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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENGENHARIA INDUSTRIAL METALÚRGICA


DE VOLTA REDONDA

Experimento feito pelo estudante Igor Silfar para


a disciplina de Mecânica dos Fluidos I sob a
orientação do professor Alexandre Francisco
visando a aplicação prática da Equação da
Quantidade de Movimento e do Teorema de Tales.

Volta Redonda
2013
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SIMBOLOGIA

d = distância entre observador e base de lançamento


a = distância entre observador e régua
k = altura medida na régua
altura alcançada pelo foguete

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SUMÁRIO

OBSERVAÇÕES /pg.06

CONSTANTES /pg.07

INTRODUÇÃO /pg.08

OBJETIVO /pg.09

ETAPA 1 /pg.10
PREVISÃO DA ALTURA MÁXIMA UTILIZANDO A EQUAÇÃO DA QUANTIDADE DE
MOVIMENTO

ETAPA 2 /pg.19
CALCULANDO ALTURA MÁXIMA UTILIZANDO O TEOREMA DE TALES

ETAPA 3 /pg.20
ANÁLISE DOS RESULTADOS

CONCLUSÃO /pg.23

BIBLIOGRAFIA /pg.24

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OBSERVAÇÕES

1. Os dados utilizados no o cálculo da altura máxima foram obtidos de um foguete que


apresentou o melhor desempenho entre todos os outros durante o voo, ou seja, esses
dados são do foguete que descreveu uma trajetória retilínea durante o seu
lançamento e atingiu a maior altura.

2. Os demais foguetes apresentaram algum tipo de problema no lançamento, como:


trajetória balística e/ou falha no motor. Por esses motivos foram descartados deste
experimento.

3. Como não foi possível ter acesso aos dados sobre a velocidade de ejeção dos gases
( ) e a taxa de consumo de combustível ( ), o exercício do livro “INTRODUÇÃO À
MECÂNICA DOS FLUIDOS, Fox, Robert W./ McDonald, Alan T./ Pritchard, Philip J. –
7ªed, pág. 121”, foi utilizado como referência para que, fazendo uso do bom senso,
valores para essas constantes fossem arbitrados.

4. Como não foi possível encontrar um gráfico que apresentasse os dados para o
coeficiente de arrasto relativo a uma geometria semelhante a de um foguete, o
gráfico 1, que apresenta o “ ” para uma esfera, foi utilizado.

5. As seguintes considerações foram feitas para a realização dos cálculos na Equação da


Quantidade de Movimento:

I. A pressão atmosférica atua sobre todas as superfícies do volume de controle.


II. A gravidade é a única força de campo; g é constante.
III. O fluxo deixando o foguete é uniforme; constante.
IV. O combustível não queimado e a estrutura do foguete tem quantidade de
movimento zero em relação ao foguete.
V. A velocidade do gás na saída do bocal permanece constante com o tempo, assim
como a velocidade em outros pontos no bocal.

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6. O tempo de queima “ ” foi obtido através da observação de um vídeo com o auxílio
de um cronometro manual.

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CONSTANTES

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INTRODUÇÃO

O lançamento de foguetes experimentais envolve uma série de fatores como,


coeficiente de arrasto (que irá gerar uma força de arrasto), consumo de combustível, peso,
tempo de queima do combustível, potência do motor, velocidade de voo, aceleração do
objeto, massa específica e viscosidade do ar, entre outros.
Todos esses fatores são contemplados pela Equação da Quantidade de
Movimento, que será a principal ferramenta utilizada no experimento. Outra importante
ferramenta também utilizada é o Teorema de Tales, pois com ele será possível verificar se o
resultado fornecido pela Equação da Quantidade de Movimento está próximo da realidade.
Este experimento pode ser dividido em 3 etapas: na primeira, através da
Equação da Quantidade de Movimento, a altura máxima para um determinado foguete será
prevista, em seguida, na segunda etapa aplicando o Teorema de Tales, a altura máxima
alcançada pelo objeto será medida, e na terceira etapa, a comparação entre os resultados será
feita.

