Você está na página 1de 5

ARAÚJO NETO, Felipe Sabino de (org.). A desgraça do ateísmo na educação.

Brasília/DF: Editora Monergismo, 2019. Kindle edition.

Prefácio do editor
Fumantes de cigarro encontram em cada maço uma advertência que fumar pode ser
prejudicial à saúde deles. Ora, eu não sou fumante, mas ressinto-me diante da
reivindicação superzelosa do Big Brother de dizer o que é bom ou ruim para nós. Em
meu livro, esse poder pertence a Deus, não ao Estado. Além do mais, por que não
colocar um aviso em cada edifício federal, afirmando: “Atenção! Um governo grande
pode ser prejudicial à sua saúde”? Ou por que não avisar cada pai de um estudante:
“Atenção! Escolas públicas podem ser prejudiciais à saúde do seu filho”? (l. 60) R.J.
Rushdoony

o que vemos hoje é uma militância aberta contra o cristianismo em geral e a moralidade
judaico-cristão em particular. Tal desfecho era inevitável, pois todo ato de educar— que
inclui, entre outras coisas, treinar os alunos para que sejam competentes em suas
responsabilidades, seja na esfera civil, familiar, profissional e que tais— pressupõe uma
base ética, e o Estado nunca reivindicou para si a mera tarefa de instruir, mas sim de
educar nossas crianças e jovens. (l. 77)

Machen: “Vejo pouca consistência num tipo de atividade cristã que prega o evangelho
nas esquinas das ruas e até os confins da terra, mas negligencia os filhos da aliança
abandonando-os a um secularismo frio e incrédulo”. (l. 113) Nota - J. Grisham Machen

a educação deve livrar- se das cadeias não somente do Estado, mas também de
quaisquer ditames eclesiásticos. (l. 123)

Rushdoony: “Se o Estado ou a igreja controla a escola, então torna- se função da escola
servir aos propósitos do Estado ou da igreja. A propaganda passa a governar a
educação”. (l. 138)

Gordon Clark,… as escolas não são, obviamente, cristãs. Mas, com semelhante
obviedade, não são neutras. As Escrituras dizem que o temor do Senhor é o princípio
da sabedoria— parte essencial do conhecimento; mas as escolas, omitindo todas as
referências a Deus, passam aos alunos a noção de que o conhecimento é obtido sem
qualquer relação a Deus. Elas ensinam, na realidade, que Deus não tem qualquer
controle sobre a história; que não existe qualquer planejamento nos eventos operados
por Deus; e que Deus não preordenou qualquer acontecimento… As escolas não são,
nunca foram, nunca poderão ser neutras. O sistema escolar que ignora a Deus, ensina
seus alunos a ignorarem a Deus. Isso não é neutralidade, é a pior forma de
antagonismo, porque julga que Deus não é importante; ele é irrelevante à raça humana.
Isso é ateísmo. (l. 160) 1. Sobre educação secular

1. Sobre educação secular R. L. Dabney (l. 190)


rejeitem. O engano reside em confundir educação eclesiástica com educação cristã. (l.
207)

O clero não deve ser senhor sobre o povo de Deus, mas somente “ministros por meio
de quem cremos” (1Co 3.5). (l. 210)

Ora, é dever da igreja instruir os pais sobre como Deus deseja que criem seus filhos, e
impor o dever com sanções espirituais; mas aí termina seu poder oficial. Ela não usurpa
o cumprimento da importante tarefa que instrui os pais a fazer. (l. 214)

o Estado não tem direito de afirmar o valor igual de credos opostos, cuja verdade de
um pode implicar a falsidade positiva do outro. (l. 292)

A educação é o treino e o desenvolvimento do homem inteiro para seu fim apropriado.


Este fim deve ser corretamente concebido para que se compreenda o processo, e
mesmo o fim terreno do homem é preponderantemente moral. (l. 320)

Como ele aprenderá a narrativa das lutas por meio das quais os ingleses alcançaram as
liberdades que as colônias herdaram, sem o entendimento das ferozes perseguições aos
protestantes da parte de Maria, a Sanguinária? (l. 419)

Griffin: “Educar a mente de um homem mau sem corrigir sua moral é colocar uma
espada nas mãos de um maníaco”. (l. 481)

Precisamos dos melhores homens ensinando nossas crianças. Porém os melhores são
os cristãos genuínos, que carregam sua religião consigo em todas as coisas. Esses
homens não podem se comprometer a serem professores de preciosas almas pelas
quais Cristo morreu e não fazer quaisquer esforços para salvá-las. (l. 507)

Nosso Salvador também afirmou que não há neutralidade moral— aquele que não é
por ele é contra ele. (l. 524)

E educar almas dessa maneira é opor- se à nossa teologia. Eis a razão por que um
ensino não cristão é um ensino anticristão. (l. 536)

Uma vez que a consciência é a faculdade reguladora de todas as demais, o professor


que não pode lidar com a consciência não pode também lidar adequadamente com
qualquer outra coisa. Visto que a alma é indivisível, não se pode equipá-la em
diferentes partes e em momentos e locais diferentes do mesmo modo que um homem
pode comprar seu chapéu numa loja e suas botas em outra. (l. 565)

secularização efetiva e consistente da educação não deve ser tolerada. Mas quase todos
os homens públicos e pregadores declaram que as escolas públicas são a glória da
América. Elas são uma finalidade, e de modo nenhum deve- se abrir mão delas. Vimos
que sua secularização total é logicamente inevitável. Os cristãos devem preparar- se,
então, para as seguintes consequências: todas as orações, catecismos e Bíblias serão,
por fim, retiradas das escolas. (l. 620)

propagandismo. A humanidade sempre perceberá, mais cedo ou mais tarde, que não
pode subsistir sem uma religião, e isto fará com que assuma preferencialmente uma
religião falsa em lugar de nenhuma. (l. 629)

coração. Pais nenhuns podem deixar de ressentir- se pela intrusão de qualquer


autoridade entre sua consciência e convicções e a alma de seu filho. (l. 685)

