inexistentes;
d) Dependem de provocação do Ministério Público, já que a declaração de sua ocorrência interessa à
coletividade;
e) São ineficazes, mas por sua natureza especial dependem da provocação do consumidor para seu
reconhecimento.

04. (DEFENSOR PÚBLICO-MA/2003) No sistema protetivo do consumidor:

a) Haverá, sempre, a inversão do ônus probatório em seu benefício, em face de sua presumida hipossuficiência;
b) Os serviços públicos são excluídos, já que objeto de leis próprias;
c) O acesso ao Judiciário é sempre gratuito aos consumidores;
d) É garantido o direito de modificação ou de revisão das cláusulas contratuais;
e) A reparação dos danos materiais e morais é limitada de acordo com leis especiais reguladoras de setores das
relações de consumo.

05. (JUIZ-PI/2001) Nos contratos de adesão, segundo o Código de Defesa do Consumidor:

a) A inserção de cláusula individual desfigura a natureza de adesão do contrato;


b) Admite-se a cláusula resolutória como alternativa em favor do aderente;
c) A interpretação das cláusulas contratuais é a mais favorável ao predisponente;
d) As cláusulas impressas preponderam sobre as individuais;
e) Havendo cláusulas abusivas, o contrato é nulo.

06. (JUIZ-SP/2000) Contempla o Código de Defesa do Consumidor (CDC), como norma de natureza processual,
a inversão do ônus da prova. Esta pode ser determinada:

a) A critério do juiz, segundo as regras ordinárias de experiência, situando-se no campo de sua prudente
discricionariedade;
b) Pelo juiz, só na hipótese de estar o consumidor no pólo ativo da demanda;
c) A critério do juiz, para aferição da veracidade e correção de informação ou comunicação publicitária;
d) A critério do juiz, desde que fundada no princípio da vulnerabilidade e da plausibilidade da alegação do
consumidor.

07. (JUIZ-SP/2000) Considerando-se que o Código de Defesa do Consumidor (CDC) introduziu no ordenamento
jurídico normas de direito material e processuais, indique a alternativa INCORRETA:

a) O CDC é um microssistema, que regula a relação de consumo, dentro do macrossistema que é o CC;
b) Nada impede que, no contrato, as partes estabeleçam que a inversão do ônus da prova só ocorra na hipótese de
a responsabilidade ser transferida a terceiros;
c) Se alguém adquire um imóvel diretamente da construtora, como destinatário final, caracterizada está a relação
de consumo. Se essa venda é realizada entre a construtora, na condição de vendedora, e a empresa incorporadora,
como compradora, tendo esta o intuito de revender esse bem, não está configurada a relação de consumo, visto
que a incorporadora não se amolda à definição de consumidor;
d) O CDC consagra, em mais de uma hipótese nas relações de consumo, a responsabilidade sem culpa, mas a
responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa.
08. (JUIZ-DF/2003) De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, para que o consumidor tenha direito à
revisão do contrato:

a) Basta que haja onerosidade excessiva para ele;


b) Deve haver onerosidade excessiva para ele, em decorrência de fato superveniente;
c) Deve haver onerosidade excessiva para ele, em decorrência de fato superveniente, extraordinário e
imprevisível;
d) Deve haver onerosidade excessiva para ele, em decorrência de fato superveniente, extraordinário e
imprevisível, que lhe acarrete desvantagem econômica e correspondente vantagem econômica para a outra parte.
09. (JUIZ-TO/2002) Assinale com (V) a alternativa verdadeira e com (F) a alternativa falsa:

I- As cláusulas abusivas estão contidas em rol taxativo pelo Código de Defesa do Consumidor;
II- Pela sistemática do Código de Defesa do Consumidor, são válidas as cláusulas que estipularem a utilização da
arbitragem para dirimir as questões entre as partes;
III- A exceção de inadimplemento (exceptio non adimpleti constractus) somente é admissível em contratos
bilaterais com prestações simultâneas;
IV- De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, serão sempre nulas as cláusulas que não permitem o
reembolso integral das prestações pagas.

a) F, V, F, V;
b) F, V, V, F;
c) V, V, V, V;
d) V, F, V, V;
e) NDA.

10. (JUIZ-MG/2002) O fornecedor de produtos ou serviços responde, segundo o CDC, pela reparação dos danos
causados aos consumidores. Nos contratos alcançados pela legislação consumerista, é INCORRETO afirmar que:

a) O produto não é considerado defeituoso se outro de melhor qualidade vier a ser lançado no mercado;
b) A culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro isenta o fornecedor da responsabilidade pelos danos causados
pelo produto ou serviço;
c) O fornecedor pode ser eximido de responsabilidade quando demonstrar sua ignorância sobre os vícios de
qualidade por inadequação dos produtos e serviços;
d) O comerciante é responsável pela reparação dos danos, quando não se puder identificar o fabricante, o
construtor, o produtor ou o importador;
e) O profissional liberal tem, em regra, sua responsabilidade apurada mediante a verificação da culpa.

GABARITO
1-D
2-B
3-A
4-D
5- B
6- D
7- B
8- B
9- B
10-C

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