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PERCEÇÃO, ATENÇÃO E MEMÓRIA

PSICOLOGIA COGNITIVA

O que é a Psicologia Cognitiva?

Cognitivo  Cognare = Conhecer

 Estudo do comportamento de conhecer


 Estudo científico da atividade mental
 Estudo dos processos através dos quais “um input sensorial é transformado, reduzido,
elaborado, armazenado, recuperado e usado” (Neisser, 1967).
 Estudo dos mecanismos internos que produzem comportamentos (a partir do comportamento
humano devemos inferir os mecanismos internos)  mecanismos internos ↔ comportamentos

Mesmo sem compreender a estrutura interna podemos descobrir as relações sistemáticas (sempre que
ocorre A, ocorre B) entre situações e respostas, ou seja, mesmo sem saber a estrutura interna dos
comportamentos nada está perdido.

Pressupostos básicos:
Processos através dos quais padrões e objetos são Reconhecidos/Atendidos/Memorizados e
imaginados/Linguisticamente elaborados

Pressupostos Elevados:
Processos que dependem do input dos processos básicos e que envolvem comportamentos complexos
de Resolução de problemas e tomadas de decisão

Pressupostos Comummente Assumidos:


 Capacidades cognitivas podem ser separadas, pelo que uma capacidade pode ser estudada
isoladamente  estas são muito bem organizadas pelo que nos dá possibilidade de as estudar
separadamente  não impede que estabeleçam relações
 Capacidades cognitivas são consideradas de modo relativamente autónomo de capacidades
não-cognitivas  estudar as capacidades cognitivas sem influência das não-cognitivas
(emoções) mas tendo em conta que elas têm uma relação não ter em conta as variáveis
 Tende a focar-se no individuo e no seu ambiente natural, com menor ênfase no papel da cultura
e da sociedade  as diferenças culturais afetam os comportamentos e o contexto influência o
funcionamento cognitivo, mas não é isto que interessa
 Toma o individuo adulto como conhecedor típico, ignorando as diferenças individuais 
baseia-se em casos típicos, pois a maior parte das pessoas têm os mesmos mecanismos
A Perspetiva do processamento da informação e a noção de representação

A ciência dos computadores e a Metáfora Computacional

Processamento de informação humano ↔ Computadores

Mente enquanto sistema geral de processamento simbólico

Tal como os sistemas, o homem adquire, armazena, recupera, transforma e produz informação para
realizar uma atividade inteligente

Constructos Internos da Psicologia Cognitiva


Processamento da Informação

Processos Cognitivos - Operações e


Representações - Estruturas Cognitivas
Computações Mentais
Conteúdo e formato das representações
Processos subjacentes e etapas de mentais
através dos quais a informação é processada

Pressupostos do Paradigma de Processamento de Informação


 A mente (através da quais interagimos com o mundo externo) é um sistema geral de
processamento simbólico
 Os símbolos sofrem processos que os transformam noutros símbolos
 A pesquisa psicológica prevê especificar os processos simbólicos e as representações
subjacentes ao desempenho de qualquer tarefa psicológica
 A mente é um processador de capacidade limitada
 Os processos cognitivos demoram tempo (TR)
 O sistema de símbolos depende de um substrato neurológico mas não é totalmente
constrangido por ele

A maioria destes pressupostos derivam da metáfora computacional  limitações de processamento e


seleção de informação  quando se realizam diversas atividades ao mesmo tempo uma delas sai
prejudicada

As representações e processos mentais não são diretamente observáveis.


A Teoria pretende reduzir os comportamentos complexos a um conjunto limitado de princípios que
expliquem porque certos fenómenos ocorrem em algumas circunstâncias mas não noutras.

O Modelo pretende especificar a relação entre o constructo teórico e o comportamento a explicar.

A Representação em Psicologia Cognitiva


Representação: A propriedade da mente acerca de algo; Ideia mental de algo
Pode ser simbólico (abstrato e sem semelhanças) ou analógico (imagens mentais
semelhantes à realidade)
Códigos iguais; pode ativar códigos abstratos mas não significa que se ative imagens
na nossa capacidade
As características da mente ou do cérebro são sobre aldo no mundo
Os processos mentais representam algo no ambiente ou estados possíveis das coisas
O que é representado: mundo ↔ o que faz essa representação: mente

Condições de um sistema de representação


- Domínio alvo: o que vou representar
- Domínio modelador: código
- Correspondência sistemática entre a estrutura relevante no domínio modelador e a estrutura relavante
no domínio alvo

Uma ideia está sempre relacionada a uma representação, e o que essa relação é igual hoje a amanhã,
pois não depende do estado de espírito nem de nada

O domínio modelador representa o domínio alvo  o domínio modelador capta a informação domínio
alvo  o domínio modelador não representa todos os aspetos da estrutura do domínio alvo

É a relação sistemática entre dois domínios que determina a natureza da representação

Questão de relação ambiente-mente-cérebro

 O cérebro tem capacidade para representar o ambiente


 Nem todos os aspetos da estrutura do ambiente são representados
 A estrutura neuronal que realiza a representação não se assemelha em nada À estrutura do
ambiente a ser representada
 Nem todos os aspetos da estrutura do cérebro são relevantes na representação
 A estrutura do cérebro é capaz de estabelecer relações sistemáticas entre subconjuntos da sua
estrutura e subconjuntos da estrutura do ambiente
Questão de relação ambiente-mente-cérebro

 O objetivo da mente é representar o cérebro enquanto sistema de processamento de informação


 Os constructos cognitivos não existem literalmente no cérebro
 Os constructos cognitivos não se assemelham em nada à estrutura neuronal do cérebro

Qual a natureza da representação cognitiva?

