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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

Moagem e Prensagem de materiais cerâmicos

BONO VOX SIQUEIRA DOS ANJOS

Recife-PE
2017
Moagem e prensagem de matérias cerâmicos

Relatório de apresentação dos princípios de moagem de


pó cerâmico bem como prensagem uniaxial isostática e
a quente, válido como nota complementar do 2º
exercício escolar da disciplina, processamento de
materiais, ministrada pelo professor Yogendra Prassat
Yadava.

Recife-PE
2017
Moagem
A moagem é o último estágio do processo de fragmentação de partículas. Neste
estágio as partículas são reduzidas, pela combinação de impacto, compressão, abrasão ou
atrito, a um tamanho adequado à liberação do material para a próxima operação unitária
ou processo de transformação.
É a área da fragmentação que requer maiores investimentos, maior gasto de
energia e é considerada uma operação importante para o bom desempenho de uma
instalação industrial.
Conclui-se também que a moagem deve ser muito bem estudada na etapa de
dimensionamento e escolha de equipamento e muito bem controlada na etapa de operação
da industrial, pois o bom desempenho de uma instalação industrial depende em muito da
operação de moagem.

Objetivos:

 Desagregação de aglomerados;
 Diminuição do tamanho de partícula;
 Aumento da área específica;
 Ativação da superfície;
 Homogeneização;
 Promoção de reações química.

De uma maneira geral:

 Só 7 a 13% da energia é efetivamente utilizada no processo;


 Maior parte da energia é dissipada como calor;
 Ocorre aumento da área superficial;

Os sub-processos derivados da moagem são:

 Deformação plástica das partículas;


 Deformação elástica;
 Rearranjo cristalino.
Tipos de Moagem:
A moagem pode ser dividida em dois grupos principais, sendo a moagem a seco
e a moagem úmida. A seguir, estão as representações esquemáticas do funcionamento de
cada um dos dois grupos:

Imagem 1 – Esquemas de funcionamento dos tipos de moagem

1. Moagem a úmido:

 Processo eficiente na moagem de matérias-primas heterogêneas;


 Moagem geralmente descontínua ou por bateladas;

Geralmente os equipamentos utilizados durante esse processo são:

 Moinhos horizontais com estrutura de aço, revestidos internamente de silex ou


borracha, com corpos moedores de sílex ou alumina de alta densidade
 Utiliza-se no processo de umidificação, além de água um eletrólito (à base de Na)

Nesse caso, o tempo de moagem é função da friabilidade das matérias primas, da sua
formação e distribuição granulométrica, da sua natureza, forma e distribuição de tamanho
das cargas dos corpos moedores, e da curva de defloculação da polpa (barbotina). Uma
vez atingido os parâmetros de viscosidade e densidade, o moinho é descarregado e a
barbotina é armazenada em tanques onde é constantemente agitada.
Tal processo apresenta as seguintes vantagens:

 Baixo consumo energia;


 Sem pós;
 Altas velocidades de rotação;
 Peneiramento a úmido;
 Boa homogeneização;
 Moagem mais efetiva;
 Distribuição mais estreita;
 Compatibilidade com spray drying e colagem.

2. Moagem a seco:

 Processo adotado quando a massa cerâmica comporta uma ou no máximo duas


argilas.

Geralmente os equipamentos utilizados durante esse processo são:

 Destorroador;
 Moinho de martelos;
 Peneira.

Porém em processos mais modernos, utiliza-se os seguintes equipamentos:

 Moinhos pendulares;
 Peneiras vibratórias;
 Granuladores.

As vantagens para esse processo são:

 Dispensa secagem dos pós;


 Sem reações pó/líquido;
 Menor desgaste dos moinhos;
 Pode ser interrompida a qualquer momento;
 Passível de otimização.
Eficiência Energética
Segundo referências literárias, a eficiência energética da moagem possui valores
de 0,1% a 20%, podendo possuir variações devido às diferentes formas usadas no cálculo
da energia minima de cominuição. É determinado também que a quebra de partículas
individuais representa o modo mais eficiente de cominuir materiais, minimizando perdas
devido ao atrito e também a eventos mal sucedidos.
A energia total consumida depende significativamente da razão entre a energia
usada em cada impacto e a energia media de fratura das partículas em cada classe de
tamanhos, sendo que a energia mínima corresponde a uma razão tipicamente entre 1,5 e
4.
A seguir é mostrado um quadro de valores de eficiência energética de cominuição
em um moinho de bolas para diferente tipos de materiais cerâmicos:

Imagem 2 – Tabela de valores de eficiência enérgética no processo de moagem para diferentes


tipos de material.

Tipos de Moinho

No Processo de moagem os principais tipos de moinho utilizados são:

 Britadores;
 Bolas;
 Rotativo;
 Vibratório;
 Martelo;
 Vara;
 Micronização.
Processos de Prensagem

1. Prensagem uniaxial

1.1. Prensagem uniaxial a frio

A mistura é prensada uniaxialmente num molde com a forma da peça a obter


(tem que se ter em conta contracções, contrasaídas, etc.).

Vantagens:

 Produção rápida de grande variedade de formas;


 Uniformidade de formas e tolerâncias apertadas.

Desvantagens:

 Não uniformidade de propriedades ao longo de toda a peça.

1.2. Prensagem uniaxial a quente (HP - Hot Pressing)

Melhores propriedades mecânicas e maiores densidades do que na sinterização


sem pressão (pressureless sintering).

2. Prensagem isostática

2.1. Prensagem isostática a frio

O cerâmico (pré-forma ou pó) é colocado num molde flexível (geralmente


borracha) dentro de uma câmara com um fluido hidráulico ao qual é aplicado uma
pressão isostática. A pressão aplicada compacta uniformemente o pó ou pré-forma
em todas as direcções.

Aplicações:

 Ferramentas de corte
 Cadinhos
 Velas de ignição

2.2. Prensagem isostática a quente (HIP - Hot Isostatic Pressing)

Melhores propriedades mecânicas e maiores densidades do que na sinterização


sem pressão ou com pressão uniaxial (HP).

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