Você está na página 1de 45

Livro: A célula 2º edição

Hernandes F. de carvalho

Shirley Rocco Pimentel

Estudo sobre citologia

Capítulos a serem abordados

Capitulo 1

Aspectos gerais da estrutura celular

A célula é a unidade básica da vida em que existe uma complementaridade entre estrutura e
função. A primeira observação de uma célula, no for feita em 1665, onde fora dado este
nome.

Apesar dos fragmentos celulares poderem até desenvolver algumas atividades importantes,
somente a célula tem a capacidade de manter vida e transmiti-la. Pode-se concluir que os
vírus não são unidades de vida, porque podem manter-se independente da célula que
infectam.

As celular surgem apenas de outras células anteriores, as formas mais simples são as células
solitárias e as mais complexas são estruturadas por tecidos em conjunto com uma estrutura
em conexão complexa. Assim nas associações de células diferentes com funções diversas há
uma contribuição para a sobrevivência do organismo. O que difere das colônias de unicelulares
de organizações multicelulares é que nas ultimas, as células de mesmo tipo podem se
apresentar ligadas por uma matriz extracelular, adesões entre membrana, ou ainda pontes
citoplasmáticas.

O biologicista não avista a célula como uma unidade complexa, mas também como parte de
muitas associações. O avanço do conhecimento no campo da biologia celular, deppende do
progresso metodológico instrumental.

As células são revestidas por uma membrana plasmática, também denominada plasmanema,
de constituição lipoproteica, células mais simples não apresentam núcleo eucariótipo. Sendo
que as células com um núcleo organizado são produto d evolução, tendo desenvolvido
compartimentos de material genético no núcleo, separado dos constituintes citoplasmáticos.
As células eucariontes tem maior quantidade de DNA que as procariontes. As células humanas
podem ter até 1000 vezes a quantidade de DNA QUE AS CÉLULAS PROCARIONTES. Exigindo
uma maior complexidade em seu controle e regulação.

Entre o núcleo e o plasmanema existe uma substância aparentemente amorfa e homogênea,


se examinada em microscópio verifica-se várias organelas de diversas formas e tamamnha,
compartimentadas por membrana lipoproteicas. As oganelas são: mitocôndrias, lisossomos,
peroxissomos, cloroplastos, complexo de Golgi, centríolos, caúolos e grânulos de secreção. Os
componentes encontrados na célula podem ser catalogados como comuns a muitas dela, mas
sua estrutura varia conforme a sua funcionalidade.

Formas e tamanhos celulares

As células podem apresentar estruturas e formas variadas, geralmente associadas a


especialidades funcionais, são formadas por moléculas diferentes que interagem em ambiente
aquoso e são compartimentadas por membranas lipoproteícas. No estabelecimento de uma
forma celular, a organização de um componente, o citoesqueleto, composto por redes de
fibras ou filamentos protéicos que exerce papel preponderante.

De forma geral a estrutura da célula depende da tensão superficial, da viscosidade do


protoplama, da ação mecânica que exercem sobre as células contuguas, da rigidez da
membrana e da especialização funcional da célula.

A maioria das células, dos organismos multicelulares, exibe uma forma mutável, como vários
protozoários e leocócitos. Dentre as células com forma fixa, existem aquelas em que a forma é
regular, seja esférica, ou linfócito humano, prismática, irregular, neurônios, astrócitos, células
caliciformes, etc.

O tamanho da célula varia conforme a funcionalidade, variando de nanômetros (bactérias)


até os neurônios que inervam os pés que podem atingir até 1 metro.

O núcleo é presente em todas as células eucariotas, a exceção daquelas que perderam alguma
etapa da vida (eritrócitos de mamíferos). Nos procariotos, embora não ocorra um núcleo
típico, o DNA, se distribui numa região bem definida, como morfologia característica,
denominada nucleóide.

Tanto a forma como a posição do núcleo são influenciadas pela própria forma da célula e pelas
condições morfológicas e funcionais do citoplasma. Nas células esféricas e cúbicas, o núcleo
apresentam formas geralmente esférica.

A maioria das células é mononucleada, porém em hepatócitos, músculos estriados, células


somáticas de muitas espécies de insetos e células de insetos ou células de cultura, pode
ocorrer mais de um núcleo.

Comprovou-se ser o núcleo revertido por um envoltório nuclear membranoso. Durante a


divisão celular a cromatina aparece sob a forma de unidades mais individualizadas, que são
então denominadas de cromossomos.

A interação entre o núcleo e o citoplasma

A importância do núcleo na comando do metabolismo celular é bem salientada com as


experiências de merotomia, em que algumas partes são removidas. Verificou-se que as partes
anucleadas se degeneravam e as nucleadas davam origem a outra células.
O citoplasma é fundamental para o metabolismo celular, isso pode ser bem exemplificado
quando se considera a ação de hormônios na regulação gênica de organismos superiores.
Corticosteróides induzem a síntese de muitas enzimas no fígado, aumentando a síntese de
RNA nos núcleos das células.

Ao serem trocadas de células os núcleos geram um potencial de retorno de produção a


expressão anterior do desenvolvimento sob influencia do citoplasma hospedeiro.

O sucesso da clonagem de primatas comprometidos por perdas de estruturas citoplasmática


criticas

Transferência de núcleo de células somáticas para óvulos anucleados em primatas não


humanos foi inicialmente admitida como instrumento para acelerar a pesquisa como
instrumento para acelerar a pesquisa no campo médico, contribuindo para a produção de
animais idênticos destinados a investigação e para entendimento do potencial das células
tronco.

Capitulo 2 moléculas importantes para a compreensão da célula e seu funcionamento

A análise e a compreensão da célula e de todo o seu funcionamento vem ganhando


importância nas mais diferentes áreas do conhecimento. Todas as formações de áreas
biológicas e da saúde requerem, como ponto de partida. Além destes avanços da ciência, a
crscente importância da biologia molecular e a necessidade de um entendimento interativo
dos fenômenos da natureza tem agregado a esse grupo profissionais das áreas de engenharia,
química, física, jornalismo, direito, etc. essa agregação cada vez mais ampla, faz com que se
deva existir um conhecimento da célula como uma estrutura dinâmica, fisiológicamente ativa
organizada e funcional. Deste modo se inicia o estudo da célula a partir de seus constituintes
químicos, principalmente aqueles com organização macromolecular e que exercem papéis
fundamentais na sua estrutura do funcionamento.

A água

Formada por dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio, trata-se de uma molécula


imprescindível para a vida em nosso planeta. Em alguns organismos, ela pode representar
quase 100% da massa da matéria e no ser humano chega a 65% da massa corpórea.

A presença de água garante que as demais moléculas formem fluído celular e atinja seus
destinos, seja casual, seja por receptores ou de outra maneira de reconhecimento e de
movimentação. A troca gasosa das células animais só se dá a partir da dissolução do oxigênio
e gás carbônico no sangue e no citosol.

O oxigênio é mais eletronegativo que o hidrogênio e acaba tendo maior atração pelos
elétronso compartilhamento, e com isso, se torna negativado. Do mesmo modo, os
hidrog~enos acabam se tornando positivados, criando uma repulsão que os afasta do ângulo
de 90º. Em consequencia dessa ppolaridade, as moléculas de água se atraem umas as outras,
criando novas interações presentes tanto no estado sólido quanto no liquido. Essas interações,
denominadas ligações ou pontes de hidrogênio, dificultam a separação entre as moléculas e
fazem com que haja necessidade de uma maior quantidade de energia para que ocorra a
separação. Em outras palavras, isso determina o que o seu ponto de fusão e de ebulição seja
muito superior ao de outras moléculas cuja densidade é maior.

Devido a sua natureza polar, a água pode atrair regiões também polares de outras moléculas e
isso resultar em uma separação dessas moléculas, como conseqüência dissolução da mesmas.
Podemos imaginar uma colher de sal de cozinha Na+ Cl) e colocada e um copo de água, os íons
de sódio são atraídos pelo oxigênio, e os íons do cloro são atraídos pelo hidrogênio, havendo
uma dissociação do sal. Desse modo as ligações polares são denominadas de hidrofílicas.

Em muitos casos, a atração entre a molécula de água ou uma hidroxila pertencente a uma
molécula qualquer e outra molécula polar é de tal ordem que a distancia entre elas se tornem
pequena para gerar pontes ( ligações) de hidrogênio e todas as conseqüências físico-quimicas
que isso representa. As ligações de hidrogênio também ocorrem em moléculas que
contenham hidrogênio ligados de forma covalente a átomos fortemente eletronegativos da
mesma molécula ou de outras que seja próxima.

Valendo-se da mesma lógica, pode-se concluir que as moléculas apolares não são atraídas
pela água, e por isso, elas são insolúveis. Por não se misturarem, a água e elas são ditas
hidrofóbicas.

Assim pode-se ressaltar o tipo de molécula que são hidrofóbica e hidrofílica, essas moléculas
são denominadas anfipáticas. Sua região polar pode interagir com a água e a apolar, apenas
com outras moléculas apolares.

Moléculas e íons inorgânicos

A exemplo da água, outras moléculas inorgânicas e íons fazem parte dos organismos vivos,
além do mundo mineral. Esses grupos de substâncias, chamadas de sais minerais, apresentam
várias funções: por exemplo, estruturais, como o cálcio e o fosfato, podem associar-se a
moléculas maiores, como pigmentos ( magnésio e clorofila), e proteínas ( ferro na
hemoglobina, e enxofre no citocromo) podem também exercer o papel de transporte, na
transferência de energia química (fosfato ATP), nos impulsos nervosos (sódio e potássio), na
contração muscular (cálcio).

Moléculas orgânicas

As moléculas orgânicas que fazem parte dos organismos vivos são de natureza bastante
variada. Em sua maioria são formadas apenas por seus elementos químicos: hidrogênio,
carbono, nitrogênio, fósforo e enxofre. Esses elementos combinados associados a outros que
aparecem com menor freqüência, formam as substâncias necessárias para a vida no planeta,
juntamente com a água e os sais minerais.

Dentro os compostos orgânicos, a associação de moléculas para a formação de polímeros ou


outras moléculas maiores é comum e as principais classes de substâncias dessa natureza são
carboidratos, lipídios, proteínas, lipídios e ácidos nucléicos.
As demais moléculas, podem ter natureza diversa e exercerem múltiplas funções. Mesmo
para os seres heterotróficos, como no homem pode-se citar as diversas vitaminas que podem
ser ingeridas na alimentação.

As vitaminas são necessárias em pequenas quantidades e auxiliam em inúmeros processos


metabólicos. Podem ser subdivididas em hidrossolúveis e tais como as vitaminas do complexo
B ( B1, B2, niacina, piridoxina, ácido patotênico, biotina, ácido fólico, e B12), alem da vitamina
C. e as vitaminas lipossolúveis, tais com a vitamina A,D, E e K.

Os carboidratos

Carboidratos, sacarídeos ou açúcares podem ser definidos quimicamente como


polidroxialdeidos ou policroxicetonas. Os mais simples possuem 3 carbonos, com 2 grupos de
hidroxila e um grupo de carbonila. Em termos de complexidade pode-se dizer que temos
monossacarídeos que não podem ser hidroxilizados para açucares menores e polissacarídeos
que, ponde ser hidrolizados em menores partículas de monossacarídeos. Para açucares que
podem ser convertidos em dois até cerca d vinte monossacarídeo comumente dá-se o nome
de oligossacarídeos e conforme o número de monômeros originados o prefixo correspondente
( dissacarídeo, trissacarídeo).

Monossacarídeo

Em termos biológicos os monossacarídeos são encontrados com 3 a 7 átomos de carbono, que


podem ser classificados em aldose ou Cetose, conforme a sua origem. Podem receber o
prefixo conforme a quantidade de carbonos na molécula ( triose, tetrose, pentose, hexose
heptose).
Açucares com 5 átomos de carbono costumam ser mais estáveis, que se desenvolve a partir da
reação de uma carbonila ou hidroxila no ultimo carbono quiral.

Os monossacarídeos mais comuns nos seres vivos podem ser:

Ribose e desoxiribose (aldose) importante constituinte dos ácidos nucléicos (DNA e RNA)

RIBOSE: importante na incorporação do CO2 na fotossíntese.

Hexoses:

. glicose (aldose) também conhecida como dextrose, é bastante abundante, única fonte de
energia utilizável pela maior parte dos organismos anaeróbicos e também por alguns órgãos e
tecidos de animais mesmo em aerobiose ( cérebro humano por exemplo). É presente na
corrente sanguinea, na qual se mantém m concentração mais ou menos constante.