Newell & Simon, 1976

A mente como um sistema simbólico, contém e manipula representações simbólicas e influência a


metáfora computacional.

Propriedades dos sistemas simbólicos:


 As estruturas de símbolos são sobre objetos
 Envolvem um conjunto básico de símbolos que podem ser
combinado para formar estruturas simbólicas maiores
 Contêm processos que operam nas estruturas simbólicas para
produzirem novas estruturas simbólicas

As redes semânticas (Collins & Loftus, 1975)


 Conceitos representados por nódulos
 Relações entre conceitos representadas por associações
 Um conceito é ativado por ativação de outros, tendo por base as
associações
 Adição ou alteração de associações

McClelland & Rummelhart, 1986

A mente como um sistema de processamento distribuído em paralelo, conexionista.

 Representação distribuída por unidades de processamento organizadas em camadas.


 Os conceitos são padrões de ativação na rede.
 Informação processada em paralelo.
 Influencia das redes neuronais.
 Não usam símbolos explícitos para representar conceitos nem regras.
 Os conceitos são padrões de ativação numa rede de representações distribuídas.
Modelos conexionista
 Conceitos representados por padrão de ativação
distribuído por várias unidades de saída
 Padrão de ativação depende da resposta das unidades
de entrada e do peso das conexões
 Aprendizagem das associações entre input e output
por auto programação

Kosslyn, 1978

Representações analógicas

 Preserva as propriedades espaciais e sensoriais do estímulo

Psicologia Cognitiva
 Explica factos acerca do comportamento humano, incluindo aspectos da perceção,
atenção, memória, linguagem e pensamento
 Desvenda mecanismos cognitivos
 Cria hipóteses que guiam a investigação da estrutura física do cérebro
PERCEÇÃO, ATENÇÃO E MEMÓRIA
ATENÇÃO – LIMITAÇÕES DE PROCESSAMENTO E SELEÇÃO DE
INFORMAÇÃO

O que é a Atenção?
Processo através do qual nos focamos e concentramos em determinadas características do ambiente, ou
em certos pensamento e atividades (Goldstein, 2005).

 Compreende um conjunto de fenómenos psicológicos distintos.


 Caracterizada por uma capacidade limitada para processar informação.
 A alocação da atenção pode ser intencionalmente controlada.

Atenção seletiva

Informação que atinge os recetores sensoriais > Informação processada em termos de significado e compreendida
Seleção da informação para ser processada

Atenção dividida

Capacidade de dividir a atenção por mais do que uma coisa simultaneamente.


Perceber se este processamento é realizado automaticamente.

Atenção seletiva
Cherry, 1953

Capacidade para discriminar mensagens

 Apresentação de duas mensagens distintas, a ambos os ouvidos


 Filtrar uma das mensagens e repeti-la

Resultados: Poucas transposições entre as mensagens

Conclusão: Capacidade para separar mensagens


Se prestarmos atenção a uma mensagem é difícil ou impossível considerar a informação de outra
mensagem apresentada simultaneamente.

Paradigma da escuta dicótica Fenómeno Cocktail Party

Ao prestarmos atenção apenas a uma das mensagens, Capacidade para prestar atenção a uma
temos pouca informação acerca da outra mensagem mensagem e ignorar todas as restantes
não atendida, logo compreendemos que é difícil
atender simultaneamente a dois estímulos da mesma
modalidade

Shadowing

 Apresentação de duas mensagens diferentes, uma a cada ouvido


 Repetir em voz alta uma das mensagens e rejeitar a outra (não
atendida)

Resultados: Poucos erros na repetição da mensagem atendida & Ausência de


conhecimento do conteúdo da mensagem não atendida

Conclusão: processo de reconhecimento pode concentrar-se numa só


mensagem

Broadbent, 1945

Técnica Varrimento Dividido

 São ditas duas letras de cada vez (par), cada uma num ouvido
 Os participantes têm que recordar corretamente as letras
 Pode ser feita uma recordação livre (por canal, ou seja, ouvido direito e
ouvido esquerdo – MRW e HSP) ou então por ordem de apresentação
(par a par – MH, RS, WP)

Resultados: mais participantes respondem por canal do que par a par  canal > par a par

Conclusão: não conseguimos atender aos dois canais, e é difícil mudar a atenção de um
canal para o outro. Atendemos apenas a um canal e esperamos apanhar alguns traços da
mensagem apresentada ao canal não atendido.
Modelo de Filtro de Broadbent, 1958

Sistema de canal único com capacidade limitada de transmissão de informação.


Necessidade de filtro que selecione a informação.