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OBJETIVO

Prever a altura máxima de um foguete lançado verticalmente utilizando a


Equação da Quantidade de Movimento e confrontar o resultado obtido teoricamente com o
prático através do Teorema de Tales.

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ETAPA 1
PREVISÃO DA ALTURA MÁXIMA UTILIZANDO A EQUAÇÃO
DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO

-Equação básica:

-Calculando :

Figura 1

As equações acima apresentam 2 fatores que irão gerar dificuldades para o cálculo da
força de arrasto, são eles o coeficiente de arrasto “ ” e a velocidade “V ”, pois ambos terão
um valor diferente a cada instante. Quanto mais combustível for consumido, mais leve será o
foguete e maior será sua velocidade. Como o “ ” depende do “Re”, que por sua vez varia
com a velocidade, irá existir um valor diferente para o coeficiente de arrasto a cada instante.
A solução encontrada foi fazer uma aproximação. Primeiramente a velocidade será
calculada desconsiderando o atrito em intervalos de tempo escolhidos de acordo com que eles
sejam os mesmos instantes utilizados no método de Runge-Kutta. Com os valores da
velocidade em mãos, o número de Reynolds será calculado, e em seguida, utilizando um
gráfico, o coeficiente de arrasto para cada instante será encontrado, tornando possível obter
um valor aproximado para a força de arrasto em função do tempo.

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-Cálculo da velocidade desconsiderando o arrasto:

-Calculando :

(2)

-Calculando :

-Calculando devido às considerações (IV) e (V), é razoável considerar que

11
-Calculando

-Fazendo (2,3,4,5) em (1):

-Integrando a aceleração:

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-Em os instantes ‘ ’ para cada velocidade serão:

- Utilizando uma planilha do Excel para substituir os valores de ‘ ’ em (7), os seguintes


resultados para velocidade (desconsiderando o arrasto) foram encontrados:

(s) (m/s)
1 0 0
2 0,70 28,97
3 0,70 28,97
4 1,40 62,09
5 1,40 62,09
6 2,10 100,46
7 2,10 100,46
8 2,80 145,67
Tabela 1: valores para velocidade (desconsiderando o arrasto) em cada instante.

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-Cálculo da altura máxima considerando arrasto:

-Calculando :

- Utilizando uma planilha do Excel para calcular os valores de ‘ ’ para cada ‘ ’ os seguintes
resultados foram encontrados:

(m/s)
1 0 0
2 28,97 1,19E+05
3 28,97 1,19E+05
4 62,09 2,56E+05
5 62,09 2,56E+05
6 100,46 4,14E+05
7 100,46 4,14E+05
8 145,67 6,01E+05
Tabela 2: valores para o Número de Reynolds em cada velocidade.

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-Utilizando o gráfico 1 (Fig.9.11 na página 397 do livro INTRODUÇÃO À MECÂNICA DOS
FLUIDOS, Fox, Robert W./ McDonald, Alan T./ Pritchard, Philip J. – 7ªed) foi possível encontrar
o valor de ‘ ’ para cada ‘ ’:

Gráfico 1: coeficiente de arrasto de uma esfera para cada Número de Reynolds.

1 0 0
2 1,19E+05 0,39
3 1,19E+05 0,38
4 2,56E+05 0,37
5 2,56E+05 0,36
6 4,14E+05 0,35
7 4,14E+05 0,34
8 6,01E+05 0,33
Tabela 3: valores do coeficiente de arrasto para cada Número de Reynolds.

-Calculando :

(9)

15
-Calculando :

-Calculando devido as considerações (IV) e (V), é razoável considerar que:

-Calculando

-Fazendo (8,9,10,11) em (1):

-Calculando velocidade:

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-Calculando altura máxima aplicando Runge-Kutta de 4ª ordem em (13):

Condições:

-Para :

17
-Para :

144,06

-Portanto:

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ETAPA 2
CALCULANDO ALTURA MÁXIMA UTILIZANDO O TEOREMA
DE TALES

Figura 2 Figura 3

-Dados:

d = 57,00m
a = 0,45m
k = 1,35m

-De acordo com o Teorema de Tales:

-Portanto:

