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Izquierdo, Iván. <i>Memória (2a. ed.)</i>, Grupo A - Artmed, 2011. ProQuest Ebook Central,
http://ebookcentral.proquest.com/lib/minhabibliotecaufrgs/detail.action?docID=3234279.
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um aprendizado de esquiva leve aprendido sete dias antes, mas não de outro
aprendido dois dias antes. A falha pode ser contornada pela administração de
agentes dopaminérgicos 12 horas depois
da esquiva – no rato – ou do filme – em
É possível que esse “esquecimen- um humano. É possível que esse “esque-
to” de memórias mais ou menos cimento” de memórias mais ou menos
triviais geradas há vários dias tenha triviais geradas há vários dias tenha um
um papel fisiológico, evitando a papel fisiológico, evitando a conserva-
conservação de informação pouco ção de informação pouco importante
importante por muito tempo que por muito tempo que possa interferir
possa interferir com a mais recen- com a mais recente; sem dúvida, para
te. mim é muito melhor esquecer em que
lugar estacionei meu carro na segunda-
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Memória S 77
-feira passada para não confundi-lo, ao sair, com o lugar em que o estacionei
hoje, quando cheguei.
Eckel-Mahan descreveu outro mecanismo, cíclico e circadiano, que consiste
em um aumento a cada 12 horas da atividade das ERKs e da CaMKII no hipo-
campo a partir do momento em que certa tarefa de esquiva é adquirida.
Nem o mecanismo do BDNF descoberto por nós nem o mecanismo circa-
diano descoberto por Eckel-Mahan guardam relação com o sono ou com alguma
fase do sono, ao menos no rato. Ambos ocorrem igualmente quando o treino (a
aquisição) é produzido de manhã, quando o rato começa seu período diário de
sono, ou à noite, quando enfrenta suas 12-14 horas de vigília. Ao longo dos anos
tem havido postulações de que o sono ou os sonhos ajudam a gravar memórias,
porém há pouca evidência real nesse sentido; o sono e os sonhos parecem
irrelevantes aos dois mecanismos até agora demonstrados que realmente regu-
lam a persistência das memórias de longa duração. Contudo, todos sabemos
que uma boa noite de sono ajuda a lembrar as coisas do dia anterior (ou outras),
e uma noite sem sono perturba nossa vida cognitiva. Seguramente deve existir
alguma função do sono, talvez principalmente dos sonhos, na determinação da
persistência das memórias; porém, essa função, ainda, não foi descoberta.
Assim, depois da fase de consolidação celular, que dura desde a aquisição
até 6 horas mais tarde e que ocorre basicamente no hipocampo, desencadeiam-
-se, nesta mesma estrutura, pelo menos dois processos que determinam a
persistência das memórias. Ambos se iniciam 12 horas depois da aquisição; um
deles envolve a ativação de neurônios dopaminérgicos da VTA que causam pro-
dução de BDNF no hipocampo; o outro envolve a ativação de um sistema circa-
diano que regula os níveis de CaMKII e ERK no hipocampo.
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