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Cultura e Diversidade Cultural
Cultura e Diversidade Cultural
A palavra cultura tem um conceito bastante complexo em uma visão antropológica , podemos
definir como a rede de significado que dão sentido ao mundo que cerca um individuo , ou seja o
sociedade . Uma rede que engloba um conjunto de diversos aspectos como crenças , valores ,
costumes, leis, moral , língua etc. .
Já a diversidade cultural engloba as diferenças culturais que existe entre as pessoas , com
linguagem , dança , vestimentas e tradições bem a sociedade como a forma como a sociedade
organizam –se conforme sua concepção de moral e religião a forma como eles interagem como
ambiente etc. .
Diversidade é um tremo que diz respeito a variedade e convivência de ideais característica ou
elementos diferentes entre si ,em determinado assunto ou ambiente , cultura ( do latim cultura ,
cultura , cultivar solo , cuidar ), é um termo com várias acepções em diferentes níveis de
profundidades e diferentes especificidade.São práticas e ações sócias que seguem em padrão
determinado no espaço/tempo . Se refere a crença , comportamento valores , instituições e regras ,
morais que permeiam e preenchem a sociedade explica e da sentido a cosmologia social é a
identidade própria de um grupo humano em um determinado período .
Diversidade Cultural
Os valores são caracterizados por ideais, entidades abstratas que definem personalidades,
autênticos guias de ação orientadores de escolhas e ações. Pertencendo ao domínio do ideal, são,
portanto possíveis e preferíveis, pois agir humanamente é agir em função de valores.
Vivemos numa sociedade diversificada, onde estão inseridas diversas culturas. Essas
sociedades que deram origem, cada uma a sua maneira, a formação de valores nos indivíduos que a
compunham.
Os valores apenas nos permitirão romper com a indiferença se forem universalmente
partilhados. O que geralmente acontece é que de tão empenhados em negar as coisas comuns entre
culturas e de tão enraizados em preconceitos e idéias pré concebidas, ignoramos e esquecemos o
fato de a diversidade cultural, independentemente dos valores em que assenta, permite ao homem
mudar sua maneira de pensar, aumentar o conhecimento, sua cultura geral, viajar, fazer
intercâmbios...
Existem também sociedades que, elevam os seus valores, e se colocam no direito de
definirem uma sociedade como atrasada. Isso é errado porque cada cultura pratica tradições,
rituais,tudo conforme os seus valores, onde o fato de possuírem valores diferentes, não significa
que seja uma sociedade atrasada. Antes de criticar essas diferentes culturas, é preciso primeiro
entender que todos os valores têm direito à existência.
Uma grande dificuldade, é reconhecê-los como tradutores de diferenças e que nos têm feito
rejeitar outras culturas e cidadãos. Na verdade, somos todos diferentes porque estamos inseridos
num determinado meio social onde nos foram onde adquirimos certos valores, por outro lado, todos
temos direitos iguais de dignidade, igualdade e liberdade humana, que nos permitem defender
aquilo em que acreditamos.
Para acabar com a indiferença, seria necessário criar valores que fossem partilhados por
outras culturas. Mas isto é muito difícil, porque existem mesmo culturas tradicionalistas que não
aceitam reger-se por outro tipo de “normas”, nem lhes estarem sujeitos.
Deparamo-nos com diversas atitudes que colidem com a maneira de tentar criar uma atitude
de recepção e integração de novas raças, fazendo mesmo uma aculturação, ou seja, um grupo de
indivíduos duma cultura definida entra em contacto com uma cultura diferente afim de reduzir a
inferiorização.
Por exemplo, o etnocentrismo é uma prática de visionar outras culturas a partir da sua,
considerando a sua etnia o centro e todas as outras inferiores. Isso é grave porque leva à falta de
compreensão e aceitação de que outras culturas possam ter padrões semelhantes e promove uma
harmonia exagerada em torno da sua própria etnia, desprezando as outras e não fazendo prevalecer
o mínimo de consciência ética. Então, é importante frisar que esta atitude leva aos indivíduos
correrem diversos riscos, como o racismo. Um exemplo foi Alemanha Nazista, onde a xenofobia era
predominante além de um patriotismo exagerado.
Isso nos permite afirmar que o conceito de raça é imensamente baseado em convenções
sociais, do que propriamente em políticas, uma vez que no mundo, é esquecido que existe apenas
uma raça: a raça humana.
Tentando combater algumas divergências, a melhor forma de elevar a importância dos
valores é demonstrando-os perante outras culturas e não adquirindo posições como o relativismo
cultural.
Este tipo de atitude aceita que o mundo esteja construído sobre uma pluralidade de etnias
que se comportam de acordo com os seus próprios valores, mas não permite a interação com outras
culturas, fechando-se cada uma em si. Dessa forma, seria impossível que os valores rompessem
com as indiferenças porque não promove o diálogo entre as culturas, leva ao isolamento e à sua
estagnação, tornando-se cada cultura tradicionalista, conformista e não aberta à inovação. A partir
desse contexto, todas as nossas ações seriam fruto das idéias dominantes da sociedade.