As competições entre Estado e igreja pelo poder sobre a educação têm sido tão
absorventes que quase nos esquecemos dos pais, o terceiro e legítimo competidor. E
agora muitos olham para a reivindicação dos pais quase com desprezo. Uma vez que as
esferas da igreja e do Estado são muito mais amplas e mais populosas do que a esfera
dos pais, eles estão inclinados a considerá-la em tudo inferior. (l. 702)

1. Política e educação

Um subsídio é uma forma de establishment; é também uma forma de aprisionamento.


Sempre e onde quer que um governo civil financie qualquer tipo de atividade, ele tem
o direito legal e moral de controlar essa atividade. Se o Estado financia as igrejas, ele
tem o direito de controlar as igrejas. Se o Estado financia as escolas, faculdades e
universidades, ele tem o direito e o dever de controlá-las. (l. 783)

A educação custeada pelo Estado é uma educação totalitária. A essência do


totalitarismo é simplesmente esta: ele afirma que o Estado tem todas as respostas para
a vida, e que praticamente toda esfera da atividade humana deve ser governada pelo
Estado. O totalitário crê que a educação, a economia e o comércio, a família, o bem-
estar da criança e do idoso, a medicina, a ciência e tudo o mais precisa da mão
controladora e orientadora do Estado. (l. 795)

Há diferentes tipos de totalitarismo— marxista, democrático, fascista, fabiano e assim


por diante— mas suas diferenças não são essenciais, ao passo que suas
correspondências o são. (l. 799)

O libertarianismo cristão é hostil à política na educação. Ele também não é a favor da


igreja na educação. A escola, sob Deus, é uma agência tão livre quanto a igreja e o
Estado. Nem a igreja nem o Estado têm qualquer direito de controlar o outro, nem
possuem qualquer direito de controlar a família, a economia, a cultura, a arte ou
qualquer outra esfera de atividade humana. Nenhuma instituição tem o direito de fazer
o papel de deus e de guardiã de todas as outras instituições na sociedade. A
reivindicação desse direito por qualquer instituição se configura como totalitarismo.
(l. 803)

A família não pertence à igreja nem ao Estado; ela é uma instituição separada, estando
diretamente sob a autoridade de Deus. (l. 808)
A função da escola e do professor é ensinar, educar. Se o Estado ou a igreja controla a
escola, então torna- se função da escola servir aos propósitos do Estado ou da igreja. A
propaganda passa a governar a educação. Em vez de servir à função primária da escola
ou da faculdade, o professor serve então ao propósito primário do Estado ou igreja
controladores. (l. 811)

A educação subsidiada é produtiva não de acordo com as necessidades do mundo em


geral, mas sim em relação às exigências dos políticos. A escola é adaptada às
necessidades do Estado, e não de uma perspectiva de um mundo de trabalho. O
resultado é uma incompetência crescente na educação pública. Quanto mais a
educação se desenvolve com base em seus propósitos orientados pelo Estado, mais
incompetente ela se torna. (l. 851)

Quando a política governa a educação, é a política que ganha, e a educação torna- se a


perdedora. A educação tem declinado progressivamente à medida que o controle
político sobre ela tem aumentado. (l. 854)

2. Educação e a família R. J. Rushdoony

Não pode haver nenhuma neutralidade na educação. Educação pelo Estado terá fins
estatistas. (l. 897)

essencial para o chamado de toda criança é ser membro de uma família. Praticamente
todas as crianças um dia tornar-se-ão maridos e mulheres, e pais ou mães. A escola
estatista destrói este chamado. (l. 947)

o treinamento essencial para a vida familiar é a vida em família e uma escola e


sociedade orientadas para a família. Isto implica educação bíblica. (l. 950)

A escola estatista, além disso, basicamente treina mulheres para serem homens; não é
de surpreender que tantas estejam infelizes por serem mulheres. E os homens não são
mais felizes, visto que o domínio na educação moderna é transferido do homem para o
Estado, e o homem é progressivamente emasculado. (l. 952)

É necessário mais do que nunca enfatizar que os melhores e mais confiáveis


educadores são os pais sob a autoridade de Deus. A maior escola é a família. (l. 967)

O treinamento moral da criança, a disciplina de bons hábitos, é uma herança dos pais
aos filhos que sobrepuja todas as demais. A família é a primeira e fundamental escola
do homem. (l. 971)

3. Soberania e educação

o humanismo secular é a fé das escolas estatistas (l. 981)

A ideia de neutralidade é, contudo, um mito. Cada pessoa e instituição têm uma


perspectiva e um plano que envolve um comprometimento. (l. 992)
Nenhum homem pode ser neutro para com Deus. (l. 995)

Os tribunais não são neutros; num julgamento de assassinato, nem a corte nem a lei é
neutra em relação ao crime de assassinato. Antes, a busca é por justiça no
procedimento e no julgamento, algo muito diferente de neutralidade. (l. 1002)

1. Escolas cristãs John Frame

Há problemas especiais, também, com colégios e seminários que professam convicções


bíblicas, mas na prática apoiam uma crítica bíblica destrutiva, ordenação de mulheres,
direitos homossexuais e outros aspectos de uma agenda esquerdista. (l. 1167)

Você também pode gostar