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1º grupo
2º Grupo
Tema: A Estilística de alguns tempos verbais
3º Grupo
Tema: Estilística da Frase
4º Grupo
Tema: Estilística da frase na óptica de Celso Cunha e Lindley Cintra
5º Grupo
Tema: A ordem das palavras na construção da frase na Língua Portuguesa
A ESTILÍSTICA DA UNIDADE
SINTAGMÁTICA
B.
a) alguns cadernos
b) alguns cadernos de Matemática
c) alguns cadernos de Matemática perdidos hoje
d) alguns cadernos novos de Matemática
O dia-a-dia da língua, por ser mais prático, tende a ser mais objectivo
em relação à gramática. Este postulado é mais evidente no uso dos tempos
verbais, pois há uma distinção fundamental entre duas entidades descritas
pelos verbos em português: os acontecimentos, e os estados. Os
acontecimentos acontecem num tempo e num lugar determinado, ao
contrário dos estados.
A) TEMPOS DO INDICATIVO
1.1. O Presente
O presente é também usado para fazer actos de fala (na 1.a pessoa
do singular):
1. Prometo
2. Baptizo-te
3. Juro
3.2. Mais-que-perfeito
Assim como com o Perfeito, já + Mais que perfeito apenas indica que o
acontecimento ocorreu, não interessando quando:
1. Ele já tinha comprado o bilhete quando ela lhe sugeriu irem ao
teatro.
2. Quando o João finalmente entrou na sala, já todos tinham chegado.
Já tem contudo uma outra função, que é a de indicar precedência
quando há dois Mais que perfeitos envolvidos:
1. Quando fora para a tropa, já tinha tido vários desgostos.
Sem já, a frase anterior refere-se a desgostos durante a tropa, e não antes
de ir para a tropa.
O Mais que Perfeito é usado no discurso indirecto para traduzir o
Perfeito:
2. Comprei um carro, fui dar um passeio e fiquei deslumbrado.
3. Ele disse que tinha comprado um carro, tinha ido dar um passeio e
tinha ficado deslumbrado.
Mas não para traduzir o Imperfeito:
1. Os meus tios eram comunistas e nunca iam à igreja.
2. Ele disse que os tios dele eram comunistas e que nunca iam à igreja.
(e não tinham sido comunistas e nunca tinham ido à igreja)
Compare-se com
1. Ele tinha detestado os camponeses que se tinham instalado nas
suas terras.
em que é um acontecimento que é referido na oração relativa, e por isso
deve estar no Mais que perfeito.
Em geral, o Mais que perfeito simples já não se usa na linguagem
falada, ainda que possa ser utilizado na linguagem escrita por razões
estilísticas (é menos pesado), sobretudo quando vários verbos são
utilizados:
1. Os homens que amara e que a tinham amado...
2. Quando a vira, tinha-se apercebido de que nada voltaria a ser igual.
a) Nada te faltará
b) O rei nunca será esquecido
c) Terás sempre a impressão de ter perdido alguma coisa.
d) Nunca perceberás porque ele te deixou.
e) Não chegará a matar, mas estará lá perto muitas vezes.
f) Farei tudo o que for preciso.
3.4. Condicional
ou no futuro
a) Se a Rita visse isso, ficaria demasiado perturbada para reagir.
b) Se ganhasse a lotaria, compraria uma quinta.
expressão de crença/descrença
expressão de desejo/receio
a) Não acho que este vinho seja mau, mas acho que o outro é bem
melhor.
b) Não acredito que o João seja assim. Acredito que ele é honesto.
c) Não creio que esteja errado. Creio que são três horas.
d) Não penso que ele seja mau de todo, mas penso que a sua companhia
te é prejudicial.
e) Não tenho a certeza de que não haja políticos honestos, mas tenho a
certeza de que são poucos.
Estilística da Frase
Noção de frase
a) Monorema
Imaginemos o seguinte cenário: deixo a minha bicicleta contra o
passeio; quando volto, verifico que desapareceu. O meu sentimento
manifesta-se com uma exclamação: roubada! Estará esta frase incompleta?
