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UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA

EDUCAÇÃO FÍSICA NOTURNO

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA

TURMA NI

O PERÍODO CLÁSSICO: A GRÉCIA ANTIGA

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CIVILIZAÇÃO GREGA E A GINÁSTICA

O verdadeiro “florescer” da Educação Física foi iniciado na civilização grega.


Na Grécia a competição teve sua origem da ginástica que surgiu das
exigências que a natureza impunha ao homem e também das motivações
culturais, religiosas e fúnebres.

Em torno de 1500 a. C floresce na Grécia a civilização “Micenea” e, assim


teve-se as grandes dinastias de Argo, Esparta, Atenas e Tebe. Na idade
homérica a organização político-social era caracterizada por formas de
monarquia patriarcal.

Os gregos acreditavam em vários deuses e lhes atribuíam características e/ou


aspectos humanos: o deus supremo Zeus, Apolo e Atena são alguns deles, e
também adoravam os semideuses, heróis divinizados por suas gloriosas ações,
como Teseo e Perseo.

E na atmosfera de cultuação á essas divindades que surgiram os jogos.

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1- EDUCAÇÃO EM ATENAS E ESPARTA

EM ESPARTA

Já no século VII a.C, Esparta e Atenas começavam a delinear uma relação de


corpo com critérios pedagógicos. Esparta baseou o seu ideal educativo no
reforço do corpo e da moral de seus citadinos para fazê-los bons soldados.

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Esparta então representava a pólios guerreira dotada do melhor exercito da
Grécia.

A ginástica para os espartanos tinha o compromisso de fortificar o corpo,


preparando-o a guerra. A educação espartana preocupava-se em habituar os
jovens ás fadigas, privações e obediência, as crianças até aos sete anos, eram
educadas e crescidas junto as famílias, depois dos sete anos, o Estado as
educava junto aos instrutores públicos. Do ponto de vista cultural- intelectual,
os jovens aprendiam um mínimo de cultura, como ler e escrever.

Assim em Esparta nasceu e desenvolveu-se a ginástica militar, unida a


ginástica e aos exércitos militares, continuou a ser praticada a dança e a
música, mesmo ocupando um lugar secundário a respeito á educação militar. A
extraordinária importância que teve a ginástica na educação do cidadão
espartano remonta a tempos bastante longínquos: a tradição indica como
sendo os espartanos os primeiros vencedores de muitos jogos competitivos.

Também parece ter sido de origem espartana, a extensão dos exercícios


físicos as mulheres, as quais vinham virilmente educadas com a meta de
preparar o corpo, para torna-las mães fortes e robustas.

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EM ATENAS

Atenas procurava a formação e o desenvolvimento das qualidades pessoais


como a graça, a harmonia dos gestos, a habilidade e a destreza. Educação
completa e integral, na qual a finalidade física e espiritual completavam-se
reciprocamente.

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Com a reforma de Solone, veio introduzida em Atenas, a educação corpórea,
segundo um novo costume: a ginástica perdeu aquele caráter especifico e
exclusivamente militar que tinha caracterizado a atividade gímnica (ginástica
geral) em Esparta.

Naturalmente, o elemento militar não desapareceu completamente; as


incessantes guerras que a republica de Atenas sustentou contra seus vizinhos,
fizeram com que o patrimônio cidadãos soldados não fosse extinguido.

As crianças eram educadas na família, que utilizavam-se de um mestre


privado, e após, eram levadas as escolas, a educação baseava-se em três
disciplinas fundamentais; ginástica, gramática e música. Tal sistema educativo
favoreceu o desenvolvimento da função dos mestres de ginástica, os
pedótribas, que ensinavam no ginásio de esportes, os exercícios que faziam
parte do programa eram; a corrida, o salto, lançamento do disco e do dardo, a
luta e, após, também o pugilato, o pancrácio e a equitação.

Quando o jovem completasse 18 anos, após um exame avaliativo, era inscrito


nas listas de uma primeira chamada, dita “efebia” e a educação a partir desse
momento era dever do estado. A educação do efebo era de caráter militar e
consistia de treinamento as armas, de evoluções por grupos, exercitação ao
aberto, simuladas batalhas e outros exercícios.

A educação física e a prática esportiva eram, portanto, ainda consideradas


fundamentais á formação de uma personalidade ideal.

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2- FESTAS PANATENEIAS

Efetuada em julho/agosto a “Panatéia” maior festa religiosa e civil era


celebrada em honra de Atenas Polide (Atena) deusa protetora da cidade de
Atenas. Era dividida em duas grandes manifestações: grandes Panateias
celebradas a cada 4 anos e pequenas Panateias celebradas a cada 1 ano.

Os atletas eram divididos em três categorias: crianças, jovens (16-20 anos) e


adultos, que se fundamentavam em corridas, pentatlo, luta, pugilato, pancrácio.
Durante essa festa desenrolava-se também uma competição de pírrica e uma
espécie de campeonato de perfeição física.

3- A TEORIA DE KALOKAGATHIA

O objetivo principal dos exercícios físicos (disse Valletti ) era o de aumentar as


forças corporais; dar-lhe simetria e harmonia de formas; torná-lo mais apto as
manifestações artísticas e preparar a juventude ás provas mais rudes e difíceis
da ginástica militar e ao uso de armas.

A teoria de kalokagathia exorta o homem grego a buscar a “perfeição” que


culminava no mito, sinônimo de “Aretê” (excelência) e enquanto assim,
assumia o significado específico de equilíbrio harmônico entre físico e espírito.