Dissacarídeos

Ligações de dois monossacarídeos ocorre entre suas hidroxilas, com formação de água, é
chamada de ligação glicosídica e forma dissacarídeos

Os mais comuns são:

1. Celobiose
2. Maltose, duas glicoses normalmente uma alfa e uma beta com ligação alfa 1-4
3. Lactose, uma beta glicose e uma beta galactose
4. Sacarose, uma ligação glicose e uma beta frutose
Oligossacarídeos

nome dado a moléculas que apresentam até cerca de 20 resíduos de monossacarídeos


quando hidrolisadas totalmente. Muitas moléculas de glicoproteínas e glicolipídeos tem sua
porção glicídica composta por oligossacarídeos.

Polissacarídeos

Muitas vezes formado por milhares de unidades monossacarídeos, os polissacarídeos são


importantes macromoléculas para os seres vivos de todos os reinos biológicos. Ao classificados
como homopolissacarídeos e heteropolissacarídeos. Segundo o produto de sua hidrolise total
ser apenas um tipo de monossacarídeo ou mais de um. Podem apresentar estrutura linear ou
ramificadas, independente de ser homo ou héteropolissacarídeo.

Nos vegetais os mais comuns são as reservas de amigo e nos animais são sínteses de
glocogênio. O glicogênio é composto apenas por um único polímero semelhante a
amilopectina, mas mais ramificado que esta, que se dá a cada 8 a 12 resíduos de glicose.

Por se tratar de ligações formadas por monômeros em sua forma alfa, esses polímeros tem
uma conformação helicoidal, formando grãos ou estruturas globulares e permitindo espaços
vazios que facilitam a entrada nas enzimas digestivas ( amilase por exemplo).

Lipídios

Ao contrário dos carboidratos, não há nenhum agrupamento químico característico par todos
os lipídios. Não formam polímeros e características que os une é a sua pequena solubilidade a
água.

Dada algumas semelhanças estruturais, Pode-se classificar em diferentes grupos, dos quais se
destacam:
Possuidores de ácidos graxos:

1. Ceras
2. Gorduras neutras
3. Fosfolipídeos
4. Esfingolipídeos ( esteróides, terpenóides)

Os ácidos graxos são ácidos carboxílicos com 4 ou mais átomos de carbono, em termos
biológicos são predominantes aqueles com 14 a 22 átomos de carbono em cadeia que pode
ser saturada, ou insaturadas, e com número par de carbonos ( sua síntese acontece de 2 em 2
átomos). Possuem caráter anfipático, ou seja, uma região polar ( do grupo carboxila que pode
se ionizar) e uma região apolar ou hidrofóbica, representada pela porção hidrocarboneto da
molécula.

Como pode-se observar o ponto de fusão aumenta com o aumento do tamanho da cadeia
(maior o peso molecular, maior a necessidade de energia para a movimentação da molécula)
e com grau de saturação (maior interação entre as moléculas decorrentes de sua forma
espacial). Essas características ajudaram a determinar a fluidez das membranas biológicas
como veremos posteriormente.

O ser humano não consegue sintetizar ácidos graxos, mas há ácidos que são essenciais e que
devem ser ingeridos por meio dos alimentos, tais como ácidos com 18 carbonos e duas ou 3
duplas ligações. Outro ácido linoléico importante para processos metabólicos são (w6),
importantes para a ativação de contração e relaxamento de músculos lisos, ativação de
processos inflamatórios, agregação de plaquetas no sangue, permeabilidade vascular,
regulação da síntese e liberação de suco gástrico. Por outro lado, o ácido linoléico da família
w3 e importante para ações antiinflamatória, diminui a produção de plaquetas , e há esutods
que demonstra ação protetora contra o câncer e na produção de enzimas antioxidantes.

CERAS

São ésteres de ácidos graxos, apresentam cadeias de 16 a 30 átomos de carbono:

As ceras são bastante apolares e importantes reservas de organismos marinhos, protetoras da


pele e anexos de muitos vertebrados, da superfície de folhas de muitas espécies, também
importante na indústria dos cosméticos.

Gorduras neutras

São as mais abundantes de lipídeos, normalmente presente como o principal forte de energia
a ser utilizada pelos organismos animais. Um homem adulto, via de regra, tem gorduras
neutras suficientes para ser suprido de energia, ATP produzido na respiração aeróbico, por
várias semanas enquanto a reserva de açúcar supre o organismo por cerca de um dia.

Quimicamente as gorduras, neutras são ésteres formados á partir da ligação de um glicerol,


triálcool com 3 ácidos graxos, que podem ser iguais ou não, e por este motivo recebem o
nome de tricilgliceróis, triglicérides:

Apesar do caráter polar do grupo carboxila dos ácidos graxos e da hidrofilia do glicerol, após a
reação, eles são transformados em ésteres e, portanto as gorduras neutras são insolúveis a
água, por perderam o caráter anfipático.

Fosfolipídios

São moléculas resultantes da ligação de um diacilglicerol e um grupo fosfato. Com isso, o


caráter apolar apresentado pelos dois ácidos graxos no glicerol e uma região hidrofílica

Devido a seu caráter anfipático, os fosfolipídios podem interagir com moléculas apolares, ou
hidrofóbicas e com moléculas hidrofílicas. Os fosfolipídeos, com formato mais uniforme, tem
maior facilidade de formar micelas em dupla camadas ( vesículas e lisossomos) com
conteúdos aquoso interno, isso possibilita a configuração de membranas biológicas e dos
lisossomos, importantes na condução de medicamentos a regiões específicas do organismo.

Um exemplo de fosfolipídeo que pode ser encontrado com abundancia na clara do ovo, e na
somente de soja, como os demais são insolúveis em água, mas são boas emulsificantes,
servindo na industria de produtos derivados de leite e da maionese. Auxiliam também no
transporte de demais gorduras, na aderência das superfícies internas dos pulmões e tem papel
importante nas membranas biológicas.

Esfingolipídeos são formados pela ligação de um ácido graxo com o grupo amina, do amino
álcool esfingosina, que tem uma cadeia de 18 átomos de carbono e uma dupla ligação. Uma de
suas variações estão presentes em grande quantidade nas bainhas de mielinas que as
esfingomielinas, mas também em outras membranas celulares.

Estão presentes emm outros tecidos tais como os rins, e também em outros vertebrados, caso
o açúcar seja uma galactose, pode-se dar o nome de galactocerebrosídeos, presentes em
abundância no cérebro, se glicose, glicocerebrosídeos, presentes em recidos não neurais. Os
cerebrosídeos também podem ser formados por oligossacarídeos(4 a 5 unidades de
monossacarídeos, geralmente glicose, galactose e ácidos neuramínico, ou ácido siálico)
importante na superfície da membrana celular.

Esteróides

O colesterol, molécula anfipática em decorrência da presença de uma hidroxila, é encontrado


na membrana plasmática e na maioria das membranas celulares internas de todas as células
animais, é importante composto no cérebro, pode ser ingerido na alimentação e também ser
sintetizado pelo próprio organismo. Enquanto componente das membranas de animais, devido
a sua estrutura, é responsável por uma diminuição da fluidez. Além de componente da
membrana o colesterol é precursor de uma série de hormônios ( sexuais e da glândula supra
renal) e sais biliares. O ergosterol outro esterol importante se assemelha ao colesterol e
encontrado em fungos.

Os níveis normais de colesterol (150 a 200 mg/dl) no sangue do homem são hoje uma meta
para grande parte d população de nações desenvolvidas ou de pessoas bem nutridas. Seu
acúmulo pode provocar a aterosclerose, diminuindo a vazão das veias, sobretudo as com
menores calibres.

As proteínas

São polímeros de aminoácidos que tem função biológica.

Aminoácidos

Há vinte aminoácidos que podem participar da formação das proteínas e serem incorporados
durante a sua síntese nos ribossomos, todos eles são alfa-aminoácidos.

São eles:
As proteínas

São as mais abundantes moléculas presentes nos organismos vivos á exceção da água,
podendo compor até 50% da matéria seca no ser humano. As proteínas exercem diversas
funções biológicas, por exemplo ser uma hormônio, como é o caso do glocagon, ou os
hormônios do crescimento. Há proteínas relacionadas aos mecanismos de defesa do corpo,
tais como os anticorpos, ao transporte como a hemoglobina, a reserva de nutrientes como a
ovoalbumina, globulinas de sementes de leguminosas, movimentação ( actina, actina de
miosina). Talvez uma das funções mais importantes seja a estruturante, tais como o colágeno,
protoglicano, queratina, ás enzimas que exercem função catalítica, e conseguem aumentar em
milhões de vezes a velocidade das reações do metabolismo.

Grande parte das proteínas é formada apenas por aminoácidos, e por isso, recebem o nome
de proteínas simples, por outro lado há proteínas denominadas proteínas conjugadas, pois
possuem outras moléculas ou átomos, além dos seus aminoácidos.

As proteínas físico-químicas e as funções das proteínas tem relação direta com a sua
composição em aminoácidos. Por este motivo é de extrema importância o conhecimento da
sequencia de como são incorporados ás moléculas durante a síntese protéica para formar uma
estrutura tridimensional do polipeptídeo. A sequencia do do aminoácido de uma proteína é
denominada estrutura primária da proteína. É bastante comum a utilização do código de 3
letras, ou mais intensamente de uma letra, para a apresentação da estrutura primária da
proteína. Neste sentido, vem ganhando importância cada vez maior a análise protômica do
material genético que consiste justamente no estabelecimento da estrutura primária das
proteínas.

Na natureza uma proteína ativa terá outras interações e ligações além das ligações peptídicas,
essas estruturas tridimensionais possibilitarão a função desempenhada, assim, as proteínas
estruturais são mais fibrilares que proteínas de reservas, ou de enzimas por exemplo.

O primeiro tipo de interação que ocorre é decorrente da própria ligação peptídica, que possui
um caráter de dupla ligação estendida entre os átomos de oxigênio e nitrogênio. Estas pontes
de hidrogênio ou oxigênio podem formar ligações peptídicas, sendo uma estrutura secundária
de uma proteína é a forma que ela toma em decorrência das pontes de hidrogênio ligado a um
nitrogênio de ligações distintas.

As ligações mais comuns entre os grupos R, são:

1. Ligação de interação eletrostática, um grupo R carregado com carga contrária a outro


R o atrai.
2. Ligação ou interação covalente: específica da cisteína , cujo grupamento sulfídrico, é
facilmente oxidado com outro agrupamento S-H de outra cisteína, formando pontes
S-S, formando pontes dissulfetos.
3. Ligações de hidrogênio: ocorre entre um átomo eletronegativo de um grupo R e outro
átomo eletronegativo ligado a hidrogênio de outro grupo R.
4. Ligação de interação hidrofóbica: realizada entre grupos apolares. Geralmente, os
aminoácidos portadores de grupos R apolares ocupam regiões mais internas da
proteínas e interagem com o grupos R.

É a precisão destas ligações que fazem com que sempre a estrutura terciária de uma
dada proteína seja a mesma em uma dada condição de temperatura. Com isso há a
possibilidade de interações específicas, como é o caso do sítio ativo das enzimas.
Nesse caso, a afinidade pelos substratos que estas enzimas tem possibilitará a
formação de um complexo que se transformará no produto da reação ( catálise no
estilo chave fechadura)
As diferentes interações podem ser afetadas pelo PH ( POTRONANDO OU
DESPOTRONANDO grupos ácidos e básicos e eliminando uma eventual atração
eletrostática antes existente, por exemplo se diminuirmos o PH do meio, o grupo R, de
um ácido aspártico pode potronar e com isso deixar de ser ácido para se tornar
neutro, e não atrair mais uma amina. Um aumento de temperatura pode romper
ligações de hidrogênio e outras interações mais fracas, fazendo com que haja
mudanças na estrutura terciária, e via de regra, afetarão a função da proteína. Com
essa perca de função pode-se dizer que a proteína se desnaturalizou.
Algumas proteínas, para adquirirem seu estado funcional, necessitam mais de uma
cadeia polipepitídica. Ao estado funcional, que conta com as estruturas terciárias de
dois ou mais polipepitídeo unidos, geralmente a um grupo prostético, dá-se o nome de
estrutura quaternária da proteína, o exemplo de estrutura quaternária presente no ser
humano é a hemoglobina.
Em termos metabólicos, as atividades das enzimas requerem a estrutura
tridimensional correta para a molécula, portanto há um pH otimal, assim como a
temperatura. Alem do PH e temperatura, pode-se diminuir ou inibi totalmente a
atividade enzimática por meio de compostos que alteraram sua estrutura,
principalmente em seu sítio ativo ou se ligam de forma a impedir que o substrato
atinja de forma a impedir que o substrato atinja a região necessária para que ocorra a
catálise. Há inibidores irreversíveis ( por exemplo: inseticidas organo-fosforados que
afetam a forma irreversível da enzima ciclogenase na síntese de proststaglandinas,
atenuando o efeito inflamatório dessas substâncias, penicilia e outros antibióticos
inibem a síntese de proteínas de procariotos, servindo, para combatê-los, ou
reversíveis, por exemplo, quando o inibidor se assemelha ao substrato verdadeiro da
enzima.
Ácidos nucléicos
São polímeros de nucleotídeos, que por sua vez são moléculas formadas por uma base
nitrogenada heterociclica, uma pentose (açúcar) e um fosfato. Á junção de base com o
açúcar ( sem o fosfato) dá-se o nome nucleosídeo.
Segundo o tipo de açúcar formador, tem-se o ácido ribonucléico (RNA ou ARN) ou o
ácido desoxirribonucléico ( DNA ou ADN).