Modelo de Filtro de Canal Único Modelo de Seleção Precoce


 Apenas um canal pode ser atendido de cada vez  O filtro opera antes da informação ser analisada
 A informação do canal não atendido é filtrada mas o para determinação do significado (ao nível das
seu significado não é processado, logo não é características físicas).
compreendido
 Apenas há consciência de características físicas
básicas da informação não atendida (por exemplo o
tom de voz)

Armazém
Filtro Seletivo Detetor MCP
sensorial

Mantém a Identifica a Determina características


informação sensorial mensagem elevadas da mensagem
por breves instantes atendida com base (como o seu significado) e
em características
e transfere-a para o envia para o sistema de
físicas e envia-a
filtro atencional apenas a ela para o memória a informação
detetor analisada

Moray, 1959

Escuta Dicótica com shadowing

 Atender à informação que de um dos canais e rejeitar a informação


do outro canal
 No canal não atendido é pronunciado o nosso nome e nós temos
consciência disso

Resultados: o nome próprio passou o filtro atencional

Conclusão: informação apresentada no canal não atendido é suficientemente processada


para permitir alguma consciência do seu significado. Há algum processamento semântico
em paralelo antes da identificação consciente. O filtro não pode ter como base sempre as
características físicas
Gray & Wedderburn, 1960

 Pedir para focar apenas um ouvido (neste caso OE)


 Os participantes respondem Querida Tia Joana

Resultados: A atenção saltou para a mensagem supostamente


não-atendida pois a informação completa-se

Conclusão: a atenção teve em conta o significado da mensagem


supostamente não atendida, o que nos ajuda a concluir que não
está sempre focada no mesmo canal

Treisman, 1960

 Instruções para selecionar apenas a informação de um canal, neste caso OD


 A atenção muda de canal, pois não permaneceu no canal atendido

Resultados: A atenção muda de canal, pois não permaneceu no


canal atendido

Conclusão: informação do canal não atendido passa o filtro se


houver uma relação entre o significado da informação atendida e
não atendida. A atenção muda de canal para canal com base no
significado da informação.

Broadbent tinha razão se a atenção tivesse sempre no OD, porque afirmava que era difícil mudar a
atenção de um canal para o outro e que apenas esperávamos ter alguns traços do canal não-atendido.

 É difícil apenas nos focarmos na mensagem atendida quando


no canal não atendido a mesma voz fala do mesmo assunto
que a mensagem atendida.
 A capacidade de seleção (shadow) da mensagem atendida é
afetada pelo conteúdo da mensagem não atendida

Resultados: Alteração do canal atendido

Conclusão: as diferenças no conteúdo semântico das mensagens


podem ser usadas para auxiliar a seleção , mas são menos
eficazes do que as diferenças físicas. O filtro atencional não pode
operar estritamente com base nas características físicas.
O controlo consciente do foco da atenção é alterado devido a estímulos, como as características físicas
e o conteúdo da mensagem.

Porém Treisman propõe uma nova teoria.

Teoria da Atenuação

 A seleção ocorre em duas etapas

Filtro Atenuador Filtro Análise Dicionário)


 Identifica mensagens atendidas e não atendidas  Mensagem é analisada por unidades de dicionário, e
com base em características físicas, língua e envia para o sistema de memória a mensagem
significado, e diminui a força da mensagem não analisada
atendida  Permite detetar palavras mas dependendo da força da
 Mensagem não atendida é atenuada mensagem
 Ambas as mensagens são enviadas  O limiar de ativação depende da familiaridade com a
 ≠Broadbent palavra, por exemplo Inês para mim tem um linear de
ativação baixo, mas Margarida já é maior

A palavra atenuada só vai ser mais facilmente ativada se tiver um linear de ativação baixo.

Focar apenas a mensagem Z.

Atenua-se a mensagem X. A mensagem Z tem mais força que a mensagem X.


Como Z tem mais força ativa mais rápido a unidade de significado. Porém, por
OD OE
vezes toma-se atenção a X se o limiar de ativação de X for baixo, neste caso é X
(Inês). Tal acontece porque há familiaridade com o estímulo e presta-se atenção Z
a ele. Ou seja, diversos estímulos podem-nos fazer alterar o foco de atenção. Inês
Estamos a processar Z mas como reagimos a X estamos a processá-lo também.
Porém isto só acontece de acordo com o limiar de ativação.

Armazém Filtro Filtro de análise


Atenuador MCP
sensorial Dicionário

 Identifica a mensagem atendida com


base em características Mensagem é analisada por unidades de
 Mensagem não atendida é atenuada dicionário (palavras com diferentes
 Ambas as mensagens são enviadas limiares de activação)  envia para a
memória a informação analisada
Deutsch & Deutsch, 1963

Teoria da Seleção Tardia

A seleção para a atenção consciente ocorre após o input sensorial ter sido analisado inconscientemente
para o significado.

Análise semântica inconsciente  todas as mensagens são analisadas

Atenção consciente  o sinal com mais importância entra na consciência desde que esteja acima do
nível de ativação do indivíduo

Armazém Análise Atenção


Semântica MCP
sensorial Consciente
Inconsciente

 Todas as mensagens são semanticamente analisadas


 É o sinal com maior importância que entra na consciência

MacKay (1973), reforça a Teoria da Seleção Tardia.

