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EMC 6605 – PROJETO CONCEITUAL

CAPÍTULO 2

ESTRUTURA DO PROCESSO DE 
DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS

Prof. André Ogliari
MARÇO/2011

Ogliari/2011
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Conteúdo

Capítulo 2 – Estrutura do processo de desenvolvimento 
de produtos
• modelos prescritivos de desenvolvimento de 
produtos
• desenvolvimento de produtos no ambiente de 
engenharia simultânea
• modelo de desenvolvimento integrado de produtos ‐
PRODIP

Ogliari/2011
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MODELOS PRESCRITIVOS DE 
DESENVOLVIMENTO DE 
PRODUTOS

Ogliari/2011
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Modelos prescritivos

Fatores importantes para o uso de procedimentos 
sistematizados
 Para que a equipe de projeto seja de alta produtividade e 
tenha um bom desempenho é fundamental que o projeto
seja desenvolvido e gerenciado dentro de um procedimento 
pré‐determinado, ou seja, de uma maneira sistematizada;
 A equipe deve ser capacitada e suportada por modelos de 
desenvolvimento integrado de produtos;
 Existem correntes que afirmam que a sistematização do 
processo de desenvolvimento coloca o projetista ou equipe 
de projeto dentro de uma “camisa de força”, tolhendo assim 
a sua criatividade;

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Modelos prescritivos

 Em projetos de pequeno porte, com uma equipe experiente, 
pode não ser necessário seguir um caminho prescrito de 
procedimentos sistematizados. 
 Para projetos de grande porte, onde trabalham profissionais 
de várias formações e culturas, é indispensável seguir um 
procedimento ou metodologia pré‐determinado;
 Um projeto deste porte precisa ser planejado, 
implementado, monitorado e controlado;
 As atividades precisam ser definidas, seqüenciadas; os 
tempos, custos e recursos determinados; o trabalho das 
equipes deve ser articulado e monitorado, bem como o 
envolvimentos de fornecedores. Isso implica em 
gerenciamento do projeto;
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Modelos prescritivos

 Há, ainda, o crescimento tecnológico e a complexidade que o 
acompanha;
 Maior volume de problemas técnicos a serem resolvidos e 
maior a necessidade de interação entre diferentes áreas do 
conhecimento;
 ENTÃO:
 As metodologias devem mostrar: o que fazer e como fazer 
para transformar as informações desde as oportunidades 
até soluções técnica e economicamente viáveis.
a3 a2
a4 a6
a1
a5 550 450 400
O A B C

90 80 60

a1
Oportunidades a2 a4
100 350 920 160

a3 Solução técnica
a1
a2 a4 a5
a3

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caminhos para a solução de problemas
Modelos prescritivos

Classificação das metodologias
 As metodologias são classificadas como descritivas e 
prescritivas;
 Os modelos prescritivos prescrevem como o processo de 
desenvolvimento deve acontecer, sugerindo os melhores 
caminhos e práticas para a execução; se apresentam de 
forma algorítmica, indicando a lógica do processo de 
desenvolvimento;
 Os modelos descritivos são baseados em estudos sobre 
como as soluções de projetos são desenvolvidas, ou seja, 
quais processos, estratégias, métodos e princípios são usados 
para resolver os problemas; preocupam‐se com a natureza 
do processo de pensamento na solução dos problemas.
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Modelos prescritivos

Processos gerais de solução de problemas
 Para iniciar a solução de um problema necessita‐se:
a) fatos sobre o domínio do problema;
b) procedimentos (métodos) para encontrar soluções e 
encontrá‐las de maneira efetiva.
 Sob o enfoque de transformação de informações, um 
modelo básico de solução de problemas é mostrado na 
figura a seguir

Obtenção da Processamento Transmissão da


informação da informação informação

Melhoramento e
refino

Ogliari/2011 PAHL & BEITZ, 1996


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Modelos prescritivos

Processos gerais de solução de problemas
ASIMOV (1962) propôs um processo geral de projeto baseado 
em três elementos principais: um conjunto de princípios gerais
e suas derivações lógicas; uma estrutura operacional, que 
resulta em ação e um instrumento de crítica, que realimenta o 
processo. 

Príncipios
gerais Função
Estrutura de de Um projeto
projeto Avaliação particular
Informações
Particulares
Informações para
correção

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Modelos prescritivos

Processos gerais de solução de problemas
Na proposta de PAHL & BEITZ (1996), o processo geral de 
solução de problemas é apresentado conforme a figura
T arefa (problem a) C on fro nta ção

Inform a ção

D efiniçã o
Resultado insatisfatório

C riação

A v aliação

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S o lução D ecisão
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Modelos prescritivos

Necessidade primitiva
Modelo de 
ASIMOV (1962):
Fase I: Estudo de exeqüibilidade

Fases primárias de
projeto
Fase II: Projeto preliminar

Fase III: Projeto detalhado

Fase IV: Planejamento para manufatura

Demais fases do ciclo


Fase V: Planejamento para distribuição

de vida
Fase VI: Planejamento para consumo

Ogliari/2011 Fase VII: Planejamento para retirada


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Modelos prescritivos

Modelo de WOODSON (1966):


Fases Entradas Atividades Saídas
Informações gerais  Analisar  Resultados 
e de mercado necessidades desejados
Informações  Explorar sistemas  Proposições 
tecnológicas envolvidos técnicas
Métodos de  Sintetizar soluções 
Soluções propostas
criatividade alternativas
Viabilidade 
do projeto Experiência  Avaliar viabilidade 
Viabilidade física
tecnológica física
Informações de  Avaliar viabilidade  Viabilidade 
custos e preços econômica econômica
Informações sobre 
Avaliar  viabilidade  Conjunto de 
riscos de 
financeira soluções possíveis
investimentos

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Modelos prescritivos

Modelo de WOODSON (1966):


Fases Entradas Atividades Saídas
Estudo de 
Selecionar a melhor 
viabilidade e  Solução selecionada
solução
experiência geral
Habilidade  Modelo de estrutura 
Formular modelos
matemática e ou de desempenho
Analisar sensibilidade e 
Habilidade  Grau de sensibilidade 
Projeto  compatibilidade das 
matemática das variáveis
preliminar variáveis
Habilidade  Otimizar parâmetros  Dados sobre os 
matemática de projeto parâmetros 
Tecnologias de  Testar processo e 
Previsões
laboratório prever desempenho
Experiências de 
Simplificar Projeto melhorado
engenharia

