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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

CAMPUS ANÁPOLIS DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS HENRIQUE


SANTILLO
CURSO DE FARMÁCIA
DISCIPLINA: TOXOCOLOGIA

Acadêmicos: Ana Luiza, Jordan de Paula, Geovana Eduarda, Jordana G. Rocha, Rafael
Henrique.

Avaliação do risco – Caracterização do perigo

Salicilatos são fármacos anti-inflamatórios nãos esteroidais (AINEs) e inclui o ácido


acetilsalicílico, o ácido salicílico, o metilsalicilato, diflunisal, salsalato, olsalazina e
sulfassalazina. Sendo o ácido acetilsalicílico o mais utilizado. São indicados principalmente
como analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios.

Os efeitos da toxicidade dos salicilatos podem ser observados nos rins, trato
gastrointestinal, no fígado, sangue, metabolismo, na respiração e pode apresentar efeitos
cardiovasculares. As alterações gástricas são mais presentes, apresentando dor e/ou
desconforto epigástrico, náusea, vômitos e em alguns casos pode provocar ulceração na
mucosa.

A toxicidade pode variar quanto a dose – podendo variar em função da indicação


terapêutica – e quanto ao teor de ácido salicílico na formulação. Há relatos de mortes por
intoxicação com uso de 10 a 30 mg de salicilato de sódio ou ácido acetilsalicílico em adultos,
porém, quantidades maiores de ácido acetilsalicílico (130g) foram ingeridas e não se obteve
mortes. O salicilato de metila possui dose letal menor que o salicilato de sódio, onde uma
dose de 4 mL pode causar toxicidade sistêmica grave em crianças. Quando a intoxicação é
leve, denomina-se salicismo.

Altas doses podem provocar efeitos tóxicos neurológicos, constituindo-se de


estimulação do SNC – inclui-se convulsões – e depressão do SNC. Observa-se confusão
mental, tontura, tinido, delírio, estupor e coma. Em concentrações plasmáticas de cerca de
270 µg/mL, comumente, apresenta-se náuseas e vômitos.

Distúrbios no equilíbrio acidobásico provocam efeitos respiratórios. Os salicilatos


podem estimular o desacoplamento da fosforilação oxidativa, podendo aumenta a produção
periférica de CO2, provocando acidose respiratória, e sua toxicidade pode estar associada à
hipertermia. Contudo, altas doses terapêuticas associam-se à alcalose respiratória primária
e à acidose renal compensatória. Crianças podem apresentar acidose respiratória
decorrente da diminuição do pH sanguíneo, redução da concentração plasmática de
bicarbonato e Pco2 normal. O salicilato induz uma depressão direta da respiração e impede
a hiperventilação que é necessária para neutralizar a produção periférica de CO2, a Pco2
plasmática aumenta e o pH sanguíneo diminui. A acidose respiratória descompensada pode
ser agravada pela excreção renal do bicarbonato.

Como efeitos hematológicos, há uma inibição irreversível da função plaquetária. Em


pacientes hepatopatas, com hipoprotrombinemia, deficientes de vitamina K ou hemofílicos,
esta inibição pode ocasionar hemorragia e agravar a situação do paciente.

Doses altas de salicilatos podem reduzir o metabolismo aeróbico da glicose, aumentar


a atividade da glicose-6-fosfatase e promover a secreção de glicocorticoides, pode causar
hiperglicemia e glicosúria. Doses tóxicas promovem aminoacidúria devido ao balanço
negativo de nitrogênio. Podem, ainda, bloquear parcialmente a incorporação de acetato aos
ácidos graxos, reduzindo a lipogênese.

Durante a terapia medicamentosa com salicilatos é necessário a avaliação clínica do


paciente, avaliação do equilíbrio acidobásico, da formulação do medicamento, da dose e do
momento em que foi ingerido. Faz-se fundamental o acompanhamento, pois não antídoto
para o envenenamento por salicilato.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

HILAL-DANDAN, Randa. BRUNTON, Laurence L. Manual de farmacologia e terapêutica de


Goodman & Gilman. – 2.ed. – Porto Alegre: AMGH, 2015.

SILVA, Penildon. Farmacologia. – 8.ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.

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