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OFICINA DE FORMAÇÃO

PRÁTICAS E MODELOS DE AUTO-AVALIAÇÃO DAS


BIBLIOTECAS ESCOLARES

(21 de Outubro a 16 Dezembro 2009)

SÍNTESE FINAL

Formanda: Maria José Monteiro


SÍNTESE FINAL

A Biblioteca escolar tem vindo a ganhar terreno após sucessivas


transformações no seio da comunidade escolar. A sua importância esteve vários
anos como que “camuflada” dentro do limite espacial onde se inseria.
Durante demasiado tempo foi mais um dos espaços existentes, utilizada como
repositório de um fundo documental, essencialmente livro, espaço esse
frequentado por poucos utilizadores. Simultaneamente, a BE funcionava como o
local para onde os alunos eram enviados quando não permitiam um normal
desenvolvimento dos trabalhos em contexto de sala de aula.
O responsável por este espaço, coordenador(a) da BE, não tinha qualquer
tipo de posicionamento nos diversos órgãos da escola. O trabalho realizado era da
inteira responsabilidade do(a) coordenador(a) que procurava desenvolver um
trabalho o mais visível possível, sempre na procura de sensibilizar a comunidade
escolar para o prazer da leitura e para a sua importância no processo de ensino
aprendizagem.
O investimento feito nas instalações, nos equipamentos, nos recursos
documentais e na formação dos recursos humanos para as bibliotecas, por parte do
Programa da Rede Nacional de Bibliotecas Escolares teve como objectivos “...
garantir a institucionalização do trabalho realizado pelas escolas e pelos seus
professores responsáveis pela gestão funcional e pedagógica das bibliotecas, em
articulação com o Gabinete da Rede de Bibliotecas Escolares.
Trata-se de garantir que a biblioteca escolar se assume, no novo modelo
organizacional das escolas, como estrutura inovadora, funcionando dentro e para
fora da escola, capaz de acompanhar e impulsionar as mudanças nas práticas
educativas, necessárias para proporcionar o acesso à informação e ao
conhecimento e o seu uso, exigidos pelas sociedades actuais.”
“...a definição de um procedimento específico de selecção e afectação de recursos
humanos, através da criação da função de professor bibliotecário.”
(Portaria nº 756/2009 de 14 de Julho)
A designação de professor bibliotecário veio fortalecer e confirmar a
necessidade de colocar a BE no lugar que sempre ocupou mas que agora deve estar
presente na vida da escola com mais ênfase.
O conteúdo funcional do professor bibliotecário bem como a constituição da
equipa da BE permite agora constituir um grupo de docentes que tem a seu cargo
um trabalho mais estruturado. Em parceria com os vários departamentos e com os
restantes elementos da comunidade educativa, tem à sua responsabilidade, o
envolvimento de todos na procura de levar mais longe a missão da BE.
A biblioteca escolar actual passa a ter um papel informacional,
transformativo e formativo, colocando-a no centro das aprendizagens e da
construção do conhecimento.
O facto de a BE, no decurso do seu vasto trabalho, envolver muitas e
diferentes actividades implica claramente que necessita de estar sujeita a
avaliação. A avaliação é um elemento fundamental no processo de gestão porque
através dele permite aferir a eficácia dos serviços que a BE presta aos seus
utilizadores, identificando os sucessos e os insucessos que condicionam toda a
qualidade e eficiência do serviço.
Simultaneamente, permite aferir o impacto que temos nas atitudes,
comportamentos e competências dos utilizadores da BE.
Perante esta necessidade foi criado o Modelo de Auto-Avaliação das
Bibliotecas Escolares que nada mais é que um instrumento pedagógico e da
melhoria contínua.
Para que este modelo possa ser aplicado em toda a sua plenitude e dela se
consigam bons resultados junto das escolas havia que dar a conhecê-lo a todos os
elementos da comunidade educativa pela mão do professor bibliotecário. Por
conseguinte, fazia todo o sentido que fosse criada uma “Oficina de Formação:
Práticas e Modelos de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares” para que junto dos
professores bibliotecários se pudesse trabalhar este mesmo modelo para que, em
conjunto, se criassem todas as condições necessárias para a sua aplicação.
Foi de todo pertinente a minha participação não só para conhecer o Modelo
mas essencialmente para poder aplicá-lo de forma correcta.
Este cargo constitui uma novidade para mim na medida que a coordenação de uma
biblioteca era algo que nunca tinha experimentado. Participei vários anos como
colaboradora na equipa da Biblioteca Escolar do meu agrupamento mas o meu
contributo esteve sempre limitado face a outras funções que desempenhava. Neste
momento ser professora bibliotecária deixa cair sobre os meus ombros muitas
responsabilidades e também muita ansiedade. Não conhecia de todo este Modelo.
Agora posso dizer que após terminar esta formação estou melhor preparada para o
poder divulgar junto da minha comunidade educativa e também o aplicar.
Quero deixar o meu testemunho no que se refere ao timing desta formação. Como
anteriormente referi, a formação era necessária e carecia de alguma urgência.
Muitos dos professores que ficaram com o cargo de professores bibliotecários
estão nestas andanças pela primeira vez. A duração e a calendarização da formação
estiveram aquém do que deveria ser este percurso de trabalho sobre o Modelo em
estudo. Merecia com certeza mais tempo, mais troca de experiências, mais
esclarecimento de dúvidas entre os envolvidos nem que fosse só entre os
elementos do mesmo concelho.
O trabalho que foi solicitado foi muito para tão curto espaço de tempo tendo
sempre em atenção que paralelamente estávamos a integrar-nos no início de um
novo ano lectivo com todas as implicações que acarreta. Confesso que nem sempre
foi fácil, nem sempre foi prazeroso o trabalho realizado. Agora que chegámos ao
fim deste período de aprendizado sinto-me mais segura no que ao Modelo diz
respeito mas tenho a plena consciência que muito caminho tenho ainda por
percorrer.
Confesso que gosto muito de trabalhar em equipa, poder partilhar com os outros o
que sei ou apliquei. Nesta formação isso não foi possível em termos de trabalhos já
que tomávamos conhecimento dos trabalhos dos formandos na plataforma. Como
aspecto mais positivo refiro os colegas que sei vou continuar a solicitar apoio no
meu percurso; alguns de certeza farão parte do meu círculo de amizades pois sem
eles não sei se teria chegado ao fim.
No próximo período penso poder estar apta a aplicar o que aprendi e poder
contribuir para melhorar os conhecimentos e as competências dos utilizadores da
minha biblioteca.

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