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Modelos prescritivos

Modelo de WOODSON (1966):


Fases Entradas Atividades Saídas
Projeto preliminar e 
Especificar 
conhecimentos  Subsistemas
subsistemas
tecnológicos
Conhecimentos  Especificar 
Componentes
tecnológicos componentes
Conjunto de 
Conhecimentos 
Especificar partes desenhos 
Projeto  tecnológicos
detalhados
detalhado
Experiência  Desenhar conjuntos  Desenhos de 
tecnológica de montagem montagem
Conjunto completo 
Experiência de  Verificar dimensões 
de desenhos e  
desenho e normas e normas
especificações
Informações de  Liberar para  Projeto para 
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gerência manufatura manufatura
Modelos prescritivos

Modelo de WOODSON (1966):


Fases Entradas Atividades Saídas
Projeto detalhado, 
Fabricar 
habilidades de  Sistema operacional 
componentes
fabricação e materiais
Testar desempenho  Dados de teste do 
Técnicas de teste
na fábrica sistema
Testar em campo e 
Técnicas de teste Dados de teste
para durabilidade
Revisão do 
projeto Auditar qualidade de  Dados sobre 
Técnicas de auditoria
manufatura variações
Informações de  Mudar para eliminar 
manufatura e de  problemas de  Projeto melhorado
vendas qualidade
Custo reduzido e 
Experiência de  Simplificar para 
sistema ou produto 
engenharia reduzir custos
em produção
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Modelos prescritivos A

Início do projeto
Revisão do projeto 07
Modelo de  Revisar requisitos
01
CORYELL  de projeto

(1967): 02
Soluções conceituais
(brainstorming) Desenhos detalhados 08

Avaliar e
03 realizar análise
preliminar
Análise detalhada 09

Desenvolver e avaliar
10
Analisar protótipos
04
soluções

Revisar e avaliar 11
protótipos

05 Projeto refinado

06 Leiaute Apoio à manufatura 12

A
Produto

Legenda

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Início/Fim Processo ou operação Decisão Entrada/ Saída Válvula
Modelos prescritivos

Tarefa
Modelo de  Definição da tarefa
Definição da
PAHL e BEITZ  tarefa
Elaborar as especificações

Especificações
(1996):
Identificar os problemas essenciais
Estabelecer a estrutura de funções
Concepção Pesquisar princípios de solução
Combinar e concretizar em variantes de concepção
Avaliar segundo critérios técnicos e econômicos

Concepções

Desenvolver leiautes e formas preliminares


Selecionar o(s) melhor(es) leiaute(s) preliminar(es)
Refinar e avaliar sob critérios técnicos e
econômicos
Projeto preliminar
(de configuração) Leiaute preliminar

Otimizar e completar o projeto das formas Verificar


erros e controlar custos
Preparar a lista das partes preliminares e os
documentos de produção

Leiaute definitivo

Finalizar os detalhes
Projeto detalhado Completar os desenhos detalhados
e documentos de produção
Verificar todos os documentos

Documentação
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Solução

Modelos prescritivos

Modelo de PAHL e BEITZ (1996):

Tarefa

Definição da Definição da tarefa


Elaborar as especificações
tarefa
Especificações

Identificar os problemas essenciais


Estabelecer a estrutura de funções
Concepção Pesquisar princípios de solução
Combinar e concretizar em variantes de concepção
Avaliar segundo critérios técnicos e econômicos

Concepções

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Modelos prescritivos

Modelo de PAHL e BEITZ (1996) – Definição da tarefa
 Na fase de definição da tarefa, o estudo do problema resulta 
na elaboração da lista de requisitos. A ideia básica neste 
estudo é fixar as funções requeridas, as grandezas de entrada 
e saída e as perturbações externas ao problema. 
 Na elaboração da lista se distinguem os requisitos
obrigatórios, dos requisitos desejáveis. 
 Os obrigatórios devem ser atendidos sob quaisquer 
circunstâncias e os desejáveis são considerados, 
principalmente, em função de critérios econômicos.
 A lista de requisitos constitui o ponto de partida na resolução 
da tarefa de projeto. Deve ser mantida atualizada com as 
alterações surgidas no decorrer do projeto.
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Modelos prescritivos

Modelo de PAHL e BEITZ (1996) ‐ Recomendações para a 
elaboração de requisitos:
 coletar os requisitos: fazer uso de uma lista inicial básica; 
questionar sobre quais objetivos a solução deve satisfazer; 
que propriedades ela deve ter ou não; coletar informações 
adicionais e distinguir entre requisitos obrigatórios e 
desejáveis, classificando estes últimos em termos de sua 
importância;
 arranjar os requisitos em uma ordem clara, relacionando‐os 
com a parte do sistema a que se referem (subsistemas, 
funções, montagens, etc.);
 registrar os requisitos e colocá‐los à prova, e
 examinar sugestões incluindo complementações necessárias.
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Modelos prescritivos

Modelo de PAHL e BEITZ (1996) – Desenvolvimento da 
concepção
 Uma vez que o problema central tenha sido formulado é 
possível indicar uma função global que, baseada no fluxo de 
energia, material e sinal, expressa o relacionamento entre 
entradas e saídas independente da solução. 
 O desdobramento feito a partir da função global, em sub‐
funções de níveis menores de complexidade, corresponde ao 
passo do estabelecimento da estrutura de funções.
 A pesquisa de princípios de soluções é realizada para 
satisfazer as sub‐funções identificadas no passo anterior. 
Para concretizar este passo faz‐se uso da pesquisa 
bibliográfica, análise de sistemas naturais, análise de 
sistemas existentes e métodos de criatividade diversos.
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Modelos prescritivos

Modelo de PAHL e BEITZ (1996) – Desenvolvimento da 
concepção
 A combinação de princípios de solução tem por objetivo 
satisfazer a função global associando os princípios de 
solução. A base de tais associações é a estrutura de funções. 
Deve‐se assegurar a compatibilidade geométrica e física 
entre os princípios, o fluxo regular de energia, material e 
sinal e a viabilidade técnica e econômica.
 A seleção das combinações pode ser feito, inicialmente, 
eliminando as combinações inadequadas (impraticáveis 
fisicamente), selecionando e ordenando as demais, usando 
critérios como os seguintes: compatibilidade com a tarefa 
global; satisfação dos requisitos obrigatórios; desempenho; 
custos; ergonomia; segurança e preferências pessoais. 
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Modelos prescritivos

Modelo de PAHL e BEITZ (1996) – Desenvolvimento da 
concepção
 A concretização em variantes de concepção tem por 
objetivo obter maiores informações sobre as 
combinações viáveis considerando um maior número de 
critérios, aos quais a solução deve satisfazer;
 Finalmente, na avaliação das variantes de concepção
compara‐se as soluções para estabelecer a(s) melhor(es) 
variante(s).

