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Análise de textos

Professora: Márcia Oliveira


VAMOS RELEMBRAR

1. Tese: é a ideia que você pretende defender durante o seu texto. Ela deve estar
relacionada ao tema da proposta e ser apoiada por argumentos ao longo do texto.

2. Argumento:
O argumento nada mais é do que a justificativa utilizada por você para convencer o
leitor a concordar com a tese que você está defendendo. Os argumentos de um texto
são facilmente localizados: identificada a tese, faz-se a pergunta por quê? (Ex.: o
autor é contra a pena de morte (tese). Porque ... (argumentos).

3. Estratégias Argumentativas: são os recursos utilizados pelo autor para


desenvolver os argumentos, de maneira que o leitor se convença sobre o assunto. Elas
podem aparecer como exemplos, dados estatísticos, pesquisas, fatos comprováveis,
citações ou depoimentos de especialistas, alusões históricas ou ainda por meio de
comparações entre fatos, situações, épocas ou lugares distintos.

3. Contra -argumento: é a oposição a um argumento, apoiada por elementos que o


justifiquem.
Texto 1
Velho, só se for com gelo

Mas faltou dizer o principal. Sim, faltou o essencial. Por trás de mais
essa face triste de nossa realidade, há o descaso abjeto do Brasil por seus
velhos.
Vivemos sob o ritmo da novidade, no embalo da pressa. Encontramos
tempo para falar no celular, para ver a novela compacta da Globo, até para
reformar uma Constituição que ainda engatinha. Só não achamos tempo para
os velhos.
E não imagine que a chaga do abandono atazana apenas os velhos de
famílias pobres ou remediadas. Não, não. Também o velhote de família rica
oscila, feito alma penada, entre a amargura e o abandono. A diferença é que,
em vez de ser depositado nos corredores de uma clínica com nome de santa,
ganha a companhia remunerada de enfermeiras.
No Brasil de hoje, embriagado com tantos problemas sociais, o único
velho que tem o seu valor reconhecido é o escocês de 12 anos. Os outros, ah,
os outros. Ou jazem mortos, ou aguardam a sua vez.

SOUZA, Josias de. In: Folha de S.Paulo. 10/06/1996.


01. Nesse texto, a tese de que, no Brasil, os velhos são
tratados com descaso é sustentada pelo argumento

A) vivemos com pressa, sem tempo para os velhos.


B) falta uma reforma eficaz da constituição.
C) o velho rico vive cercado de atenção familiar.
D) o abandono atazana apenas os velhos pobres.

02. Nesse texto, uma passagem que expressa ironia, por parte
do autor, é

A) “Por trás [...] há o descaso abjeto do Brasil por seus velhos.”


B) “Vivemos sob o ritmo da novidade, no embalo da pressa.”
C) “E não se imagine que a chaga do abandono atazana apenas os
velhos...”.
D) “o único velho que tem o seu valor reconhecido é o escocês de
12 anos.”
Texto 2
Como emprestar dinheiro ao diabo

Quem dá aos pobres empresta a Deus, diz o ditado. Em certos casos, empresta
mesmo ao diabo: é o que se vê na cidade de São Paulo, onde há dois anos existe uma
campanha estimulando as pessoas a não dar esmolas às crianças na rua. Esse dinheiro
tem, de fato, efeitos diabólicos: 1) vicia a criança, dificultando que saia da rua; 2)
alimenta quadrilhas de adultos; 3) sustenta a exploração infantil que se assemelha ao
trabalho escravo.
Desde que se iniciou a campanha, cujo slogan é “Dê mais que esmola. Dê Futuro”, o
número de meninos e meninas de rua que vivem ou trabalham nas ruas da cidade caiu em
54%, segundo levantamento que acaba de ser divulgado pela Fipe, uma fundação ligada à
USP. Claro que, além de uma mudança na cabeça, ainda que pequena, de quem está
acostumado a dar esmolas para crianças, achando que faz o bem, há programas mais
focados nas famílias e maior distribuição de renda aos mais pobres.
Por conta desses programas combinados com menos esmolas, há mais crianças em
atividades complementares à escola como contrapartida por terem saído da rua, sem
contar o apoio às suas famílias --- isso sim pode, quem sabe, tirá-las do vício de
mendigar, no qual vivem os mais malignos riscos.
Não se ajudam os pobres com esmolas (nem as oficiais), mas com políticas públicas
que estimulem o aprendizado e a geração de renda.

