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Título
Guia Orientador de Boas Práticas – Cuidados à pessoa em situação crítica dependente de
suporte extracorporal de vida: um desafio para a prática especializada.
Grupo de trabalho
Enfermeiros Especialistas em Enfermagem Médico-Cirúrgica:
Paulo Alexandre Dinis Oliveira (Coordenador)
Ana Carina Alves Faria
Dalva Manuela Dias da Silva Pinto da Costa Gomes
Fernando José de Araújo Miranda
João Alberto Rodrigues Dantas
Michelle de Sousa Viríssimo
(Nomeados em NI BAST 2017/23 de 08/08/2017)
Colaboração
Ricardo Miguel Martins Gomes Cruz
Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediatria
Nídia Celsa Oliveira Alves (infografia ilustrativa)
Enfermeira Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica
O Grupo de Trabalho que elaborou este GOBP esteve em actividade entre junho de 2017 e
fevereiro de 2019.
INTRODUÇÃO 12
5. PRINCÍPIOS FISIOLÓGICOS 53
5.1 FISIOLOGIA DAS TROCAS GASOSAS NO CORPO HUMANO 54
5.1.1 Quantidade de O2 55
5.1.2 Distribuição de O2 (DO2) 59
5.1.3 Consumo de O2 (CO2) 59
5.2 GESTÃO DAS TROCAS GASOSAS: O EQUILÍBRIO HEMODINÂMICO NO 60
CLIENTE COM ECMO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 66
7. COMPLICAÇÕES 99
7.1 PREVENÇÃO DE COMPLICAÇÕES ASSOCIADAS À PESSOA EM 100
SITUAÇÃO CRÍTICA COM SUPORTE ECMO (COMPLICAÇÕES CLÍNICAS)
7.2 PREVENÇÃO DE COMPLICAÇÕES ASSOCIADAS AO CIRCUITO 103
EXTRACORPORAL (COMPLICAÇÕES MECÂNICAS)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 104
CONCLUSÕES 138
ANEXOS 141
ÍNDICE DE TABELAS
Este Manual foi desenvolvido por peritos na área a quem esta Mesa do Colégio
gostaria de deixar o seu mais sincero agradecimento.
1
Termo abrangente que engloba diversos modos de suporte de vida baseadas no uso de um circuito
extracorporal e utilizados na falência cardíaca e/ou pulmonar tendo como finalidades a oxigenação, a
remoção de dióxido de carbono e/ou o suporte cardíaco. Exclui-se desta definição a circulação extracorporal
utilizada nos procedimentos cirúrgicos cardiotorácicos e/ou vasculares realizados em contexto operatório
(bypass cardiopulmonar).
2
Coimbra, N. & Amaral, T. (2016). Acompanhamento de Enfermeiro no Transporte Primário do Doente
Critico. Revista Nursing, Fevereiro
3
ELSO - Extracorporeal Life Support Organization. (2010). Guidelines for Training and Continuing Education
of ECMO Specialists version 1.5.
4
Bartlett, R. H., et al (1985). Extracorporeal circulation in neonatal respiratory failure: a prospective
randomized study. In T. Brogan, L. Lequier, R. Lorusso, G. MacLaren & G. Peek (2017). Extracorporeal Life
Suport – The ELSO Red Book (5ª Edição) (pp. 151 – 158). Ann Arbor, Michigan: Extracorporeal Life Support
Organization.
5
O’Rourke P. P. et al (1989). Extracorporeal membrane oxygenation and conventional medical therapy
neonates with persistent pulmonary hypertension of the newborn: a prospective randomized study. In T.
Brogan, L. Lequier, R. Lorusso, G. MacLaren & G. Peek (2017). Extracorporeal Life Suport – The ELSO Red
Book (5ª Edição) (pp. 151 – 158). Ann Arbor, Michigan: Extracorporeal Life Support Organization.
6
Firmin, R. K. et al (1996). Role of extracorporeal membrane oxygenation. In T. Brogan, L. Lequier, R.
Lorusso, G. MacLaren & G. Peek (2017). Extracorporeal Life Suport – The ELSO Red Book (5ª Edição) (pp.
151 – 158). Ann Arbor, Michigan: Extracorporeal Life Support Organization.
7
Harvey, C. (2017). Extracorporeal Life Support Organization (2016) - ELSO Registry International Summary.
In T. Brogan, L. Lequier, R. Lorusso, G. MacLaren & G. Peek (2017). Extracorporeal Life Suport – The ELSO
Red Book (5ª Edição) (pp. 1 – 11). Ann Arbor, Michigan: Extracorporeal Life Support Organization
8
Baffes, T. G. et al (1970). Extracorporeal circulation for support of palliative cardiac surgery in infants. In T.
Brogan, L. Lequier, R. Lorusso, G. MacLaren & G. Peek (2017). Extracorporeal Life Suport – The ELSO Red
Book (5ª Edição) (pp. 307 – 319). Ann Arbor, Michigan: Extracorporeal Life Support Organization
Desta forma, este guia orientador assume uma elevada importância para uma
prática consistente e sólida de todos os EEEMC uma vez que agrega um conjunto
de conhecimentos e saberes especializados, potenciando a visibilidade dos
cuidados de enfermagem à pessoa em situação crítica e sua família. Evidencia
igualmente o impacto que prestação de cuidados especializados em enfermagem
Médico-Cirúrgica possui na qualidade do desempenho profissional através de uma
prática orientada e sistemática dos cuidados de saúde.