Nucleosídeo

Os nucleosídeos podem ser hidrolisados em uma pentose e uma heterocíclica. A


PENTOSE É A RIBOSE PARA os núcleos de RNA ou a desoxirribose para os chamados
desoxirribonucléosídeos e tem como diferença o carbono 2 do açúcar não
hidroxilizado.

As bases heterocíclicas podem ser derivadas de dois compostos: purina e piramidina:


segundo essa origem tem-se as bases púricas ( adenina e guanina) e as bases
pirimídicas (citosina, uracila e timina).
A adição de fosfato ao nucleosídeo origina um nucleotídeo ou um nucleosídeo-
fosfato. Pode-se adicionar um, ou três fosfato ( nucleosídeo-trifosfato) O fosfato é
adicionado ao carbono 5º do açúcar na liberação da água. Há possibilidade do grupo
fosfato se ligar aos dois outros carbonos possíveis da pentose, C2, C3 mas nestes casos
não há formação de di ou trifosfato.

Ácido desoxirribonucléico - DNA


É um polímero formado por monômeros os nucleotídeos dAMP de base pirimídica. É o
responsável pela informação genética contida nos organismos vivos e pela sua
transmissão de células-filhas.
Nos eucariotos está presente nos núcleos d célula, além de existir em pequenas
quantidades nas mitocôdrias e cloroplastos. Nos procariotos, ocupa preferencialmente
uma região denominada nucleóide, apesar de não estar fisicamente delimitado pela
membrana.
A polimmerização dos desoxinucleotídeos se dá entre a hidroxila do carbono 3 da
desoxirribose e o grupo hidroxilia do fosfato de outro nucleotídeo trifosfato, e a
quebra da ligação de fosfato produz a energia necessária para a reação de
polimerização. Desta forma o polinucleotídeo altera uma desoxirribose e um fosfato
em toda a sua extensão e as bases nitrogenadas ficam como ramificações penduradas
ao C1 do açúcar, é como se fosse um pente em que cada base nitrogenada e o corpo
a alternância entre o açúcar e o fosfato, a sequencia de base é característica e é nela
que reside a informação genética carregada pelo DNA.
O polinucleotídeo pode receber o nome de fita de DNA. O carbono 3º do primeiro
açúcar adicionado não está ligado a nenhum fosfato e recebe o nome de extremidade
3º.
No DNA há o pareamento de uma fita com outra, formando uma dupla fita ou dupla
hélice, essa interação estável apenas no sentido antiparalelo na qual se faz uma
ligação de base de hidrogênio entre uma base púrica e uma pirimídica. O pareamento
se dá entre uma Adenina e uma timina ( duas pontes de hidrogênio) e entre uma
guanina e uma citosina ( três pontes de hidrogênio). Deste modo as bases
nitrogenadas se empilham uma sobre as outras e se apresentam perpendiculares ao
eixo da hélice formada que tem cerca de 2 nm de diâmetro.
Para se ter uma ideia, supondo que os 46 cromossomos humanos ter cerca de 3,2
bilhões de bases, a colocação de todos eles em um único filamento originaria cerca de
55 cm de comprimento, mas uma largura de 0,2 milhonésimo de cm.
A reação de polimerização do DNA é complexa e envolve muitas enzimas, com
destaque para as DNA polimerase, onde cada fita da molécula serve de molde para as
novas moléculas formadas. O processo de síntese de DNA a partir do DNA já existente
na elula é denominado replicação e ocorre em quase sua totalidade em uma etapa de
interfase em quase sua totalidade em uma etapa de interfase do ciclo celular.
Uma maior riqueza em bases guanina e citosina na molécula de DNA dificulta a sua
desnaturação (rompimento das pontes de hidrogênio para separar as duas fitas) tendo
em vista que ocorrem 3 ligações de hidrogênio entre essas bases e apenas duas entre
A e T.
A análise de sequencia de nucleotídeos do DNA vem constituindo importante etapa
para a compreensão da origem da vida e da transmissão dos caracteres hereditários e
poderá ser de extrema valia para a predição de inúmeras curas de doenças existentes
hoje.

Ácido Ribonucléico

RNA é um polímero formado por monômeros dos nucleotídeos AMP, GMP, CMP e
UMP. Sua síntese ocorre a partir da molécula de DNA, que lhe serve de molde e se dá
no sentido 5-3 dessa molécula. Assim pode-se encontrar RNA no núcleo dos
eucariotos, onde ocorre sua transcrição a partir do DNA.
O RNAt é responsável pelo reconhecimento, ligação transporte dos aminoácidos
presentes no citoplasma, para a síntese protéica ( tradução) possui entre 70 e 90 bases
dispostas de forma não usual para RNA, pois com muitas bases pareadas ( A=U e G=C)
e três alças principais, uma das quais apresenta sequencia de três bases, denominado
anti-códon e que irá determinar o aminoácido a ser transportado e ainda participar no
reconhecimento do RNA mensageiro.
Na extremidade 3º há em todos os RNAt as bases 3’A-C-C, e é nessa extremidade, mais
precisamente na adenina, que o aminoácido para aquele RNAt irá se ligar, com a ação
de uma enzima específica e gastos de energia. O RNAt corresponde a cerca de 15% do
total desse polinucleotídeo presente na célula.
Outra família de RNA TRANSCRITO PELO DNA , se refere ao RNA mensageiro (RNAm)
geralmente é uma fita simples, este RNA apresenta tamanho variado conforme a
proteína que codificam para síntese. Em procariotos, tem uma série de bases iniciais
que os auxilia na ligação com o ribossomo e no correto posicionamento para o inicio
da síntese protéica.
Em eucariotos, a síntese é mais complexa e sua extremidade é protegida por uma serie
de proteínas. Muitas das bases presentes em seu inicio e final não são utilizadas
diretamente na síntese protéica, mas a partir da sequencia de bases A-U-G que
representa o códon de iniciação, cada três novas bases reconhecem um RNAt ligado a
um aminoácido específico.
Este conjunto de bases é denominado códon e há apenas três possibilidades de trinca,
que não tem nenhum RNAt relacionado, por isso, são códons de terminação. Tendo
em vista que a maioria das proteínas varia de 100 a 500 aminoácido, é de se esperar
que o RNAm tenha pelo menos 350 a 1600 bases nitrogenadas.
Finalmente o RNA transcreve o RNA ribossmoal, que juntamente dezenas de
proteínas, forma o ribossomo de procarioto ou eucarioto. O RNA ribossomal é
sintetizado em região receptiva do DNA, que tem base para transcrever
simultaneamente dezenas de moléculas de RNA, denominada região organizadora do
nucléolo.
Nesso local ocorre também processamento de RNA recém transcrito e o seu aumento
de complexidade com as proteínas que comporão, juntamente com as diferentes
moléculas de RNAr, as subunidade ribossomais. Correspondente até 80 % dos RNA da
célula.
O RNA mensageiro das células eucarióticas, bem como o RNAt , são transcritos com
uma série de bases que não farão parte de sua estrutura final. Esse transcrito
denominado transcrição primária, perderá uma série de bases, as regiões dos
transcritos primários que serão clivadas são denominadas de introns e as são unidadas
para formarem a estrutura final dessa molécula são denominadas exons.
A presença de introns e exons dificulta em muito a análise do genoma, não basta a
determinação da sequencia do DNA, mas é necessário desvendar a sequencia que
efetivamente farão parte do RNA que participam diretamente na síntese de milhares
de proteínas que são sintetizadas pelos seres vivos.

Capitulo 5 biomembranas

As biomembranas são estruturas laminares, compostas principalmente de lipídeos e


proteínas, que definem os limites entre as células e os ambientes extracelulares. Elas formam
barreiras de permeabilidade seletiva, que regulam a composição molecular e iônica do meio
intracelular. Também torna possível a compartimentação das atividades metabólica, por meio
da segregação de enzimas e outros componentes nas diferentes organelas membranosas
presentes na célula. As biomembranas possuem muitas enzimas e sistemas de transportes
importantes. Alguns tipos especializados de membrana geram gradientes iônicos que podem
ser utilizados para sintetizar ATP ou para produzir e transmitir sinais elétricos. Além disso, na
superfície externa das células, estão localizados muitos sítios receptores ou de
reconhecimento que podem interagir com outras moléculas ou mesmos com outras células.
Apensar dessas diferentes funções, as membranas tem em comum a sua estrutura geral: uma
bicamada composta de lipídeos e proteínas, mantidos juntos principalmente por interações
hidrofóbicas.
Estrutura das membranas biológicas

No século passado, observou-se que células animais e vegetais, quando colocadas em soluções
iônicas concentradas, permitiam a passagem de água, mas não de moléculas solúveis. Isso
sugeria a existência de uma barreira semipermeável envolvendo as células. As primeiras
informações sobre a composição química dessas barreiras foram levantadas por Overton,
ainda no século 19. Por meio de experimentos com vários solventes, ele determinou que o
transporte através das membrana estava relacionado á solubilidade de lipídios. Portanto as
membranas biológicas deviam ser ao menos composta por estas partes. Foi observado que
esses lipídeos formavam uma camada na interface entre a água e o ar. Quando os
fosfolipídeos foram comprimidos por meio de barreiras móveis, a superfície de área recoberta
foi estimada sendo de 1,8 a 2 vezes maior que a superfície presente nas membranas dos
eritrócitos. Por meio deste experimento os autores chegaram a conclusão que as membranas
eram dispostas em bicamadas, com suas cabeças polares voltadas para a água e as caudas de
hidrocarbonetos voltadas para um centro hidrofóbico.

Em 1935, com a descoberta de que as membranas também eram compostas por proteínas, foi
proposto, que proteínas globulares focavam na periferia da membrana, interagindo com as
cabeças polares dos fosfolipídeos.

MS foi em 72 que Singer e Nicolson propuseram o modelo do mosaico fluido para as


membranas biológicas. Este modelo propunha que as proteínas estariam embebidas na
bicamada lipídica, de forma que as porções hidrofóbicas das proteínas encontrar-se-iam no
interior também hidrofóbico da bicamada, ambos protegidos do contato com a água. Assim as
proteínas apresentavam três domínios distintos:

Dois hidrofílicos da bicamada, ambos protegidos e um hidrofóbico no interior dela. O modelo


propunha que as proteínas dada a fluidez dos lipídeos, estivessem em movimento constante
pela bicamada lipídica.

A maior parte do modelo proposto por Singer e Nicolson é valida até o presente momento,
hoje sabe-se que nem todas as proteínas se movem livremente pela bicamada lipídica, como
sugerido fora no modelo original. As biomembranas apresentam espessura que varia de 7,5 a
10 nm. Consequentemente só podem ser visualizadas a microscopia eletrônica. As membranas
possuem sempre a mesma estrutura básica: uma bicamada lipídica que forma uma barreira de
permeabilidade seletiva incrustrada por proteínas, que são as principais, mas não únicas,
responsáveis pelas diversas funções apresentadas pelas diferentes biomembranas. Quanto
mais diversas as funções desempenhadas por uma determinada membrana, maior a
variedade de proteínas presentes. Há também carboidratos, ligados a proteínas e lipídeos,
formando glicoproteínas e glicolipídeos, que exercem diferentes funções, a principal delas
corresponde a função de comunicação intercelular.