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Apesar de todas as tentativas não foi possível conciliar o ideal de beleza com
virtude e nem mesmo a fusão de ginástica atlética com militarismo e médica.
Somente Platão mais tarde eliminara estes contrastes que não foram
favoráveis à educação física em geral.

4- OS SOFISTAS

Os sofistas colocam o seu ensino a serviço de um novo ideal, o “Aretê” (palavra


de origem grega que expressa o conceito grego de excelência): preparar o
espírito para uma carreira de homem do Estado, formar a personalidade do
futuro líder da cidade. O seu objetivo principal era o de fazer dos alunos
homens de sucesso na vida.

Os sofistas queriam desenvolver, fortificar e preparar a mentalidade dos jovens


na carreira política, assim a educação adquiriria, um caráter intelectualístico,
em cuja base existiria a dialética e retórica: dialética como arte de persuadir e
retórica como arte de falar.

Na determinação deste processo evolutivo, os sofistas tiveram uma função


importante; recrutar novos discípulos, instituindo escolas em cada um desses
lugares, suas clientelas eram formadas de aristocratas e ricos, os quais
pensavam encontrar nos ensinos desses mestres sofistas os instrumentos para

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continuarem a sobressaírem-se na sociedade ou para iniciarem uma brilhante
carreira política.

Entre os mais famosos sofistas recordamos Protágoras e Gorgia. Protágoras


afirmava que o ‘’homem é a medida de toas as coisas’’, e que para preparar o
homem para formular uma opinião, não era mais suficiente a música e a
ginástica da educação tradicional.

A acentuação do aspecto intelectualístico, em prejuízo do esportivo, assinalou


o declínio deste último que sobreviveu somente para fins higiênicos e
espetaculares. Contribuiu fortemente para desclassificação do componente
esportivo no âmbito da educação grega, o excessivo desenvolvimento do
atletismo profissional, isto é, o nascer de um verdadeiro profissionalismo. O
esporte transformava-se cada dia mais, num ofício, numa profissão. Apesar de
o esporte não ser mais o objetivo principal da educação grega ou da juventude
ainda assim era praticado em Atenas e em toda a Grécia

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OS FILÓSOFOS GREGOS

Utilizaremos o pensamento de 03 dos filósofos mais representativos da


antiguidade (Socrates, Platão e Aristoteles) de modo a ver como foi imposto a
problemática da EDUCAÇÃO FÍSICA, como tal disciplina posteriormente
desenvolveu-se e através de quais acontecimentos a educação física perdeu o
seu significado e importância.
Como afirma PERROTO “a tomada de posição dos filósofos para com a
ginástica, enquanto define o seu valor e sua função da paidea, ao mesmo
tempo coloca-a em crise, redimensionando-a em relação as exigências de uma
vida agora mais sensível aos interesses culturais e as atividades especulativas.
Antes o jovem grego se interessava pela ginástica, porém os jovens desta
época são absorvidos pelos sofistas, são fascinados por Sócrates, Platão e ou
Aristóteles, que acordam sua alma ao gosto das coisas mais profundas e
maiores, a reflexão e a procura em um mundo que nada ou bem pouco tinha
para dividir com aquele da força e da destreza.
No período helênico, atletismo e instrução coexistiam em certo equilíbrio e
estabilidade, mesmo quando a progressiva sobres saliência dos interesses
literários e filosóficos faziam prever o surgimento de um antagonismo entre
cultura do corpo e do espírito, antagonismo que desafiara os séculos para
reencontrar-se intacto também nas sociedades contemporâneas.
A ginástica passa a não ter mais importância no curso paidea, devido a
mudanças das condições políticas, psicológicas e sociológicas do povo grego,
pois, ao poderia mais expressar os seus valores. Os ideais dos quais a
ginástica estava a serviço ou cairão ou assumirão uma fisionomia
independente e especialista com motivações particulares.
O contraste entre educação intelectual e educação física, fazia se notar não
doutrinas filosóficas, com exceção de Platão. Assim a ginástica perdeu
gradativamente seu significado enquanto crescia a importância do
conhecimento filosófico e geral.
Somente Platão tentou de fato unir a educação física e a educação intelectual,
porem esta junção foi dissolvida quase que imediatamente, Aristóteles por sua
vez apresenta a educação física e educação intelectual de formas distintas,
como já na antiguidade já haviam sido traçadas e delineadas as principais
formas de educação física (ginástica militar, atlética profissional e medica) e
cada qual encontrou seus idealizadores assim gerando para educação física
um de seus maiores patrimônios. A dificuldade sempre foi assimilar a educação
física com a educação intelectual de forma que as duas possam coexistir, de
forma que a uma não seja menos importante que a outra para formação do
homem.
SÓCRATES
Para Sócrates o problema antropológico
prevalecia sobre o cosmológico, a unidade do
saber não era
procurada na
unidade da
natureza, mas
na unidade do
homem, na
sua conduta