DIMENSTEIN, Gilberto. Folha online. 23. nov.2007.


03. Qual é o argumento apresentado nesse texto para defender a tese
“não dar esmolas às crianças na rua”?

A) “Quem dá aos pobres empresta a Deus, diz o ditado”.


B) “Esse dinheiro tem, de fato, efeitos diabólicos: 1) vicia a criança (...)”.
C) “Claro que (...) há programas mais focados nas famílias (...).”.
D) “Não se ajudam os pobres com esmolas (nem as oficiais) (...)”
Texto 3
Homo sapiens

Num mundo com mais de 6 bilhões de habitantes, em que se


conquistaram padrões de bem-estar inéditos na história, fica difícil
imaginar que o ser humano esteve à beira da extinção. Aconteceu há
cerca de 100 000 anos, quando a população de Homo sapiens se
reduziu drasticamente, caindo de 30 000 pessoas para apenas 2 000.
Todos viviam na África em pequenos grupos. A redução da população
se deu durante uma longa seca que se abateu sobre a África entre
135 000 e 90 000 anos atrás, transformando lagos e florestas em
desertos e dizimando populações de caçadores coletores pela fome.
Caso esses 2 000 ancestrais do homem moderno não tivessem
resistido às condições de penúria em que viviam, a humanidade teria
sido riscada do mapa. Evidentemente, eles resistiram. Migraram da
África para outros continentes e, através de diferentes mutações
genéticas, se ramificaram nas etnias que povoaram o mundo.

Revista Veja, 7 de maio de 2008, p.148. Adaptado.


04. Esse texto defende principalmente a ideia de que

A) os ancestrais do ser humano estão na África.


B) os povos caçadores-coletores viviam na África.
C) a população humana sofreu grande redução entre 135 000 e
90 000 anos atrás.
D) a resistência de nossos ancestrais garantiu a sobrevivência da
humanidade.
Texto 4 Folhas secas
Eu estava dando uma aula de Matemática e todos os alunos acompanhavam atentamente.
Todos?
Quase. Carolina equilibrava o apontador na ponta da régua, Lucas recolhia as borrachas dos vizinhos e construía
um prédio, Renata conferia as canetas e os lápis do seu estojo vermelhíssimo e Hélder olhava para o pátio.
O pátio? O que acontecia no pátio?
Após o recreio, dona Natália varria calmamente as folhas secas e amontoava e guardava tudo dentro de um
enorme saco plástico azul. Terminando o varre-varre, dona Natália amarrou a boca do saco plástico e estacionou aquele
bafuá de folhas secas perto do portão. Hélder observava atentamente. E eu observava a observação de Hélder – sem
descuidar da minha aula de Matemática. De repente, Hélder foi arregalando os olhos e franzindo a testa.
Qual o motivo do espanto?
Hélder percebeu alguma coisa no meio das folhas movendo-se desesperadamente, com aflição, sufoco, falta de
ar. Hélder buscava interpretações para a cena, analisava possibilidades, mas o perfil do passarinho já se delineava na
transparência azul do plástico.
Um pássaro novo caiu do ninho e foi confundido com as folhas secas e foi varrido e agora lutava pela liberdade.
– Ele tá preso!
O grito de Hélder interrompeu o final da multiplicação de 15 por 127. Todos os alunos olharam para o pátio. E
todos nós concordamos, sem palavras: o bico do passarinho tentava romper aquela estranha pele azul. Hélder saiu da
sala e nós fomos atrás. E antes
que eu pudesse pronunciar a primeira sílaba da palavra “calma”, o saco plástico simplesmente explodiu, as folhas
voaram e as crianças pularam de alegria.
Alguns alunos dizem que havia dois passarinhos presos. Outros viram três passarinhos voando felizes e
agradecidos. Lucas diz que era um beija-flor. Renata insiste que era uma cigarra. Eu, sinceramente, só vi folhas secas
voando.
Para concluir esta inesquecível aula de Matemática, pegamos vassouras, pás e sacos plásticos e fomos varrer
novamente o pátio.
MARQUES, Francisco.
05. Por suas características, esse texto pertence ao gênero

A) biografia. B) conto. C) diário.


D) fragmento de romance. E) peça de teatro.

06. Nesse texto, o elemento gerador da narrativa é o fato de

A) Carolina equilibrar o apontador com a régua.