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Modelos prescritivos

Modelo de PAHL e BEITZ (1996):

Desenvolver leiautes e formas preliminares


Selecionar o(s) melhor(es) leiaute(s) preliminar(es)
Refinar e avaliar sob critérios técnicos e
econômicos
Projeto preliminar
(de configuração) Leiaute preliminar

Otimizar e completar o projeto das formas Verificar


erros e controlar custos
Preparar a lista das partes preliminares e os
documentos de produção

Leiaute definitivo

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Modelos prescritivos

Modelo de PAHL e BEITZ (1996) – Projeto preliminar
 A fase do projeto preliminar (ou de configuração, como 
chamam os autores) inicia com uma concepção avaliada 
técnica e economicamente. 
 A ideia básica aqui é satisfazer uma dada função com a 
forma dos componentes, leiaute e materiais 
apropriados.
 O processo inicia com um leiaute preliminar, em escala, 
baseado nos requisitos espaciais e prossegue 
considerando critérios de: segurança; ergonomia; 
manufatura; montagem; operação; manutenção e de 
custos.

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Modelos prescritivos

Modelo de PAHL e BEITZ (1996):

Leiaute definitivo

Finalizar os detalhes
Projeto detalhado Completar os desenhos detalhados
e documentos de produção
Verificar todos os documentos

Documentação

Solução

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Modelos prescritivos

Modelo de PAHL e BEITZ (1996) – Projeto detalhado
 O projeto detalhado finaliza o projeto preliminar, 
estabelecendo as descrições definitivas para a 
disposição dos elementos, forma, medidas, 
acabamentos superficiais, materiais, a verificação do 
projeto e dos custos de fabricação. 
 São elaborados os documentos finais do projeto na 
forma de desenhos que possibilitam a realização física 
das soluções. 
 Faz‐se uso de uma série de normas e procedimentos 
padrões; de acordo com a empresa onde o projeto será 
executado.

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Modelos prescritivos

Resultado esperado de
Modelo da  Fases Passos do projeto
cada passo
VDI 2221  Tarefa
(1985): I
1- Esclarecer e precisar a
formulação da tarefa
Lista de requisitos
2- Verificação das funções e
suas estruturas
Estrutura de função
II 3- Pesquisa dos princípios
de solução e sua estrutura
Solução inicial
4- Estruturação em
módulos realizáveis
Estrutura modular
5- Configuração dos
módulos principais
III Projeto preliminar
6- Configuração do
produto final
Projeto detalhado
7- Fixação das informações
de execução e de uso
IV
Documentação do
produto
Ogliari/2011
Produto
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Tecnologia Técnica
Modelos prescritivos ATIVIDADE TOTAL

Modelo 
de PUGH,  Mercado

MATERIAIS ANÁLISE DE MERCADO


1991 Elementos de
H A
G
especificações B Formulação das
especificações
F Especificações
C
E D
TECNOLOGIA MECÂNICA SINTESE
H A Ordem de
G importância
B
Projeto Conceitual
F
Fluxo Principal C
de projeto E D
MECANISMOS TOMADA DE DECISÃO
H A
G
B
Projeto preliminar
F e detalhado
C
E D
TECNOLOGIA ELÉTRICA OTIMIZAÇÃO
CONTROLE MANUSEIO DE DADOS
H A
G
B

Manufatura
F
C Projeto completamente
E D de acordo com as
especificações
TECNOLOGIA DE MANUFATURA CUSTO
ETC. ETC.

Vendas

Ogliari/2011 PLANEJADO ORGANIZADO


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Modelos prescritivos

Dificuldades com os modelos prescritivos
 As atividades propostas nestas metodologias de projeto são 
sequenciais;
 O processo é controlado por revisões formais ao final de cada 
fase;
 Não contemplam as características do contexto industrial
(pressões, ambiente, linguagem, cultura organizacional, 
formação dos projetistas, entre outros);
 Não prescrevem claramente a integração entre os 
conhecimentos necessários para o desenvolvimento do 
produto;
 São baseadas nas habilidades individuais dos projetistas;
 Frequentemente, não prescrevem meios formais de 
transferência de informações entre as fases do 
Ogliari/2011
desenvolvimento;
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DESENVOLVIMENTO DE 
PRODUTOS NO AMBIENTE DE 
ENGENHARIA SIMULTÂNEA

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Engenharia Simultânea

Necessidades e dificuldades na projetação
 Definição das especificações de projeto, quando se está 
trabalhando com informações qualitativas e muitas vezes 
insuficientes, por não considerar a amplitude de 
conhecimentos necessários;
 Definição da concepção do produto, quando as informações 
são abstratas e se os dados para julgamento insuficientes;
 Configuração mais apropriada para um princípio de solução, 
quando o tempo disponível é insuficiente e já existem 
soluções pré‐concebidas;
 Definição dos parâmetros de componente, quando os riscos 
são elevados e se dispõe de poucos recursos para análise e 
simulação.
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Engenharia Simultânea

Consequências de problemas na projetação
 Uma lista de especificações mal definida pode desencadear 
processos de solução e decisões de projeto, cujos resultados 
não representarão as reais necessidades dos clientes.
 De maneira similar, uma definição inadequada da concepção
do produto pode resultar em comportamento fora do 
especificado durante o uso.
 Ainda, configurações mal definidas podem representar 
acréscimo nos custos do produto e dificuldades de 
fornecimento de componentes e, por último, dimensões 
inadequadas podem ocasionar, além de dificuldades de 
fabricação, refugos de peças produzidas.