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ETAPA 3
ANÁLISE DOS RESULTADOS

Apesar de todas as aproximações, o valor da altura máxima encontrado utilizando a


Equação da Quantidade de Movimento, é apenas 3,41m menor do que o valor real, ou seja, a
altura medida na prática é apenas 1,83% maior do que a teórica. É necessário lembrar que
após o final da queima do combustível, o foguete continua subindo em “voo livre” durante um
pequeno intervalo de tempo. Esse fato não foi levado em consideração na previsão teórica da
altura máxima.
A seguir, utilizando a planilha do Excel, está o gráfico 2 que foi feito para analisar a
variação da altura máxima para foguetes com diferentes valores de massa inicial.
Fazendo uma regressão linear é possível obter uma equação que fornece a relação
direta entre altura máxima e massa inicial. Como o coeficiente de correlação é de 0,9922, os
valores fornecidos pela equação são razoáveis, e podem ser úteis quando uma estimativa
rápida e simples da altura máxima alcançada por um foguete – que utiliza o mesmo motor do
foguete do gráfico – for necessária.

Mo (kg) Hmáx (m) Mo (kg) Hmáx (m)


0,126 150,68 0,110 182,79
0,125 152,41 0,109 185,16
0,124 154,17 0,108 187,59
0,123 155,97 0,107 190,07
0,122 157,79 0,106 192,61
0,121 159,66 0,105 195,20
0,120 161,56 0,104 197,86
0,119 163,5 0,103 200,57
0,118 165,47 0,102 203,35
0,117 167,48 0,101 206,19
0,116 169,54 0,100 209,11
0,115 171,64 0,099 212,09
0,114 173,77 0,098 215,15
0,113 175,96 0,097 218,28
0,112 178,19 0,096 221,49
0,111 180,46 0,095 224,79

Tabela 4: valores da altura máxima para cada massa inicial.

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-Pontos Positivos:

I. As considerações feitas no começo do estudo mostraram-se válidas.

II. As constantes arbitradas para os cálculos realmente eram valores razoáveis.

-Pontos Negativos:

I. Devido à falta de informações, os cálculos não puderam ser feitos com os valores corretos
das constantes, isso compromete a qualidade dos resultados obtidos.

II. Poucos foguetes puderam ser aproveitados no lançamento, pois a maioria apresentou uma
trajetória consideravelmente curva, fato que comprometeu a comparação com o valor teórico
calculado, já que neste caso é suposto que o lançamento seja totalmente vertical.

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CONCLUSÃO
Mesmo com todas as dificuldades encontradas, é possível concluir que o
experimento foi um sucesso, pois o mesmo apresentou resultados razoáveis e servirá como
base para que experimentos futuros, munidos de melhores informações, possam corrigir os
possíveis erros deste relatório e, consequentemente, desenvolver um trabalho mais preciso.

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BIBLIOGRAFIA
INTRODUÇÃO À MECÂNICA DOS FLUIDOS, Fox, Robert W./ McDonald, Alan T./ Pritchard, Philip
J. – 7ªed

APOSTILA INTRODUÇÃO AOS MÉTODOS NUMÉRICOS


Prof. Diomar Cesar Lobão; Trabalho original preparado por: Prof. Ionildo José Sanches e Prof.
Diógenes Lago Furlan; Universidade Federal do Paraná. Departamento de Informática CI-202

FIGURA 1: INTRODUÇÃO À MECÂNICA DOS FLUIDOS, Fox, Robert W./ McDonald, Alan T./
Pritchard, Philip J. – 7ªed. Página 121.

FIGURA 2: Google Earth 7.1.1.1888 - Google Inc.

FIGURA 3: Igor Silfar Teles da Silva

Gráfico 1: INTRODUÇÃO À MECÂNICA DOS FLUIDOS, Fox, Robert W./ McDonald, Alan T./
Pritchard, Philip J. – 7ªed - Fig.9.11 na página 397

Gráfico 2: Igor Silfar Teles da Silva

Tabelas (1),(2),(3) e (4): Igor Silfar Teles da Silva – igorsilfar@yahoo.com.br

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