O sujeito gramatical não está, de facto, expresso, mas reconstitui-se por si
só. Também poderia dizer: a minha bicicleta! A ideia de roubo não está
exteriorizada, mas existe no meu pensamento. Convém notar que estas
frases, cujo esclarecimento advém apenas de uma implicitação de factos e
circunstâncias, surgem nomeadamente como reacções pessoais que não
visam um destinatário particular, a não ser, possivelmente, um
interlocutor-testemunha, que possua todos os elementos que permitam
fazer a reconstituição histórica do acontecimento. Estamos perante uma
linguagem espontânea que se exprime por explosão súbita do sentimento e
a que recorremos, instintivamente, quando estamos sob a acção de uma
forte emoção.
As interjeições (ah! bah! chiu! ai!, etc.) não são mais que frases
monoremas; mas não o são as respostas constituídas por um advérbio de
opinião (sim, não, sem dúvida) ou por um termo único: Quando chegas? –
Amanhã, que são abreviaturas ou convenções sintácticas.
b) Direma
c) Frase organizada
2
Corneille
1. a) [Os miúdos]s [devoraram]v [o gelado]o.
b) [O gelado], [devoraram]-no [os miúdos].
c) [Devoraram] [os miúdos] [o gelado].
d) [Devoraram] [o gelado] [os miúdos]
A frase (1a), com a ordem básica SVO, pode ocorrer num discurso
em que se esteja a narrar o que aconteceu durante uma festa de anos de
uma criança (por exemplo, Chegou finalmente a hora do lanche. Os
miúdos devoraram o gelado como resposta a uma pergunta como O que é
que aconteceu? Este é um caso em que se transmite uma informação nova,
isto é, informação desconhecida para quem fez a pergunta.
A frase (1b) não é discursivamente neutra, uma vez que se faz do
objecto o gelado o assunto sobre o qual se afirma ou nega alguma coisa (os
linguistas costumam dizer «o tópico acerca do qual se faz uma predicação»)
e o sujeito os miúdos é a parte da frase que transmite a informação com
maior grau de novidade (os linguistas costumam dizer «o foco
informacional»). Por isso, esta frase, em que o objecto em posição inicial é
retomado junto do verbo sob a forma de um pronome, pode ocorrer como
resposta a uma pergunta sobre o gelado: O que aconteceu com o gelado?
R: O gelado, devoraram-no os miúdos.
A frase (1c) também não é discursivamente neutra, pois,
contrariamente ao que é habitual, não só o objecto o gelado como também
o sujeito os miúdos constituem informação nova, pelo que a frase pode
ocorrer como resposta à pergunta Quem é que devorou o quê? R:
Devoraram os miúdos o gelado.
Como as duas frases anteriores, 1d) não é discursivamente neutra,
uma vez que o sujeito constitui informação nova, de que o interlocutor não
dispunha. Por esta razão, pode ocorrer como resposta a uma pergunta
como Quem é que devorou o gelado? R: Devoraram o gelado os miúdos.
Do comentário às frases anteriores, podemos concluir que as
diferentes ordens de palavras em frases declarativas simples, isto é, em que
só existe uma oração, reflectem o estatuto discursivo das expressões que
elas ocorrem. Assim, a posição inicial da frase é reservada para o tópico e
a final para a informação com maior grau de novidade, ou seja, a ordem de
palavras básica em Português é aquela em que o sujeito da frase é o tópico
e o objecto é o foco informacional (ou, num contexto de pergunta e
resposta, em que toda a frase constitui informação nova).
Também construções sintácticas específicas, tanto em frases
declarativas como em interrogativas ou exclamativas, podem exigir a
alteração da ordem básica SVO. Considerem-se os seguintes exemplos:
4. a) um médico falso
b) ?o assassino presumível
A abordagem sobre a ordem das palavras nas frases em Português requer três
pressupostos:
1. Tipo de frase;
2. Elementos constitutivos da frase;
3. Contexto em que a frase é pronunciada.
Tipo de frase
Frases declarativas
Frases interrogativas
Interrogativas globais
Exemplos:
1. Foste à cidade hoje?
2. Fizeste a o exame prático de condução?
3. Comeste o bolo, não comeste?
4. Andaste a novamente a beber, é verdade?
Exemplos:
Interrogativas parciais
Exemplos:
3
Esta variante da interrogativa global utiliza-se em contextos específicos em que o emissor pretende
confirmar se o seu interlocutor, de facto, percebeu a informação ou se acompanha o seu raciocínio.
