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EDITOR CHEFE
Arno Alcântara
REDAÇÃO E CONCEPÇÃO
Marcela Saint Martin
DIREÇÃO DE CRIAÇÃO
Matheus Bazzo
DESIGN E DIAGRAMAÇÃO
Jonatas Olimpio
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COMO É A SEMANA GW
1. Assista, de preferência ao vivo, às lives diárias pelo
YT ou Instagram, às 12h52. https://www.youtube.
com/user/italomarsili/videos: Italo Marsili. Insta-
gram: italomarsili
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A SEMANA NUMA TACADA SÓ
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RESUMOS DA SEMANA
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A QUARTA-FEIRA DE CINZAS
CHEGA PARA TODOS
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A AUTORREFERÊNCIA TORNA
VOCÊ BURRO E SOLITÁRIO
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A SEMANA
NUMA TACADA
SÓ
Live Especial | 04/03/2019 - Instagram | Youtube
A QUARTA-FEIRA DE CINZAS CHEGA PARA TODOS
O segredo para a realização da vocação é baixar do
mundo das idéias para a concretude do mundo real,
onde a obrigação pede para ser cumprida.
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Live Especial | 04/03/2019 - Instagram | Youtube
A QUARTA-FEIRA DE CINZAS CHEGA
PARA TODOS (LIVE DAS CAMPEÃS)
(Esta é a live escolhida para o seu Caderno de Ativação
desta semana. Não deixe de conferi-lo no Portal GW!)
Não tem jeito: nesta vida, o grande inimigo é a fuga
para o mundo da fantasia, para o mundo das idéias — a
negação ao cumprimento do dever. É, porém, no seio
da obrigação que reside a possibilidade real de cum-
prirmos a nossa vocação; é onde exercemos, verdadei-
ramente, a liberdade.
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Live #33 | 06/03/2019 - Instagram | Youtube
RELIGIÃO NÃO É PORRETE
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Live #34 | 07/03/2019 - Instagram | Youtube
PARE DE JULGAR TUDO O TEMPO TODO
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Live #35 | 08/03/2019 - Instagram
A AUTORREFERÊNCIA TORNA
VOCÊ BURRO E SOLITÁRIO
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Live Especial | 04/03/2019 (segunda) - Instagram / Youtube
A QUARTA-FEIRA DE CINZAS
CHEGA PARA TODOS
Nós estamos juntos há bastante tempo, então vocês
já perceberam que muito do que falo aqui às vezes
parece um pouco paradoxal. Parece ser assim porque
um dos segredos da vida é uma certa harmonização
dos contrários.
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para o cara, como se fosse um aval para ele fazer uma
coisa dessa com a senhora esposa dele. Eu respondi
com uma interrogação, e ela se explicou falando mais
ou menos isto: “Ah, parece que você está falando bem
dele, isso é um absurdo, é machismo”. Eu respondi:
“Mas vem cá, me explica: o que você queria que eu
fizesse? Queria que eu desse uma bronca nele?”, ao
que ela falou “Como você resolve coisas, se não com
bronca?”. E eu retruquei: “Uai! Como assim? Qual é a
idéia? É dar bronca nos outros?”.
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erro, você pode dar uma bronca, claro que sim. Faça
o que quiser, mas eu estou aqui para dizer o seguin-
te: isso não vai funcionar muito, porque você vai dar
uma bronca em alguém e esse sujeito vai se armar
contra você. Então, meus parabéns. Você ficou tran-
qüila com a sua consciência porque deu uma bronca,
botou para fora a sua reprovação diante do ato mau
da pessoa, do seu filho, do seu cônjuge, de quem quer
que seja, mas e daí? De que adiantou? Você melhorou
o sujeito? Ele de fato ouviu o que você tinha a dizer?
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entra o tema da live de hoje: obrigação) ninguém a
porcaria alguma, isso é uma coisa absurda, estúpi-
da. Como vamos obrigar alguém a fazer algo? Não dá
para fazer, e nem é bom que seja feito, mas podemos
ajudar o outro a querer.
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Quando pequeno, eu achava que tinha uma vocação,
ou sonho, ou desejo, ou chamado, o que seja, a lidar
com coisas espirituais. Desde muito novo eu tinha
esse desejo, era isso o que me chamava a atenção,
mas era um tipo de vocação arcaica, porque não ti-
nha muito lugar. Eu não me sentia muito inclinado,
chamado a isso, e além disso eu não tinha nenhum
horizonte de consciência claro das vocações religio-
sas, por assim dizer, tradicionais. Simplesmente não
estava no meu horizonte, não era uma coisa concre-
ta para mim, não estava dentro da minha circuns-
tância.