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pratica, nas suas relações com a sociedade e
com o Estado, com todas as suas aspirações e
ambições. Sua filosofia era bem diferente dos
sofistas de sua época, Sócrates não procurava
sucesso, tão pouco impor uma doutrina, seu
objetivo era estimular seus interlocutores a
procurar a verdade e a justiça, que seriam a
verdadeira finalidade do homem. Sócrates
pregava que somente através do
conhecimento o homem poderia chegar a
verdade. Conhecer, para Sócrates era o
mesmo que agir moralmente; “somente quem
era néscio podia pecar”.
Sócrates foi acusado de estragar os jovens, devido a sua maneira diferente de
ensinar, aumentando no homem a capacidade de reflexão e de pensar,
diferentemente dos sofistas, assim sendo condenado a morte. Sua filosofia
preocupava-se principalmente com o conhecimento da essência intima do
homem, por isso o conhecimento não era mais intelectualismo ou culturismo,
mas sim introspecção.
PLATÃO
Platão deu a Grécia sua mais alta
concepção religiosa a partir de sua
filosofia, suas duas obras de maior
atinência a educação física foram
REPUBLICA e TIMEO.
Em Republica Platão foca na
utilidade da ginastica na preparação
de soldados para guerra, de maneira
que a ginastica tenha função na
defesa do Estado.
Em TIMEO, foco está voltado a
formação harmoniosa da
personalidade humana através da
ginastica, dando a ginastica uma
base metafisica.
Ginastica e musica, apesar de concorrerem na
mesma linha de aprendizado, completam-se uma a outra de modo a formar um
harmonioso desenvolvimento da personalidade. A ginastica preparava o corpo
e a musica a ser responsável pela graça e sensibilidade da alma. Platão
identificou 03 tipos de ginastica, que seriam a GINASTICA MILITAR,
GINASTICA ATETICA-PROFISSIONAL e GINASTICA MEDICA.
Na ginastica militar, sempre no
conceito platônico, baseada em
exercícios aptos no preparar “os
guardiões” do Estado, deveria focar
em manter os guerreiros sempre
prontos, em ótima saúde e
preparados para o combate,
sobretudo, para suportar a fadiga da
guerra. Os exercícios mais comuns

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neste tipo eram: Luta, dança
guerreira, manejo das armas,
manobras táticas, marchas militares,
tiro com o arco, a esgrima e corridas
em geral.
A ginástica atlética de caráter
profissionalíssimo impunha aos
atletas um regime de vida que
permitia demasiado tempo para sono
e ao repouso, terminando por deixar
esses atletas fisicamente frágeis e
expondo-os, consequentemente, a
graves doenças.

A ginástica médica era considerada valida por conservar o corpo em boa


saúde, mas era mal aplicada, embora de grande importância do ponto de vista
espiritual metafísico.
Platão concluía que a ginástica militar eram preferidas as outras, a de maior
validade e mais completa. Aquela que melhor formava corpo e espírito. Porem
deveria ser acompanhada da musica, para não enrudecer a alma.
A ginástica e a música formavam o homem bonito e bom; concretiza-se assim o
conceito da KALOKAGATHIA.
Jaeger dizia: “(…) Uma educação feita de pura ginastica gera dureza
exagerada e selvageria, como de outra parte, um excesso de formação musical
transforma o homem demasiadamente indolente e plácido”.
Dessa afirmação, podemos concluir que uma formação ideal do homem teria
de ser preenchida equilibradamente de ginástica e música, de forma que uma
não seja atendida em detrimento da outra.
“A quem deixa que a melodia de flautas inspire continuamente sobre sua alma,
advém, primeiramente, como um duro aço, que somente se amaciado
transforma-se apto para ser trabalhado. Porem, delongando-se, assenta-se e
dissipa-se e assim a alma não possui mais vigor e fusão” seria outra afirmação
de Jaeger.
Esta afirmação nos remete a ideia de que se um indivíduo forma-se apenas por
treinamento físico, sem nenhum estímulo mental ou conhecimento, ira de
recorrer sempre a força para lidar com situações, que sua mente mal
trabalhada, não consiga resolver através do intelecto.
Em ultima analise Platão conclui que a ginástica teria um único conteúdo: Essa
era constituída de um conjunto de exercícios tradicionais de caráter
prevalentemente atlético, e de competição, mas, contemporaneamente, tinha
um grande valor para o Estado, para a saúde e para o moral.

FUNDAMENTO METAFISICO DA GINASTICA


Para Platão corpo e alma, mesma a alma sendo de infinita superioridade ao
corpo, só poderiam alcançar a perfeição em harmoniosa união sem que um
sobressai-se sobre o outro. Assim a ginástica tinha como consequência uma
favorável influencia, seja sobre o corpo, que graças a essa estava apto a
realizar sua função, seja indiretamente sobre a alma, a qual tinha necessidade
de um corpo sadio para fazer-se obedecer e atender as próprias ocupações.

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Com Platão a ginastica passa a sofrer um processo de reavaliação, tornando a
ocupar seu lugar específico da Paidea. Mas, não obstante, este processo de
reavaliação, a ginástica era reservado um lugar em segundo plano na
educação, ficando de qualquer maneira subordinada ao conhecimento. Isto é, a
cultura dos literatos, que levava ao absoluto domínio da razão, na qual Platão,
como também Sócrates, identificava o fim último do homem.

HABITO DE EXERCITAÇÃO
Platão procurou unir os dois aspectos da formação do homem: o atletismo a
instrução. Esta união, porém, deu-se sobre uma base de evidente
subordinação da ginástica. Foi assim que, após Platão, começou-se a não
reconhecer mais a ginástica qualquer finalidade prática; nem mesmo a do
desenvolvimento harmonioso do corpo.
“Ginastica torna-se habito de exercitação sempre mais brando e sempre menos
consciente; perde, seja no sentido de um finalismo físico e estatuário, seja na
sensibilidade estética, seja no conteúdo metafísico unificante e se reduz a
mecânica, copia de um certo modelo no qual se acreditava identificar o homem
civilizado.

O) ARISTÓTELES

A GINÁSTICA À MARGEM DA EDUCAÇÃO

Viveu no alvorecer da época Alexandrina. Já é possível divisar, mesmo que


não tão bem delineada, alguma manifestação daquela tendência tão deletéria
(degradante), já apontada na época de Platão, que irá afirmando-se sempre
mais na época da idade helênica.