Este subgrupo compreende ainda as interrogativas múltiplas e
interrogativas «eco»
Nestas frases, regra geral, obedecem ao sistema linear; o que não quer
dizer que o contexto não sugira uma inversão.
Frases exclamativas
Geralmente são pronunciadas, como é de se esperar, com uma forte
intensidade emocional. Têm muito em comum com as interrogativas,
principalmente no que se refere a ordem das palavras.
Exemplos:
1. Este jogador é espectacular!
2. Que jogador espectacular!
3. Quanto tempo se espera!
Frases imperativas
Estilisticamente a frase imperativa relaciona-se com a função apelativa
da linguagem e pode adquirir a forma tradicional representada pelo
imperativo básico e pode adquirir outras formas. Isto é, através de uma frase
do tipo declarativo, interrogativo e exclamativo pode-se representar uma
ordem, um pedido, ou um conselho.
Exemplos:
1. Faz o trabalho.
2. Fechas a janela?
3. É melhor caminhares antes que seja tarde!
4. Hoje tu vais à escola de autocarro.
Exemplos:
1. Faz tu o trabalho.
2. Vão vocês os dois à loja.
Interrogativas globais
(1)
(a) O António telefonou?
(b) Telefonou o António?
(2)
(a) Terão os governantes actuado democraticamente?
(3)
(a) A Inês vai a Benguela amanhã?
(1)
(c) O António telefonou ou não telefonou?
(11)
(a') A Inês vai a Benguela amanhã?
(b') É a Benguela que a Inês vai amanhã?
(11)
(a") A Inês vai a Benguela amanhã?
(b") É a Inês que vai a Benguela amanhã?
(c") A Inês é que vai a Lisboa amanhã?
(12)
(b) Dão Terras Altas.
(c) Tinto.
(d) Aí umas três garrafas.
(vii) QUANDO:
(18) Quando vens cá passar a tarde?
(29)
(a) Vocês lembram-se, não se lembram?
(b) Vocês lembram-se, não é verdade?
(c) Vocês lembram-se, não é assim?
(d) Vocês lembram-se, não é?
(e) Vocês lembram-se, não?
(assim)
(31)
(a) *Vocês não se lembram, não se lembram?
(31)
(g) *Vocês não se lembram, lembram-se?
________________________________
Nota1. Algumas interrogativas são pedidos indirectos de uma acção; por
exemplo:
(i) Podes fechar a janela?
(ii) Passes-me a pimenta?
(iii) Importas-te de pôr o rádio mais baixo?
Enunciados como estes destinam-se a pedir ao ALOC que realize um acto
futuro e não requerem resposta verbal.
Nota2. Se o ALOC não está em condições de responder "sim" / "não" à
pergunta, pode não responder ou responder através de um adverbio modal
(talvez, possivelmente, provavelmente); em qualquer dos casos, a resposta não
confere à interrogação o estatuto de proposição.
1. Figuras de Sintaxe
1.1 Elipse
De acordo com os autores Cunha e Cintra (2001), Elipse é a omissão de um termo
que o contexto admiti completar, os autores exemplificam:
Segundo Cunha e Cintra (2001) essa figura de sintaxe se apresenta também pelos
casos de DERIVAÇÃO IMPRÓPRIA, ou seja, o termo divulgado absorve o conteúdo
significativo do termo omitido, os autores dão exemplos:
“a (cidade) capital”
Para os autores na gramática, tal figura de linguagem deve ser invocada somente
quando manifesta e com muita cautela. Cunha e Cintra (2001) exemplificam:
a) do sujeito:
“Ternura sacudiu os ombros, no susto. Ergueu a cabeça,
fixou Manuel: - Para onde? – exclamou”.
De acordo com Cunha e Cintra (2001), pode-se afirmar que tais orações
são incompletas notoriamente, e que deveria repor os elementos que estão
omitidos, mas os princípios lingüísticos são muito variados, os autores afirmam
que a frase nominal, organizada sem verbo é bem mais decisiva:
1.2 Zeugma
Pode-se considerar a partir dos conceitos dos autores, que Zeugma é uma das
formas de Elipse, a mesma se constitui em dois ou mais enunciados expresso em apenas
um para entender melhor os autores citam o exemplo de zeugma simples, a qual o termo
omitido é o mesmo empregado na oração anterior:
Entende-se que:
De um passarinho do céu...