Os lipídeos

São substâncias orgânicas insolúveis em água e solúveis em solventes orgânicos. Os Lipídeos


são moléculas pequenas, sendo que há cerca de 50 moléculas de lipídeos para cada molécula
de proteínas nas membranas. Dentre os mais abundantes se encontram os fósfolipídeos, que
pertencem a classe dos fosfoglicídeos. Em menor quantidade, são encontrados os
esfingolipídeos e o colesterol.

Os fosfolipideos apresentam uma cabeça polar ou hidrofílica, e suas caudas apolares, ou


hidrofóbicas. Dessa forma, pelo fato de apresentarem regiões hidrofílicas e hidrofóbicas, os
lipídeos de membrana são moléculas anfipáticas. A cabeça polar e composta pelo glicerol ( um
triácool) um fosfato e um álcool, como a colina, a ETAnolanina O INOSITOL OU A SERINA. As
caudas apolares são compostas pela cadeia carbônica dos ácidos graxos, que são ácidos
carboxílicos de cadeia longa que possuem de 12 a 24 átomos de carbono, embora os mais
abundantes nas biomembranas tenham entre 16 e 18 carbonos.

Normalmente os fosfolipídeos apresentam, uma cadeia insaturada, pelo menos, uma cadeia
insaturada em sua composição. Diferenças na quantidade de insaturações dos ácidos graxos
são importantes, pois influenciam a aproximação e movimentação dos fosfolipídeos e,
consequentemente a fluidez das membranas. Quando o álcool da cabeça polar
correspondente a etanolamina, temos a fosfatiletanolamina, e uma colina temos o
fostatidicolina, com uma serina a mesma coisa.

As paredes da mitocôndria são mais impermeáveis, são formadas por uma molécula de
glicerol, e dos ácidos fosfatidicos.

Os fosfolipídeos em solução aquosa devido seu caráter anfipático, tem tendência natural a
formação de bicamadas. Quando esses lipídeos são expostos a água, tendem a se agregar de
modo que suas caudas apolares sejam confinadas em regiões hidrofóbicas e as cabeças
hidrofílicas fiquem em contato com a água. Essa propriedade intrínseca faz com que se possa
produzir in vitro, até com relativa facilidade membranas artificiais.

Um tipo de bicamada sintética, utilizada para se estudar as propriedades das membranas


lipídicas são os lipossomos. Os lipossomos são como vesículas relativamente esféricas cujos
fosfolipídios, dispostos em bicamadas, separam uma região central do meio externo.

Estudos realizados com lipossomos mostram que membranas exclusivamente lipídicas são
impermeáveis a moléculas polares, elas bloqueiam também a passagem de moléculas apolares
grandes, ou seja, com alta massa molecular ( como carboidratos, aminoácidos e nucleotídeos)
e moléculas com cargas elétricas, uma vez que as biomembranas são seletivamente
permeáveis a esses diferentes tipos de moléculas, fica evidente que outros de seus
componentes, no caso as proteínas, promovem o transporte de substâncias que não as
atravessam espontaneamente.

Os esfingolipídeos também são componentes das membranas, embora em menor


quantidade. Esses compostos também são formados por uma cabeça polar e duas caudas
apolares. A cabeça polar é constituída pela esfingosina e por um álcool aminado. As caudas
apolares são constituídas por ácidos graxos e pela porção hidrofóbica da própria esfingosina.
Os esfingolipídeos não apresentam glicerol, há três classes de esfingolipídeos: as
esfingomielinas, os cerebrosídeos, e os gangliosídeos.
As esfingomielinas contéum um grupo fosfato e também pode ser classificado como um
fosfoglicerídeo. Se assemelha muito aos fosfoglicerídeos em suas propriedades gerais. As
esfingomielinas forma a bainha de mielina das células nervosas.

Os cerebrosídeos não contém fosfato nem possuem carga elétrica, mas possuem em sua
constituição uma ou mais moléculas de carboidratos. Os carboidratos substituintes podem ser
a galactose ( galactocerebrosídeos) ou glicose ( glicocerebrosídeos) eles ocorrem nas camadas
não citosólicas de algumas biomembranas.

Os glicosídeos são moléculas mais complexas, pois apresentam uma cabeça polar muito
grande e com muitas moléculas de carboidratos em sua composição. Ocorrem em quantidades
relevantes nas células nervosas, onde atingem cerca de 6% do total de lipídios, e em
quantidades menores nas membranas dos demais tipos celulares.

O colesterol é outra molécula que ocorre nas membranas biológicas de eucariontes. É um


esteróide composto por quatro anéis fundidos derivado do ciclo pentanoperidrofenantreno. O
colesterol está intimamente relacionado a fluidez das biomembranas como será visto adiante.

A composição lipídica das duasfaces das membranas biológicas é bastante diferenciada. Diz-se
então que as membranas são assimétricas.
Normalmente os lipídeos fosfatidilcolina e esfingomielina estão localizados apenas na face
externa das membranas, enquanto as fosfatidilcerina e a fosfatidiletanolamina estão situadas
na face interna ou citoplasmática. Uma vez que a fosfatidilserina tem carga elétrica negativa,
existe, portanto uma significativa variação na distribuição de cargas elétricas entre as duas
faces da membrana.

Proteínas

Embora a estrutura básica de uma biomembrana seja dada pela bicamada lipídica, a maioria
das suas funções é realizada por proteínas. Entre estas funções pode-se citar o transporte de
íons e moléculas polares, interação com hormônios, transdução de sinais por meio de
membranas e até a estabilização estrutural.

Não é de se espantar, que a razão entre proteínas e lipídeos nas membranas varie de acordo
com a atividade funcional da mesma. Por exemplo, o teor de proteínas presente na bainha de
mielina é cerca de 25% de seu peso total, já a membrana da mitocôndria e do cloroplasto,
corresponde a 75%. Na membrana plasmática gira em torno de50%.

As proteínas podem ser associadas aos lipídeos de diversas formas, algumas proteínas
interagem muito fortemente com as porções hidrofóbicas dos lipídeos de membrana. Essas
proteínas só podem ser extraídas com o uso de agentes que quebrem essas interações,
solubilizando as membranas, como os detergentes. Essas proteínas são conhecidas como
intrínsecas. As proteínas intrínsecas estão inseridas na bicamada lipídica e apresentam
domínios citoplasmáticos, transmembrana e não citoplasmático.

Os domínios que passam pelo interior das membranas e que fazem parte de um ambiente
hidrofóbico possuem resíduos de aminoácidos hidrofóbicos. Uma vez que o ambiente ao redor
da ligação peptídica é hidrofílico e que o interior da membrana é hidrofóbico, há uma
tendência geral de que os segmentos transmembrana adotem um estrutura de alfa hélice, que
comprometem estes mesmos grupos em ligações de hidrogênio. Essa formação de ligação de
hidrogênio na ausência de água também faz com que a cadeia polipeptídica que passa pelo
interior da bicamada lipídica a atravesse completamente antes que ocorra qualquer alteração
no seu direcionamento, tais como dobras de cadeia protéica, a existência de tais dobras requer
a perda da regularidade das interações obtidas pelas ligações de hidrogênio, o que por sua vez
levaria a exposição de radicais polares no ambiente hidrofóbico no interior das membranas,
assim a possibilidade de existirem proteínas semi inseridas nas membranas biológicas é
pequena.

Algumas proteínas intrínsecas apresentam uma única região que atravessa a bicamada. Essas
proteínas são conhecidas como unipasso. Outro tipo de proteína posui mais de um domínio
transmembrana, sendo denominado multipasso. Todas as proteínas transportadoras de
membrana, assim como os canais iônicos, são multipasso. No caso das proteínas que compõe
o canal iônico são multipasso. Onde varias das porções se cruzam a fase lipídica apresentam
aminoácidos hidrofílicos, que contribuem para a formação de canais iônicos.
As proteínas hidrofóbicas ns membranas, tem a capacidade de se associar a elas, pode ser
aumentada pela ligação covalente de grupos lipídicos. Esse agrupamento se insere na fase
lipídica das membranas, estabilizando a associação proteína-membrana. Outras proteínas
localizadas no citoplasma associam-se as membranas apenas por meio de uma ou mais cadeias
de ácidos graxos ou por outros tipos de lipídios covalentes ligados. Ainda existem as proteínas
que se associam as membranas na face extracelular por meio de ancoras ligadas de forma
covalente a oligossacarídes e, por sua vez, aos lipídeos da bicamada. Essas proteínas interagem
com as membranas apenas por meio de ancoras de glicosilfosfatidinositol ( GPI) Tais proteínas
podem ser liberadas da membrana facilmente por meio de fosfolipídeos, que clivam os
fosfatidilinositol, liberando a proteína da membrana para o meio.

A forma como as proteínas da se associam ás membranas normalmente reflete a sua função.


por exemplo somente proteínas intrínsecas podem exercer sua função em ambos os lados da
membrana. Exemplos dessas proteínas são os canais iônicos e proteínas receptoras. Por outro
lado, proteínas que são funcionais apenas em uma das faces da membrana encontram-se
associadas apenas nas regiões em que elas são funcionais.

CARBOIDRATOS

Os carboidratos presentes nas membranas correspondem as porções glicídicas de suas


glicoproteínas, proteoglicanos e glicolipídeos. Esses carboidratos são encontrados geralmente
na face não citoplasmática da membrana. Assim na membrana plasmática, os carbiodratos
estão voltados para o meio extracelular, enquanto nas membranas e organelas elas estão
voltadas para o lúmen.

Dentro os carboidratos presentes na biomembrana são encontrados glicose, galactose,


manose, fucose, N-acetilgalactosamina, e ácido acetilneuramínico.

Os carboidratos são de grande importância para a fisiologia das biomembranas. Eles ocupam
espaço relevante d superfície das membranas. No caso das membranas plasmáticas, os
carboidratos presentes na superfície celular compõe um tipo especial da camada, com cerca
de 10 a 20 nm, conhecida como cobertura celular ou glicocálix. Uma vez que os carboidratos
carregados negativamente, el especial o ácido siálico, apresentam em quantidade significativa
o glicocálix, é em grande parte responsável pela carga elétrica negativa encontrada na
superfície da célula.

A função mais importante dos carboidratos nas membranas é o reconhecimento melecular, o


que permite também a comunicação intercelular. Enquanto os aminoácidos nas proteínas ou
nos nucleotídeos nos ácidos nucléicos formam um tipo de ligação, duas hexoses idênticas,
podem interagir umas com as outras em diversas posições. Dois monossacarídeos podem se
ligar e formar 11 dissacarídeos idênticos, enquanto 2 aminoácidos diferentes podem formar
apenas um dipeptídeo. Esse grande potencial de diversidade estrutural faz dos carboidratos
uma elevada capacidade de informação.

Para que os carboidratos possam participar do reconhecimento molecular, é necessário que


existam componentes celulares capazes de reconhecê-los. Isso é feito por uma proteína
chamada de lectina. Que é capaz de reconhecer e e ligar de forma rápida, específica e
reversível a um carboidrato. Esta interação por ser múltipla e variável, dá condições para uma
grande gama de fenômenos.

A lectina também é responsável pela interação fisiológica célula-célula, como por exemplo , a
interação do óvulo com o espermatozóide, na germinação do grão de pólen, na adesão de
bactérias, na remoção de glicoproteína do plasma sanguíneo pelas células hepáticas e mesmo
na resposta inflamatória.

Na extremidade extracelular dessas proteínas, existe um domínio estrutural semelhante ao


encontrado nas lectinas, que reconhece os carboidratos presentes na superfície de outros
tipos celulares.

Outra atividade importante realizada pelos carboidratos na superfície celular é a especificação


dos grupos sanguíneos do sistema ABO. Os grupos sanguineos humanos são determinados em
parte por uma sequencia de oligossacarídeos presentes nos esfingolipídeos da membrana
plasmática dos eritrócitos. Todos os tipos sanguíneos possuem uma seqüência que
compreende glicose, galactose, N-acetilgalactosamina, galactose e fucose.
Aspectos funcionais

Fluidez da membrana

Dada a ausência de ligações químicas entre os diferentes componentes das biomembranas ,


elas possuem relativa liberdade com respeito aos próximos e são livres para se mover no
plano da bicamada. A fluidez é a capacidade de movimentação dos diferentes componentes da
bicamada lipídica. Essa movimentação é intensa.