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Engenharia Simultânea

Sugestões para reduzir problemas na projetação
 Adotar práticas adequadas para o desenvolvimento de 
produtos, procurando‐se minimizar decisões empíricas ou 
por tentativa e erro. 
 As abordagens tradicionais de projeto devem ser revistas, 
principalmente com relação ao envolvimento dos vários 
interessados no desenvolvimento do produto (stakeholders), 
já que as decisões do processo de projeto podem afetá‐los 
diretamente. 
 Nessa direção têm surgido diferentes propostas para o 
desenvolvimento de produtos baseados na engenharia 
simultânea.

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ENGENHARIA SIMULTÂNEA: 
DEFINIÇÕES

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Engenharia Simultânea

Definições de engenharia simultânea
PRASAD, B. et al. (1998):
“A engenharia simultânea é uma abordagem sistemática que 
considera todos os aspectos do gerenciamento do ciclo de vida 
do produto incluindo a integração do planejamento, projeto, 
produção e fases relacionadas”.

SMITH, R. P. (1997):
“A engenharia simultânea é um termo aplicado para uma 
filosofia de cooperação multifuncional no projeto de 
engenharia, a fim de criar produtos que sejam melhores, mais 
baratos e introduzidos no mercado mais rapidamente”.

Ogliari/2011
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Engenharia Simultânea

Definições de engenharia simultânea
SPRAGUE, R. A., et al. (1991):
“A engenharia simultânea é uma abordagem sistemática para o 
projeto simultâneo e integrado de produtos e de processos
relacionados, incluindo manufatura e suporte. Procura 
considerar todos os elementos do ciclo de vida do produto 
desde a concepção até o descarte, incluindo qualidade, custo, 
programação e requisitos dos usuários”.
Engenharia simultânea como modelos de gestão do 
desenvolvimento do produto, seja na forma de gerenciamento 
da compressão do tempo, gerenciamento do tempo para o 
mercado, gerenciamento do ciclo temporal (KRUGLIANSKAS, 
1993) e (CRISTOVÃO e GONÇALVES FILHO, 1995 apud. CHIUSOLI 
e TOLEDO, 2000). 
Ogliari/2011
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Engenharia Simultânea

Definições de engenharia simultânea
Considera‐se, a engenharia simultânea como uma metodologia 
de desenvolvimento integrado do produto, pois sua formulação 
e diretrizes são similares ao que é entendido por metodologia.

Gerenciamento do Ciclo de vida


desenvolvimento do produto
de produtos

Ferramentas para Qualidade, custo


Engenharia e tempo de
o desenvolmvimento
do produto
simultânea desenvolvimento
do produto

Desenvolvimento Agentes do
integrado do desenvolvimento
produto do produto
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Engenharia Simultânea

Princípios e variáveis da engenharia simultânea
 Princípios: 
 tratamento simultâneo de restrições de projeto e 
da manufatura;
 compartilhamento de conhecimentos associados 
ao desenvolvimento do produto;
 consideração do ciclo de vida do produto;
 ênfase às preferências dos consumidores no 
desenvolvimento do produto; e
 desenvolvimento do produto considerando 
qualidade, custo e tempo para o mercado.
Ogliari/2011
39

Engenharia Simultânea

Princípios e variáveis da engenharia simultânea
 Variáveis: 
 configuração de equipes de projeto;
 paralelismo das atividades de projeto;
 integração dos clientes do projeto; e
 utilização de ferramentas de apoio.
 Questões: 
 como os modelos da engenharia simultânea devem 
ser configurados para inserir aqueles elementos?
 como a prática da engenharia simultânea pode ser 
implantada?
Ogliari/2011
40
ENGENHARIA SIMULTÂNEA: 
MODELOS

Ogliari/2011
41

Engenharia Simultânea

Modelo que expressa a compressão do tempo
Projeto Projeto Projeto Projeto do Processo de
Marketing Prototipagem Produção
Conceitual Preliminar Detalhado processo manufatura

Marketing
Projeto
Conceitual
Projeto Redução do tempo
Preliminar
Projeto
Detalhado

Prototipagem

Projeto do
processo
Engenharia simultânea
Processo de
Produção
manufatura

Tempo

YAZDANI & HOLMES, 1999

Ogliari/2011
42
Engenharia Simultânea

Modelo que expressa o fluxo de informações entre 
fases

Projeto conceitual Revisões

Projeto preliminar

Projeto detalhado

Protótipos

Teste
Informações

Tempo
YAZDANI & HOLMES, 1999

Ogliari/2011
43

Engenharia Simultânea

Modelo que expressa os conhecimentos envolvidos
Sistema de suporte ao projeto Conhecimento Projetista

de ferramenta de ferramenta

de componentes
de moldagem
moldados

funcional funcional
Interface do usuário

estrutural estrutural
Programa de
modelagem e
avaliação de manutenção da manutenção
e serviço e serviço
Projetista

de qualidade da qualidade

de estilo do estilo

de logística da logística

Ogliari/2011 PERERA, 1997


44
Engenharia Simultânea

Modelo que expressa o fluxo de informações
O rganização

Equipe 1

Equipe 2

Equipe 3

Equipe 4

Requisitos Projeto Planejamento Fabricação


do processo Ciclo de vida

Legenda

ES intra- ES entre
Atividade Suporte Reunião Decisão
equipes equipes

PRASAD, B.; WANG, F.; DENG, J., 1998

Ogliari/2011
45

Engenharia Simultânea

Modelo que expressa uma visão integrada de conhecimentos 
para o projeto Pesquisa de Análise da
Metodologia de projeto
mercado concorrência
..... DFX
Análise Técnicas de
detalhada representação

Lista de Sínteses de Métodos de Métodos de Modelagem Seleção de


Q FD Protótipos Normalização
verificação função criatividade seleção geométrica materiais

Ciclo de vida Pesquisa de Análise da Lista de Q FD Tecnologia da


Etc.
mercado concorrência verificação informação
Projeto informacional
Contratação Planilhas
eletrônicas

Projeto Síntese de Métodos de Métodos de Base de dados


.....
funções criatividade seleção
Projeto conceitual
Sistema
especialista
Produção

Sistema CAD/
Modelagem Seleção de
geométrica
Protótipos ..... CAE/ CAM
materiais
Comercialização
Projeto preliminar
Linguagens
computacionais

Utilização
Padrões de
Análise Técnicas de
Normalização
detalhada representação
Q FD ..... modelagem

Projeto detalhado
Desativação
.....

