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Artigo Gestao Conhecimento Organizacoes Desafios Oportunidades
Artigo Gestao Conhecimento Organizacoes Desafios Oportunidades
desafios e oportunidades
RESUMO
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Psicóloga pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Mestre em Psicologia Social pela
Universidade Gama Filho (UGF); pesquisadora convidada em grupo de pesquisa transcultural Brasil-
Argentina (UFRRJ - CONICET); coordenadora e editora da Revista Estação Científica; Professora da
Faculdade Estácio de Sá. Juiz de Fora.
E-mail: danisssol@yahoo.com
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Estação Científica, Juiz de Fora, n. 03, Outubro 2006.
INTRODUÇÃO
Sveiby (1998, p. 09) afirma que durante muito tempo esses ativos não foram
contabilizados pelos modelos contábeis tradicionais, isto por “não se tratar de tijolo,
cimento, nem dinheiro; ou seja, não são concretos, palpáveis. Todavia, esses ativos
invisíveis, intangíveis, não precisam ser nenhum mistério. Todos têm sua origem no
pessoal de uma organização”.
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Gestão do Conhecimento acaba por assegurar que canais para a inovação e comunicação
estejam sendo criados no dia-a-dia, e com isso, abrindo caminhos para que a empresa
estruture seu diferencial competitivo.
desenvolver o processo com a amplitude desejada. Egoshi (2006, p. 02) afirma que :
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A Gestão do Conhecimento da Era Internet é algo novo, revolucionário e
sem precedentes na História da Humanidade, porque é sustentada por
uma Tecnologia de Informação aliada às melhores Práticas e Teorias de
Gestão. Sem esses dois alicerces, não haveria a Gestão do Conhecimento
que tanto falam por aí hoje em dia em plena Era Internet.
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Grifos do próprio autor. Por se tratar de citação ipsis literis optou-se por manter o destaque
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Por outro lado, e em sua maioria, diversos autores afirmam que não é adequado
pensar a Gestão do Conhecimento como algo essencialmente novo na administração de
empresas, muito menos que se trata de mais um “modismo” organizacional efêmero e sem
importância. Ao contrário, a Gestão do Conhecimento deve ser entendida como
desdobramento de preocupações, estudos e práticas advindas dos campos da
aprendizagem organizacional e influenciada pela Gestão Tecnológica e Cognição
empresarial (FLEURY; OLIVEIRA JÚNIOR, 2001; TERRA, 2001; ZABOT; SILVA, 2002).
No intuito de melhor analisar essas questões serão abordados três desafios centrais
na Gestão do Conhecimento Organizacional, quais sejam: as bases da Gestão do
Conhecimento, os processos de mensuração de resultados e a necessidade de
compartilhamento de conhecimento.
Acredita-se que esse “lado fraco” do BSC não seja um impeditivo para que ele auxilie
a mensuração de resultados na Gestão do Conhecimento. Ao contrário, a Gestão do
Conhecimento em sua necessidade de dinamismo, aprendizado constante e
compartilhamento do conhecimento, pode ampliar os indicadores que compõem a
perspectiva de aprendizado e crescimento do BSC e, como decorrência dessa parceria, os
resultados poderão ser mais bem mensurados.
Santos (2004) pontua alguns desafios bastante exigentes que as empresas precisam
responder para favorecerem o compartilhamento de conhecimentos. Dentre esses desafios
ressalta-se: o desenvolvimento das competências humanas internas, a criação de
ambientes que estimulem a aprendizagem, a gestão adequada de pessoas e o estímulo ao
desenvolvimento de comunidades virtuais.
Além disso Sveiby (1998) nos lembra também que vencer o desafio por uma
linguagem facilitada e de signos facilmente partilháveis é um dos grandes desafios na
gestão adequada de pessoas para ampliação do compartilhamento de conhecimentos, isto
porque, numa mesma organização, o significado expresso por uma pessoa nunca é o
mesmo daquele que a outra pessoa recebe. O que acaba por ser um dificultador no
processo de comunicação, gerar desconforto e minar outras estratégias paralelas como
planos de remuneração e comprometimento organizacional (SANTOS, 2004).
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Tonet e Torres da Paz (2006, p. 76) afirmam que “
Afirmam Almeida et al. (2006, p 171) em sua experiência numa empresa do sistema
elétrico:
Como cada desafio enseja uma postura ativa para traçar um caminho estruturado na
conquista de um diferencial competitivo, o tópico a seguir analisa algumas oportunidades
que surgem para as organizações na Gestão do Conhecimento.
Em outros termos, Oliveira Júnior (2001, p. 121), afirma que “empresas são
comunidades sociais cujo principal papel é administrar seu conhecimento de forma mais
eficiente que seus competidores. Essa abordagem apresenta o conhecimento da empresa
como seu ativo mais estrategicamente relevante”.
Muitos são os motivos para se investir em conhecimento. Como lembra Terra (2005),
investir em conhecimentos pode trazer retornos exponenciais, já que está associado a
círculos virtuosos de novos conhecimentos e deve ser encarado como combustível
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(socialmente responsável e eticologicamente correto) para transformação do
ambiente organizacional: aumenta a flexibilidade organizacional, causa maior sinergia nas
relações entre as pessoas de uma organização e, ao se inserir na cultura organizacional,
garante vantagens competitivas duradouras.
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Tonet e Torres da Paz (2006, p. 83) apontam que o segundo momento é a fase de
implementação:
retificação, caso seja julgado necessário, para que, num momento seguinte, fase de
Macedo (1999) amplia suas reflexões, deixando claro o fato de que há indivíduos
dentro das organizações que desenvolvem uma rede de contatos internos e externos às
suas estruturas. Esses indivíduos são de extrema importância no processo de gestão do
Conhecimento e, por suas vezes, contribuem para o trabalho dos outros indivíduos que
fazem parte do seu círculo de contatos pessoais.
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Em outros termos, temos que, como bem afirmou Sveiby (1998), a Gestão do
Conhecimento se apóia nas pessoas, de forma direta ou indireta. São as pessoas que
fazem as organizações, o diferencial para a competitividade e, assim, um processo
intencional, sistemático e integrado como a Gestão do Conhecimento acaba por tecer
inúmeras oportunidades e resultados que se agregam às empresas.
CONCLUSÃO
O conhecimento, cada vez mais, tem sido colocado como um recurso indispensável
para a obtenção de vantagem competitiva e diferenciação estratégica. As empresas já
começaram a perceber que é preciso superar o antigo paradigma industrial de
investimentos em bens tangíveis e gordas contas bancárias para ousar buscar novos
mercados e enfrentar os desafios da Era do Conhecimento.
Os desafios são muitos e mexem com questões estruturais das organizações como
liderança, cultura, relações com o ambiente, compartilhamento de conhecimento e
mensuração de resultados baseadas em conhecimentos. No entanto, a superação dos
desafios deixa bem claro que investir em conhecimentos é construir de forma estruturada,
caminhos lapidados de aprendizado, crescimento com mais oportunidades e solidez.
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