O movimento dos lipídeos é de extrema importância, além de minimizar a rigidez das


membranas biológicas, ela permite a difusão dos seus diferentes constituintes. Na verdade, a
maior parte dos fenômenos associados a fisiologia das membranas, entre eles a atividade
enzimática é o transporte de soluto, é profundamente afetado pela fluidez. A fluidez é uma
característica dada pela composição lipídica. Dentre os fatores que podem interferir na fluidez
estão: presença ou não de insaturação de ácidos graxos, a temperatura ambiental, a presença
de moléculas interpostas na bicamada lipídica e a própria dieta alimentar.

Mediante as cadeias carbônicas dos ácidos graxos podem ser saturados ou insaturados, as
insaturações fazem com que os ácidos graxos ocupem um maior espaço no plano da
membrana, possibilitando assim uma maior movimentação dos lipídeos e consequentemente
das proteínas.
Outro fator que pode interferir na composição lipídica das membranas celulares e como
conseqüência na sua fluidez é a dieta. Os lipídeos obtidos via cadeia alimentar, entre eles
ácidos graxos saturados, insaturados, polissaturados e o próprio colesterol, são incorporados
ás membranas. Desta forma, a dieta observada em uma dada população, seja animal ou
humana, é capaz de interferir de forma bastante acentuada na fisiologia das membranas
biológicas.

Modulando a composição da fluidez das membranas

Apesar de todos estes fatores, existe uma cerca capacidade dos seres vivos em alterar suas
membranas, de modo a se adaptarem a variações ambientais. Normalmente os níveis de
ácidos graxos com ponto de fusão menor estão aumentados nas membranas de animais que
vivem em regiões em que a temperatura é mais baixa, enquanto as membranas de animais
que habitam a temperaturas mais elevadas são encontrados ácidos graxos com ponto de fusão
mais alto. Por outro lado, seres que vivem onde há variação térmica, os seres podem adicionar
ácidos graxos com pontos de fusão maior, mantendo a composição a níveis funcionais. Esta
capacidade de modular a composição das biomembranas é normalmente limitada. Embora a
fluidez das membranas seja uma propriedade determinada pelos lipídeos as proteínas
presentes na membrana também estão sujeitas a elas. A fluidez da camada lipídica permite o
deslocamento lateral de todas as proteínas inseridas nas membranas, exceto aquelas que
apresentam algum tipo de interação estável e as mentem fixa em um determinado ponto nas
membranas. Essas interações podem ser estabelecidas com componentes do ambiente
extracelular, como por exemplo a matriz extracelular, ou do meio citoplasmático, com os
componentes do citoesqueleto.

DOMINIOS DA MEMBRANA

Apesar da fluidez da membrana, muitos tipos celulares são capazes de segregar determinados
tipos de lipídeos e proteínas em regiões específicas nas bicamadas. Estas regiões são
denominadas domínio da membrana. A separação tanto de lipídeos como de proteínas pode
ser feita por meio de barreiras físicas, como alguns tipos de junções celulares, denominadas
junções de oclusão, a quais não permitem a difusão lateral dos lipídeos ou proteínas pelo
plano da membrana. Contudo existem células que podem criar domínios de membrana sem o
uso de junções celulares ou quaisquer outro tipo de barreiras físicas conhecidas.

Receptores

A habilidade a célula de responder a sinais ambientais é de crucial importância para o seu


destino, a sinalização é feita por grande variedade de moléculas, que são denominada
genericamente de ligantes. Alguns destes são moléculas lipossolúveis, e portanto atravessam
as membranas e se ligam a receptores citoplasmáticos ou nucleares, como por exemplo os
hormônios e esteróides. Outro tipo de ligantes como polipeptídeos e pequenas moléculas
polares não são capazes de atravessar diretamente a bicamada lipídica. Essas moléculas
necessitam então interagir com proteínas presentes nas membranas. Essas moléculas
necessitam interagir com proteínas presentes nas biomembranas. Essas proteínas
especializadas que reconhecem ligantes de forma específica, são denominadas de receptores.
Os receptores são proteínas intrínsecas, apresentam 3 domínios estruturais: são proteínas
intrínsecas, que tem um domínio extracelular, transmembranar, composto de aminoácidos
hidrofóbicos, e um domínio citoplasmático no interior da célula. Por outro lado os receptores
intracelulares presentes nas organelas apresentam um receptor intracelular, transmebranar e
um componente no interior da organela.

Basicamente os receptores funcionam na seguinte forma:

1. O sinal é transmitido por meio de alterações na atividade funcional do domínio


citoplasmático dos receptores de modo a gerar reações intracelulares, que culminam
em reações no comportamento celular.
2. O receptor interage com o ligante de modo a iniciar um processo de internalização do
mesmo por meio de um estrangulamento da membrana e formação de uma vesícula.
Isso ocorre durante a endocitose mediante por um sinal.
3. Ao interagir com o receptor, o ligante transferido para o interior da célula. Isso ocorre
no transporte de vários tipos de moléculas pelas membranas.
4. O receptor interage de forma estável com o ligante o que normalmente induz
alterações no arranjo do citoesqueleto. Esse tipo de interação ocorre no processos de
adesão célula-célula ou célula-matriz extracelular.

A maioria das moléculas sinalizadoras, como os hormônios e fatores de crecimentos,


apresentam-se em concentração muito baixa. Dessa forma, os receptores, presentes
nas membranas apresentam uma afinidade alta em relação a eles. Por outro lado, os
componentes de matriz extracelular, uma rede composta por macromoléculas, são
extremamente abundantes. Assim, seus receptores, tem afinidades baixas. Os
receptores são proteínas que permitem a célula interagir com o meio extracelular,
participar de processos de migração celular, interpretar sinais vindo do ambiente, que
induz alteração fisiológica.

Permeabilidade
Se analisarmos a permeabilidade de membranas lipídicas sintéticas, veremos que elas
bloqueiam a passagem da maioria das moléculas polares, de moléculas apolares. As
membranas permitem a passagem não apenas de pequenas moléculas, mas também
moléculas polares, como açucares, aminoácidos, nucleotídeos e mmetabólitos. Esse
transporte pelas suas membranas é feito por proteínas transportadoras de membrana
que atravessam a bicamada lipídica.
As proteínas são capazes de exercer suas atividades de diferentes maneiras, algumas
apresentam espaços hidrofílicos, criando espaços para o deslocamento de certos íons,
ou moléculas. Estas proteínas são chamadas de proteínas canais. O transporte é
relativo a quantidade de soluto.
Outro tipo protéico presente na membrana interagem com as moléculas solúveis, de
modo a ocorrer alterações estruturais na proteína, essas alterações permitem o
deslocamento dos solutos através da biomembrana. As proteínas que funcionam nessa
maneira são chamadas de carreadoras.
O transporte mediado pelas proteínas nas membranas podem ser feitos de três
formas diferentes:
 Uniporte: quando uma única molécula é transportada unidirecionalmente por
meio da membrana.
 Simporte: quando duas moléculas são transportadas simultaneamente, em
uma mesma direção.
 Antiporte: quando duas moléculas são transportadas simultaneamente em
direções opostas.
O transporte ocorre de 2 formas, por meio da difusão, que é passivo ou por meio do
transporte ativo que é caracterizado pelo gasto energético.
Difusão simples: ocorre por meio do gradiente de concentração de soluto, até que seja
atingido e equilíbrio entre os dois compartimentos, a velocidade da difusão depende
da solubilidade dos solutos em relação aos lipídios e o tamanho das moléculas, quanto
maior a solubilidade dos solutos nas membranas, maior será a permeabilidade e mais
rápido o transporte da molécula.
Difusão por canais protéicos: os canais protéicos constituem vias aquosas para a
passagem do soluto, esses canais são altamente seletivos a passagens de íons ou
moléculas, essa seletividade é conseqüência da própria característica dos canais,
como o seu diâmetro, a disposição da carga elétrica. Os canais de sódio por exemplo
são ricos em carga negativa, atraindo a molécula de Na+.
Os canais de potássio não apresentam cargas elétricas de modo que não exercem
atração molecular uma vez que os íons de sódio é menor que os íons de K+, sua
densidade de caga e seu campo elétrico são mais fortes. Assim a forma hidratada do
NA+ é maior em diâmetro do K+. COMO CONSEQUENCIA os íons de potássio
hidratados são menores e arrastam uma menor quantidade de água. Dessa forma eles
passam por seus canais, enquanto os íons de sódio são retidos por seu tamanho. O
Os canais protéicos nem sempre estão abertos, existe um sistema de fechamento,
semelhante a comportas que os obstruem. Esse sistema de fechamento representa um
mecanismo fisiológico que permite o controle de permeabilidade das biomembranas.
Tais canais podem ser abertos por potenciais elétricos gerados na membrana, ou por
interações com outros tipos moleculares, como hormônios ou neurotransmissores.
Difusão facilitada: um grande número de componentes, como açúcar e aminoácidos,
atravessam biomembranas com uma taxa maior do que a esperada em relação ao seu
tamanho, carga elétrica ou concentração. Estes compostos são translocados para o
interior da célula por meio de difusão facilitada.
Sendo uma forma passiva de transporte mediada por carreadores que apresentam
especificidade para os solutos presentes por meio extracelular, entretanto por se
tratar de um transporte mediado por proteínas de membrana, ela apresenta um
limite de saturação.
Acima desse ponto o aumento na taxa de transporte na é mais observado embora
concentração o soluto possa aumentar. Apesar da difusão facilitada proporcionar um
deslocamento mais rápido, ela não pode ir contra o gradiente de concentração.
O transporte ativo:
Esse transporte é feito ás custas de gastos energéticos, ele é mediado por proteínas
carreadoas, da mesma forma que na difusão facilitada. No entando no transporte ativo
o carreador consome energia química (ATP) para promover o transporte ativo de
moléculas contra o gradiente de concentração ou eletroquímico. O exemplo mais
comum são as bombas de sódio e potássio, mediado pelo carreador Na+/k+ - ATPase,.
As bombas de Ca+ é um carreador encontrado na membrana plasmática e em
endomembranas, como as mitocôndrias e do reticulo sarcoplasmático. Esse
carreador,como o próprio nome sugere, promove o transporte de Ca+.
Assim como na difusão facilitada, o transporte ativo também apresenta um ponto de
saturação, que é atingido quando todos os carreadores da membrana estão
trabalhando em atividade máxima. O transporte ativo é importante porém
dispendioso em energia.

Aspectos patológicos

Dado que as biomembranas estão ligadas aos aspectos fisiológicos das células. Fica evidente
que alterações em sua composição e estrutura levam a diferentes tipos de patologias. As
células tumorais apresentam alterações na composição lipídica e nos tipos de carboidratos
presentes na superfície das células, além de possuírem proteínas de membranas com atividade
alterada.

A fibrose cística é uma doença autossômica recesiva que afeta 1 em cada 2000 crianças. A
patologia é causada por duas anormalidades, a composição iônica anormal no produto
secretado por glândulas exócrinas e comportamento físico químico alterado de muco nos
ductos exócrinos. Isso leva a desidratação e morte das células epiteliais, alterações
encontradas no muco fazem com que se apresente muito viscoso, obstruindo ductos ou
cavidades corporais, o que leva a doença pulmonar obstrutiva crônica, insuficiência
pancreática, obstrução intestinal, cirrose hepática e outras complicações.

O gene associado a esta doença é o cromossomo 7, que codifica um processo de proteína. A


função normal do CFTR é a de canal para íons de cloreto, regulado por AMP cíclico, na
membrana apical das células epiteliais, com sua alteração, tem-se a dominuição na
exportação e o aumento de absorção de eletrólitos por meio de canais de cloreto. Isso ocorre
principalmente nos eptélios respiratórios, biliar, intestinal e pancriático.

A distrofia muscular de duchenne, é outra patologia associada a alterações nas membranas.


Ela corresponde a um quadro degenerativo progressivo e letal, caracterizado por um
enfraquecimento lento e gradual da musculatura esquelética. Quando crianças não coneguem
correr ou subir escadas, com 10 anos não conseguem andar e com 20 anos morrem, a distrofia
é causada por uma mutação que leva a ausência da proteína distrofina . que é estrutural na
membrana plasmática, cuja função, nos indivíduos normais é anvorar as miofibrilas musculares
presentes no citoplasma da membrana.