Integração Escopo Tempo Comunicações Riscos Aquisições Custos Q ualidade Recursos .....

Ogliari/2011 OGLIARI E BACK, 2001 Iniciação Planejamento Execução Gerenciamento de projeto Controle Encerramento .....
46
ENGENHARIA SIMULTÂNEA: 
IMPLANTAÇÃO

Ogliari/2011
47

Engenharia Simultânea

Introdução
 A Implantação da ES tem variado entre as empresas. 
Algumas começam por adotar avançados sistemas 
CAD integrados, outras iniciam pela formação de 
equipes multidisciplinares; 
 Mas faz‐se necessário uma compreensão 
abrangente da ES para uma eficiente implantação;
 Conhecer as típicas barreiras no processo de 
implantação é uma boa abordagem inicial.

Ogliari/2011
48
Engenharia Simultânea

Implementação da Engenharia Simultânea

Inicialização Preparação/planejamento Implementação

Prioridade da alta gerência


Defensor

Custo/benefício Cooperação funcional

Falta de objetivo Seqüestro


Gerenciamento Equipe (1)

Paralisia cultural
Expansão
Falta de Variedade Início
experiência ferramentas Tardio

Tecnologia Medo

Lançamento

Especificação
Pessoal
Ogliari/2011 Equipe (2)
49

BARREIRAS NA INICIALIZAÇÃO DO PROCESSO

Implementação da Engenharia Simultânea

Inicialização Preparação/planejamento Implementação

Prioridade da alta gerência


Defensor

Custo/benefício Cooperação funcional

Falta de objetivo Seqüestro


Gerenciamento Equipe (1)

Paralisia cultural
Expansão
Falta de Variedade Início
experiência ferramentas Tardio

Tecnologia Medo

Lançamento

Especificação
Pessoal
Equipe (2)

Ogliari/2011
50
Engenharia Simultânea

Barreiras na inicialização do processo
 Problemática do defensor: a implantação da ES deve 
ser liderada por um membro da alta gerência. O 
representante da alta gerência deve estar 
suficientemente comprometido, com disponibilidade 
de tempo para o aprendizado e para trabalhar junto à 
equipe;
 Problemática do custo/benefício: A tendência para a 
busca de retornos imediatos e palpáveis é um grande 
erro que tem desmotivado, já no início, o esforço para 
a implantação da ES.

Ogliari/2011
51

Engenharia Simultânea

Barreiras na inicialização do processo
 Problemática da falta de objetivos: os objetivos devem ser 
claros e bem definidos. Índices de desempenho também 
devem ser definidos como, por exemplo, tempo de 
desenvolvimento. Uma boa estratégia é definir, inicialmente, 
no curto prazo, objetivos para o planejamento da 
implementação da engenharia simultânea – projeto piloto
 Problemática da falta de experiência: primeiro reconhecer a 
falta de experiência. Segundo, perceber quanto os 
conhecimentos da organização e as atividades podem ser 
valiosos para a execução do planejamento. Estabelecer 
mecanismos para o aprendizado, incluindo formas de revisão, 
análise e avaliação das atividades

Ogliari/2011
52
BARREIRAS NO PLANEJAMENTO DO PROCESSO

Implementação da Engenharia Simultânea

Inicialização Preparação/planejamento Implementação

Prioridade da alta gerência


Defensor

Custo/benefício Cooperação funcional

Falta de objetivo Seqüestro


Gerenciamento Equipe (1)

Paralisia cultural
Expansão
Falta de Variedade Início
experiência ferramentas Tardio
Tecnologia Medo

Lançamento

Especificação
Pessoal
Equipe (2)

Ogliari/2011
53

Engenharia Simultânea

Barreiras no planejamento do processo
 Prioridades da alta gerência: a alta gerência deve saber 
o que é ES, como ela beneficiará a empresa e quais são 
os objetivos pretendidos. Com isto claro deve então 
patrocinar a criação de uma equipe para o 
planejamento da implantação da ES.
 Problemática da cooperação funcional: necessidade de 
representantes das várias áreas. Reunião inicial liderada 
pela alta gerência, mostrando porque a ES é importante 
e necessária para a organização, seus limites e como o 
sucesso será alcançado. O ponto mais crítico, aqui, é o 
estabelecimento de critérios de desempenho, os quais 
devem ser de comum acordo.
Ogliari/2011
54
Engenharia Simultânea

Barreiras no planejamento do processo
 Problemática da equipe 1: uma verdadeira equipe 
compartilha os mesmos objetivos e reconhece que 
somente com o esforço de todos os objetivos serão 
alcançados;
 O resultado obtido é responsabilidade de todos e não de 
um único representante de uma determinada área;
 Um grupo divide um mesmo nome, enquanto que uma 
equipe divide os mesmos propósitos; 
 O plano de ação da equipe não deve ser imposto, mas sim, 
o primeiro trabalho feito pela própria equipe, o que 
constitui um fator motivador bastante forte. Este é um dos 
mais importantes modo de falha da ES. 
Ogliari/2011
55

Engenharia Simultânea

Barreiras no planejamento do processo
 Problemática da paralisia cultural: dificuldade para a 
assimilação de novas ideias, novos termos e novos 
métodos. Por inércia, as pessoas tendem a rejeitar novas 
ideias por achar que não podem ou é muito difícil 
aprender o que não é trivial;
 Falsa ideia de que um líder responsável por esta tarefa 
precisa ser alguém fora do comum, com profundas 
habilidades técnicas, gerenciais e de relacionamento 
humano.
 O mais importante é mudar a cultura de cada indivíduo e 
não buscar por um líder que reúna todas as qualidades

Ogliari/2011
56
Engenharia Simultânea

Barreiras no planejamento do processo
 Problemática da variedade de ferramentas: os usuários 
devem selecionar as ferramentas, sendo as óbvias, as 
mais apropriadas;
 Problemática da tecnologia: tendência à tecnologias 
complexas. Tecnologias simples e práticas trazem 
melhor relação custo/beneficio;
 Problemática do início tardio: iniciar a ES, desde a fase 
de planejamento e não somente depois do problema 
especificado;

Ogliari/2011
57

Engenharia Simultânea

Barreiras no planejamento do processo
 Problemática do medo do insucesso: erros e insucesso 
são fontes de aprendizagem e isto deve ser 
abertamente discutido;
 Problemática das especificações de projeto: as 
especificações de projeto devem ser elaboradas com a 
participação da equipe e não impostas;
 Problemática do lançamento: o lançamento deve ser 
um evento de motivação e apoio, de definição de 
objetivos, responsabilidades e limites.