Aristóteles contrariamente a doutrina platônica das ideias transcendentes,


afirmava a imanência (inerência) das formas ideais na matéria sensível. Para
Aristóteles, o ser era constituído da realidade, que era síntese de matéria e de
forma. Considerava que a alma era forma de um corpo orgânico que tinha vida
em potencia e a distinguia entre alma vegetal, sensitiva e intelectiva.

A ética aristotélica considerava a felicidade como o fim da ação humana,


felicidade alcançada com o exercício da atividade prática guiada pela razão.

A educação deveria ser ministrada pelo estado e ter como escopo a formação
do citadino, formação baseada essencialmente em princípios culturais
espirituais.

Em relação à educação física Aristóteles recomenda a execução, por parte de


jovens, de exercícios leves, considerando nocivo desfrutar através de
exercícios atléticos, as energias dos jovens dedicadas ao estudo. Criticava a
ginástica atlética que esforçando o corpo, lhe impedia o desenvolvimento
normal, deveria ter o caráter formativo no período de educação.

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Aristóteles acrescentou na educação do citadino a ginástica ao mesmo nível da
gramática, da música, da medicina, paulatinamente, afastou-se do conceito e a
educação física perdeu grande parte do seu valor formativo e assim entrou em
uma primeira fase de decadência.

Aristóteles via na ginástica um valor médico, útil para conservação da saúde


(ginástica médica) e também para defesa do estado (ginástica militar), de
qualquer maneira insuficiente para realização da natureza humana.

Durante o período helênico a ginástica militar, a ginástica profissional, a


ginástica médica, foram adquirindo um caráter de profissionalização e
separando entre elas. O que levou a um prejuízo do valor formativo atribuído a
ginástica em si. Tendo a ginástica continuado a ser praticada na escola por
tradição.

3- COMPETIÇÕES E JOGOS DA ÉPOCA CLÁSSICA

a) A CORRIDA

A corrida a pé – Fez sempre parte das competições atléticas e nunca se


isentou de nenhuma das numerosas festas citadinas ou nacionais. Foi a
primeira competição disputada na olimpíada e ficou a única da Iª a XVIIª
Olimpíada, atletas disputavam nus e descalços, distinguia-se em:

Corrida de velocidade ou “Stadion” – O Stadion era uma unidade de medida


correspondente a 192,27 metros, não fixa, mas habitualmente melhor definida
tendo como base o comprimento do retilíneo, onde ocorria a prova, que
consistia em percorrer uma só vez o comprimento daquele que seria
posteriormente definido o Stadio. Esta prova, como as outras corridas, tinha
origem religiosa. Segundo a lenda tal prova nasceu em Eléa, onde os atletas
disputavam a honra de acender o fogo sobre o altar de Zeus.

A partida das competições acontecia a partir de um cipó ou melhor, de uma


linha sobre as areias, demarcada por pedras, ditas balbis, utilizada
provavelmente também como “estrado” (suporte) para os lançamentos. Os
atletas colocavam-se para a partida em sulcos naturais semelhantes a buracos.
A seleção para a final competida por quatro atletas, adivinha de baterias
eliminatórias. Algumas pinturas demonstram são semelhantes à dos campeões
dos 100 e 200 metros atuais (ligeiramente mais vertical). As corridas dos
Stadios eram reservadas a cinco categorias de participantes: garotos,
pequenos efebos, grandes efebos e adultos.

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“Diaulos” ou duplo “stadio” – Semelhante a do “stadio”, mas com percurso
duplo. Corria-se sempre em reta e os atletas giravam sobre o terminal posto ao
fundo do estádio.

“Dolikos” ou corrida de resistência – Consistia em percorrer em certo número


de vezes, mínimo de 7 estádios (1346m) e um máximo de 24 estádios (4614
m). Para esta competição não haviam baterias e todos os concorrentes
disputavam simultaneamente. Foi introduzido na XV Olimpiada.

A corrida armada ou militar, “oplitica” ou “oplitodromo” – Consistia em percorrer


dois ou quatro estádios e os concorrentes disputavam armados de escudo,
elmo e armadura de pernas. Também para esta prova a partida era dada a
todos os concorrentes. Na maioria das vezes assumia as características de
uma horda guerreira. Mesmo não fazendo parte das olímpicas, estas
competições tiveram grande popularidade, principalmente em Ática, em Atenas
durante as festas panateias. Fizeram parte também dos programas de jogos de
muitas localidades da Grécia inteira.

As corridas tiveram grande importância na Grécia e em todo mundo antigo,


sendo considerada a primeira e mais natural expressão motora do homem.

b) O LANÇAMENTO DE DISCO

As únicas duas especialidades que não foram redescobertas pelos Anglos


Saxões, nos dois séculos compreendidos entre 1665 e 1860 são o disco e o
dardo, que, indubitavelmente junto com a corrida, representam as mais antigas
manifestações esportivas próprias e verdadeiras e que retornam a nova vida
somente com os escandinavos somente próximo ao fim de 1800. O
conhecimento do lançamento de disco parece remontar ao ano de 970 a.C com
os gregos, porém parece ser conhecido por civilizações ancestrais, apesar de
não praticado profissionalisticamente.

O disco, chamado solos, cuja a tradução é pedra, era um aparelho gímnico


diferente do atual, de peso e proporções variáveis, entre 1 e 3 quilos.

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O lançamento do disco foi dos temas predileto dos artistas da época. Na
Odisseia é narrado que o herói Ulisses era mestre no lançamento de disco.

