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Cristiane Gonçalves – Resumos

1. Ordem geral, comuns a todos os atos e negócios jurídicos,


CONTRATOS
como a capacidade do agente (maior de 18 anos, por exemplo),
O Novo Código Civil privilegia a função social do contratos,
o objeto lícito, possível, determinado ou determinável, e a
tal como prevê o art. 421:
forma prescrita ou não defesa em lei (CC, art. 104);
“A liberdade exercida em razão e nos limites da função social do
contrato.” Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:

Essa função social limita a autonomia da vontade. I - agente capaz; se o agente for absolutamente incapaz o negócio
jurídico será nulo (ex nunc – não produz efeito); se o agente for
As partes devem celebrar seus contratos com ampla liberdade, relativamente incapaz o negócio será anulável (ex tunc –
anuláveis geram efeitos, podem ser revistos pelas partes).
observadas as exigências de ordem pública, como é o caso das
cláusulas gerais. II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; o objeto
do negócio jurídico em imediato é a ação humana e o mediato é a
Resumo: fato jurídico são acontecimentos naturais que tem aptidão coisa a que a ação humana se refere; o objeto precisa ser
determinado ou determinável, estipulado seu gênero e quantidade,
para criar, extinguir ou modificar direitos. em exemplo.
Atos jurídicos: fato jurídico são acontecimentos causados pela ação
III - forma prescrita ou não defesa em lei: o negócio jurídico
humana que tem aptidão para criar, extinguir ou modificar direitos. deve ser válido, lícito, etc.
Tais atos podem ser lícitos ou ilícitos.
Art.166 aborda sobre a nulidade dos negócios jurídicos

CONDIÇÕES DE VALIDADE DO CONTRATO


2. Ordem especial, específico dos contratos: o consentimento
Os requisitos ou condições para a validade de um contrato são de duas recíproco ou acordo de vontades.
espécies:
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Os requisitos de validade do contrato podem, assim, ser sempre expressa (Expressa é a exteriorizada verbalmente, por escrito,
distribuídos em três grupos: subjetivos, objetivos e formais. gesto ou mímica, de forma inequívoca.)

I. REQUISITOS SUBJETIVOS Exemplo de vontade expressa: Lei do Inquilinato (Lei n. 8.245/91),


cujo art. 13 prescreve que a sublocação e o empréstimo do prédio
A) na manifestação de duas ou mais vontades e capacidade genérica
locado dependem de consentimento, por escrito, do locador.
dos contratantes – com relação a capacidade genérica dos contratantes
versa sobre a incapacidade absoluta ou relativa, que pode ser nula ou II. REQUISITOS OBJETIVOS
anulável Os requisitos objetivos dizem respeito ao objeto do contrato, que deve
B) na aptidão específica para contratar: essas hipóteses não dizem ser lícito, possível, determinado ou determinável (CC, art. 104, II). A
respeito propriamente à capacidade geral, mas à falta de legitimação validade do contrato depende, assim, da:
ou impedimentos para a realização de certos negócios (exemplo: art. a) Licitude de seu objeto
1647, sobre cônjuges). A capacidade de contratar deve existir no
Nota: Há dolo quando uma parte tem a intenção de prejudicar a outra,
momento da declaração de vontade do contratante.
de induzi-la ao erro. Torpeza bilateral ocorre quando a vítima
C) no consentimento: O requisito de ordem especial, próprio dos também age de má-fé no caso concreto, ou seja, se vale da situação
contratos, é o consentimento recíproco ou acordo de vontades – para obter lucro ilícito.
devem ser consentido, de maneira livre e espontânea, as cláusulas
b) Possibilidade física ou jurídica do objeto: exemplo: não é possível
contratuais, a existência e natureza do contrato e sobre o objeto do
juridicamente fazer negócio de determinados bens, como a herança de
contrato.
pessoa viva
A manifestação de vontade pode ser tácita (o silêncio pode ser
c) Determinação de seu objeto: O objeto do negócio jurídico deve ser,
considerado como manifestação tácita da vontade), portanto, nem
igualmente, determinado ou determinável (indeterminado
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relativamente ou suscetível de determinação no momento da manifestação da vontade, demonstrar a seriedade do ato e facilitar a
execução). sua prova.