B) Dona Natália varrer as folhas do pátio da escola.
C) Hélder se espantar com algo se mexendo dentro do saco plástico.
D) Lucas recolher as borrachas dos amigos para construir um castelo.
E) Renata conferir as canetas e os lápis de seu estojo.

07. O trecho “... buscava interpretações para a cena, analisava


possibilidades, mas o perfil do passarinho já se delineava...” (ℓ. 15-16),
apresenta características da linguagem

A) coloquial. B) formal. C) literária. D) regional. E) técnica.


Leia o texto abaixo.

Rio de Janeiro, 14 de fevereiro de 2011

À população brasileira,

Há muitos anos as mulheres lutam pelos seus direitos e vêm conseguindo inegáveis avanços. Para
que, hoje, possamos votar, trabalhar e usar calças jeans, muito sutiã teve que ser queimado em praça
pública. Hoje, no auge de nossas independências, somos diretoras de grandes empresas
multinacionais, engenheiras renomadas, grandes cirurgiãs, artistas e ainda somos mães e esposas.
Somos o que há de contemporâneo, de avançado, super-heroínas do dia a dia. [...] Sou mulher e, assim
como os meus deveres, tenho os meus direitos.
No entanto, existe um véu que cobre, ainda, todo esse avanço. Na grande maioria das vezes, isso
é somente aos nossos olhos. Valorizamos cada conquista, cada meio centímetro percorrido a caminho
da independência porque ela é nossa. […] Não é fácil ser mulher. Mais difícil ainda é lutar pelos nossos
direitos. […]
Quem por nós? Nós mesmas. Quem contra nós? Todo resto. Feminismo já é ultrapassado,
vitimização mais ainda. [...] Acima de tudo, conquistamos o livre-arbítrio. Escolhemos nossas escolhas.
Pelo que lutar agora?
Lutemos pela dignidade reconquistada. Pela coragem de nos queixarmos dos maus tratos. Pelo
fim do massacre do que nos resta de mais precioso: nosso feminino. [...] Quanto tempo mais ficaremos
esperando? Não proponho feminismo. Não proponho nenhum tipo de superioridade. Proponho denúncia,
atenção e ajuda mútua. Igualdade. Gênero é muito mais do que sexo. É atitude.

Atenciosamente,

Uma brasileira.

Disponível em: <http://www.desconversa.com.br/redacao/>.


08. Esse texto é
A) um artigo de opinião. B) um editorial. C) uma carta argumentativa.
D) uma crônica. E) uma reportagem.

09. Qual é a tese defendida nesse texto?


A) A mulher precisa ter atitude e lutar para reconquistar sua dignidade.
B) As mulheres devem ocupar cargos de grande prestígio social.
C) As mulheres precisam buscar motivos pelos quais lutar.
D) O feminismo deve ser excluído das lutas sociais.
E) Os direitos das mulheres já foram conquistados.

10. O trecho desse texto que expressa uma opinião é:


A) “Há muitos anos as mulheres lutam pelos seus direitos...”. (ℓ. 3)
B) “Para que, hoje, possamos votar, trabalhar e usar calças jeans, ...”. (ℓ. 4)
C) “... muito sutiã teve que ser queimado em praça pública.”. (ℓ. 4-5)
D) “... somos diretoras de grandes empresas multinacionais, engenheiras...”. (ℓ. 5-6)
E) “Não é fácil ser mulher. Mais difícil ainda é lutar pelos nossos direitos.”. (ℓ. 11-12)

