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Willian Carroll Bark-1
Willian Carroll Bark-1
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Na área socioeconômica o autor afirma que o então ocidente possuía uma extrema
dependência do oriente, já que o oriente era mais populoso, mais rico, mais sólido e
possuía as então principais cidades: Alexandria e Constantinopla, e com a destruição
causada no século III sua economia não teria se preservado sem a ajuda bizantina. Com
sua economia em baixa e cidades saqueadas ou despovoadas, Roma adota a economia
natural, com impostos e salários in natura, sendo custoso tanto para o governo como para
o povo. Sendo que o oriente forte e consolidado, representa uma vitória sobre a economia
natural e sobre um estado que não foi capaz de recuperar sua autoridade e poderio.
Com a afirmação de que o comércio não depende do ouro, mas o ouro depende do
comércio, Bark passa a discutir o ouro em Roma, alegando que pela má administração e
do mau uso do ouro o ocidente perdeu seu estoque e declinou seu comércio. Com isso o
século IV foi crucial a adoção de impostos naturais, causando o sistema de patronagem,
que logo acabou mais forte do que o Estado.
Logo o povo mais pobre foi deixado de lado, como afirma em seu estudo o padre
Salvino de Sevilla, tanto que o povo preferiu viver sob o domínio bárbaro ao romano,
pois os tratavam melhor, que Bark considera um dos mais claros motivos da ruína do
Império ocidental, mas nos advertindo que não reconheçamos essas mudanças como uma
“involução social”, pois muito do que consideramos progresso hoje, pode ser um
retrocesso, logo devemos analisar os fatos.
O autor afirma que é uma regra, mesmo em períodos de “transição” – fim de
Roma e o início da Idade Média – as modificações são passadas por cada setor social,
logo são lentas, ou seja, a sociedade medieval começou sua transformação muito antes,
transformando uma sociedade imperial e um regime de senhores de terra.
Isso era inevitável no ocidente, como afirma Rostovzeff, o povo não considerava
vital o que o homem do Último Império considerava. Mesmo parecendo um retrocesso
para os dias atuais, essas pessoas não tinham muitas escolhas, escolhendo serem servos,
senhores feudais e outros personagens da Idade Média. No oriente os grandes
proprietários de terras não ficaram tão poderosos como os ocidentais, pois o governo
possuía mais estabilidade política e econômica, contendo-os e fazendo um governo
centralizado.
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A função do historiador é interpretar modificações históricas, afirma Bark. Como
as do começo da Idade Média, assim perceberemos que a Idade Média não foi uma era de
inconsciência, violência e invasões. Foi um período de intensas modificações.
A Igreja possuía um forte poderio no ocidente, ocorrendo mudanças no campo da
arte, na sociedade e no campo intelectual. Que Bark o assemelha com o poderio romano,
mas com as devidas adaptações da antiguidade para a Idade Média.
Adaptações que enviaram pessoas para viver nas comunidades existentes para
conhecê-las e formar uma nova cultura, tais pessoas eram em sua maioria monges
missionários, que ao chegarem numa nova comunidade traziam novidades não só
religiosas como tecnológicas para a época, como edifícios e moinhos, por exemplo. No
campo social essas adaptações modificaram os escravos, camponeses e grandes
proprietários de terra em servos e senhores, formando o sistema senhorial.
Na dedicação de nos mostrar que a Idade Média não foi uma época de “trevas” e
sim de inovações, Bark alega que influenciados por outros povos como os celtas e os
orientais, o homem medieval fez inovações no vestuário, na agricultura e na manutenção
do uso na água, com a criação de moinhos, sendo a sua principal motivação as
adversidades encontradas na época.
Nos apresentando uma pesquisa livre de preconceitos e clichês, Bark nos dá uma
nova visão da era medieval. Sendo o que aconteceu nessa época atingiu idades
posteriores, mesmo com os fracassos da economia, da sociedade, do poderio religioso e
da política descentralizada, o homem medieval pode viver e trazer inovações para os dias
atuais.