 Selecionar entre um par de frases qual se aproxima mais, em


significado, da frase ouvida
 O significado da palavra enviesadora afeta as escolhas dos
participantes
 Processamento de duas mensagens

Resultados: Palavra altera o sentido da frase

Conclusão: a informação do canal não


atendido é processada ao nível do significado

Lavie

Abordagem da dependência da Tarefa

 A informação que é processada durante uma tarefa de atenção seletiva depende da natureza da
tarefa
 A sobrecarga (quantidade de recursos cognitivos utilizados) imposta pela tarefa é uma das
variáveis
 Seleção precoce  tarefas de grande sobrecarga – mensagem atendida é processada, e
mensagem não atendida não é processada
 Seleção tardia  tarefas de baixa sobrecarga – mensagem atendida e não atendida são
processadas

Atenção dividida e automatizada


 Dificuldade em realizar duas tarefas simultaneamente  Os recursos ou capacidade atencional
que limitam o sistema são de objetivo geral  tarefas que requerem atenção vão depender do
mesmo recurso ou competir pelo mesmo filtro
 Tarefas não podem competir ao mesmo tempo pelo mesmo recurso

 Capacidade para dividir a atenção por mais do que uma coisa simultaneamente
 Paradigma da Tarefa Dupla  compreender as limitações e natureza do sistema de
processamento

Fatores que determinam a capacidade para dividir a atenção:

 Tipo de tarefa
 Dificuldade da tarefa
 Prática e automatização
 Quantidade de informação que requer exigências de processamento

+ dificil + fácil

Tarefas semelhantes Tarefas diferentes


Tarefas difíceis Tarefas simples
Ambas requerem atenção consciente Pelo menos uma delas é inconsciente
Tarefas com prática

Efeito da Prática
Spelke, Hirst & Neisser, 1976

Paradigma da Tarefa Dupla

 Difícil ler uma história e fazer um ditado ao mesmo tempo


 Quanto mais prática temos com as tarefas (automatização) mais fácil será a sua realização em
comum com uma outra
Schneider e Shiffrin, 1977

Paradigma da Procura Visual

 Quanto mais caracteres, pior o desempenho dificuldade da tarefa


 Quanto mais distratores, pior o desempenho
 Quanto mais praticamos, mais familiarizados estamos com a atividade, mais fácil se torna a
tarefa prática
 Atenção pode ser dividida para lidar com várias informações, quando o mapeamento é
consistente e o processo automático e em paralelo
 É necessário prestar atenção, quando o mapeamento é variável e controlado

Efeito da Dificuldade da Tarefa


Tyler et al., 1979

 Duas tarefas só podem ser realizadas ao mesmo tempo se um delas não for demasiadamente
difícil
 Se uma das tarefas for muito difícil, o desempenho diminui na tarefa mais fácil, ou menos
importante
 O aumento da dificuldade da tarefa pode não eliminar por completo a atenção dividida, mas
diminui o desempenho na outra tarefa
 Um processo mais difícil requer mais atenção do que um processo mais fácil
 O desempenho será maior no processo dificíl

Posner & Boies, 1971

 Mais atenção disponível quando realizamos tarefas mais fáceis  Limite gral na atenção

McLeod& Posner, 1984

 Sem interferência de tarefas, o desempenho aumenta  Efeito do Tipo de Tarefa


 Quanto maior a semelhança das atividades pior o desempenho

Teorias da capacidade ou Recursos


 Tarefas envolvem esforço cognitivo
 Quantidade limitada e esforço para alocar a todas as atividades que solicitam a nossa atenção
 Algumas tarefas requerem mais atenção que outras
 Controlo consciente da alocação da atenção
Perspetivas dos Recursos Múltiplos
McLeod & Posner, 1984

 O desempenho numa tarefa não é prejudicado por tarefa concorrente que faça uso de outra
modalidade sensorial
 Não se trata de uma limitação geral de recursos
 Não se trata de um canal ou recurso único de objetivo geral
 Tarefas só interferem se competirem pelo mesmo recurso

Posner & Snyder, 1975

Teoria do Processo Dual da Atenção

Processos automáticos Processos Controlados


 Processos pré-atentivos  Processos atentivos
 Não conscientes  Consciente e intencional
 Não intencionais  Capacidade limitada
 Não depende da capacidade atencional  Sistema de objetivo geral
 Sem competição de tarefas  A realização de uma operação diminui a
 Sem interferência disponibilidade para realizar uma outra
operação
 Intenções pessoais

Efeito Stroop (1935)

 Nomear a cor > ler a palavra


 Interferência de estímulos

Atenção visual
 Cena global Vs. Cenas de detalhe
 Capacidade para considerar uma cena global
 Capacidade para descrever o significado de uma imagem
 Capacidade para retirar informação de uma cena
 Necessidade de focalizar atenção para obtenção de detalhe
Cena global
Li et al., 2002

 Capacidade para rapidamente considerar uma cena global


 Consciência de quase todas as características do ambiente

Detalhes de cena e cegueira à mudança


Rensink et al., 1997

 Não reparar nos aspetos e pormenores diferentes em duas imagens, aparentemente iguais
 Grande falha em detetar a mudança
 Importância da atenção focalizada para deteção de detalhes

Modelos Teóricos e Evidências Empíricas

Atenção enquanto foco


Spotlight Model

 Permite atender seletivamente a partes do campo visual


 Atenção a uma localização especifica melhora o processamento de um estímulo apresentado
nessa localização
 Atenção baseada na localização  atenção opera num qualquer estímulo que esteja numa
determinada localização