Não há consenso entre os experts sobre o modo como o disco era lançado.
Eram lançados de um estrado retangular, em plano inclinado, chamado balbis,
que tinha o comprimento de aproximadamente 90 centímetros e a largura de 70
cm, elevado 20 cm na parte mais alta, que também era utilizado para
lançamento de dardo e partida da corrida. O atleta tinha um espaço reduzido
para adquirir o impulso necessário. Acredita-se, que os lançamentos com os
limites mais ousados daquela época na ordem de 36 a 37 metros.

Somente nas olimpíadas de Paris em 1900, fora apresentado oficialmente o


lançamento de disco moderno, de um estrado circular com o diâmetro de 2,5
metros, sobre o qual o atleta terá a possibilidade de movimentar-se com mais
liberdade, sob a condição de não tocar o terreno circundante.

c) O LANÇAMENTO DE DARDO

O disco chamado akon era lançado de duas maneiras: ou como tiro a distância,
que consistia em fazer superar a arma lançada a um termino fixo e lançá-lo o
mais distante possível, ou como tiro ao alvo, de preparação tipicamente bélica.

Constituído de uma haste, de abeto ou freixo na qual vinha inserido uma longa
ponta aguçada e afiada, as vezes coberta para proteção, o aparelho tinha um
cordão de couro enrolado ao entro do bastão, que servia para imprimir a este
um movimento rotatório, que permitia adquirir melhor direção de lançamento.
Por isso era chamado de mesakylion, “com a cilha no meio”. O lançamento

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médio teria sido de 46,22 metros, e acredita-se que era usado para tiro ao alvo.
O dardo é dos poucos aparelhos que não é originário de ginásio, mas da caça
e da guerra. A competição quase nunca foi efetuada singularmente, mas sim
no pentatlon.

d) O SALTO

Outra especialidade que nos poemas homéricos era única, isto é, independente
e que na época histórica entrou a fazer parte do pentatlon.

Foi apurado que esta competição consistia somente em salto em distância e


não salto em altura. Eram usados aparelhos chamados halteres: manúbrios em
pedra ou em metal, com o peso de um quilo a quatro quilos e meio, de formas
diferentes, em ambas as mãos, com buracos ou fendas, que permitia o atleta
inserir os dedos, mediante pressão, e que serviam para dar maior impulso ao
corpo e após, provavelmente, freiar a queda. Não há afirmativa sobre
vantagem do uso dos halters.

Curiosidade que as competições de salto eram acompanhadas pelo som de


flauta.

O PUGILATO

O Pugilato, atualmente conhecido como boxe provavelmente nasceu em


Esparta, regulamentado futuramente em Olímpia por Honomato de Esmire na
23ª Olimpíada em 688 a.C. Os gregos associaram sua origem à Teseu.

O pugilato sempre foi um jogo público, nos ginásios e nas academias,


considerado educativo e formativo. Diferentemente do boxe contemporâneo,
era mais perigoso, pois os competidores usavam coberturas de nas mãos e
antebraços, com lâminas metálicas e tachinhas afiadas, chamadas de “cestas”,
além de lutarem nús. Apesar de apreciarem boas competições, matar não era
permitido, e punidos eram aqueles que cometiam homicídios. Os maiores
nomes desse esporte foram Poluce, Daipos de Crotone, Pithagoras de Samo,
entre outros.

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A LUTA

A luta na antiga Grécia era de extrema importância para as disciplinas


gímnicas, pois reforçava o corpo e o caráter do lutador, considerada por muitos
uma honra. Apesar da falta de comprovações de regras para a luta naquela
época, podemos supor que eram mais duras e violentas que as lutas de hoje.

Dos estilos de luta na época se destaca o orthopali, que consistia em lançar o


adversário ao chão três vezes, podendo também utilizar das pernas,
considerado o mais clássico e utilizado. A única divisão de lutadores era feito
por idade, peso e tamanho eram ignorados.

O PANCRÁCIO

Mais perigoso que o pugilato, era o pancrácio, que nasceu dos


descumprimentos das regras que restringiam a liberdade de agressividade
desses esportes já considerados perigosos. Era praticado com as mãos nuas,
porém eram permitidas cabeçadas, mordidas e até dedos nos olhos do
oponente.

O PENTLATHON

O Pentatlo era feito de cinco provas: corrida, luta, salto, lançamento de disco e
lançamento de dardos, originado da inspiração em manter a harmonia e a
graça. O vencedor era aquele que ganhasse ao menos três das quatro provas.
Originalmente só praticavam os adultos, mais à frente aceitaram os jovens. O
Pentatlo foi inserido na 18ª Olimpíada, em 708 a.C.

AS MANIFESTAÇÕES EQUESTRES

Inseridas na 25ª Olimpíada, as quadrigas (carros de quatro rodas puxados por


cavalos) deram origem a várias provas hípicas juntamente as bigas (carros
com duas rodas), onde faziam corridas geralmente de 12 voltas dando
aproximadamente 4.614 metros. Essas corridas deram origem a treinamentos
militares, onde além de correr os atletas desciam dos carros e saltavam de
volta neles. Os vencedores não eram aqueles que guiavam os cavalos, e sim
os donos, aqueles que criavam os cavalos.

OS ESPORTES AQUATICOS

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Mesmo as modalidades aquáticas não sendo consideradas modalidades
tradicionais, tiveram seu intuito utilitário, natural, higiênico, recreativo, etc. A
natação e a navegação eram de extrema necessidade à alimentação, desde
jovens os gregos eram ensinados a nadar e mergulhar. Existiam competições
públicas de natação em mar aberto ou em rios, em piscinas e trampolins
artificiais.