11. No trecho “Quem por nós? Nós mesmas. Quem contra nós? Todo resto.” (ℓ.
13), os pontos de interrogação foram usados para
A) expressar uma dúvida da autora. B) estabelecer um diálogo com o leitor.
C) destacar um comentário. D) demonstrar espanto.
E) ironizar um comportamento.
Sopão nas ruas
Doar comida nas ruas da cidade não é legal. A Vigilância Sanitária não permite a
distribuição de alimentos nas vias públicas sem um laudo. Portanto, as pessoas não
podem fazer isso, ainda que de maneira voluntária.
Também precisam entender que essa forma de voluntarismo prejudica as ONGs
conveniadas com a prefeitura, que oferecem serviços de alimentação em locais
adequados, limpos e seguros, assim como o trabalho dos 125 agentes de proteção
social que circulam todos os dias pela cidade tentando convencer, sempre de maneira
respeitosa, os que moram nas ruas a fazer uso dos 37 albergues e 9 abrigos que
existem hoje na capital, funcionando 24 horas e atendendo mais de 8 mil pessoas. A
distribuição de comida incentiva a permanência das pessoas nas ruas, comprometendo
em muito o acolhimento, a proteção e a reinserção social e familiar desses cidadãos
mais vulneráveis.
O polêmico gesto resulta, ainda, em centenas de reclamações de moradores e
comerciantes acerca da sujeira espalhada nas calçadas da cidade, contribuindo para a
proliferação de ratos, com restos de alimentos, pratos e copos descartáveis e
garrafas de pet usadas. As organizações sociais que querem realmente ajudar devem
nos procurar para que possamos, juntos, organizar uma distribuição de alimentos
dentro de equipamentos próprios, de forma digna e humana. A Associação Evangélica
Brasileira ou a ONG Rede Rua, por exemplo, mantêm o restaurante Porto Seguro, na
América, e o Penaforte Mendes, na Bela Vista, que servem refeições gratuitas aos
moradores de ruas.
Por que não doar alimentos a esses locais? Vamos trabalhar em rede, com sinergia
e em parceria?
Floriano Pesaro, Secretário Municipal de Desenvolvimento e Assistência Social.
12. A tipologia textual predominante nesse texto é a
A) expositiva. C) descritiva. E) narrativa.
B) dissertativo-argumentativo. D) instrucional.
 
13. Qual é o assunto desse texto?
A) A distribuição de sopão para moradores de abrigos.
B) Os problemas ligados à distribuição de comida nas ruas .
C) As reclamações de comerciantes sobre os restos de comida nas
ruas.
D) O trabalho de doação feito pelas ONGs conveniadas à
prefeitura.
E) A legalização da doação de sopas pela Vigilância Sanitária.
14. De acordo com esse texto, a doação de comida nas ruas é ilegal
porque
A) contribui para a proliferação de ratos nas ruas.
B) é necessário ter um laudo da Vigilância Sanitária.
C) gera reclamações de comerciantes e moradores.
D) incentiva as pessoas a continuarem morando nas ruas.
E) prejudica as ONGs que servem alimentos adequados.
 
15. O trecho desse texto que contém uma opinião do autor sobre a doação
de comida nas ruas é:

A) “A Vigilância Sanitária não permite a distribuição de alimentos nas vias


públicas...”. (ℓ. 1-2)
B) “... ONGs conveniadas com a prefeitura, que oferecem serviços de
alimentação...”. (ℓ. 4-5)
C) “O polêmico gesto resulta, ainda, em centenas de reclamações de
moradores...”. (ℓ. 11)
D) “... sujeira espalhada nas calçadas da cidade, contribuindo para a
proliferação...”. (ℓ. 12)
E) “As organizações sociais que querem realmente ajudar devem nos
procurar...”. (ℓ. 13-14)
JOSÉ DOS ANZÓIS CARAPUÇA

Rua dos Frades, 421 – Cabana do Meio


Rio do Mato/MG - CEP 36.350-000
Fone Residencial: (36) 3222.2222 - Celular (36) 9222.2222
E-mail: carapuca@imeioul.com.br
Data de nascimento: 13/02/1982

Objetivo Profissional
Programador Web

Formação Acadêmica Ciência da Computação – Concluído em 2004


Faculdade de Computação do Rio do Mato.

Qualificações
Programador de sistemas Web com experiência em HTML, CSS, JavaScript, ASP, PHP, Flash,
ActionScript e banco de dados, com grande capacidade para absorver e desenvolver novas tecnologias,
espírito empreendedor com grande aptidão para identificar problemas e desenvolver soluções para otimizar
a rotina de trabalho.

Experiência profissional DrogaBets Ltda (out/2004 a jun/2005)


Implantação e desenvolvimento de sistema de inventário de produtos e atendimento de pedidos que
automatizou os processos de tele-entrega, proporcionando grande economia de tempo e maior segurança na
informações.
16. Esse texto serve para
A) apresentar informações profissionais.

B)dar uma instrução.

C) defender uma ideia.


D) relatar uma sequência de eventos.

 
17. No trecho “ HTML, CSS, JavaScript, ASP, PHP, Flash,
ActionScript (l.11), o autor desse texto faz uso da linguagem.
A) formal

B) coloquial

C) regional

D) técnica

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