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maior o grau de realidade da nossa vida, mais feli-
zes nós somos.
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O grau de realidade é fundamental para nós. Não pre-
cisamos nos esquecer totalmente do chamado abs-
trato, universal, da idéia genérica que temos sobre
as coisas, mas precisamos olhar para algo chama-
do obrigação. E não vamos entender aqui “obriga-
ção” como um fardo pesado, odioso.
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Há quem chegue e me fale “Italo, qual a minha vo-
cação? Não sei para que fui chamado, não sei qual o
meu lugar no mundo, acho que vou largar o emprego
público e empreender”. Beleza, você pode fazer isso
tudo, mas faça isso diante da sua obrigação, caramba.
Você tem de olhar para a obrigação de cada momen-
to concreto. A obrigação é o que dá felicidade ao ho-
mem. O mundo de sonhos não deixa ninguém feliz,
é um ato masturbatório, vai deixá-lo feliz naquele se-
gundo apenas, depois passou, não resta nada.
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do no “eu ideal”, você está pensando em alguém so-
bre quem você ouviu, em algum personagem de fil-
me, em alguma idéia maluca da sua cabeça. Quando
você caminha só para esse lugar, você se afasta da sua
personalização, e então a infelicidade é justamente o
próximo passo, é o que você vai encontrar na virada
da esquina.
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E olha só: escolha livre implica erro necessariamente.
Isso significa que, estando diante de uma obrigação,
óbvio que você pode errar, negar aquela obrigação,
mas é melhor estar aí do que no mundo abstrato da
fantasia que o levará às lágrimas, ao vazio, que fará
com que você, no leito de morte, olhe para sua vida
e declare “Caramba, que vida foi essa? Quem viveu
aqui no meu lugar? Olho para trás e não me reconhe-
ço”. Claro que não reconhece, porque você não deu
grau de realidade para a sua vida, só ficou naquele
mundo abstrato, que é um mundo de muita gente,
mas não o seu.
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você sabe o que pode acontecer. Sabe que sou capaz
e inteligente, mas pode ser que todos os maridos das
suas amigas prosperem, pode ser que todos viajem
para a Europa e a gente fique pobre, porque há uma
coisa que teremos de cumprir, que é a nossa obriga-
ção”.
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ninguém, e isso aterroriza muita gente. Parece um
paradoxo, mas não é. Trata-se da harmonização dos
contrários que temos de buscar.
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pensar nela, não consigo parar de olhar para ela”.
Isso acontece no início, esse é o amor que nos esco-
lhe, por assim dizer. Já enamorar-se significa debru-
çar-se sobre aquela realidade e fazer da vida do outro
um projeto seu também. É querer que o outro seja
mais ele, e, para isso, a cada momento você dá uma
resposta diante daquela realidade para melhorar o
outro. Esse é o elemento vocacional de uma relação
humana. Não há nada mais lindo que isso. Você está
obrigado àquela pessoa.
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Você, sob certo aspecto, é parte do ambiente
no qual a vocação daquela outra pessoa
vai se desenvolver.
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cerá. Você, daqui a pouquinho, notará que está fora
do grau de realidade; logo, você fugiu da realidade,
fugiu da sua obrigação, da vocação, da sua felicidade.
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“Italo, mas que coisa triste que você está falando, eu
não posso mais sonhar? Que absurdo!” Ué, minha fi-
lha, sonhe o que for à vontade, mas sonhe de noite e
de olho fechado. Quando você acordar no dia seguin-
te, olhe para o seu filho, seu marido, sua esposa, seu
colega de trabalho, seu cachorrinho, para a planilha
que está na sua frente, e obrigue-se àquilo.
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Isso é a vocação.
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em nosso ouvido, é assim que ela aparece no nosso
coração.
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nome chamado obrigação. É aí que você vai desen-
volver sua vocação. É só nesse lugar e não em outro.
Quando você estiver para morrer, você vai poder
olhar para trás e admitir “Caraca. É. Mal ou bem,
fui eu”.