Posner, 1978

 Procedimento pré-primação
 Apresentação de uma pista visual para onde dirigir a atenção
 TR detecção presença de estímulo: pista informativa > pista não informativa ou sem pista

Eriksen e Eriksen, 1974

 TR a um estímulo aumenta conforme a aproximação espacial de competidores


 Os competidores atrasam a resposta ao alvo particularmente quando estão próximos do centro
da atenção porque estão próximos do foco da atenção
Atenção enquanto lente de aumento
Zoom Lens Model

 Atenção pode ser distribuída por uma área mais ou focalizada numa área menor
 Atenção baseada na localização

Atenção baseado no objeto


 Atenção está associada a objetos
 Atenção pode centrar-se num objeto em particular ao invés de uma localização em particular
 Quando a atenção é dirigida para um espaço do objeto, o efeito da atenção estende-se a todo o
objeto
 Atenção pode afetar o objeto como um todo, mesmo que parcialmente tapado por outro objeto

PERCEÇÃO

O que é a Perceção?
Forma como codificamos a informação dos sentidos

Processo de reconhecimento, organização e interpretação da informação (Sternberg, 2011).

Ilusões percetivas

A visão é diferente da perceção visual, bem como a perceção é diferente da realidade. A este fenómeno
damos o nome de ilusões percetivas pois percecionamos o que não está lá e o que pode não ser. Assim
o processo passivo é o que recebemos, e o processo ativo é a forma como organizamos a informação.

Adaptação sensorial
 Quando os recetores sensoriais modificam a sensibilidade ao estímulo
 Os sentidos respondem à mudança
 Estimulação constante conduz a menor sensibilidade
Constância Percetiva
 O objeto permanece apesar da sensação de que o objeto muda

Perceção da profundidade
 Capacidade para ver o mundo a 3 dimensões e detetar a distância
 A visão tem apenas 2 dimensões, mas a perceção é a 3 dimensões
 A informação tem de ser interpretada para percecionarmos a profundidade, porém nem sempre
a interpretação é correta o que leva a ilusões
 Algumas pistas monoculares de profundidade:
o Tamanho relativo: é mais pequeno porque está mais longe
o Interposição: itens ocultos estão mais distantes, pois um outro que se interpõem entre
ele parece mais próximo
o Gradiente de textura: itens com menos grão estão mais longe
o Perspetiva linear: linhas paralelas convergem à distância
o Perspetiva atmosférica: quando estão mais distantes, itens parecem mais desfocados
o Paralax de movimento: objetos parecem mover-se quando é o próprio observador que se
move, parecendo assim mais pequenos
 Pistas binoculares de profundidade
o Convergência binocular: olhos convergem à medida que um objeto se aproxima
o Disparidade binocular: cada olho vê um ângulo ligeiramente diferente do objeto

Perceção de objetos
Existe um paradoxo na perceção de objetos pois é uma consciência visual espontânea e sem esforço
baseada num processo complexo.

É necessário reconhecer padrões familiares com precisão e rapidez, operando também com objetos não
familiares.

Através da perceção deve-se identificar objetos que estejam parcialmente escondidos e realizar este
procedimento de forma rápida e sem esforço.

Estrutura e Invariância Processos Automáticos

Segregação ou agrupamento percetivo Rapidez


Dimensão Bidimencional  Tridimencional Eficácia
Imagem retiniana vs. Perceção Espontaneidade
Informação retiniana parcial e incompleta Sem esforço deliberado e com poucos recursos
A perspetiva de Gestalt
O todo é mais do que a soma das suas partes.

Princípios da perceção visual

Lei da pregnância ou da boa forma

 A experiência é organizada da forma mais simples, concisa, simétrica e complexa possível


 O mundo é percecionado da forma mais simples de chegar a organização coesa e constante dos
objetos

Leis de agrupamento percetivo

 Continuidade: continuidade suave (AD, CB) é preferida a mudanças abruptas de direção (AC,
BD)
 Proximidade: elementos tendem a ser agrupados com base na proximidade
 Semelhança: elementos semelhantes tendem a ser agrupados conjuntamente
 Destino comum: os elementos agrupados parecem mover-se em comum e comportam-se como
um todo
 Fechamento: itens são agrupados e tendem a completar a figura
 Simetria: preferência por perceber o objeto como imagens no espelho

Leis de segregação figura-fundo

 É figura a região convexa, mais pequena, em movimento, simétrica e mais


próxima
Pressupostos Teóricos

Processo ascendente: guiado pelos dados que vai desde a informação inicial até ao reconhecimento
visual de objetos (identificação dos mesmos)  processos autónomos e fora do controlo consciente
Processo descendente: guiado concetualmente (pelo conhecimento) que vai desde o reconhecimento
visual os objetos até à informação inicia  processos automáticos e influência da probabilidade dos
objetos num determinado contexto  top-down

Reconhecimento Vs. Identificação

Apesar de terem diferentes tamanhos, cores, formas, etc. são reconhecidos como membros da mesma
categoria
Reconhecimento (categorização menos específica e num nível mais básico) Vs. Identificação
(categorização mais específica e num nível sub-ordenado)
Por exemplo: um cão vs. o cão do meu vizinho / uma cadeira vs. a cadeira do realizador