OS EDIFÍCIOS PARA AS ATIVIDADES GIMNICAS E ESPORTIVAS

Ginásio e Palestra

Os ginásios nasceram da necessidade de um lugar apropriado para a ginástica,


que vinha crescendo naquela época. Seu nome vem do termo “gymnós”, que
significa “nú”, representando como os ginastas se exercitavam. Originalmente
consistia de pista para corrida e solo de areia para luta e pugilismo.
Futuramente foi criada a palestra, uma construção para abrigar os ginastas.
Essa construção passou dar oportunidade de criação de centros de instrução,
de educação espiritual e um lugar de reuniões sociais. A maior representação
dessas edificações era o ginásio de Olímpia, e cada cidade possuía pelo
menos um ginásio.

O ESTÁDIO

As competições de corrida a pé ou jogos eram realizadas em um local


denominado “stadio”,esse local a princípio era um espaço livre, mas foi
substituído por um local com melhores acomodações aos espectadores, o novo

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local tinha forma retangular, onde os lados maiores ficavam os espectadores.
Estima-se uma capacidade máxima entre 47 mil à 76 mil nos estádios de,
Atenas, Olímpia e de Efeso que sediavam os jogos.

O HIPÓDROMO (SÉC. ||| a.C)

Já as competições equestres se davam no hipódromo junto as corridas de


carros pois a civilização helênica tinha posse dos campos.

OUTROS EDIFÍCIOS LIGADOS À ATIVIDADE


MOTORA,PARTICULARMENTE EM OLÍMPIA (ANO 350 a.C)

Nos teatros eram realizadas as competições de menor importância, luta,


pugilato, o pancrácio. Existiam thermas que além de usadas para higiene
serviam para o jogo da bola e atividades gímnicas. Edifícios de olímpia
abrigavam os Theokoloi, Lamidi, Clitidi, Bouleterion, Elanodices.

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FESTAS E JOGOS NACIONAIS

Não pode se afirmar que os jovens eram preparados paras as competições. As


adolescentes tiveram sua participação limitada tanto como espectadoras ou
artistas. A principio eram entre alunos do mesmo ginásio posteriormente de
ginásios diferentes, geralmente em celebrações pan-helênicas das cidades da
grécia onde só se competiam os gregos, classes indígenas ou pré doricas por
um período não tiveram direito a instrução por um tempo e não eram aceitos
nos jogos e nas festas pan-helênicas que eram quarto
píticas(Delfos),ístimicas(Corinto),neméias(Nemea),olímpicas(olímpia).Essas
festas também serviam para que fosse tratado assuntos públicos e privados,
onde todas as guerras em cessadas denominadas “trégua sacra”.

Três delas eram celebrações em honra dos guerreiros, heróis e deuses


seguidas das competições. Vencedores eram aclamados e tinham direito a
uma corao feita de oliva, considerados salvadores da pátria, esses almejavam
coroas em todas as quarto festas pan-helênicas conseguindo o períodos
nike(período entre uma olímpica e outra).

FESTAS PÍTICAS (586 a.C)

Após esse período considerava-se as festas píticas como mais importantes


dedicadas a Apolo com competições de flautistas e de auletes, seguidas de
competições gímnicas e hípicas com tempo de sete dias, com número muito
superior de jovens se comparado as competições olímpicas esses
competidores eram denominados ëpimeletes”,e se encerrava com sacrifício a
Apolo.

FESTAS ÍSTMICAS (589 a.C)

Já as festas ístmicas aconteciam no Segundo e no quarto ano das olimpíadas


e era dedicada a Posidão que a partir de um sacrifício era iniciada. Com
competições para adultos, jovens e adolescentes. Competições atléticas,
equestres, musicais e náuticas, tendo a corrida de carruagens com a de
destaque. Vencedores recebiam coroa de folha de pinheiro.

FESTAS NEMÉIAS (573 a.C)

Festas nemeias eram atribuídas a Arquemero assim os competidores usavam


vestes de luto tendo sua realização a cada dois anos no santuário de Zeus
nemeu com características das festas pan-helênicas, tendo vencedor direito a
um ramo de palmeira e uma coroa de aipo ou carvalho.

FESTAS OLÍMPICAS (880 a.C)

Festas olímpicas eram dedicadas ao rei Honóman, que após perder uma
corrida ao qual o ganhador receberia o prêmio de casar-se com sua filha

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suicidou-se e foi substituído por Hércules, a mesma caiu no esquecimento por
anos, mas o rei de elide, Ífito, comandou sua volta juntamente com rei
espartano, Licurgo. Eventuais guerras foram cessadas para que os citadianos
pudessem assistir aos espetáculos. Não gregos não poderiam competir, mais
tarde essa festa foi realizada em Roma a pedido de Silla seu rei que colocou a
cidade em contexto olímpico e foram sediados em Urbe, mulheres não
poderiam competir, nem ser espectadoras salvo as sacerdotisas que tinha seu
lugar assegurado. Vencedores recebiam cabeças de animais e armaduras as
provas era mem horna aos mortos e desenvolviam-se a cada quatro anos na
estação do verão na Itália entre julho/Agosto. Nas primeiras edições eram
realizadas apenas corridas de velocidades onde acredita-se que os
competidores competiam nús por acreditarem que poderiam obter alguma
vantagem. Mas após a decima Terceira edição foram incluídas a corrida dupla,
corrida dos quadrigas, corrida com armas, corrida dos cavalos, aumentando o
número de participantes e dos dias dos jogos que inicialmente eram apenas de
um dia estendendo-se para cinco, esse eram apitados pelos Elenodices
ajudados pelos Aluti que tinham com deve manter a ordem pública durante as
festas.