Ogliari/2011
58
BARREIRAS NA IMPLEMENTAÇÃO DO PROCESSO

Implementação da Engenharia Simultânea

Inicialização Preparação/planejamento Implementação

Prioridade da alta gerência


Defensor

Custo/benefício Cooperação funcional

Falta de objetivo Seqüestro


Gerenciamento Equipe (1)

Paralisia cultural
Expansão
Falta de Variedade Início
experiência ferramentas Tardio
Tecnologia Medo

Lançamento

Especificação
Pessoal
Equipe (2)

Ogliari/2011
59

Engenharia Simultânea

Barreiras na implementação do processo
 Prioridades do “sequestro” (envolvimento da média 
gerencia): requisição de gerentes de área ou de 
colaboradores para resolver outros problemas, atrasando o 
cronograma;
 Problemática da equipe 2: tendência de retorno ao modo 
tradicional de trabalho. Falta de clareza de papeis e 
atribuições. Reeducar membros e lembrar que o sucesso 
depende de todos;
 Problemática da expansão do programa: planejar e 
executar o programa por incrementos, usando lições 
aprendidas para aprimoramento.

Ogliari/2011
60
Engenharia Simultânea

Barreiras na implantação da ES (MADDUX e SOUDER, 1993)
 Barreiras organizacionais:
 Falta de apoio da alta gerência: qualquer tentativa de 
implantação da ES sem o apoio e o forte envolvimento da alta 
gerência está fadada ao fracasso. A conscientização deve ser 
feita a cada nível organizacional, partindo do mais alto e, 
sucessivamente, sendo transmitido para os níveis inferiores;
 Ambiente organizacional inadequado: devido à política da 
empresa, atitudes e diretrizes da alta gerência  têm o poder de 
influenciar quanto à intensidade da cooperação 
multidisciplinar;
 Protecionismo: gerentes que tendem a proteger sua área, 
dificultando a troca de informações e a colaboração 
multidisciplinar, são barreiras para a implantação da ES;
Ogliari/2011
61

Engenharia Simultânea

Barreiras na implantação da ES (MADDUX e SOUDER, 1993)
 Barreiras organizacionais:
 Sistema de recompensa inadequado: a premiação por objetivos 
alcançados deve ser feita com base em metas gerais, evitando a 
análise de desempenho por departamento, o que diminuem a 
aptidão para a colaboração entre as diversas áreas;
 Falta de envolvimento com o cliente;
 Falta de envolvimento com os fornecedores: as empresas que 
têm tido sucesso na aplicação desta metodologia tendem a 
diminuir o número de fornecedores e a promover frequente 
troca de informação e cooperação;
 Temor de inibir a criatividade: muitos acreditam que, as regras 
estabelecidas para a implantação da ES e a normalização do 
processo de projeto coíbem a criatividade.
Ogliari/2011
62
Engenharia Simultânea

Barreiras na implantação da ES (MADDUX e SOUDER, 1993)
 Barreiras técnicas:
 Um verdadeiro ambiente integrado de desenvolvimento não 
pode ser comprado com a aquisição de software. Só a 
conscientização e a mudança na cultura das pessoas visando o 
aumento na cooperação entre as diversas áreas garantem o 
sucesso da engenharia simultânea;
 A necessidade de software e outras ferramentas deve ser 
cuidadosamente avaliada em função das necessidades da 
equipe e das características do processo de projeto;
 Outra dificuldade encontrada é a falta de integração entre os 
vários tipos de software e ferramentas adotados. A 
infraestrutura informatizada deve complementar as técnicas e 
os métodos de projeto.
Ogliari/2011
63

Engenharia Simultânea

Etapas para a implementação da ES (CLAUSING, 1994 )

Top down
03 Condução do 02 Transferência de
processo pela experiência à
alta gerência alta gerência

Foco na Foco no
organização conteúdo

04 Envolvimernto 01 Projeto piloto


de toda
organização

Bottom up

Ogliari/2011
64
Engenharia Simultânea

Formação da equipe na implantação da ES
 Princípios na formação da equipe (CLAUSING,1994):
 as equipes devem ser formadas com base em objetivos 
comuns e respeito por todas as áreas representadas;
 garantir a participação de representantes de todas as 
grandes áreas da organização;
 deve‐se garantir um entendimento comum sobre a ES;
 a forma como o consenso para a convergência de soluções 
é obtido deve ser bem entendido por todos;
 o consenso prematuro e fácil, nas tomadas de decisão 
deve ser evitado;

Ogliari/2011
65

Engenharia Simultânea

Formação da equipe na implantação da ES
 Princípios na formação da equipe (CLAUSING,1994):
 definir de forma criteriosa os trabalhos que devem ser 
feitos individualmente e aqueles que devem ser feitos 
pela equipe;
 métodos sistemáticos devem ser adotados;
 estimular a comunicação formal e informal;
 selecionar, pelo menos alguns dos membros da equipe 
segundo aptidões e especialidades, é importante; e
 uma liderança deve ser desenvolvida desde o início.

Ogliari/2011
66
Engenharia Simultânea

Benefícios da engenharia simultânea
 o desenvolvimento dos sistemas de produção e das áreas de 
apoio tem um início cedo;
 a análise dos aspectos relacionados ao produto ocorre 
simultaneamente entre projeto, produção, logística, como 
um sistema único;
 facilidade de obter um bom projeto para manufaturabilidade 
e apoio logístico;
 a produção e as pessoas das áreas de apoio ganham um claro 
entendimento do projeto e comprometem‐se para seu 
sucesso; e
 modificações no protótipo são reduzidas porque o projeto 
torna‐se mais maduro desde as fases iniciais.
Ogliari/2011
67

Engenharia Simultânea

Implicações dos benefícios da ES
 foco na qualidade, custo e cronograma de 
desenvolvimento;
 ênfase na satisfação do consumidor;
 ênfase nas melhores práticas de desenvolvimento;
 equipe multidisciplinar de desenvolvimento;
 funcionários envolvidos e participantes do 
gerenciamento;
 relacionamento estratégico com os fornecedores.