Nota: o objeto do contrato deve ter algum valor econômico.  Única: não pode ser substituída por outra. Ex.:

III. REQUISITOS FORMAIS escritura pública para alienações imobiliárias.


 Múltipla ou Plural: a forma quando o ato é solene, mas
Os requisitos de validade podem versar sobre o consensualismo ou o
a lei permite a formalização do negócio por diversos
formalismo. No Brasil consensualismo é a regra e o formalismo é a
modos, podendo o interessado optar validamente por
exceção, uma vez que contratos podem ser celebrados por escrito,
um deles.
público ou particular, ou verbalmente, a não ser nos casos em que a
lei, para dar maior segurança e seriedade ao negócio, exija a forma c) Forma contratual: É a convencionada pelas partes

escrita, pública ou particular. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO CONTRATUAL

Art. 107 do Código Civil: “A validade da declaração de vontade não  Princípio da autonomia vontade
dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a
Art. 421 “A liberdade de contratar será exercida em razão e nos
exigir”
limites da função social do contrato”. Preceitua ainda o art. 425: “É
Podem ser distinguidas três espécies de formas: livre, especial ou lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas
solene e contratual: gerais fixadas neste Código”

a) Forma livre: qualquer manifestação de vontade não imposta pela Apesar disso, há limitações que observam a função social do contrato,
lei o princípio da boa-fé objetiva, ordem pública, assim como outros

b) Forma especial ou solene: exigida pela lei como requisito de requisitos para validar o contrato.

validade para determinados negócios jurídicos, com o objetivo de


assegurar autenticidade do negócio jurídico garantir a livre
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 Princípio da Supremacia da Ordem Pública Os contratos são em regras consensuais, ao ser acordado preço e
objeto, o contrato já está perfeito. Mas existem, alguns os reais que só
A liberdade contratual encontrou sempre limitação na ideia de ordem
se aperfeiçoam com a entrega da coisa, tal como o contrato de
pública, entendendo-se que o interesse da sociedade deve prevalecer
depósito, contrato de comodato e mutuo.
quando colide com o interesse individual.
Art. 1417
“A ideia de ordem pública é constituída por aquele conjunto de
interesses jurídicos e morais que incumbe à sociedade preservar. Por  Princípio da relatividade do efeito dos contratos
conseguinte, os princípios de ordem pública não podem ser alterados O atual Código Civil não concebe mais o contrato apenas como
por convenção entre os particulares. Jus publicum privatorum pactis instrumento de satisfação de interesses pessoais dos contraentes, mas
derrogare non potest” lhe reconhece uma função social. Terceiros podem influir em um
Em suma, a noção de ordem pública e o respeito aos bons costumes contrato quando ferem afetados direta ou indiretamente.
constituem freios e limites à liberdade contratual. Os bons costumes
 Princípio da obrigatoriedade dos contratos ou
variam de tempos em tempos, de país para país.
intangibilidade dos contratos

 Princípio do Consensualismo Princípio da força vinculantes do contratos

A compra e venda, por exemplo, quando pura, torna-se perfeita e O aludido princípio tem por fundamentos:

obrigatória, desde que as partes acordem no objeto e no preço (CC, a) a necessidade de segurança nos negócios, que deixaria de existir se
art. 482). O contrato já estará perfeito e acabado desde o momento em os contratantes pudessem não cumprir a palavra empenhada, gerando
que o vendedor aceitar o preço oferecido pela coisa, a balbúrdia e o caos;
independentemente da entrega desta. O pagamento e a entrega do
b) a intangibilidade ou imutabilidade do contrato, decorrente da
objeto constituem outra fase, a do cumprimento das obrigações
convicção de que o acordo de vontades faz lei entre as partes,
assumidas pelos contratantes (CC, art. 481)
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personificada pela máxima pacta sunt servanda (os pactos devem ser art. 478 do Código Civil diz que em contratos bilaterais é permitido
cumpridos), não podendo ser alterado nem pelo juiz. Qualquer somente a resolução do contrato, e não a sua revisão, esta pode,
modificação ou revogação terá de ser, também, bilateral. O seu todavia, ser pleiteada com base no art. 317 do mesmo diploma, que
inadimplemento confere à parte lesada o direito de fazer uso dos estatui: “Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção
instrumentos judiciários para obrigar a outra a cumpri-lo, ou a manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua
indenizar pelas perdas e danos, sob pena de execução patrimonial execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que
(CC, art. 389) assegure, quanto possível, o valor real da prestação”.

A única escusa é por caso fortuito ou força maior. (art. 393)  Princípio da boa-fé e eticidade

Esse princípio foi atenuado com a intervenção estatal para adequar os O princípio da boa-fé exige que as partes se comportem de
contratos a ordem pública, e fazer máxima do Direito Civil – função forma correta não só durante as tratativas, como também durante a
social do contrato - mas não deixou de existir. formação e o cumprimento do contrato. Juiz deve rigorosamente
aplicar no julgamento das relações obrigacionais são: a boa-fé
 Princípio da revisão contratual ou da onerosidade
objetiva, o fim social do contrato e a ordem pública.
excessiva
Eticidade: boa-fé objetiva, valores éticos no ordenamento jurídico
Permite aos contratantes recorrerem ao Judiciário
Sociabilidade: código pluralista, visou superar o caráter
ARNOLDO MEDEIROS DA FONSECA, com o nome de
individualista do Código de 1916.
teoria da imprevisão, possibilidade de desfazimento ou revisão
forçada do contrato quando, por eventos imprevisíveis e Operabilidade: Estabelecer soluções normativas de modo a facilitar
extraordinários, a prestação de uma das partes tornar-se sua interpretação e aplicação da norma; criar sistema jurídico que
exageradamente onerosa funcione e não deixe nas mãos dos julgadores toda interpretação.

Analisar os artigos 478 a 480 CC.


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Probidade: a honestidade de proceder ou a maneira criteriosa de aceitação foram formuladas dentro do que podiam e deviam eles
cumprir todos os deveres, que são atribuídos ou cometidos à pessoa. entender razoavelmente, segundo a regra da boa-fé.
(Veio para reforçar a boa-fé objetiva) art. 113 do atual Código que “os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-
fé e os usos do lugar de sua celebração”.
a) Boa-fé subjetiva: concepção psicológica da boa-fé
b) Boa-fé objetiva: concepção ética da boa-fé CONSERVAÇÃO DO CONTRATAL: se uma cláusula contratual
permitir duas interpretações diferentes, prevalecerá a que possa
INTERPRETAÇÃO DO CONTRATO
produzir algum efeito, pois não se deve supor que os contratantes
 Compreender a intenção das partes tenham celebrado um contrato carecedor de qualquer utilidade.
Interpretação contratual declaratória quando tem como único fim Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou
contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente.
a descoberta da intenção comum dos contratantes no momento da
Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva
celebração do contrato.
Art. 819. A fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpretação extensiva.
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas Art. 843. A transação interpreta-se restritivamente, e por ela não se transmitem,
consubstanciada (o sentido mais adequado a uma interpretação que leve em conta a boa-fé, apenas se declaram ou reconhecem direitos.
e o contexto e o fim econômico do negócio jurídico) do que ao sentido literal da Art. 1.899. Quando a cláusula testamentária for suscetível de interpretações
diferentes, prevalecerá a que melhor assegure a observância da vontade do
linguagem.
testador.
Interpretação construtiva ou integrativa, objetiva o aproveitamento
CRITÉRIOS PARA INTEPRETAÇÃO CONTRATUAL
do contrato, mediante o suprimento das lacunas e pontos omissos
deixados pelas partes.  Examinar a intenção dos contratantes, verificando o modo pelo
qual vinham executando, de comum acordo.
PRINCÍPIO DA BOA-FÉ: deve o intérprete presumir que os  Interpretar de maneira que leve a menor onerosidade ao devedor.
 Interpretar as cláusulas contratuais em conjunto com as demais
contratantes procedem com lealdade e que tanto a proposta como a  A obscuridade contratual é imputada a quem redigiu
 Em cláusulas com dois significados prezar pela exequível
(princípio da conservação contratual)
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A PROPOSTA OU OBLAÇÃO OU POLICITAÇÃO