A NOVA EDUCAÇÃO E AFIRMAÇÃO DO PROFISSIONALISMO

O esporte começa a perder o valor de competição pelo prazer, os atletas não


visam mais o troféu ou lembrança, mas começam a competir pelo dinheiro e
status, para ser mais conhecidos. O profissionalismo visou o ganho de bens,
não de satisfação pessoal, virtudes, orgulho de ter recebido a vitória. E com
isso ocorreu uma grande revolução, pois o nível de competição aumentou
muito, novas técnicas de treinamentos, a medicina, pois o nível de treinamento
dos atletas eram enormes e isso exigia muito do físico. No novo contexto de
educação física foram muitos os que criticavam a exaltação dos atletas e suas
façanhas, mas também disso colheram os melhores aspectos.

-Senofane, pensava em uma harmonia entre corpo e mente, onde a força


deveria ser governada pela razão, ou seja, seria algo inútil se não usada com
consciência, pois somente a força não importava tanto, mas a moral sim.

-Filosfrato dizia que o treinar devia estudar, passar conhecimento aos seus
atletas, ter dotes sobre estratégias de como desenvolver um desempenho na
competição e isso se tornava uma arma, de uma forma positiva, melhorando o
aspecto físico, mental, ou seja, o treinador devia conhecer o atleta por
completo, saúde dos seus pais, ter conhecimento sobre fisiologia e anatomia
para saber ao certo qual atleta é melhor para cada categoria, ou competição

-Saúde dentro do esporte, haviam vários povos, com indianos, chineses, com
suas técnicas, porém os gregos que tornariam a medicina aliada ao esporte,
segundo eles, quando ocorriam alguma lesão era devido a uma falta de
equilíbrio entre os humores internos, e fazendo alguma atividade aliada a uma
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dieta adequada, era capaz de alinhar novamente e corpo e eliminar tal lesão,
devido a isso, a medicina, ciência começaram a andar lado a lado.

-Hipócrates, muitos estudiosos dizem que o começo da verdadeira medicina


esportiva se surge com Hipócrates. Em particular, a ginástica médica inseriu-se
de maneira na civilização grega, com princípios científicos, cuja validade é
reconhecida ainda hoje, justamente pelos estudos de Hipócrates e Galeno que
não somente foram os grandes mestres do seu tempo, mas foram seguidos por
muitos séculos, pode se dizer que quase até os nossos tempos.

ginástica médica grega e suas origens

a educação física era considerada para os médicos como medicina saudável não
só para Grécia mas também para o povo chineses indiano e ocipícios, porém
foram os gregos que aperfeiçoaram a ginástica médica, com fundamentos com
bases científicas. Com o surgimento das escolas de Alcmeone de Cretona séc V
a, C,. e Pitágoras. O conceito de exercícios físicos para a saúde se consolida e se
torna parte da medicina.

Acreditavam – se que o surgimento das doenças eram por falta de exercícios e


uma dieta adequada . Com a chegada do atletismo profissional, a ginástica
médica supera os aspectos puramente curativo e entra na prática esportiva
como ciência capaz de indicar ao atleta um racional costume de vida e uma
preparação baseada em treinamento estudado cientificamente e sobre esse
conceito e baseia se na obra Icco de Taranto e Heroíde de Lentini

HIPÓCRATES

460 -377 a,C, conhecido como pai da medicina ocidental . A historia da


ginástica médica não se inicia com Hipócrates , porém foi ao nascer da
primeira e verdadeira medicina esportiva, com Hipócrates pela primeira vez o
exercício físico apresenta se sob aspecto médico , e não sobreposto a uma

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disciplina mas e determinada por essa .

Hipócrates pode se atribuir ter o primeiro tratado a patologia profissional do


atleta e de ter considerado a ginástica não somente correlata a medicina
curativa mas também e especialmente a medicina preventiva.

GALENO

Cláudio Galeno, nascido 129 d,C se titulava discípulo de Hipócrates ,o mesmo


representou para medicina aquilo que Aristóteles representou para filosofia.
Estudou filosofia - principalmente os estoicos - e medicina. Após inúmeras
viagens de estudo, adquiriu grande experiência atuando como médico de
gladiadores, em Roma, onde também foi médico de Cómodo, herdeiro
presuntivo do trono do imperador Marco Aurélio. Inferior apenas a Hipócrates,
Galeno é considerado o fundador da fisiologia experimental.

De sua vasta obra, cerca de 600 livros, apenas 98 chegaram até nós, mas na
forma de fragmentos ou através de traduções árabes, ao estudar suas obras
notamos imediatamente que Galeno foi , entre outros o que um que condenou
asperamente o atletismo profissional considerado forma degenerativa, seja do
exercício físico ou da educação intelectual e moral dos jovens .

Galeno ,reivindica o valor da ginástica pura e criticas duramente a


incompetência dos pedótribas (professores de ginásticas) os quais prescrevia
regime de vida e de dieta aos atletas e ivadiam o campo da medicina , segundo
Galeno quem poderia descrever dietas e regimes e exercícios somente
médicos . pois somente os mesmos conhecia os efeitos dos regimes e
exercícios físicos sobre cada indivíduos em seu organismo , enquanto os
pedótribas devi se preocupar unicamente com a aplicação das prescrições
medicas .