Os autores destacam que essa figura de linguagem só é concreta, dando maior realce
na expressão, caso contrário, se a mesma não acrescenta força na expressão, somente
acrescenta um descuido, ela não pode ser considerada como um legítimo pleonasmo.
Cunha e Cintra (2001) dão alguns exemplos que não podem ser considerados como um
pleonasmo:
Os autores afirmam que para dar destaque ao objeto direto, é necessário colocar este
no início da frase e posteriormente repeti-lo com a forma pronominal (o, a, os, as),
Cunha e Cintra (2001) exemplificam:
Cunha e Cintra (2001) ainda ressaltam que para dar ênfase no objeto direto ou
indireto, aplica-se um pronome átono com forma tônica conduzida pela preposição a, os
autores justificam com os exemplos:
1.4 Hipérbato
Essa figura de sintaxe, segundo os autores Cunha e Cintra (2001), é o tipo de inversão
que se constitui na anteposição do determinante (preposição + substantivo) ao
determinado, os autores citam como exemplo:
Do Capitólio baixou.”
1.6 Prolepse
1.7 Sínquise
Entenda-se:
1.8 Assíndeto
1.9 Polissíndeto
Essa figura de sintaxe segundo os autores é o oposto de Assíndeto, uma vez que o
Polissíndeto consiste no emprego reiterado de conjunções coordenativas, principalmente
as aditivas. Pode-se afirmar ainda diante das perspectivas dos autores, que o Polissíndeto
tem o poder de dar uma continuidade, uma seqüência na expressão, Cunha e Cintra (2001)
exemplificam:
2. Silepse
De acordo com os autores Silepse é caracterizada como uma figura de sintaxe, uma
vez que, é a concordância que se pratica com seu sentido, com a idéia que é expressa, e
não com a forma gramatical das palavras, no qual aborda toda a concordância ideológica.
Cunha e Cintra (2001) afirmam que pode ocorrer essa figura em:
Essa Silepse ocorre com todo substantivo singular concebido como plural e com
termos coletivos, os autores destacam como exemplo:
“Deu-me noticias da gente Aguiar; estão bons.”
(OC, I, 1093)
Pode ocorrer Silepse de número, segundo os autores, quando o sujeito da oração é um dos
pronomes nós e vós, colocados a uma só pessoa e permanecendo no singular, Cunha e
Cintra (2001) dão como exemplo:
Os autores Cunha e Cintra (2001) afirmam que ocorre Silepse de pessoa, quando
a pessoa que fala ou escreve se inclui em um sujeito enunciado na 3ª pessoa do plural,
o verbo pode ir para 1ª pessoa do plural, como os mesmo citam:
Pode-se afirmar ainda diante os conceitos dos autores que acontece Silepse
também, se no sujeito anunciado na 3ª pessoa do plural quisermos envolver a pessoa
a quem nos dirigimos, é válido usarmos a 2ª pessoa do plural, mediante isso, eles
apresentam o exemplo:
E por fim, ocorre a Silepse de pessoa quando a palavra a gente costuma levar o
verbo para a 1ª pessoa do plural, Cunha e Cintra (2001) após apresentar esse conceito,
os mesmos justificam com o exemplo:
BIBLIOGRAFIA
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10. Enkvist, Nils Erik et alii. Linguística e Estilo. Trad. de José Paulo Paes e de
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1993;
14. Guirard, Pierre. A estilística. Trad. de Miguel Mailler. São Paulo : Mestre Jou,
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17. GUIMARÃES, Acelino P., Tudo Sobre o Verbo, Íncone, S. Paulo, 1990.
25. PINTO, José Manuel de Castro e LOPES, Maria do Céu Vieira, Gramática do
Português Moderno, Remodelada, Ensino Básico e Secundário, Plátano
Editora, 6ª Edição, Fevereiro de 2005;
26. Said Ali, Manuel. Meios de expressão e alterações semânticas. 3a ed. revista.
Rio de Janeiro : Fundação Getúlio Vargas, 1971.
27. Spitzer, Leo. Linguística e história literária. 2a ed. Trad. de José Perez Riesgo. Madri :
Gredos, 1968