Assim sendo, o melhor meio de acabar com as divergências será tomar parte da perspectiva
do futuro, embora ainda seja muito remota: o multiculturalismo.
Ao adotarmos a posição de multiculturalistas, estamos promovendo um sentimento de união
para a criação de objetivos universalmente partilhados, aceitando a pluralidade de culturas e as
diferenças existentes e, integrando mesmo essa diversidade como um fator de riqueza e
complexidade de que o mundo é formado.
A partir do multiculturalismo é possível promover diálogos inter culturais, protegendo os
direitos humanos e colaborando na procura de respostas a problemas mundiais, de ordem social e
cultural. A idéia de os valores universais adquirirem um papel dominante sobre a diversidade
cultural faz acreditar na possibilidade de as minorias étnicas se verem reconhecidas.
Felizmente, importa considerar que já existem pessoas e projetos que se dedicam a estes tipos de
ações, e que acreditam firmemente na unidade e respeito entre os povos, como Tratados de Paz,
ações humanitárias e voluntariado.
Etnocentrismo
Relativismo
Um brasileiro é antes de tudo brasileiro e, depois, oriundo, embora isso possa parecer um
contra-senso do ponto de vista cronológico. Um brasileiro pode informar sua origem estrangeira e
valorizá-la, mas dificilmente se dirá um ítalo-brasileiro, um afro-brasileiro ou um nipo-brasileiro.
A noção de raízes no Brasil é de difícil definição cronológica, porque a raiz pode ressurgir de
ramos mais altos da árvore. É um traço de vitalidade da cultura brasileira fazermos de nosso país um
país não só de sólidas raízes portuguesas, católicas, mas também um país que renova suas raízes e,
em certa medida, cria outras. Os negros que aqui chegaram, à força, após muitos acasalamentos com
portugueses e índios, tornaram-se parte essencial de nossas raízes. Nem mesmo o trinômio
português, índio e negro é capaz de dar conta de nossa diversidade étnica e cultural, uma grande
variedade de imigrantes europeus, árabes, japoneses e, mais recentemente, coreanos e hispano-
americanos, reafirmam a recriam nossas raízes.
Desde os seus primórdios a formação cultural do Brasil é tributária da contribuição de um
grande número de grupos étnicos.
Como em outros países latino-americanos, os ibéricos, protagonistas das grandes empreitadas
de circunavegação dos séculos XV e XVI, inauguraram as rotas marítimas pelas quais chegaram
diversos outros povos. O nosso país foi então palco de inúmeras incursões e tentativas de fixação de
colônias, realizadas principalmente por franceses e holandeses, além dos próprios portugueses.
As grandes aventuras marítimas, como se sabe, tiveram na Igreja católica, um de seus
sustentáculos. A presença de suas ordens missionárias, em particular a Companhia de Jesus, foi
marcante em nosso país durante todo o período colonial, até a ascenção do iluminismo em Portugal,
no século XVIII. Até então, estas já haviam deixado marcas indeléveis na formação do país, das quais
inúmeros vestígios materiais constituem hoje a porção mais importante do acervo histórico e artístico
sob proteção federal. Dos cerca de um mil monumentos protegidos, nada menos que 332 são igrejas
ou capelas, as mais antigas datando da primeira metade do século XVI. Atualmente são ainda
inúmeras as capelas coloniais que se encontram em áreas distantes centenas de quilômetros da
civilização, onde, outrora existiram aldeamentos de indígenas convertidos à religião ou de colonos
que exploravam jazidas minerais.
A ação catequizadora dos jesuítas foi culturalmente intensa, prolongada no tempo e estendeu-
se sobre um amplo território, ignorando as fronteiras entre as possessões portuguesas e espanholas.
São notáveis os vestígios dos ìsete povos das Missões que ainda hoje unem Brasil, Argentina,
Paraguai e Bolívia. Em seu trabalho missionário chegaram a desenvolver as regras de uma língua que
julgaram ser predominante entre os índios, o tupî, tupi-guarani ou língua geral como chamavam, que
difundiu-se de norte a sul do país, como instrumento de catequese.
A língua geral foi de grande influência na formação cultural do Brasil. Essa influência pode ser
avaliada pela quantidade de termos indígenas incorporados à nossa língua, a ponto de torná-la de
difícil compreensão para os portugueses. Contudo, somente neste século tomamos conhecimento da
enorme diversidade existente entre os povos indígenas. Eram, por ocasião da chegada dos
portugueses, provavelmente cerca de 2.000 e ainda são mais de 200, com culturas próprias e diversas.
