1) O documento analisa a visão de Paul Tillich sobre o argumento cosmológico da existência de Deus baseado em sua Teologia Sistemática.
2) Tillich acredita que o argumento cosmológico pressupõe a existência de Deus ao invés de prová-la, sendo portanto uma petição de princípio.
3) Contudo, o argumento conduz à necessidade da pergunta por Deus como resposta à ameaça da finitude e do não-ser experimentada pelo ser humano.
Descrição original:
Análise de Tillich do argumento cosmológico da existência de Deus.
Título original
O argumento cosmológico à luz da teologia de Paul Tillich
1) O documento analisa a visão de Paul Tillich sobre o argumento cosmológico da existência de Deus baseado em sua Teologia Sistemática.
2) Tillich acredita que o argumento cosmológico pressupõe a existência de Deus ao invés de prová-la, sendo portanto uma petição de princípio.
3) Contudo, o argumento conduz à necessidade da pergunta por Deus como resposta à ameaça da finitude e do não-ser experimentada pelo ser humano.
1) O documento analisa a visão de Paul Tillich sobre o argumento cosmológico da existência de Deus baseado em sua Teologia Sistemática.
2) Tillich acredita que o argumento cosmológico pressupõe a existência de Deus ao invés de prová-la, sendo portanto uma petição de princípio.
3) Contudo, o argumento conduz à necessidade da pergunta por Deus como resposta à ameaça da finitude e do não-ser experimentada pelo ser humano.
Tillich e o argumento cosmológico da existência de Deus
Guilherme Estevam Emilio – Doutor em Filosofia pela Universidade Federal de São
Paulo. E-mail: gui.emilio@uol.com.br GT: Paul Tillich
Este trabalho examina os escritos de Paul Tillich sobre o argumento cosmológico da
existência de Deus a partir da Teologia Sistemática do autor. A análise dos argumentos da existência de Deus, na Teologia Sistemática, situa-se ao final da ontologia e preludia a reflexão tillichiana sobre Deus. À luz do método de correlação, essa análise é, por um lado, parte integrante da pergunta ontológica; por outro, constitui-se como pressuposto da resposta teológico-religiosa. Isso ocorre porque, segundo Tillich, a pergunta por Deus contém uma preconcepção de Deus ou uma “consciência de Deus” que, por sua vez, nada mais é do que o elemento incondicional presente na estrutura do ser e da razão. Tal elemento, na perspectiva tillichiana, torna possível a pergunta por Deus e abre caminho para a filosofia da religião. Por conseguinte, o que torna relevante o argumento cosmológico é o seu pressuposto ontológico. Em outras palavras, o argumento ontológico, tal como afirmava Kant, está pressuposto no argumento cosmológico. Consequentemente, o autor considera que o argumento cosmológico não é um argumento da existência de Deus, pois, não estabelece uma prova da existência de um ser necessário; antes, pressupõe sua existência. Trata-se, com efeito, de uma petição de princípio; de uma extrapolação do uso das categorias de causa e de substância que consistem em categorias da finitude; e de uma tentativa lógica frustrada. Contudo, para além de Kant, Tillich considera que a análise do argumento cosmológico conduz à necessidade da pergunta por Deus, uma vez que ela é a melhor expressão da condição existencial do ser humano, visto que ela revela a ameaça do não-ser e da finitude que está implícita no argumento. Percebe-se, portanto, que Tillich está menos interessado na estrutura lógica do argumento do que em sua análise existencial. Esta permite-lhe averiguar que a ameaça do não-ser, experimentada pelo ser humano como angústia, leva o ser humano à pergunta pelo ser que vence o não-ser e pela coragem que vence a angústia existencial. Em suma, a análise do argumento cosmológico desdobra a necessidade da pergunta pelo sentido do ser e de Deus como resposta a essa pergunta e, com efeito, estabelece a passagem do primeiro ao segundo volume da Teologia Sistemática.
Palavras-chave: Paul Tillich, argumento cosmológico, existência de Deus.