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Segundo a teroria galenica, baseava-se pela doutrina Hipocrática, esquematiza
pela primeira vez a teoria dos quatro humores. A mesma afirmava que,  o
corpo humano era constituído por partes simples, ou seja, formadas por
matéria de natureza próxima, e por partes compostas que eram resultado a
união de várias partes simples. Estas partes simples eram formadas pelos
componentes elementares da matéria (Terra, Água, Ar e Fogo) e comunicavam
entre eles as suas qualidades (calor, secura, frio e humidade), de acordo com a
esquematização da teoria dos humores hipocráticos (a bílis amarela, a bílis
negra o sangue e a linfa). De acordo com o esquema feito por Galeno há uma
relação entre os quatro humores, as quatro qualidades e os quatro
componentes elementares da matéria. Cada elemento relaciona-se com duas
propriedades e assim:
 a água seria fria e húmida,
 o ar seria húmido e quente,
 o fogo seria quente e seco,
 a terra seria seca e fria.

Cada um destes elementos e de acordo com as suas propriedades


relacionavam-se com os quatro humores, e portanto:

 a água (por ser fria e húmida) relacionava-se com a linfa,


 o ar (por ser húmido e quente) relacionava-se com o sangue,
 o fogo (por ser quente e seco) relacionava-se com a bílis amarela,
 a terra (por ser quente e fria) relacionava-se com bílis negra.

Cada um dos humores predominava numa determinada parte do corpo e


consequentemente a linfa predominava no cérebro, o sangue no coração, a
bílis amarela no fígado e a bílis negra no braço.

Em teoria, um organismo saudável cumpria algumas condições. Em primeiro


lugar um todas as partes simples teriam que estar em proporções ideais e por
outro lado os diferentes espíritos (vital, localizado no coração; natural
localizado no fígado; animal localizado no cérebro) responsáveis pelas funções
fisiológicas tinham que exercer correcta e adequadamente a sua função. No
entanto, alguns humores tinham um certo ascendente sobre outros, algumas
funções encontravam-se desreguladas gerando certos temperamentos:

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 nos Coléricos predominava a bílis amarela e eram normalmente
representados por uma espada,
 nos Sanguíneos predominava o sangue, estes eram considerados
hiperactivos sexualmente,
 nos Fleugmáticos predominava a linfa, estes eram tidos como calmos e
racionais sendo frequentemente representados a ler,
 nos Melancólicos predominava a bílis negra, estes eram relacionados
com a melancolia e são frequentemente representados na cama.

Esta relação entre humores, propriedades e elementos vai ser fundamental


para compreender a doença e adequar a cura.

Os humores formavam-se a partir dos alimentos e ao se converterem em


humores permaneciam deste modo para sempre, ou seja, não poderiam
regredir de novo a alimentos. Estes alimentos podiam ser convertidos a
humores de forma corrupta, o que iria gerar doença, por factores externos,
como por exemplo a ingestão de um alimento estragado. A corrupção de
humores também poderia ocorrer devido a regimes de vida desadequados ou
ao clima.

As doenças, segundo este autor, eram relacionadas com as estações do ano


(as doenças na Primavera eram preferencialmente por excesso de sangue, as
do Verão por excesso de bílis amarela, as do Outono por excesso de bílis
negra e as do Inverno por excesso de linfa), com a idade (na infância grande
parte das doenças deviam-se a um excesso de sangue, na juventude e idade
adulta por um excesso de bílis negra e amarela e na velhice por um excesso de
linfa), localização geográfica e hereditariedade. Um homem podia então estar
doente por causas externas, internas e conjuntas.

Para restabelecer a saúde existiam várias opções: ou através da cirurgia, ou


através de uma alimentação adequada ou ainda com o recurso a alguns
fármacos. Na aplicação de qualquer um destes métodos Galeno tinha sempre
presente alguns princípios Hipocráticos, nomeadamente o Primum non
nocere e o Contraria Contrariis. O primeiro princípio significa que não se deve
prejudicar o doente, ou seja, caso o próprio organismo esteja a expulsar os
humores em excesso por si só o médico não deve interferir com essa resposta

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do organismo. O segundo princípio significa que o tratamento deve consistir em
provocar efeitos contrários aos sintomas.
O recurso de Galeno a fármacos foi substancial e a área da farmacoterapia
conheceu um grande desenvolvimento nesta época. Foi feita a distinção entre
alimento, veneno e medicamento. Aplicou pela primeira vez um conceito do
medicamento semelhante ao actual, ou seja, em que coexistiam substâncias
que tinham propriedades terapêuticas, as que tinham acção correctiva das
características organoléticas e ainda os excipientes.

. A obra de Galeno fez-se sentir com uma incontestável intensidade. Esta obra


foi durante vários séculos a fonte de inspiração da generalidade dos médicos e
farmacêuticos. Esta inspiração teve tal magnitude que alguns seguidores
de Galeno se tornaram mais radicais que ele próprio no seguimento das suas
teorias. A teoria humoral Galénica manteve-se na história médica e
farmacêutica durante cerca de mil e quinhentos anos.

Tendo sido durante esse tempo praticamente inquestionável, aliás quem o


tentou fazer encontrou sérias dificuldades. Alguns cientistas demonstraram a
viabilidade de teorias que contrariavam a Galénica, no entanto, essa
comprovação foi muito dificultada precisamente por questionar a
“inquestionável” medicina de Galeno. O galenismo tinha uma explicação lógica
para tudo o que estava de acordo com os seus princípios mas não podia
aceitar ideias que não tinham sido pensadas por Galeno ainda que alguns dos
seus seguidores o tenham tentado.

Historicamente, as referências à farmácia ao longo da sua história até finais do


século XVIII, devem-se essencialmente a Galeno.“Mais ou menos atacada,
mais ou menos adaptada, de região para região, o certo é que no essencial ela
[Teoria Galénica] conservou-se por mais de milênio e meio!”

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