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Ninguém o julgará por ter escolhido o pior
em certa ocasião; você estava tentando usar a
liberdade, que é o distintivo da vida humana.
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Live #33 | 06/03/2019 (quarta) - Instagram / Youtube
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Assim como a dimensão afetiva é uma dimensão do
ser humano, assim como a dimensão sensitiva e a di-
mensão sociológica (do convívio) são dimensões do
ser humano, obviamente a dimensão espiritual tam-
bém é uma dimensão do ser humano. Então, bem,
por que não falar disso? Seria uma grande perda se
não falássemos desse tipo de assunto mais direta-
mente.
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este tempo que aparece para a gente nos 40 dias que
antecedem a Páscoa.
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aquela parte da religião que aponta quais são as Ver-
dades Reveladas, as Verdades de Fé, ou seja, se você
não está aderido à dogmática do seu corpo religioso,
podemos dizer que você não pertence àquela reli-
gião.
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tas coisas para observar em si determinadas qua-
lidades espirituais, quer dizer, se você age de certa
forma, aparece em si certo fruto espiritual.
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“Italo, eu não tenho religião, não gosto desse papo.”
Não importa, pratique de qualquer modo. Você tam-
bém ainda é um covarde, não gosta de ser pontual,
de ser fiel, de ser leal, certo? Você é tudo isso, caram-
ba, mas, para conquistarmos essas virtudes huma-
nas, temos de praticar, não é verdade?
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religião terá benefícios se praticá-los. É ou não é?
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Quando você vir alguém falando “Neste tempo, faça
jejum de falar mal da vizinha”, responda “Beleza, fa-
rei isso também, e mais outra coisa: farei jejum de
comida”. Comida, caramba! Jejum espiritual é jejum
de comida! É para passar fome! Não há como ser mais
claro do que isso.
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Para que serve, então, o jejum? Justamente para
você dominar essas paixões, ser mais senhor de si.
Ora, se você é capaz de passar fome por seis horas
porque quer, também consegue controlar suas pai-
xões. E não são seis horas sem comer, são seis horas
com a barriga doendo. Comece com uma hora, de-
pois duas, vá aumentando com o tempo até chegar
às seis.
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no saco, um sentimentalóide, uma pessoa que fica
julgando todo mundo, você não melhora, vira um
fracote.
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porre, porque fez um negócio desconectado do resto.
Faça oração, mas amparado na tríplice tecnologia
espiritual. Fazer somente oração vira coisa de louco,
você vai se acostumar só a pensar, e pensar é ativida-
de humana e não espiritual.
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Isso é esmola. “Italo, mas isso não aumenta a crimi-
nalidade? Não fará com que a pessoa fique acomoda-
da?” Você já passou fome na vida? Já ficou sem lugar
para morar?
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Se Ele não o julga, por que
você vai julgar o mendigo?
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tinuo sendo ateu, não gosto de você e não gosto de
quando você fala de religião”. Beleza, eu não conto
para ninguém. Pratique jejum, esmola e oração, e
daqui a 40 dias, ateu, conte-me o que aconteceu em
você. Melhorou ou piorou? Se melhorou, continue
fazendo, deixe de ser animal. Se você acha que não
existe nada para depois, dane-se, você já está tendo
benefícios aqui mesmo, ué. Continue fazendo.
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do estiver em jejum; e quando fizer oração, entre em
seu quarto, feche a porta e, em segredo, dirija-se ao
Pai, que em segredo o ouve. Vocês não leram esse li-
vro? É em segredo, é quieto, isso é o que garante a
qualidade espiritual.
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Live #34 | 07/03/2019 (quinta) - Instagram / Youtube
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por aí julgando todo mundo. Olhe para você, em pri-
meiro lugar. Examine-se, pare de julgar os outros à
luz dos critérios abstratos daquela instituição; veja
se você tem mesmo condição de julgar alguém. Exa-
mine-se, faça um exame da sua vida, veja o que anda
fazendo. Veja se você está praticando o bem mesmo;
se você anda defendendo as coisas em que acredita;
se você anda se escorando atrás de pessoas para po-
der descer o porrete na cabeça dos outros.
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Então, dane-se. Eu falo palavrão mesmo, está bom?