Reconhecimento Vs. Utilização e Nomeação

Processos complexos e distintos


Dissociações: pacientes que conseguem informação para a utilização e não para o nome
Modelo genérico de Humphreys: Modelo geral dos processos envolvidos no reconhecimento visual e na
nomeação de objetos. Por exemplo: objeto  padrão luz  retina / ver abelha  armazém estrutural:
descrevê-la  memória semântica: o que faz/suas funções  sistema fonológico: Abelha

Teorias da Perceção

Teorias da Perceção Direta


 Aquisição direta de informação do ambiente
 Perceção decorre do estímulo no ambiente
 Processamento ascendente, ou seja, bottom-up

Teoria da Perceção Direta de Gibson

 Toda a informação necessária para formar uma impressão está disponível no ambiente
 Não é necessário processamento descente
 Perceção imediata e espontânea
 Perceção e ação não podem ser separadas pois a perceção guia a ação e a ação gera uma nova
informação percetiva
 Toda a informação visual que chega ao olho é constituída por um padrão de luz estruturado,
conhecido como padrão ótico
 Este padrão ótico dá informação invariante acerca da configuração dos objetos no espaço
 Os invariantes podem ser percecionados através de diversas formas
 Objetos e meio com um significado direto

Teoria de template

 Teoria de reconhecimento de padrões


 Reconhecimento feito por comparação do estímulo com múltiplos Templates (padrões)
armazenados em memória até que seja encontrada uma correspondência
 Pode ser óbvia essa correspondência mas pode também existir correspondências imperfeitas
pois não depende da flexibilidade no sistema de reconhecimento de padrões

Teoria de protótipo

 Reconhecimento feito por correspondência do estímulo com padrão mental abstrato, conhecido
como protótipo
 Templates flexíveis pois há uma abstração das características comuns de diversas instâncias de
um objeto criando assim uma representação do que é que ele pode ser
 Nenhuma correspondência será perfeita
 Franks & Bransford: são apresentados objetos baseados em protótipos mas os protótipos não
são apresentados
 Solso & McCarthy: são expostas diversas faces derivadas/semelhantes dos protótipos, e o
objetivo é os participantes reconhecerem as faces antigas, as novas e o protótipo

Teoria de características

 Reconhecimento feito com base num pequeno número de características (features)


 Características especificas são denominadas como detetores de caraterísticas (feature detectors)
 Navon: nivel global vs. nível local  mais facilmente se identificam características globais
que locais
 Modelo pandemonio (Selfridge): reconhecimento visual de palavras
 Modelo de redede carateísticas (Rumelhart & McCelland): ativação interativa, mecanismos
ascendentes e descendentes tendo por base a interação de camadas de nível básico e elevado
Teoria de descrição estrutural

 Reconhecimento feito pelo reconhecimento de componentes e


relações entre eles
 Explicam perceção 3D
 Biederman: geões resultado da perceção depende da quantidade
de informação ausente [ARTIGO]

Teorias da Perceção Indireta


 Perceções ativamente construídas com base nas expetativas
 Processamento descendente, ou seja, top-down
 Perspetivas construtivas
 A perceção não é automática a partir do estímulo em bruto
 É necessário processamento para construir a perceção, pois a perceção é construída
 Processamento descendente ocorre rapidamente e envolve a realização de inferências
 Perceção como processo ativo e construído
 Decorre através da influência de expetativas, hipóteses, fatores motivacionais e emocionais
 Processo que depende de associações e experiência prévia
 O conhecimento adquirido influencia a perceção do objeto
 O contexto ajuda a identificar corretamente o objeto
 Objetos apresentados em contexto são mais fácil de reconhecer do que objetos apresentados
isoladamente
Reconhecimento visual de objetos – O Modelo de David Marr

*Processo Ascendente*

Imagem na retina

Intensidade de luz em pontos da imagem  Níveis de cinzentos

Regiões potencialmente significantes  esboço primário bruto

Fronteiras e contornos dos objetos  esboço primário completo

Esboço da superfície dos objetos  esboço 2,5D

Descrição do objeto  reconhecimento do objeto

Etapas precoces relacionadas com o processamento da imagem

Matriz de níveis cinzentos


 Medida de intensidades de luz em cada ponto da imagem retiniana
 Células respondem de acordo com a intensidade de luz
 A matriz corresponde ao estado da retina quando estimulada pela luz, onde as células estão
dispostas em linhas e em colunas, de acordo com os níveis de intensidade, ou seja, os níveis de
intensidade estão agrupados (ou podem ser ligados) tendo em conta os seus valores
 Os níveis cinzentos são independentes da cor do objeto e funcionam como uma análise da luz

Esboço primário bruto

 Procura de mudança de intensidades de luz na matriz de níveis cinzentos


 Identifica mudanças de grande intensidade, médias e aleatórias
 Deteção de mudanças significativas
 Remove mudanças aleatórias
Etapas intermédias relacionadas com o agrupamento dos componentes

Esboço primário completo


 Distinguir mudanças de intensidade intermédias com mudanças de intensidade de grande
magnitude
 Gestalt: atuam de forma a agrupar os pontos de mudança de intensidade para extrair-se o
contorno externo dos objetos e os seus componentes internos
 Vários segmentos de contornos vão sendo agrupados uns com os outros, formando regiões
 Contorno da oclusão e componentes importantes da estrutura dentro desse contorno, formando
assim um esboço da estrutura global dos objetos

