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Relatório – Pedagogia afetiva e seus afins

Neste relatório ,iremos debater sobre os benefícios de se utilizar a Pedagogia Afetiva para se
desenvolver um trabalho significativo e vinculativo junto aos usuários, preparando-os para a
vida em sociedade.

A Pedagogia Afetiva trabalha competências muito pertinentes ao trabalho social realizado no


terceiro setor, já que o tempo todo lidamos com situações conflituosas e os nervos estão
sempre a flor da pele. Notei que de determinada forma, sempre desenvolvemos a Pedagogia
Afetiva e seus pressupostos , utilizando-nos de programas ou projetos aonde os usuários
desenvolvem a capacidade de lidar melhor com as próprias emoções e com as emoções e
diferenças do outro. Penso que um diferencial do Cca, é o tempo que todos da equipe colocam
à disposição das crianças para elas conversarem, serem ouvidas e ajuda das a encontrarem
uma boa solução para seus conflitos. Não há como deixar de notar que os usuários se sentem
muito próximos aos educadores e integrados ao espaço, pois sempre mencionam que queriam
que permanecer o dia inteiro no Cca. Com este feedback, sei que estamos realmente fazendo
o bom uso da pedagogia afetiva com os usuários. Mas, na prática, por ter tido uma formação
no âmbito de educação emocional para crianças e adolescentes, na Aserc, chegamos a
construir uma oficina voltada à saber lidar com os sentimentos e ao respeito às diferenças,
seja ela física, religiosa ou emocionais. O projeto foi muito eficaz quanto à indisciplina, pois o
primeiro passo são os combinados construídos com eles para se tornar significativo e
cumpridos. O segundo passo consistia em ouvir o outro, respeitar a fala do outro e ter empatia
pelo outro usuário, respeitando sempre a maneira de como cada usuário se coloca. No terceiro
e último passo, sempre um combinado de manter em sala, tudo aquilo que foi dito e de
esclarecer roda e qualquer dúvida relacionada ao tema,como por exemplo o ciúmes .

Quando programa foi desenvolvido, algumas crianças que hoje estão no G2, eram do G1 e
tiveram um grande salto na questão da indisciplina, como por exemplo ,podemos mencionar a
usuária Alana que sempre chamava a atenção para si, para as coisas negativas que fazia e
quando participou do programa, foi aos poucos assimilando, é criando de si mesma uma outra
imagem que refletiu em outros ambientes por onde a mesma frequentava. Houve respeito e
empatia por parte de todos e com isto, temos uma usuária bem diferente das possíveis
estatísticas antes relacionadas à mesma.

Trouxe tudo isto à memória, para enfatizar que penso ser extremamente necessário trabalhar
as emoções ,as questões relacionadas ao bullying, para termos um desenvolvimento
significativo e ativo no campo cognitivo dos usuários, pois tudo se relaciona no campo
socioemocial. Cito aqui também, a Pedagogia da presença e do amor , que nada mais é do
que um ramo da Pedagogia Afetiva. Claro que trata-se de um trabalho em que o educador fica
praticamente no mesmo patamar que os usuários, pois, eles passam a notar que os
educadores também têm sentimentos e falhas e qualidades ,gerando assim em vínculo afetivo
impulsionador para a realização dos processos cognitivos.Esta formação vêm endossar ainda
mais que no processo de de desenvolvimento ,o afetivo, o motor e o cognitivo se relacionam
entre si profundamente e dão como resultado a pessoa individual única. Por isto ,não há como
ou não seria correto tratar a criança de forma fragmentada, só valorizando muita das vezes o
cognitivo. A base nacional comum curricular BCC, visa a partir de toda está ideia, desenvolver
os cinco pilares da Pedagogia Afetiva nas crianças, ou melhor dizendo, que elas se
desenvolvam dentro destes cinco pilares que são a autoconsciência, a autogestão, consciência
social, habilidades de relacionamento e tomada de decisão. É tudo isto precisa ser construído e
reconstruído, posto que nós pais e educadores não viemos de uma pedagogia afetiva e sim
disciplinadora e doutrinária .Torna-se um exercício diário e um aprendizado significativo para
ambas as partes. Me veio a cabeça um acontecimento em que um usuário aplicou uma música
para a mãe, porque naquele momento ele conseguiu ter empatia pelos sentimentos da mãe e
ajudá-la a se sentir melhor. Está criança conseguiu ao meu ver, conseguiu desenvolver a
habilidade de relacionamento e tomada de decisão .Deu-se aí também a oportunidade de
aumento do vínculo mãe /filho é uma quebra de paradigma em que o pai/mãe/educador não
compartilha seus sentimentos e sensibilidades ou preocupações . Tudo proveniente da
aplicação no caso, da Pedagogia Afetiva, mesmo não sendo usado na época estes termos. Era
apenas um programa socioemocial. Penso que o programa desenvolvido no Cca foi de grande
valia naquele momento para a família daquele usuário. Vemos aqui um canal de
transformação do meio, busca constante da Pedagogia social.

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