Capítulo 6 junções celulares

As células dentro de um tecido ou órgão, estão interconectadas com outra célula e com a
matriz extracelular por meio de estruturas especializadas da membrana plasmática,
denominadas junções intercelulares e junções célula-matriz, respectivamente. As junções são
classificadas em 4 componentes:

1. Junção de oclusão
2. Junção aderente
3. Desossomo
4. Junção comunicante

As junções de célula matriz, podem ser divididas em 2 tipos: a junção de adesão focal e
hemidemossomo,todas estas junções celulares não são necessariamente encontradas em
todos os tipos celulares do organismo as células do sangue, são desprovidas dessas estruturas.
Por outro lado, em epitélios e revestimos as junções aparecem bem desenvolvidas. A
especialidade dessas membranas tem elementos altamente dinâmicos e reguláveis da
membrana celular, sendo modulados por substâncias e tratamentos diversos.
Varias proteínas integrantes das junções já foram identificadas, isoladas e caracterizadas ,
tendo sido evidenciado o envolvimento dessas estruturas em vários processos fisiopatológicos.
A disfunção de algumas junções pode contribuir na etiologia do processo de infecção
bacteriana intestinal, câncer e metástase, doenças dermatológicas de origem autoimune,
neuropatias, etc.

Junções intercelulares

São definidas por especializações da membrana plasmática que interconectam células vizinhas
dentro de um tecido. As unções foram no inicio denominadas de barra terminal, pois
apareciam como uma série de pontos mais corados da membrana lateral de células
adjacentes imediatamente abaixo da superfície apical do epitélio intestinal. Com o advento
da microscopia eletrônica a barra terminal foi vista com uma série de estruturas morfológicas
distintas, localizadas na membrana lateral da célula. Funções específicas foram atribuídas a
cada um dos componentes das junções intercelulares, baseando-se na sua ultra estrutra
visualizada por microscopia eletrônica.

No epitélio por exemplo, a junção de oclusão age como uma barreira de difusão limitando a
permeação de H2O E IONS de pequenas moléculas. A junção comunicante desempenha. A
junção comunicante desempenha uma função importante no processo de comunicação
intercelular. A estrutura bioquímica do complexo unitivo tem sido identificadas varias
proteínas integrantes a essa estrutura.

Junção de oclusão

A junção de oclusão, forma um cinturão ao redor da célula epitelial, com o qual as


membranas laterais de células vizinhas estão em intimo contato. Em alguns tipos celulares,
esta cintura formado pela junção é descontínuo, recebendo a denominação de faixa (fasciae)
sob microscopia eletrônica, a junção de oclusão aparece como uma série de sítios de aparente
fusão parcial das membranas laterais de células vizinhas. A espessura da membrana da região
é menor que na região da membrana plasmática.
Em criofraturas, a junção de oclusão constitui um rede complexa de cordões anastomosantes e
reentrância complementares, que correspondem aos sítios de fusão identificados em secções
ultrafinas. A interpretação mais plausível, em nível molecular para essa imagem da criofratura
da junção de oclusão é que partículas protéicas integrais da membrana de células vizinhas se
dispõe lado a lado, formando cordões de vedação que se entrelaçam e aderem firmemente
entre si. Uma analogia que auxilia na compreensão dessa estrutura é a representação dessas
partículas como os dentes de um zíper, quando as partículas vizinhas interagem e se unem, há
o fechamento do espaço celular nessa região, ao longo dos cordões.

As possíveis moléculas para comporem este cordão são a oclidina e a claudina, a primeira
possui quadro regiões hidrofóbicas inseridas na membrana plasmática, e dois domínios
intracelulares. Tanto a ocludina quanto a claudina são detectadas por imunocitoquímica ultra
estrutural, exclusivamente nos cordões da junção de oclusão de vários epitélios, mas estão
ausentes em tipo celulares desprovidos desse tipo de junção. A região da ocludina voltada
para o citoplasma interage diretamente com um complexo justaposto a face interna da
membrana o qual é formada por 3 proteínas citoplasmáticas a ZO-1, ZO-2 e a ZO-3. A ZO-1 foi
a primeira proteína integrante a ser identificada, embora seja um componente constante em
junões de oclusão em células epiteliais, podem ser encontrados também nos miócitos
cardíacos, fibroblastos, astrócitos, células de Shwann) podendo estar assoado a outra junção
como a do tipo aderente. Por esta razão, a ZO-1 não é um marcador específico das células de
oclusão assim como as outras duas.

Funções

Até metade do século 20, creditava-se que a junção de oclusão fosse uma estrutura
totalmente impermeável e não regulável da membrana plasmática de células epiteliais.
Atualmente sabe-se que esta junção apenas limita a difusão passiva de íons e pequenas
moléculas através do espaço intercelular. Embora seja impermável esta junção de oclusão a
diferentes moléculas pode ser observado que substâncias eletrodensas, como por exemplo a
ferrina, quando adicionados ao lado do epitélio, não atingem o lado contralateral, parando
especificamente na região de oclusão.

A função de barreira de difusão, desempenhada pela junção de oclusão, é crucial no caso do


epitélio que revestem cavidades e superfícies do organismo. Esse tio de tecido delimita
compartimentos de composição química distinta ( como por exemplo o epitélio intestinal,
renal e da bexiga). A perda da junção de oclusão significaria a dissipação do gradiente
eletroquímico entre os dois lados do epitélio e por sua vez o comprometimento destes órgãos.
Diferentes epitélios podem apresentar graus de variância na estrutura de oclusão. Portanto o
epitélio da bexiga tem uma complexidade maior, sendo relativamente impermeável. Tendo
uma maior quantidade de cordões de vedação. Já em epitélios mais permeáveis, como o
endotélio que reveste capilares não cerebrais, a junção de oclusão apresenta apenas um ou
dois deste cordão de vedação, por sua vez se correlaciona com vários tipos celulares, com o
grau de expressão da ocludina, enquanto permeabilidade de cada cordão de vedação depende
da expressão e do tipo de claudina que o compõe.

Além da função de barreira, a junção de oclusão também desempenha um papel importante


na manutenção da polaridade celular. Esta é caracterizada pela distribuição assimétrica de
proteínas e lipídeos entre os domínios apicais e basolateral da membrana plasmática. A
polaridade celular é fundamental para certos epitélios, como o intestino e o renal, que
dependem da distribuição assimétrica das proteínas transportadoras na membrana para
desempenhar a função de absorção e transporte trasepotelial.

Por outro lado, sabe-se que tanto a formação como a manutenção dapolaridade celular
dependem não somente da junção de oclusão, mas também da junção de adesão e do
citoesqueleto.

Função da barreira e sua regulação

A permeabilidade da junção de oclusão pode ser modulada por inúmeras condições


experimentais e fisiopatológicas. A função da barreira da junção de oclusão pode ser
determinada utilizando-se várias técnicas: como analise de estrutura dessa junção por
imunocitoquímica e microscopia eletrônica, medição da resistência elétrica trasepitelial, e
medição do fluxo transepitelial de moléculas conhecidas como marcadores extracelulares que
atravessam a epitélio somente pela via paracelular. Quando ocorre uma diminuição da Rt
acompanhada de um aumento do fluxo de um marcador extracelular específico, de um para o
outro epitélio, diz-se que a permeabilidade através da junção de oclusão está aumentada e
que portanto a sua função d barreira está comprometida. Em uma situação inversa,
caracterizada por aumento de Rt, a redução do fluxo transepitelial de marcadores extra
celulares, a barreira de difusão, constituída por esta junção está reforçada.

Existem tratamentos de substâncias que aumentam a permeabilidade da junção de oclusão,


como por exemplo, o aumento do cálcio intracelular, diminuição do Ph citoplasmático, e do
cálcio extracelular, exposição a certos hormônios e citosina, exposição a vitamina A, proteases
e glicocorticóides, reduzem a passagem de íons e solutos por meio da junção, entretanto os
mecanismos intracelulaes envolvidos no controle da estrutura e função da junção de oclusão,
ainda permanecem desconhecidos. Contudo, sabe, que o grau de fosforização da proteína
integrante dessas funções e sua associação com o citoesqueleto sã fundamentais para a
manutenção da função da barreira do epitélio. O tratamento com a droga citocalcina, que
fragmenta os filamentos de actina, induz a ruptura da barreira epitelial.

A fosforilação das proteínas associadas a junção da oclusão pode levar a uma desestruturação
na arquitetura dessa junção, em decorrência de um comprometimento das interações
moleculares entre essas proteínas da junção e/ou da internalização dessas moléculas em
vesículas citoplasmáticas.

O controle de permeabilidade dessa junção parece importante no processo de absorção de


nutrientes no intestino, em células epiteliais da mucosa intestinal, a ativação de co-
transportadores de Na+ nutrientes pela glicose e por certos aminoácidos induz o aumento da
permeabilidade da junção de oclusão, resultando na maior absorção de nutrientes também
por via paracelular por infusão passiva.

A hipótese para explicar este mecanismo é desencadeado de sinais em cascata intracelular,


provavelmente liberado pela cinase da cadeia leve de miosina, acarretando na contração do
anel perijuncional. Essa contração por sua vez, leva uma tração na membrana da região de
junção de oclusão, e um aumento da permeabilidade da estrutura.

Outro exemplo é a transmissão de leocócitos polimorfonucleares através de epitélios em


estado de inflamação aguda e a transmissão de células germinativas através da barreira de
epitélio seminífero na espermogenese. Em ambos os casos as células migratórias induzem a
mudanças conformacionais ou rompimento das junções de oclusão das células epiteliais para
permitir a sua passagem.

Em estados patológicos possibilitados por bactérias e toxinas podem-se induzir aumento na


permeabilidade dessa junção de células epiteliais. Esses patógenos comprometem a função de
barreira epitelial interstinal promovendo, cotração do citoesqueleto perijuncional, aquele
associado a junção de oclusão ou interagindo diretamente com os componentes da junção.
Um exemplo é um polipeptídeo que tem a capacidade de interagir com as moléculas
claudinas, a ppartir do exterior da célula , e induzir a remoção dessas proteínas da junção de
oclusão em células epiteliais, reduzindo a função de barreira. O comprometimento da função
de barreira, pode contribuir com diarréia, frequentemente visto mediante a infecção do
intestino, bem como dá condições para oferecer um possível portal de entrada para reinfecção
pela própria bactéria ou por outros microorganismos.

Junção aderente

Assim como a junção de oclusão, a junção aderente, também forma um citurão que circula a
região subapical das células epiteliais. Entretanto, em secções ultrafinas, a junção aderente
aparece como uma região especializada da membrana localizada logo abaixo da junção de
oclusão onde as duas membranas adjacentes ficam paralelas e separadas por uma distancia
de 150ª de largura, preenchido por um material amorfo, aparentemente homogêneo de
densidade fina. No lado citoplasmático, há uma espessura malha de filamentos de 70 A
constituído essencialmente de F-actina.

Esses microfilamentos de actina podem aranjar-se em paralelo a membrana celular apical,


circundando toda a periferia da célula formando um anel de actina perijuncional. A junção
aderente também aparece como faixas descontínuas ou pontos de adesão intercelular,
denominados fascia adherens, observados em alguns tipos de epitélios glandulares e em
tecidos não epiteliais ( como no músculo cardíaco). Com base na sua aparência ao ME , a
função primária sugerida para a junção aderente é a de promover a adesão entre células
vizinhas. A evidencia experimental, para essa função adesiva, foi primeiramente obtida quando
se observou um comprometimento do processo de adesão intercelular após a exposição da
célula a anticorpos que reconheciam glicoproteínas da superfície celular, as quais se
concentravam particularmente na junção aderente.

Posteriormente foram denominadas moléculas de adesão celular, denominadas CAM, que


podem ser classificadas em dois grupos principais de acordo com a dependência ou não de
Ca+2 para a sua propriedade adesiva.

Funções

A principal atribuição funcional da junção aderente é promover uma firme adesão entre
células vizinhas, o que é crucial para a formação e manutenção da arquitetura tecidual. A
manutenção dos contatos celulares é fisiologicamente significativa, dado o fato que o
comprometimento do mecanismo de adesão cellular, mediado pelas caderinas/cateninas
consiste em uma etapa importante para o desencadeamento do processo tumoral. Células
transformadas, como as que dão origem a tumores de origem epitelial ( por exemplo
carcinoma e adenocarcinomas) apresentam frequentemente baixa adesividade com outras
células e com matriz extra celular, combinada com uma alta motilidade celular. O processo de
transformação inicia-se com a perda de adesão intercelular quando, então as células
transformadas se tornam extremamente móveis. Devido, em parte, a essa baixa
aderência,cessa-se a inibição por contato do crescimento celular, que ocorre quando uma
célula normal entra em contato com outra idêntica, a célula transformada começa a se
multiplicar de forma desordenada. Num grau mais intenso de transformação ou de
diferenciação, as células podem se tornar metásticas ao saírem de seu local de origem
invadindo outras vias e órgãos via circulação sanguinea e linfática.