 A oferta traduz uma vontade definitiva de contratar nas bases


A FORMAÇÃO DOS CONTRATOS oferecidas, não estando mais sujeita a estudos ou discussões

 Negociações preliminares (fase de puntação)


 Fase em que é feita a oferta por parte do proponente para que
Manifestação da vontade = proposta + aceitação
o solicitado emita seu consentimento
Nota: proposta pode ser chamada de oferta, policitação ou oblação.
 A proposta é uma declaração unilateral de vontade receptícia,
Como nem sempre a proposta é precedida imediatamente pela pois está sujeita à aceitação da outra parte para que produza
aceitação, há a fase que antecede a oferta na qual chamamos de seus efeitos.
puntações – pesquisas, conversas, estudos antes de fazer a oferta.  A proposta deve conter todos os elementos essenciais do

 Mesmo com a elaboração de uma minuta ou projeto ainda não negócio proposto, como preço, quantidade, tempo de entrega,

há vinculação das pessoas forma de pagamento etc.


 Deve também ser séria e consciente, pois vincula o proponente
Observação: negociações preliminares fazem surgir deveres
jurídicos para os contraentes (não há obrigação para os participantes), (CC, art. 427).
decorrentes da incidência do princípio da boa-fé, sendo os principais  Deve ser, ainda, clara, completa e inequívoca.
os deveres de lealdade e correção, de informação, de proteção e  Não perde o caráter de negócio jurídico receptício se for
cuidado e de sigilo. A violação desses deveres durante o transcurso
endereçada não a uma pessoa determinada, mas assumir a
das negociações é que gera a responsabilidade do contraente, tenha
sido ou não celebrado o contrato. forma de oferta aberta ao público. Ex.: mercadorias expostas
em vitrines
Algumas definições/classificações

- Sujeitos da proposta:

 Aquele que faz a oblação: Proponente, policitante


ou solicitante
 Aquele para quem a policitação é direcionada:
Solicitado, policitado ou oblato.
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Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a
resposta dentro do prazo dado;
contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio,
ou das circunstâncias do caso. IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao
conhecimento da outra parte a retratação do proponente
 Desde que séria e consciente, a proposta vincula o proponente.
 A oferta não obriga o proponente, em primeiro lugar, se ACEITAÇÃO

contiver cláusula expressa a respeito. Concordância com os termos da proposta.

ART. 428. DEIXA DE SER OBRIGATÓRIA A PROPOSTA: A aceitação pode ser expressa: decorre de declaração do aceitante,
manifestando a sua anuência;
I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita.
Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou
por meio de comunicação semelhante; (comunicação pro wpp é Tácita: de sua conduta, reveladora do consentimento.
válida)
Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a
Se a comunicação entre as partes é feita pela Internet, estando ambas aceitação expressa, ou o proponente a tiver dispensado, reputar-se-á
em contato simultâneo, a hipótese merece o mesmo tratamento concluído o contrato, não chegando a tempo a recusa.
jurídico conferido às propostas feitas por telefone, por se tratar de
comunicação semelhante, só se tornando obrigatória a policitação se Ex.: um fornecedor costuma remeter os seus produtos a
for imediatamente aceita. Todavia, o mesmo não deve suceder com a
proposta feita por via de e-mail, não estando ambos os usuários da determinado comerciante, e este, sem confirmar os pedidos, efetua os
rede simultaneamente conectados. pagamentos, instaura-se uma praxe comercial. Se o último, em dado

I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente momento, quiser interrompê-la, terá de avisar previamente o
aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por fornecedor, sob pena de ficar obrigado ao pagamento de nova
telefone ou por meio de comunicação semelhante;
remessa, nas mesmas bases das anteriores.
II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo
suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente;
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Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a CONTRATOS INTER PRAESENTES - as partes estarão
aceitação expressa, ou o proponente a tiver dispensado, reputar-se-á
concluído o contrato, não chegando a tempo a recusa. vinculadas na mesma ocasião em que o oblato aceitar a proposta.