Não tenho a virtude de não falar palavrão, e você não
tem a virtude de não encher a porcaria do saco; você
não tem a virtude de defender a sua fé; você não tem
a virtude de ajudar os outros; você não tem a virtu-
de de levantar a sua bunda da cadeira e ajudar a sua
mãe; você não tem a virtude de ser pontual; você não
tem a virtude de ser fiel; você não tem a virtude de
ficar quieto, aprendendo com quem pode ensiná-lo.
A questão é você olhar para a sua vida e parar de achar
que, porque você faz parte de um certo grupinho, do
grupinho da igreja, do grupo de oração, já adquiriu
as virtudes, aquelas qualidades morais do grupo. Isso
é uma bobeira. Óbvio que isso não acontece. Apren-
da: pensar assim só o prejudica.
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em um lugar que não lhe cabe, que é um lugar de su-
perioridade. Imediatamente, ao se colocar em um
lugar de autoridade, você se torna incapaz de me-
lhorar. Por quê? Porque você acha que está acima
daquele sujeitinho que você está julgando. Isso é
uma bobeira.
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do da palavra religião? Você sabe qual o significado
da palavra fé? Você sabe como uma coisa se articula
com a outra? Como uma coisa pode ser antagônica à
outra? Como uma coisa pode ser congruente à outra?
Você tem idéia dessas coisas todas? Não, não tem. O
que acontece com você? Você não tem o horizonte
de consciência. Você tem uma consciência psicológi-
ca muito baixa. Não faça isso. Examine-se”.
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ção à causa, em relação ao fim? Você já estudou essa
porcaria? Você tem noção da discussão de Tomás de
Aquino comentando Isidoro? Você sabe o que é isso?
Você sabe do que eu estou falando? Se você não sabe
do que eu estou falando, então a sua opinião sobre
tal assunto é muito superficial, é muito chã. Por que
você não senta e escuta o outro? É só uma sugestão,
isso pode ser muito útil para você.
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O pessoal me vê, aqui, comentando, respondendo, e
acha que eu tenho opinião sobre tudo. Quem convive
comigo sabe que eu tenho opinião sobre meia dúzia
de assuntos, na verdade. Eu não tenho opinião sobre
quase nada. Ou eu estudei, ou eu me debrucei sobre
o assunto, ou entendi o assunto, ou convivi com pes-
soas sábias no assunto, ou eu fico quieto na minha. A
minha esposa, às vezes, me pergunta, ela fica curio-
sa: “Você não vai falar nada sobre isso?”, e aí eu res-
pondo: “Eu não sei, não tenho nenhuma idéia. Não
estudei, não prestei atenção”.
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Às vezes, observar é a melhor atitude que você toma.
Você observa, incorpora aquilo, você vai fazer o anta-
gonismo daquela opinião com uma outra, sem ficar
julgando o cara que falou aquilo. Ora, por que não?
Essa é a posição muito mais saudável para nós es-
tarmos no mundo. Nós crescemos intelectualmente,
nós crescemos moralmente assim. Por quê? Porque
nós paramos de querer julgar tudo.
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mano. É claro que vai dar problema. O chamado é
este: Por que não nos instalamos no nosso lugar?
Precisamos ter um lugar específico. Ao nos insta-
larmos no nosso lugar – e aqui se trata de um exer-
cício de humildade –, poderemos dar opinião so-
bre as coisas que entendemos, sobre as coisas nas
quais estamos prestando atenção. Por exemplo, eu
posso ter opinião sobre o comportamento de um fi-
lho meu, desde que eu tenha, de fato, parado para
prestar atenção naquela criatura.
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comportamento humano, da psique? Isso é bobeira.
Por que não fazemos exercício de humildade? Vamos
ficar calmos. Não saia por aí debatendo com todo
mundo.
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Live #35 | 08/03/2019 (sexta) - Instagram
A AUTORREFERÊNCIA TORNA
VOCÊ BURRO E SOLITÁRIO
Os meus cursos para Psicólogos, Coaches e Intrometi-
dos têm uma divisão, uma proposta interessante em
geral, e há uma coisa que abordo em todos eles. Não é
que toda turma seja igual, algumas são diferentes de-
pendendo das perguntas que me fazem e da ênfase
que eu quero dar para aquela turma específica, mas,
em geral, o curso começa comigo falando sobre me-
tafísica de um jeito provocativo, profundo, mas que
dê para entender apesar de, na verdade, não ser nada
simples. Eu não falo de modo raso, superficial; a coi-
sa é bem profunda.
