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INFANTIL
Resumo
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Graduada em Pedagogia pela Faculdade CNEC de Campo Largo e professora da Educação Infantil do
Município de Araucária (PR). E-mail: faby_maneira@hotmail.com
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Mestre em Educação e professora da Faculdade CNEC de Campo Largo. E-mail:
0049.elainegoncalves@cnec.br.
ISSN 2176-1396
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Introdução
Psicomotricidade
A Psicomotricidade como sendo uma área que tem por objetivo o desenvolvimento
motor, cognitivo e afetivo se faz importante para o trabalho com crianças na etapa da
Educação Infantil, uma vez que é por meio de atividades psicomotoras que a criança encontra
a possibilidade de desenvolver-se integralmente.
Muitos estudiosos voltaram suas pesquisas para a Psicomotricidade. Mas segundo
Fonseca (1995b), Henri Wallon possivelmente é o precursor dos estudos direcionados a essa
área, pois desenvolveu várias pesquisas e publicou obras no campo do desenvolvimento
psicológico da criança. O movimento é entendido por Wallon como a única expressão e o
primeiro instrumento do psiquismo.
Segundo Bueno (1998) a Psicomotricidade no Brasil tem seus primeiros registros e
documentos em meados de 1950, neste período começava-se a reconhecer a ligação existente
entre corpo e movimento, mas ainda não se visava o termo “psicomotricidade”. O autor
salienta ainda que no fim de 1950 Günspun já evidenciava a possibilidade de tratamento de
distúrbios de aprendizagem utilizando-se de atividades psicomotoras. A Sociedade Brasileira
de Psicomotricidade foi fundada em 1980, com o objetivo de auxiliar os profissionais que
trabalhavam e buscavam formação nesta área.
A Educação Psicomotora, eixo da Psicomotricidade que se configura como foco desta
pesquisa, se caracteriza como sendo uma técnica de trabalho psicomotor que possui um cunho
preventivo. Deste modo, observa-se a importância da sua aplicabilidade desde a mais tenra
idade.
Por este motivo a faixa etária que será tratada com ênfase neste trabalho será de 0 a 3
anos. Esta é a etapa em que a criança recebe vários estímulos, os quais serão somente
aprimorados no decorrer da vida escolar do indivíduo, determinando uma significativa
porcentagem das capacidades futuras.
Educação Psicomotora
Pode-se observar com esta definição a existência de vários fatores que podem gerar as
Dificuldades de Aprendizagem, e estes, nem sempre estão ligados a uma ordem neurológica, e
sim, podem estar relacionados com o ambiente social em que o indivíduo está inserido. Deste
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Comitê Misto Nacional de Dificuldades de Aprendizagem.
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Uma das coisas mais óbvias a respeito das crianças é que elas aprendem muito
durante o decorrer da infância. Para que este aprendizado ocorra, a criança deve ser
equipada no nascimento com um sistema cognitivo que seja capaz de aprender. [...]
Nos últimos trinta anos, o estudo do comportamento dos bebês mostrou que a
criança nasce com uma rica estrutura organizacional para processar informações.
Para uma apresentação mais detalhada deste capítulo, optou-se por inicialmente expor
a metodologia de pesquisa utilizada, oportunizando uma compreensão de como foi realizada a
pesquisa. Em seguida foi realizada uma análise dos dados coletados.
Metodologia
Foram aplicados dez questionários com onze questões abertas, as quais tiveram como
objetivo analisar a visão dos professores sobre a Educação Psicomotora, sendo cinco
profissionais atuantes na rede privada de ensino e cinco na rede pública.
Coleta de dados
Análise de dados
Segundo Bueno (1998, p. 23), “em Curitiba uma das primeiras influências datam de
1969, quando Relindes de Oliveira traz a formação de Simone Ramain para cá, formação que
fez com a própria profissional mencionada”. Com esta abordagem é possível observar que as
bases teóricas e o interesse pelos estudos na área são presentes há 45 anos na região.
A pesquisa em questão tem como intuito demonstrar, que é possível desenvolver as
capacidades infantis por meio do trabalho com a Educação Psicomotora, bem como, a
necessidade atrelada a estas práticas para a vida dos mesmos.