Vários mecanismos podem estar envolvidos na perda da adesividade celular entre as células
tumorais:

1. Mutação nos genes que codificam caderinas e cateninas


2. Repressão do processo de transcição dos genes das caderinas e cateninas
3. Comprometimento da interação molecular entre caderinas e cateninas.

Este ultimo é o mais comum no qual os oncovirús induzem transformação celular.


Tem sido comprovado que certos vírus oncogênicos, que são capazes de provocar o
câncer, induem rompimento da interação molecular entre caderina e cateninas,
modificando de forma bioquímica essas proteínas via fosforilação nos resíduos de
tirosina.
A junção adrente desempenha um papel crucial na formação e manutenção da
estrutura e da função das outras junções intercelulares. A exposição de células em
cultura a anticorpos contra E-caderina compromete a formação da junção de oclusão,
de desmossomos e de junções comunicantes, além da própria junção aderente.
Adcionalmente, a redução da propriedade adesiva, da E-caderina, pela retirada de
cálcio extracelular d células epiteliais, ou ainda pela exposição de anticorpos, resulta
em dessestruturação da junção de oclusão e consequentemente comprometimento da
função de barreira epitelial.
A interação celular mediada pela junção aderente parece também importante para
manter a polaridade celular. Acreditava-se que a junção de oclusão fosse principal
componente celular responsável em manter a polaridade celular, restringindo a
difusão lateral de diferentes componentes da membrana entre os domínios apical e
basolateral de células. A junção aderente juntamente com o citoesqueleto,
desempenha um papel importente no processo de formação de domínios da
membrana.
A junção aderente promove a polarização da membrana celular por dois mecanismos:
1. Induzindo a formação da junção de oclusão na interface entre as membranas apical e
basolateral.
2. Organizando indiretamente um citoesqueleto basolateral, pela ancoragem dos
microfilamentos da membrana basolateral.

As evidências experimentais para essa ideia vieram de experimentos de cultura de


fibroblastos transfectados com DNAc codificando E-caderina. A expressão induzida de
E-caderina, nestas céllulas,, resultou em modificações na distribuição de Na+, K+ e
ATPase observada após a expressão de E-caderina ocorreu na ausência da junção de
oclusão, mas coincidiu com a reorganização do citoesqueleto associada a membrana
celular. A junção aderente está também envolvida no processo de reconhecimento
celular. Como mencionado anteriormente, as caderinas interagem entre si
homotipicamente, e a adesão intercelular somente ocorre entre célula que expressam
subtipo idêntico de caderina.
Por outro lado,células heterotípicas que expressam diferentes caderinas ou
quantidade diferentes do mesmo subtipo não tem a capacidade de se aderirem e
tendem a se desagregar, formando massas homotípicas separadas. Esse
reconhecimento celular mediado pela caderina, obercado in vitro, é conhecido como
segregação e é fundamental para o processo de organogênese. Células de embrião
formam uma massa celular indiferenciada e relativamente homogênea, numa certa
etapa do desenvolvimento embrionário, grupos diferentes de células entram em um
processo de diferenciação e começam a expressar caderinas diferentes e se segregam.
Cada um desses grupos de células homotípicas passa a ter um destino, promovendo a
formação de órgãos diferentes.

Desossomos
São componentes comuns de vários tecidos epiteliais e não epitelial, e correspondem
ao terceiro elemento do complexo unitivo de células epiteliais. Devido ao fato dessas
junções serem facilmente discerníveis, ao Microscópio eletrônico, elas foram o
primeiro tipo de junção intercelular a ser descoberto. Os desossomos aparecem como
estruturas descontínuas, como um formato de botão que fica localizado
frequentemente abaixo da região da junção aderente no epitélio.
São visualizadas como duas placas lineares paralelas, de 100 a 500 nanômetros de
comprimento, relativamente grossas e eletrodensas, que delimitam um espaço
intercelular de aproximadamente 250ª.ESSE ESPAÇO preenchido por um material
filamentoso de baixa densidade, por sua vez delineia uma linha mediana eletrodensa.
Esses filamentos associados aos desossomos, correspondem a filamentos
intermediários do citoesqueleto que s inserem na placa desmossomal e retornam ao
citoplasma, formando alças. O filamento intermediário forma uma rede que
interconecta todos os desossomos espalhados pela membrana plasmática e que
envolve o núcleo da célula. A composição dos filamentos intermediários associados
aos desossomos depende do tipo celular. E,ES seao filamentos de queratina na maioria
das células epiteliais, filamntos de desmina em células musculares, ou ainda,
filamentos de vimentina em células de origem mensenquimal.
Essa junção possui uma estrutura básica, similar a descrita para a junção de adesão,
embora as proteínas associadas sejam distintas. O desmossomo também contém
moléculas de adesão dependentes de Ca+, responsáveis pelo contato intercelular, e
moléculas citoplasmáticas que interconectam essas moléculas de adesão ao
citoesqueleto. Até o momento as duas únicas moléculas de adesão identificadas no
desmossomo foram a desmogleina, e a desmocolina. A desmogleina e a desmocolina
pertencem a superfamília, das caderinas e apresentam sequencias de aminoácidos
homólogos e outros membros dessa super família, principalmente nas regiões
extracelulares e transmembrana. A região citoplasmática dessas moléculas de adesão,
por sua vez interage com proteínas distintas que fazem parte da placa interna do
desmossomo.
Uma dessas proteínas a placoglobina, que também ocorre na junção de adesão, como
foi mencionado anteriormente.

Desmossomos e doenças auto-imunes da pele


A função primária dos desmossomos é promover a adesão intercelular. Em contrate a
jnção aderente, não evidências de que os desmossomos interfiram na formação ou
função de outras junções intercelulares.
Assim, anticorpos contra desmocolina inibem a formação dos desmossomos sem
afetar a morfologia celular ou a estrutura das junções de oclusão e aderente em uma
linhagem de célula epitelial.
Os desmossmos são abundantes em tecidos e estão sujeitos a severos e constantes
estresse mecânico, como por exemplo na epiderme. Neste tecido os desmossomos
são encontrados recobrindo os queratinocitos, em contrate com uma localização
especificamente lateral em outros tipos de células epiteliais. Essas junções
correspondem as pontes intercelulares, observáveis ao microscópio de luz, conferem o
aspecto espinhoso ás camadas suprabasais da epiderme. A ancoragem da rede de
filamentos intermediários n membrana celular e a interação das membranas celulares
adjacentes pelos desmossomos, efetivamente, ligam os citoesqueletos das células
vizinhas, o que permite que a camada celular distribua as forças mecânicas incidentes
por toda a sua extensão, mantendo a sua forma e funcionalidade.
A importância do desmossomo como estrutura de adesão é melhor apreciada pelo
envolvimento na doença dermatológica chamada pênfigo. Essa dermatose é
caracterizada pelo aparecimento de bolhas flácidas na epiderme e histologicamente,
por acantólise.
Há dois tipos de pênfigo, um elucida-se por sinais de lesões e outro por descamações
da pele, em ambos os tipos as lesões podem tornar-se generalizadas acometendo
órgãos internos tais como a laringe, faringe, esôfago e anus.
O pênfigo torna-se fatal se o paciente não for tratado adequadamente, por causa da
perda de função da barreira epitelial, levando a perca de grandes fluidos corporais e a
infecções bacterianas. No tratamento tem sido proposto a utilização de proteínas
recombinantes com antigenicidas, como uma estratégia terapêutica, em substituição
ao tratamento convencional como corticóides e outros imunosupressores, os quais
apresentam severos efeitos colaterais.
Essa proposta terapêutica baseia-se no pressupoto que as proteínas recombinantes
ligam-se aos auto-anticorpos do soro dos pacientes, interferindo na interação com os
antígenos endógenos.

Junção comunicante

Estrutura, bioquímica e função


A junção comunicante também conhecida como nexus ( ponte de ligação), ´´e uma
coleção de canais localizadas na membrana plasmática que diretamente interliga o
citoplasma de duas células adjacentes. Está presente em todos os tipos celulares de
animais superiores, exceto em células sanguíneas circulantes, em espermatozóides e
em músculo esquelético. sob microscopia eletrônica de transmissão, a junção
comunicante aparece como uma aproximação sem fusão das membranas adjacentes,
delimitando uma fenda intercelular com aproximadamente 30 A de largura. em
réplicas d criofatura, as membranas adjacentes contem inúmeras partículas protéicas
integrais, num arranjo em forma de disco.
sistemicamente seis unidades e conexinas arranjam-se num complexo hexagonal,
denominado de conéxon, que delimita um hemicanal. a junção comunicante resulta na
interação de dois conéxons, cada um inserido em uma membrana de células vizinhas,
com a formação de um canal hodrofílico que conecta os seus citoplasmas, as
moléculas de conexinas isoladas ficam inseridas na bicamada lipídica de acordo com
o modelo representado na figura abaixo:

o polipeptídeo possui quatro domínios hidrofóbicos transmembranas, com as


estremidades carboxi © e amino (n) terminais voltadas para o citoplasma. Além disso
cada conexina apresenta um domínio intracelular denominado E 3 e dois domínios
extracelulares E1, E2. Parecem estar envolvidos em interação entre conéxons de
células adjacentes e contém várias porções homólogas entre vários tipos de conexina.
a alça intracelular E3, bem como a extremidade C-terminal dessas proteína, são
bastante variáveis entre as diferentes conexinas e parecem er importantes na
regulação das junções comunicantes, já que são locais de sítios de fosforilação. o canal
intercelular da junção comunicante, permite a passagem intercelular de íons como
CA+, Na+, K+, Cl-., e moléculas de massa molecular como monossacarídeos,
aminoácidos, nucleotídeos e mensageiros secundários. entretanto ele exclui proteínas,
DNA, RNA E ORGANELAS CELULARES. Portanto, células conectadas pelas junções
comunicantes são acopladas elétrica e metabólicamente, mas mantém sua
individualidade genética e estrutural. experiência envolvendo a permeabilidade por
meio de corantes injetados na célula mostram que a sensibilidade de permeabilidade
da célula se dá a medida em que se muda a dinâmica dos compostos internos da
célula, tornando a conexão mais, ou menos permeável. Essas formas múltiplas de
controle enfatizam que as junções comunicantes não são meros tubos intercelulares,
mas sim estruturas dinâmicas e reguláveis, a semelhança de outros canais da
membrana plasmática.
TEM-SE PROPOSTO um modelo de abertura do conéxon, no qual ao se apresentar um
estado de alteração funcional dos canais das junções comunicantes envolve,
inicialmente uma mudança de conformação na estrutura da conexina, e por sua vez a
alteração na interação intermolecular entre essa proteína dentro do conéxon. Isso
resulta em um deslizamento das conexinas, e por sua vez o fechamento ou abertura
do poro, se assemelhando a um diafragma.