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calas para isso inclusive) do seu nível de consciência:
baixo, normal, torporoso, comatoso etc. Essa cons-
ciência fisiológica é o aspecto da consciência mais
superficial; por ela é muito fácil ver se alguém está
consciente ou não. Uma pessoa muito embriagada,
por exemplo, terá um rebaixo no nível de consciên-
cia. Mas não é isso o que nos interessa hoje.
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tão distinta, ele está falando de outras experiências, é
outra amplitude, a coisa não pode ser sempre autor-
referente, autocentrada.
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que a única postura que eu tenho é a de ficar quieto
e ouvir o que ela está me contando e tentar, de algum
modo, integrar isso na minha percepção.
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terror é esse? É o mesmo terror dos não descobri-
dores portugueses.
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Ou seja, a realidade te ilumina, não é você que en-
quadra a realidade com sua percepção limitada.
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Quando Shakespeare conta esse elemento da vin-
gança, você pensa “Rapaz, é isso mesmo, esta é a vin-
gança verdadeira, a vingança em que eu quero o mal
do outro, quero uma coisa que vá destruir a alma do
outro para sempre.” Não estou dizendo que vingança
é bom, é óbvio que não, mas isso é o que a peça de
teatro fará com você, irá te iluminar.
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do) é que tomemos posse de algumas obras de lite-
ratura. Eu sei que muitos de nós não temos acesso
à literatura, não lemos, é difícil lermos, mas há um
romance que eu recomendo muito que vocês leiam,
é do Renato Moraes e chama-se Claridade. Isso não é
merchandising, graças a Deus eu não preciso disso.
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sa poeticamente desenhada. Há um protagonista
(na minha concepção não é o protagonista, mas é o
personagem que mais aparece), e você vê a bondade
dele se desenhando. Com isso a sua consciência se
expande, você fala “Olha só, dá para ser bom”, já que
não há nenhum elemento nesse romance que esteja
para além do alcance de qualquer um de nós. Há fa-
mílias normais, profissões normais... O Ricardo é um
advogado, tem amigos normais, interesses cotidia-
nos. Ele também presencia algumas tragédias, mas
são tragédias normais, não daquelas como a devas-
tação de Brumadinho que graças a Deus não aconte-
cerão a todos nós. São tragédias normais que todos
nós vivenciamos, como mortes de familiares e entes
queridos.
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pensa “Rapaz, dá para ser assim”. Nós nos livramos
daquela influência maligna e maléfica da mídia, que
hoje não acessa ninguém, não chega nem a 1% dos
brasileiros, não dialoga conosco, o povão. A mídia só
tem influência em uma pequena porcentagem da
elite, uma elite burocrata, é para eles e com eles que
a mídia conversa.
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mais banais, não das grandes experiências.
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é muito desinteressante. Ele não serve para nada, é
uma pessoa triste e isolada no final das contas, que
julga todo o mundo porque, ora, todo o mundo está
fora do seu conjunto de referências, então todo o
mundo não dialoga com aquele corpo de referên-
cias interior. Isso nós vemos nos egoístas, eles são as-
sim: pessoas que não estão realmente a fim de saber
de nada nunca, só estão pensando em si, são mui-
to chatas, estão a toda hora julgando alguém, que-
rendo colocar o dedo em nossa cara falando que não
prestamos e somos isso e aquilo. Esse tipo de pessoa
morrerá sozinha. Ela terá uma amizade, brigará com
o amigo, construirá uma outra amizade, brigará com
esse outro amigo e assim indefinidamente. Aí “com-
prica”.
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gicas superiores. Ele não tem a mínima capacidade
de fazer isso, é uma pessoa que está fadada à burrice
das mais profundas e tristes, burrice que levará à so-
lidão, à falta de empatia, que não levará ninguém a
querer conviver com você.
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dos em um mundo que criamos só na nossa cabeça,
não conseguimos de fato olhar para fora, não enten-
demos os movimentos da alma e dos desejos do ou-
tro, não servimos para porcaria nenhuma, viramos
soberbos sem saber, e daqueles pequenininhos. Você
até entende um sujeito que de fato é muito podero-
so, muito grande, e é soberbo, afinal tem motivos
para ser. Agora nós, sermos soberbos? Mas somos na-
nicos! É aquilo que falei outro dia: “Tu, soberba, de
quê? Desse tamaninho?”
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@italomarsili
italomarsili.com.br
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