Por meio deste trabalho, será possível averiguar se os docentes das duas unidades
educacionais participantes se utilizam de atividades psicomotoras como norteadoras do
processo de ensino-aprendizagem nesta etapa de ensino.
As professoras da rede pública apresentam tempo de atuação na Educação Infantil
entre cinco a oito anos. Uma das professoras cursou Licenciatura em Geografia, outra cursou
Licenciatura em Pedagogia, duas profissionais estão cursando Licenciatura em Pedagogia e
três professoras possuem Pós Graduação.
Deste modo, é possível constatar que as docentes em questão possuem formação para
o exercício de suas funções, todas cursaram ou estão cursando o ensino superior, e algumas já
fizeram especializações. Tal fator comprova que possuem bagagem teórica, mesmo a
professora que têm licenciatura em Geografia relatou ser formada no Curso de Formação de
Docentes, possuindo os conhecimentos básicos para o trabalho com esta etapa de ensino.
Referente a faixa etária de atuação duas profissionais trabalham com crianças de 6
meses a 1 ano e 11 meses, três professoras atuam com crianças de 1 a 2 anos e duas docentes
possuem turmas de crianças de 2 a 3 anos.
Por meio da análise das respostas obtidas, pode-se perceber que as professoras, tanto
da rede pública de ensino, quanto da rede particular, reconhecem a importância do trabalho
psicomotor na faixa etária de 0 a 3 anos. A professora 5 (rede pública) realça com precisão
este aspecto quando diz que “[...] nesta faixa etária a criança encontra-se em pleno potencial
cerebral de desenvolver-se, seja no que se refere ao desenvolvimento físico como nos
aspectos sociais e psicológicos”.
A colocação da professora 5 vai ao encontro com os autores Lapierre e Lapierre (2002,
p. 58), quando os mesmos apontam que “as potencialidades neurológicas do encéfalo só se
desenvolvem quando são requeridas por uma atividade psicomotora. A função não cria o
órgão, mas, à sua maneira, lhe dá forma”. Com esta abordagem, permite-se perceber que os
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tendo em mente que estas somente estão acompanhadas de alguma deficiência, não possuindo
o conhecimento de que podem estar interligadas a defasagens no desenvolvimento global do
indivíduo. Como já citado neste trabalho, o autor Bueno (1998, p. 51) coloca que “a
psicomotricidade faz-se necessária tanto para a prevenção e tratamento das dificuldades
quanto para a exploração do potencial ativo de cada um”.
Na questão que se refere a quais são as atividades psicomotoras desenvolvidas na
turma em que atuam todas as professoras demonstraram realiza-las na rotina escolar, mesmo
que com atividades simples. Alguns exemplos citados são: por meio da dança com gestos;
atividades com bola; circuito; massinha de modelar; rasgadura de papel; bambolê; cantigas de
roda; brincadeiras de esconder e achar; peças de encaixe, entre outros.
A escolha das atividades a serem desenvolvidas com o objetivo de desenvolver
integralmente o indivíduo é de suma importância. Nesta perspectiva observa-se que:
[...] realizar atividades de alinhavo, perfurar papel, fazer bolinhas de papel para
montar mosaicos não é necessariamente uma atividade psicomotora, mas é, quase
sempre, apenas uma atividade motora, uma execução mecânica, descontextualizada
da vida da criança e o que é pior, sem ser considerado o espaço onde a criança está
inserida, o que leva automaticamente a não construção do ambiente educativo,
aquele que só existe a partir das relações que se têm nos espaços (ALMEIDA, 2004,
p. 28).
Considerações Finais
REFERÊNCIAS
BUENO, Jocian Machado. Psicomotricidade: teoria e prática. São Paulo: Lovise, 1998.
CARVALHO, Rosita Edler. Educação inclusiva: com os pingos nos “is”. Porto Alegre:
Mediação, 2007.
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Segundo Alves (2008) as capacidades futuras são decorrentes de todo o desenvolvimento adquirido pela
criança desde os primeiros anos de vida.
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Acesso em: 25 fev. 2014.