Apenas nas últimas décadas nos foi dado conhecer ? e reconhecer ? essa diversidade, essa riqueza
cultural. Talvez não seja fruto do acaso o fato de que esse processo recente de reconhecimento tenha
coincidido com uma retomada do crescimento demográfico entre os povos indígenas.
Poderíamos nos alongar indefinidamente a respeito das contribuições dos povos indígenas
para a nossa cultura, desde nossos hábitos alimentares mais típicos, nossa relação com a água e,
provavelmente, daí com nosso corpo e com a natureza, o hábito do uso das ervas medicinais, a
música, a maneira como valorizamos a infância, os cultos e as lendas, os traços étnicos de nossos
caboclos, as formas de moradia no interior de nosso país, enfim um sem número de traços profundos,
influências decisivas, que demonstram não somente a diversidade e amplitude dessa contribuição,
como também sua permanência. Essa contribuição marcou como brasileiro desde os primeiros
europeus que aqui se fixaram.
Ao lado da contribuição indígena, a contribuição trazida pelos africanos à cultura brasileira é,
seguramente, primordial. Trazidos como escravos para substituir a mão-de-obra indígena, os
africanos rapidamente se miscigenaram com índios e portugueses, recriando hábitos, formas de
expressão e cultos religiosos. Sua influência é hoje presente, de forma abrangente e inextricável,
sobre toda a nossa cultura. Assim como a indígena, a contribuição africana estende-se a nossos
hábitos alimentares, nossa música, nosso vestuário, nossos traços étnicos, mas, sobretudo, no
sincretismo que se desenvolveu ao longo dos séculos passados entre os cultos africanos e a religião
católica. Proibidos de praticar seus cultos, os escravos desenvolveram formas de manifestação
religiosa em que suas divindades são representadas por santos da liturgia católica. Ao longo do
tempo, os próprios párocos católicos acabaram por acolher parte dos rituais africanos. O exemplo
mais eloqüente é o das irmandades de mulheres negras devotas de Nossa Senhora da Boa Morte, das
quais a mais notável é a da cidade de Cachoeira, próxima daqui. São irmandades leigas, constituídas
por senhoras idosas que, à época da escravatura, conferiam os votos ou encomendavam a alma de
escravos proibidos pela Igreja católica de receber a extrema-unção. Algumas dessas irmandades
existem até os nossos dias em uma relação instável com a hierarquia católica. Muitas de suas
integrantes, além de católicas, são mães-de-santo e mantém seus próprios sítios sagrados, onde
pratica o candomblé, talvez o culto mais importante de nosso país, que mobiliza grande parte da
população brasileira, de todas as composições étnicas, no dia de sua divindade mais popular, Iemanjá
a deusa das águas.
Desde as primeiras expedições marítimas ao nosso continente, cristãos novos e judeus
ocuparam diversas funções civis e militares. Com o príncipe holandês Maurício de Nassau, que
instalou no início do século XVII em Recife, a sede da Companhia das Índias Ocidentais, aportou pela
primeira vez no Brasil um rabino, era de origem portuguesa e estava, junto com sua comunidade,
radicado na Holanda, ao abrigo da Inquisição. Foi ele o fundador do primeiro templo israelita das
Américas, a Sinagoga Kahal Zur Israel. Durante cerca de 25 anos, desenvolveu-se na região uma
colônia próspera e tolerante a diferentes cultos religiosos e etnias. Com a retomada de Recife pelos
portugueses, os judeus refugiaram-se nas Antilhas e, em seguida, na Nova Amsterdã, hoje New York,
sendo aí também a comunidade pioneira. As sementes que plantaram em nosso solo permaneceram
inertes por mais de dois séculos, vindo a brotar no final do século passado e neste século, com a
chegada, após a abolição da escravatura, dos contingentes de imigrantes europeus. Nos dias de hoje,
estamos empenhados em resgatar os traços deixados pela comunidade judáica durante o período
colonial, como forma de revalorizarmos sua inestimável contribuição para nossa formação cultural.
O tema da pluralidade de nossas origens culturais, étnicas e religiosas impôs-se nos últimos
tempos, em parte porque estamos completando 500 anos e essa efeméride coincide com a passagem
do milênio. Mas também porque estamos exaurindo o período histórico iniciado nas décadas de 20 e
30 deste século, no qual o país se transformou de um país agrícola e subdesenvolvido em um país
urbano-industrial e potência mundial, para adentrarmos uma nova etapa histórica, esboçada nas
reformas empreendidas sob a liderança do Presidente Fernando Henrique Cardoso.
Nós tivemos um processo de êxitos no desenvolvimento do país desde os anos 30 que,
contudo, não esconde, antes acentua, as extremas desigualdades sociais, os enormes desequilíbrios
regionais que o país infelizmente ainda exibe. Ao completar 500 anos entramos numa nova época e um
de seus traços está em que, além de nossas crises internas, nós compartilhamos das crises do
mundo. De alguma forma, estamos provando que somos capazes de sobreviver a crises, as internas e
as de origem externa.