Etapas finais

Representação 2,5D
 A partir do esboço primário completo origina-se as primitivas, que são elementos básicos
(cones ou cilindros generalizados)
 O esboço primário dos contornos do objeto é dividido em regiões de forte concavidade
 As seções côncavas e convexas são usadas para dividir o esboço em regiões mais pequenas,
conhecido como processo de segmentação
 Cada uma das regiões é representada por um cilindro generalizado
 As primitivas é a superfície criada por uma secção de forma constante mas de tamanho variável
ao longo do eixo
Representação 3D

 Relação entre primitivas, onde se identificam e relacionam os componentes e discriminam os


objetos entre si
 Funções dos eixos e alongamento dos componentes

Como podem as relações de componentes ser especificadas de modo a capturar a forma dos objetos em
3D? Como se passa de uma imagem dependente da posição do objeto e do ponto de vista do
observador para o reconhecimento centrado no objeto?

Modelo de Marr & Nishiara

Será que guardamos todas as perspetivas em memória? Apenas existe uma única representação.

Então como resolvemos? Temos de transformar a perceção que depende do ponto de vista do
observador em algo que está centrado no objeto, ou seja, descrições estruturais centradas no objeto.

Princípio do quadro ou eixos de referência: a descrição da estrutura interna do objeto relativamente aos
eixos será a mesma (invariante) independentemente da orientação do objeto.
Memória

O que é a Memória?
Organização das ideias e de acontecimentos do passado (Gleitman et al.)

Informação armazenada na nossa memória

Final do Séc. XIX – estudo experimental da memória

Início do Séc. XX – estudo da memória quotidiana

Principais abordagens de estudo


A Estrutura da Memória (componentes do sistema de memória) está interligada com os Processos de
Memória (etapas ou princípios temporais da memória).

Processos de Memória, numa visão global

 Aquisição de informação  fase de aprendizagem


 Codificação  transformação em representações
 Armazenamento  retenção das representações, ou seja, do traço mnésico
 Recuperação  extração do traço mnésico

Estrutura da Memória, numa visão tradicional

 Memória Sensorial
 Memória a Curto-Prazo  retenção, re-codificação e manipulação temporárias do
conhecimento
 Memória a Longo-Prazo  estrutura e conteúdo, representação e acesso ao conhecimento

Os diferentes Sistemas de Memória

A teoria dos Multi-Armazéns, de Atkinson & Shiffrin


Memórias depositadas em diferentes compartimentos ou armazéns: Memória Sensorial, Memória a
Curto-Prazo e Memória a Longo-Prazo

Esquema
 Tarefa secundária prejudica tarefa primária
 Tarefa secundária não impossibilita tarefa primária, e por vezes o desempenho mantém-se bom
 MCP é composta por componente separados
 Efeito de recência em recordação imediata, relacionada com a MCP
 Efeito de primazia relacionada com a MLP
 Tarefas distrativas afetam a MCP, e não a MLP

Reconceptualização dos Armazéns


A MCP passa a ser uma unidade de processamento ativa e de múltiplos tipos de informação

A MLP é um processo com múltiplos sistemas de interação pois existem diferentes tipos de
informação e diferentes processos de codificação e armazenamento

MCP  Memória do trabalho

MLP  Vários sistemas de interação  Diferentes tipos de informação (episódica, semântica e


procedimental) e Diferentes tipos de acesso (explicita e implícita)

Memória do Trabalho, de Baddeley

Ouvido e olho interior que regista informação, para depois decidir se passa ou não para a MLP

Existe um executivo central que decide qual a informação guardada e de que forma

Existem dois armazéns, um de natureza verbal e outro visual

Memória a Longo Prazo pode ser

 Explicita declarativa processo consciente e informação especifica


o Episódica eventos específicos (Tulving)
o Semântica conhecimento geral (Tulving)
 Implícita não declarativa procedimental processo não consciente, sem esforço e
incremento da memória
o Skills
o Condicionamento clássico
o Priming
Memória enquanto processo

Abordagem dos Níveis de Processamento – LOP, de Craik e Lockhart

 Memória tida acerca de certos estímulos é baseada em processos mentais


 Memória Sensorial: menos atenção e características pré-atentivas
 MCP: após atenção, e de capacidade limitada
 MLP: após codificação da mensagem e de capacidade ilimitada, com mais significado
 Análise das caraterísticas sensoriais, de seguida ligação das representações com a memória e
por último reconhecimento dos padrões e extração do significado
 Hierarquia dos níveis de processamento: Percetivo  Semântico
 Níveis de Processamento podem ser superficial ou profundo
 Nível Superficial: ver características, memória sensorial
 Nível Profundo: padrões de reconhecimento e análise semântica, MLP
 Resultado: traços de memória
 Quando mais profunda a informação for tratada, mais será relembrada posteriormente pois será
mais permanente
 Análise em termos de significado ≠ análise em termos de caraterísticas

Transferência do processamento Adequado – TAP, de Morris, Bransford & Franks

 A forma de processamento ótimo depende também dos requisitos da utilização do traço


mnésico
 Por exemplo se mostrarem uma lista de palavras a dois grupos e pedirem para que um deles (A)
fique responsável por ver número de vogais de cada palavra e a outro (B) por contar o número
de verbos, quando pedirem o número de verbos o grupo B terá um melhor desempenho que o
grupo A, e vice-versa
 Outro exemplo: Se pedirem ao grupo A para decorar as palavras e ao grupo B para ver se elas
são curtas ou compridas, ao se pedir que se lembrem das palavras o grupo A lembrar-se-á de
mais palavras que o grupo B

Modelos de Representação da Informação


Como está a informação organizada e representada na MLP?