Acoplamento intercelular e sua importância fisiopatológica


Em tecidos excitáveis, como as células nervosas , os canais das junções comunicantes
permitem que o potencial de ação se espalhe rapidamente de célula para célula, sem o
atraso que ocorre nas sinapses químicas. Essas características da sinapse elétrica,
mediada pela junção comunicante, é vantajosa quando a rapidez da condução do
impulso nervoso é crucial, como por exemplo na resposta de fuga de certas espécies
de peixes ou insetos.
as junções comunicantes interligam neurônios e permitem a passagem direta de íons
de uma célula para outra, conduzindo, assim, a onda de despolarização de forma mais
rápida e bidirecional. Similarmente, o acoplamento elétrico das células musculares
cardíacas permite a propagação rápida de onda d contração e a sincronização de
resposta contráctil cardíaca. portanto, devido a presença dos canais intercelulares, o
músculo cardíaco, que reveste diferentes camadas do coração, funciona como um
sincício, possibilitando uma contração coordenada dessas camadas e
consequentemente bombeando o sangue. Em ambos os casos, os canais da junção
comunicante funcionam como canais de íons, principalmente os K+, pelo fato desse
íon ser o mais abundante e mais móvel no citoplasma, ele é responsável por
transportar a corrente despolarizada de uma célula para outra, propagando o
potencial de ação.
as alterações funcionais da junção comunicante no músculo cardíaco podem estar
envolvidas em algumas doenças cardiovasculares, como arritimias associadas a
isquemia, ou infarto do miocárdio e a doenças de chagas, o tripanossoma cruzi,
agente causador da doença de chagas gera redução na comunicação intercelular e
uma diminuição da expressão da proteína juncional presente nestes tipos de canais.
nas células do cristalino, as junções comunicantes funcionam primariamente como
canais em que metabólitos são livremente trocados entre células acopladas.
com a vascularização da lente é pobre o acoplamento metabólico entre as células
permite o fornecimento de nutrientes por toda a extensão do cristalino. O
comprometimento da comunicação intrercelular nas células do cristalino é assiciado a
alterações nos níveis de cálcio intracelular e aumento da proteólise das cristalinas.
que oferecem propriedades de transparência ao cristalino, o que tem sido associado a
formação de catarata, que é uma doença de perca da transparência do cristalino em
sua cápsula.
o acoplamento metabólico mediado pelas junções comunicantes também pode
ocorrer dentro de uma mesma célula, como por exemplo nas células de Schwann, que
envolvem o axônio no sistema nervoso periférico, pro prolongamento citoplasmático
arranjados domo lamelas concêntricas ao redor do axônio. entre estas laminas,
existem junções comunicantes que teriam a importante função de promover a troca
necessária de nutrientes entre regiões perinucleares da célula de Schwann e seus
prolongamentos citoplasmáticos. A patologia da junca comunicante propicia uma
doença chamada de Charcot-Marie Tooth, ligada ao cromossomo X. essa doença uma
neuropatia congênita é uma disfunção inerente ao comprometimento das junções
comunicantes das células. Tal neuropatia resulta na desmielinização e degeneração
progressiva dos nervos periféricos associadas ao defeito nas células de Schwannn.
Resulta-se assim a fraqueza muscular, deformidade nos pés e em alguns casos
comprometimento nas funções sensoriais.

Junção de célula matriz

Além das relações intercelulares, a célula também interage com a matriz extracelular,
rica em proteínas proteoglicanos, por junções representadas pela junção de adesão
focal e hemidesmossomos. Embora tenha uma relação bioquímica distinta, a junção
célula-matriz mostra uma estrutura básica, semelhante aquela encontradas nas
junções intercelulares, as células interagem com o ambiente extra celuar, por meio de
moléculas de adesão inseridas na membrana plasmática, que por sua vez interage com
o citoesqueleto por meio de moléculas de ligação. Na adesão focal, ocorre associação
com microfilamentos, á semelhança da junção aderente, enquanto qu no
hemidesmossomo ocorre associação com filamentos intermediários do citoesqueleto,
como visto nos desmossomos.
Assim como as junções intercelulares, as junções célula-matriz constituem-se em
estruturas muito dinâmicas e reguláveis, sofrendo alterações estruturais e funcionais
sob condições experimentais e não-experimentais, como por exemplo, durante a
motilidade e a divisão celular. Além disso, a ideia de que as moléculas de adesão
associadas especificamente a essa junção, as integrinas, constituem-se em
transdutores de sinais da matriz par dentro da célula, e vice versa. A sinalização entre
as células são fundamentais para processos celulares tais como a migração,
diferenciação celular, controle do ciclo da divisão e morte celular.

Junção de adesão Focal


em estudos de microscopia notou-se que, em algumas regiões da superfície ventral
da célula, a membrana plasmática se aproximava do substrato, e, neste local, havia
ancoragem de feixes de microfilamentos de citoesqueleto, formando as fibras de
estresse.
as células interagem com a matriz extracelular e se adere por meio de proteínas
integrais denominadas integrinas. Estas são uma família de glicoproteínas que agem,
quando localizadas na adesão focal, como receptores de proteínas na matriz
extracelular.
existem também subtipos de integrinas que mediam a interação célula-célula no
sistema imune a integração das plaquetas com fatores de coagulação do sangue. cada
integrina é um heterodímero que contem uma subunidade alfa e uma subunidade
beta, sendo que cada subunidade apresenta um domínio extracelular longo, uma única
região citoplasmática curta.
Durante a movimentação da célula entende-se como porção proximal, do seu corpo
celular, ao qual se adere de forma firme a seu substrato, por junções de adesão focal
formadas de novo e sequencialmente retrai sua porção distal, seguida de ruptura de
junção de adesão focal antes ai localizadas. a repetição em sequencia,dessas etapas
resulta em movimentação da célula em uma direção determinada. aind não se pode
explicar em nível molecular, os mecanismos pelos quais a célula coordena, temporal e
espacialmente estes dois fenômenos antagônicos de formação e desagregação de
adesão focal. Entretanto como veremos, a ativação da FAK, mediada pela integrina,
parece ser uma etapa importante.

integrinas
Em adição ao seu papel de adesão, as integrinas medeiam a transdução de sinais de
matriz para o interior da célula. Algumas moléculas e vias de sinalização sobre o
cntrole das integrinas tem sido identificadas. Entretanto os mecanismos deste
processo ainda continua velado.
os sinais intracelulares desencadeados pela interação de integrinas com certos
componentes da matriz extracelular são: Aumento da concentração de Ca+²
Citoplasmático pela ativação de Ca+ na membrana, além da ativação de co-
transportadores de Na+/H+ da membrana plasmática, como conseqüente alcalinização
de componentes do citoplasma e ativação de várias cinases, com aumento da
fosforilação de proteínas associadas ou na a junção de adesão focal. é por meio dessa
maquinaria intracelular de enzimas e mensageiros secundários, controlada pelas
integrinas, que a célula consegue regular processos complexos como a migração,
diferenciação e crescimento celular, em função do ambiente que circunda. As
integrinas funcionam como receptores que fornecem informação sobre a composição
da matriz extracelular, a disponibilidade de nutrientes e fatores de crescimento e
diferenciação.
existem vários exemplos experimentais d controle e diferenciação celular e da
expressão gênica pelas integrinas. Células mamárias, quando cultivadas em plástico
crescem como monocamadas e perdem a habilidade de sintetizar e secretar proteínas
de leite, mesmo na presença de prolactina. Por outro lado, quando estas células são
cultivadas em um substrato recoberto com componentes de matriz, elas formam
estruturas semelhantes aos alvéolos e aumentam a produção de proteína do leite.
Sugere-se que o sinal da matriz é propelido pela integrina.
a interação com a matriz extracelular mediada pelas integrinas é também importante
no processo de crescimento e morte celular programada. A adesão da célula á matriz
constitui um fator permissivo para a divisão celular ao mesmo tempo que inibidor da
morte celular por apoptose.
Vários tipos de células animais não se dividem quando estão em suspensão numa
solução fluida ou num gel de Agar. se tais células forem postas em contato com um
substrato rígido, elas aderem-se espalham-se e se multiplicam. Tal crescimento celular
é denominado criscimento dependente de ancoragem. No caso particular das células
epiteliais, quando são impedidas de se ancorarem ao substrato, além de não se
dividirem encontra-se em apotose. O significado fisiológico da apoptose regulada por
ancoragem é relativamente fácil de entender: a apoptose evitaria que células qunado
desprendidas da matriz celular, colonizassem outros órgãos e comprometessem a
função destes. um possível papel da apoptose regulada por ancoragem é a supressão
da formação de tumores. Quando as células perdem o contato com sua matriz
extracelular, elas morrem ao invés de sobreviverem para proliferar e invadir outros
tecidos.

HEMIDESMOSSOMO
ESTRUTURA, BIOQUÍMICA E FUNÇÃO

O nome hemidesmossomo é derivado da sua semelhança ultra-estrutural com uma


metade do desmossomo. Esta estrutura aparece em análise microscópica como uma
placa eletrodensa que media a adesão de células epiteliais com a sua membrana basal,
conectando os filamentos intermediários do citoesqueleto com a matriz extra celular.
Os hemidessomosso juntamente com os desmossomos, PR ancorarem o citoesqueleto
ao sítios de forte adesão, entre a célula matriz, e entre células, respectivamente,
formam uma rede intracelular de filamentos intermediários que confere ao tecido
resistência frente as forças de estresse mecânico. O hemidessomosso ocorre em
células epiteliais, como os desmossomos, mas tem uma expressão mais limitada que o
ultimo, pois são particularmente abundantes nas células basais da epiderme, mas
também podem ser encontrados nas células córneas e do epitélio de transição da
bexiga, e em glândulas mamárias.
apesar da semelhança estrutural com os desmossomos os hemidessomosso
apresentam uma composição química distinta. Ao invés de caderinas, o
hemidessomosso contém integrinas que fazem a adesão celular com a matriz extra
celular. Até o momento, o único subtipo de integrina encontrado especificamente nos
hemidesmossomos a integrina alfa6beta4, A sub unidade beta4 apresenta um
domínio citoplasmático longo, o que a distingue dos outros tipos de sub unidades
beta. Acredita-se que por esta distinção a integrina alfa6 beta4, seja a única associada
aos filamentos intermediários do citoesqueleto. Os domínios alfa e Beta são
interdependentes e importantes na formação do hemidesmossomo.
Anticorpos direcionados contra o domínio extracelular dessa subunidadeinibe a
formação de hemidesmossomo já formados.
quando a integrina alfa6beta4 interage com o seu ligante extracelular, a subunidade
beta4 é fosforilada nos seus resíduos de tirosina, se essa fosforilação é inibida com
inibidores específicos de tirosina cinase, ocorre inibição da formação de
hemidesmossomos.
Conclusões
As junções celulares são estruturas especializadas da membrana plasmática que
promovem a integração da célula com o ambiente que o circunda, formada por outras
células e pela matriz extracelular. As junções são estruturas dinâmicas que estão em
constante processo de formação e desagregação. A célula pode se utilizar dos
seguintes mecanismos para regular tanto a estrutura como a função das junções
celulares:
1. Síntese de inativação de moléculas da matriz extracelular, no caso específico da
junção célula-matriz.
2. Biosíntese ou proteólise da proteína integrante da estrutura das junções.
3. Controle da agregação/desagregação do sistema de filamentos do citoesqueleto.
4. Modificações pós transducionais das proteínas das junções principalmente a
fosforilação dos resíduos de serina/treonina ou tirosina dessas moléculas.

A regulação fisiológica das junções celulares é um evento fundamental em alguns


processos celulares, como comunicação intercelular, adesão, diferenciação,
crescimento e migração celular. Por outro lado, a disfunção dessas estruturas da
membrana pode resultar em vários estados patológicos.

Capitulo 7 envoltório nuclear

A existência de um sistema que delimita o núcleo celular foi sugerida já nas primeiras
observações do próprio núcleo celular. Posteriormente a presença de um sistema
membranoso foi reforçada por experimentos de permeabilidade, de micromanipulação e cm
o emprego de microscopia.

Em inglês, o termo nuclear envelope tem sido empregado para nomear estar complexa
estrutura que envolve esta complexa estrutura que delimita o núcleo celular. Em nosso idioma
o termo empregado é membrana nuclear, ou envoltório nuclear.

a separação compartimentada do material genético e uma característica fundamental das


células eucariotecas e esta parece ser a função primordial do envoltório nuclear. entretanto
outras funções tem sido descobertas. Assim pode-se atribuir ao envoltório celular papéis
como:

1. separação dos processos de transcrição e síntese de RNA a partir do molde de DNA.


por meio do RNA mensageiro e pela formação dos ribossomos e outros componentes
que ocorrem no citoplasma.
2. na organização espacial do material genético no interior do núcleo sendo que
cromossomos e genes ocupam lugares definidos no núcleo interfásico.
3. na detemrinação da forma e protenção mecânica do conteúdo nuclear, deixando-o
menos sujeito aos movimentos celulares e ou do citoplasma, ocasionando o
citoesqueleto.

Capitulo 8 cromatina e cromossomo

Capitulo 9 nucléolo

Capitulo 10 matriz nuclear, domínios nucleares e territórios cromossômico

Capitulo 11 ribossomo e síntese protéica

Capitulo 12 retículo endoplasmático

Capitulo 12 complexo de golgi

Capitulo 14 Lisossomos

Capitulo 15 mitocôndria

Capitulo 16 peroxissomos

Capitulo 18 cloroplasto

Capitulo 19 citoesqueleto

Você também pode gostar