 Casos em que a aceitação deixa de ser força vinculante: CONTRATOS INTER ABSENTES – o contrato é celebrado entre
partes ausentes.
Art. 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar
tarde ao conhecimento do proponente, este comunicá-lo-á
imediatamente ao aceitante, sob pena de responder por perdas e Nota: A correspondência pode ser encaminhada pelo próprio
danos. interessado ou por alguém contratado para essa tarefa.
Se a aceitação for expedida e chegar com atraso ao solicitante
que, por sua vez, celebra o negócio com outra pessoa por achar  Nos Contratos celebrados por correspondência a resposta leva
o solicitado não estava mais interessado, o solicitante deve
determinado tempo até chegar ao conhecimento do
comunicar imediatamente ao solicitado que por causa do
atraso celebrou o negócio com outra pessoa. proponente, passando por várias fases.

Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela


A CONVENÇÃO SE REPUTA CONCLUÍDA QUANDO:
ou com ela chegar ao proponente a retratação do aceitante.

É possível a retratação da aceitação. A) Teoria da informação ou da cognição: o solicitante recebe e deve


abrir a correspondência (fica a seu arbítrio) se inteirando da resposta
FASE DE CONCLUSÃO CONTRATUAL
do solicitado.
 Se o contrato for celebrado entre presentes, a proposta
poderá estipular ou não prazo para a aceitação B) Declaração ou da agnição: subdivide-se em 3
 Determinar o momento em que foi formado o contrato entre
1º declaração propriamente dita: o instante da conclusão
presentes e entre ausentes coincide com o da redação da correspondência epistolar. A crítica é
que o consentimento permanece restrito ao ambiente do aceitante.
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2º da expedição: não basta a redação da resposta, sendo necessário de critérios, levando em conta o local em que o impulso inicial teve
que tenha sido expedida, isto é, saído do alcance e controle do origem. Ressalve-se que, dentro da autonomia da vontade, podem as
oblato.
partes eleger o foro competente (foro de eleição) e a lei aplicável à
3º da recepção: além de escrita e expedida, a resposta tenha sido espécie.
entregue ao destinatário.
 A transação eletrônica realizada entre brasileiros está, assim,
O CÓDIGO CIVIL ADOTOU A TEORIA DA EXPEDIÇÃO
sujeita aos mesmos princípios e regras aplicáveis aos demais
Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a
contratos aqui celebrados.
aceitação é expedida, exceto:
I - no caso do artigo antecedente;  Observação: o contrato então celebrado rege-se pelas leis do
II - se o proponente se houver comprometido a esperar resposta;
III - se ela não chegar no prazo convencionado. país do contratante que fez a oferta ou proposta.
Artigo antecedente: Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa,
ou o proponente a tiver dispensado, reputar-se-á concluído o contrato, não chegando a tempo a recusa. Nota:

Carlos Roberto Gonçalves diz que a julgar pelas exceções do artigo Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição
434 o CC se filiou a teoria da recepção e não a da expedição. do direito.

LUGAR DE CELEBRAÇÃO Adições, restrições ou modificações importará em novo contrato

Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi REFERÊNCIA:


proposto.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, volume 3:
Contratos pela internet  art. 9º, § 2º ( Lei de Introdução às Normas contratos e atos unilaterais. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2017.
do Direito Brasileiro) - a obrigação resultante do contrato reputa-se
constituída no lugar em que residir o proponente”.

Tal dispositivo aplica-se aos casos em que os contratantes residem em


países diferentes, Denota-se que o legislador preferiu a uniformização

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