Modelos de Rede Associativa


 Conceitos associados em rede
 Padrão de ativação de unidades de informação na nossa memória, que só fazem sentido se
forem ativadas juntas
 A informação é armazenada em redes associativas
 A informação é representada e organizada em nódulos, que funcionam como unidades de
informação baseadas em conceitos e ideias ligados entre si por redes associativas
 Relações semânticas entre conceitos
 Nódulo: unidade de informação
 Ligação: conexões entre nódulos

Modelo Hierárquico, de Collins e Quillian

 Rede hierárquica de associações


 Nódulos só contém caraterísticas desse nódulo  economia cognitiva
 Ligação entre conceitos indica natureza da relação  relações de pertença
 Significado do conceito determinado pela relação com outros conceitos
 Nódulo no topo da hierarquia é mais inclusivo que um nódulo no fim da hierarquia
 Canário está relacionado, com ma relação de pertença, ao nódulo de ave, e por as aves terem
asas e voarem, o canário tem asas e voa, daí as relações de pertença
 Em cada nível são representadas caraterísticas de uma categoria, não existindo assim
redundância de informação
 Conceitos representados por nódulos e ligados por redes associativas
 A recuperação de informação requer a entrada num nível mais baixo da hierarquia e começar a
subir na rede
 O tempo das associações (previsão) depende da distância que temos que percorrer na rede
 Iremos demorar mais tempo a perceber que canário é um animal do que canário é um pássaro,
pois a distância entre canário e animal é superior que canário e pássaro
 Alguns desafios:
o Inversão do efeito hierárquico galinha é um pássaro > galinha é um animal, porque
galinha não é um pássaro típico, e mesmo que a distância entre galinha e pássaro <
galinha e animal, irá levar-se mais tempo
o Efeito de relação nas respostas falsas  quando não há semelhança de características
nem relação de conceitos demora-se o mesmo tempo, mas se à mesma distância de um
conceito (morcego) estiverem dois outros (pássaro e planta), um deles irá demorar mais
tempo (pássaro) pois os nódulos têm mais em comum que a outra relação (morcego e
planta), mesmo que estejam à mesma distância
o Efeito da tipicidade  um conceito fica mais disponível quando falamos de um nódulo,
sendo assim o TR menor, ou seja, canário é um pássaro < avestruz é um pássaro

Modelo de Comparação de Traços, de Smith, Shoben e Rips

 Conceitos representados por conjunto de atributos ou caraterísticas semânticas


 Significado do conceito determinado pelos seus valores num conjunto de atributos primitivos
 Traços caracteristicos(comparação global) Vs. traços definidores (comparação analítica)
 1º etapa: comparação rápida e global. Quando a sobreposição é elevada a resposta é V, quando
a sobreposição é baixa a resposta é F. Se houver sobreposição intermédia passa-se à segunda
etapa
 2ª etapa: comparação analítica tendo por base traços característicos. Traços presentes a resposta
é V, traços ausentes a resposta é F.
 Efeito hierárquico: menor distância, mais semelhança de traços, mais sobreposição, decisão
mais rápida / menor semelhança, menor sobreposição, mais lento, traços definidores, 2ª etapa
 Inversão do modelo hierárquico
 Efeito de relação nas respostas falsas
 Efeito de tipicidade
 Importância da semelhança de traços na representação do conhecimento
 Explicação de efeitos hierárquicos não requer que se postule representação hierárquica
 Computações rápidas

Modelo Dispersão de Ativação, de Collins & Loftus

 Modelo associativo
 Incorpora aspetos do Modelo de Comparação de Traços
 Representação não é estritamente hierárquica
 Ligações diferentes em tipo e grau de importância
 Memória organizada pela inter-conexão de conceitos
 Grau de relação semântica
 Processo de recuperação não está limitado ao uso de informaçãp hierárquica
 Maior dispersão de ativação por ligações mais forte
 Menor dispersão quanto mais ligações
 Dispersão baseia-se pelo número de ligações e sua força
 Veículo – carro – carro dos bombeiros  veículo terá mais ativação que carro dos bombeiros
 Praia – felicidade – saúde – hospital – doentes  em relação a praia felicidade terá maior
ativação que doentes

Modelo Conexionistas, de McCelland e Rummelhart

 Modelo associativo
 Novos princípios operativos
 Redes neuronais
 Representação distribuída
 Processamento distribuído em paralelo (PDP)
 Representação de um estímulo: padrão de ativação nas unidades de saída
 Padrão de ativação depende da resposta das unidades de entrada do estímulo e dos pesos das
conexões
 Várias unidades de informação formam conceitos
 Se a saída ≠ entrada, há que reajustar o peso das ligações, para mais tarde a saída ser = entrada
 AMOR e ROMA  = unidade de informação, ≠conceitos
 Estamo-nos sempre a corrigir
 Conhecimento com base na aprendizagem generalizada

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