Ogliari/2011
68
MODELO DE DESENVOLVIMENTO 
INTEGRADO DE PRODUTOS ‐
PRODIP

Ogliari/2011
69

PRODIP

Processo de desenvolvimento integrado de produtos ‐
PRODIP
 O modelo que será apresentado, também chamado de 
modelo de referência, procura explicitar o conhecimento 
sobre o processo de desenvolvimento de produtos, de modo 
a auxiliar no entendimento e na prática do processo;
 O modelo de referência contribui para que as empresas 
passem a executar um processo de desenvolvimento de 
produtos mais formal e sistemático, integrado aos demais 
processos empresariais, com os participantes da cadeia de 
fornecimento e com os clientes finais;
 Fornece, ainda, os meios para que as empresas inovem e 
desenvolvam, dentro de suas fábricas, novos produtos.
Ogliari/2011
70
PRODIP

Características do modelo PRODIP
 O é baseado na visão de processo e em consonância com o 
plano estratégico de negócios e de produtos da organização;
 Apresenta a visão de todo o processo de desenvolvimento do 
produto, através da unidade visual de representação gráfica 
e da descrição;
 O processo é decomposto em macro fases, fases, atividades 
e tarefas;
 Indica a sequência lógica das fases e atividades;
 Apresenta o que deve ser feito para desenvolver um produto 
industrial, ou seja, as atividades e tarefas, apoiadas nos 
princípios da engenharia simultânea e nas diretrizes do 
processo de gerenciamento de projetos;
Ogliari/2011
71

PRODIP

Características do modelo PRODIP
 Define as áreas envolvidas em cada atividade do modelo;
 Suporta estrutura organizacional matricial;
 Define as informações necessárias para a realização das 
atividades, apresentadas sob a forma de entradas, 
mecanismos e controles;
 Apresenta como realizar as atividades através da definição 
dos principais métodos, ferramentas e documentos
(mecanismos);
 Apresenta os eventos que marcam o término das fases e que 
definem os resultados desejados (saídas);
 Avalia passagem de fase, e
 Registra lições aprendidas.
Ogliari/2011
72
Modelo PRODIP
Processo de desenvolvimento de produtos industriais

Planejamento Elaboração do projeto do produto Implementação do lote inicial

Planejamento Projeto Projeto Projeto Projeto Preparação


Lançamento Validação
do projeto informacional conceitual preliminar detalhado da produção

Gestão empresarial - GE
Gerenciamento de projeto - GP
Marketing - MK
Projeto do produto - PP

Projeto da manufatura - PM
Suprimentos - SU

Qualidade - QU
Segurança - SE
Dependabilidade - DP

Administrativo-financeiro - AF
Produção - PR

Pós-vendas - PV

Plano do Viabilidade Documentação Liberação do Validade do


Especificações
Concepção técnica e Lote inicial
projeto de projeto do produto produto projeto
econômica

Ogliari/2011
baseado em ROMANO (2003)
73

PRODIP

Macro fases do processo de desenvolvimento integrado 
de produtos
 Planejamento do projeto: a primeira macro fase envolve a elaboração do 
plano do projeto do produto, principal resultado da fase;
 Elaboração do projeto do produto: envolve a elaboração do projeto do 
produto e do plano de manufatura. Decompõe‐se em quatro fases 
denominadas de projeto informacional, projeto conceitual, projeto 
preliminar e projeto detalhado. Os resultados principais de cada fase são, 
respectivamente, as especificações de projeto, a concepção do produto, 
a viabilidade técnica e econômica e a documentação do produto;
 Implementação do lote piloto: envolve a execução do plano de 
manufatura na produção da empresa e o encerramento do projeto. 
Decompõe‐se em três fases denominadas de preparação da produção, 
lançamento do produto e validação do produto. Os resultados principais 
de cada fase incluem, respectivamente, a liberação do produto, a 
liberação do lote piloto e a validação do produto.
Ogliari/2011
74
PRODIP

Domínios de conhecimentos envolvidos no processo de 
desenvolvimento integrado de produtos
 Gestão Empresarial – GE: envolve a tomada de decisão da diretoria da 
empresa;
 Gerenciamento de Projeto – GP: engloba a iniciação, o planejamento, a 
execução, o controle e o encerramento do projeto;
 Marketing – MK: trata‐se da pesquisa de mercado, planejamento de 
marketing, propaganda e venda do produto;
 Projeto do Produto – PP: compreende o desenvolvimento e validação do 
projeto do produto;
 Projeto da Manufatura – PM: trata do desenvolvimento e da 
implementação do plano de manufatura;
 Suprimento – SU: refere‐se ao planejamento e controle de suprimentos, 
bem como o envolvimento de fornecedores no desenvolvimento do 
projeto do produto e do plano de manufatura;
Ogliari/2011
75

PRODIP

Domínios de conhecimentos envolvidos no processo de 
desenvolvimento integrado de produtos
 Qualidade – QU: considera do atendimento do produto às metas de 
qualidade;
 Segurança – SE: abrange a avaliação da segurança do produto;
 Dependabilidade – DP: corresponde ao atendimento do produto às 
metas de confiabilidade e mantenabilidade. Inclui a realização de testes e 
a preparação da logística de assistência técnica;
 Administrativo‐Financeiro – AF: compreende questões administrativas, 
jurídicas e financeiras da empresa;
 Produção – PR: refere‐se à implementação do plano de manufatura e da 
produção dos produtos;
 Pós‐venda – PV: compreende as ações corretivas e de apoio nos casos de 
falha ou defeito do produto.
Ogliari/2011
76
PRODIP

Uso do modelo de referência para o processo de 
modelagem
Modelo de Referência
para o PDMA

PDP PDP
inicial melhorado
Fluxograma
s
ho
m

ipo

pó das
ve
er

sen

Modelo
tót

s-
ca

n
do

de

pro

PDP
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Cronograma
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Recursos
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Atividades
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Plano
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Projeto
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ROMANO (2003)

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PRODIP

Forma de descrição das atividades e tarefas no modelo 
PRODIP

Ogliari/2011
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PRODIP

Representação Descritiva do Modelo de Referência
PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS

PLANEJAMENTO PROJETAÇÃO IMPLEMENTAÇÃO

Planejamento Projeto Projeto Projeto Projeto Preparação


Lançamento Validação
do Projeto Informacional Conceitual Preliminar Detalhado da Produção

Plano do Especificações Viabilidade Solicitação de Liberação do Validação do


Concepção Lote Inicial
Projeto de Projeto Econômica Investimento Produto Projeto

ROMANO (2003)
Ogliari/2011
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PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS

PLANEJAMENTO PROJETAÇÃO IMPLEMENTAÇÃO

Planejamento Projeto Projeto Projeto Projeto Preparação


Lançamento Validação
do Projeto Informacional Conceitual Preliminar Detalhado da Produção

Plano do Especificações Viabilidade Solicitação de Liberação do Validação do


Concepção Lote Inicial
Projeto de Projeto Econômica Investimento Produto Projeto

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PRODIP

PRODIP - Fase 1 – Planejamento


do projeto

O objetivo é desenvolver e
caracterizar idéias de novos
produtos, que poderão se
transformar em projetos
(projects)

No modelo mais atual,


consideramos essa atividade
numa fase denominada de
planejamento do produto

Ogliari/2011
Back, et al., 2008
81

PRODIP

PRODIP - Fase 1 – Planejamento


do projeto

Formaliza a existência do
projeto dentro da organização

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Back, et al., 2008
82
PRODIP

PRODIP - Fase 1 – Planejamento


do projeto

Corresponde as saídas do
planejamento do projeto, cujo
objetivo é estabelecer o plano
que irá orientar o
desenvolvimento do produto.

Ogliari/2011
Back, et al., 2008
83

PRODIP

PRODIP - Fase 1 – Planejamento


do projeto

Discute-se os resultados da
fase e registram-se as lições
aprendidas e formaliza-se a
aprovação do plano do projeto

Ogliari/2011
Back, et al., 2008
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PRODIP

PRODIP - Fase 2 – Projeto


Informacional

Reunião inicial de
apresentação da equipe e do
plano do projeto

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Back, et al., 2008
85

PRODIP

PRODIP - Fase 2 – Projeto


Informacional

Identificação de
características gerais
(técnicas e econômicas) que
poderão influenciar no
projeto.
Base inicial para a definição
das especificações de projeto.

Ogliari/2011
Back, et al., 2008
86
PRODIP

PRODIP - Fase 2 – Projeto


Informacional

Definição das principais


informações do projeto
informacional, na forma de
necessidades, requisitos e
especificações de projeto.
O principal método utilizado
aqui é a “casa da qualidade”.

Ogliari/2011
Back, et al., 2008
87

PRODIP

PRODIP - Fase 2 – Projeto


Informacional

Complementação de
informações para o projeto
informacional

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Back, et al., 2008
88
PRODIP

PRODIP - Fase 2 – Projeto


Informacional

Finalização e aprovação da
fase.

Essas atividades se repetem


nas demais fases

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Back, et al., 2008
89

PRODIP

PRODIP - Fase 3 – Projeto


Conceitual

Reunião inicial para orientar a


equipe sobre a execução da
fase.
Apresentação do plano de
projeto atualizado.

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PRODIP

PRODIP - Fase 3 – Projeto


Conceitual

Desenvolvimento das
principais informações do
projeto conceitual: funções,
princípios, concepções do
produto

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Back, et al., 2008
91

PRODIP

PRODIP - Fase 3 – Projeto


Conceitual

Complementação de
informações do projeto
conceitual com base na
concepção selecionada para o
produto

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Back, et al., 2008
92
PRODIP

PRODIP - Fase 4 – Projeto


Preliminar

Definição e formalização do
leiaute do produto.
Modelagem e
dimensionamento do produto
e de seus componentes.
Análise e otimização das
soluções desenvolvidas

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Back, et al., 2008
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PRODIP

PRODIP - Fase 4 – Projeto


Preliminar

Preparação inicial para o


desenvolvimento e teste do
protótipo

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Back, et al., 2008
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PRODIP

PRODIP - Fase 4 – Projeto


Preliminar

Planejamento da manufatura:
requisitos, capacidade do
processo, segurança

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Back, et al., 2008
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PRODIP

PRODIP - Fase 4 – Projeto


Preliminar

Estudo da viabilidade
econômica do produto

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Back, et al., 2008
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PRODIP

PRODIP - Fase 5 – Projeto


Detalhado

Construção, teste e aprovação


do protótipo

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Back, et al., 2008
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PRODIP

PRODIP - Fase 5 – Projeto


Detalhado

Otimização e certificação dos


componentes e finalização do
plano de manufatura

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Back, et al., 2008
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PRODIP

PRODIP - Fase 5 – Projeto


Detalhado

Finalização do projeto
detalhado e documentação do
produto para iniciar a
produção

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Back, et al., 2008
99

PRODIP

PRODIP - Fase 5 – Projeto


Detalhado

Preparação da documentação
do produto relativo a
assistência técnica e
instruções de operação

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Back, et al., 2008
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PRODIP

PRODIP - Fase 6 – Preparação da


produção

Produção e avaliação do lote


piloto.
Revisão do processo de
manufatura

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Back, et al., 2008
101

PRODIP

PRODIP - Fase 6 – Preparação da


produção

Homologação e liberação da
produção do produto

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Back, et al., 2008
102
PRODIP

PRODIP - Fase 7 – Lançamento

Programação, produção e
avaliação do lote inicial

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Back, et al., 2008
103

PRODIP

PRODIP - Fase 7 – Lançamento

Lançamento do produto no
mercado

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Back, et al., 2008
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PRODIP

PRODIP - Fase 8 – Validação

Monitoramento e avaliação do
produto junto aos usuários

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Back, et al., 2008
105

Referências

Referências
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Ogliari/2011
106
Referências

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Ogliari/2011
107

Referências

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