Por último, pretende ser um meio facilitador e de incentivo aos EEEMC para a
criação e/ou implementação de programas de ECLS nas respectivas unidades
de cuidados intensivos e/ou centros de referência e para o desenvolvimento de
projectos empreendedores nesta área de cuidados específicos.
O DESENVOLVIMENTO DO
SUPORTE EXTRACORPORAL
DE VIDA
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1. O DESENVOLVIMENTO DO
SUPORTE EXTRACORPORAL DE
VIDA
Contudo, a afirmação do suporte ECMO na faixa etária adulta foi mais demorada,
existindo muitas reservas quanto à sua mais-valia1. O primeiro estudo22, publicado
por Snider Zapol em 1979, mostrou uma baixa taxa de sobrevivência do cliente
adulto com suporte ECMO, conclusão esta que abrandou o interesse da
comunidade científica na utilização deste suporte na falência respiratória. À luz
do conhecimento actual, argumenta-se agora que a população seleccionada
para este estudo possuía uma reduzida probabilidade de recuperação e que a
modalidade utilizada (veno-arterial) não era a mais indicada para a população em
2 R.H. Bartlett (2010). The history of extracorporeal life support. In Short, B.L. & Williams,
L. ECMO Specialist Training Manual (3ª Edição) (pp. 1 - 5). Ann Arbor, Michigan:
Extracorporeal Life Support Organization.
6 Kanto W.P. & Shapiro M.B. (1995). The development of prolonged extracorporeal circulation.
In J. B. Zwischenberger & R.H. Bartlett (1995). Extracorporeal Cardiopulmonary Support in
Critical Care (1ª Edição). Ann Arbor, Michigan: Extracorporeal Life Support Organization.
7 Lee W.H et al (1961). Denaturation of plasma protein as a cause of morbidity and death
after intracardiac operations. In T. Brogan, L. Lequier, R. Lorusso, G. MacLaren & G. Peek
(2017). Extracorporeal Life Suport – The ELSO Red Book (5ª Edição) (pp. 1 – 11). Ann
Arbor, Michigan: Extracorporeal Life Support Organization.
8 Custer J. R. (2011). The evolution of patient selection criteria and indications for
extracorporeal life support in pediatric cardiopulmonary failure: next time let´s not eat the
bones. In T. Brogan, L. Lequier, R. Lorusso, G. MacLaren & G. Peek (2017). Extracorporeal
Life Suport – The ELSO Red Book (5ª Edição) (pp. 1 – 11). Ann Arbor, Michigan:
Extracorporeal Life Support Organization.
10 Kolff W. J. et al. (1956). Disposable membrane oxygenator (heart-lung machine) and its
use in experimental surgery. In T. Brogan, L. Lequier, R. Lorusso, G. MacLaren & G. Peek
(2017). Extracorporeal Life Suport – The ELSO Red Book (5ª Edição) (pp. 1 – 11). Ann
Arbor, Michigan: Extracorporeal Life Support Organization.
11 Bartlett, R.H. (2014). Extracorporeal Life Suppor: Gibbon fulfilled. In T. Brogan, L. Lequier, R.
Lorusso, G. MacLaren & G. Peek (2017). Extracorporeal Life Suport – The ELSO Red Book
(5ª Edição) (pp. 1 – 11). Ann Arbor, Michigan: Extracorporeal Life Support Organization.
13 Kolobow T. et al. (1970). Partial Cardiopulmonary bypass lasting up to seven days in alert
lambs with membrane lung blood oxygenation. In T. Brogan, L. Lequier, R. Lorusso, G.
MacLaren & G. Peek (2017). Extracorporeal Life Suport – The ELSO Red Book (5ª Edição)
(pp. 1 – 11). Ann Arbor, Michigan: Extracorporeal Life Support Organization.
14 Kolobow, T et al. (1968). Partial extracorporeal gas exchange in alert newborn lambs with a
membrane artificial lung perfused via an AV shunt for periods up to 96 hours. In T. Brogan,
L. Lequier, R. Lorusso, G. MacLaren & G. Peek (2017). Extracorporeal Life Suport – The
ELSO Red Book (5ª Edição) (pp. 1 – 11). Ann Arbor, Michigan: Extracorporeal Life Support
Organization.
18 Bartlett, R.H. (2003). Artificial organs: basic science meets critical care. In T. Brogan,
L. Lequier, R. Lorusso, G. MacLaren & G. Peek (2017). Extracorporeal Life Suport – The
ELSO Red Book (5ª Edição) (pp. 1 – 11). Ann Arbor, Michigan: Extracorporeal Life Support
Organization.
19 Wolfson, P.J. (2003). The development and use of extracorporeal membrane oxygenation
in neonates. In T. Brogan, L. Lequier, R. Lorusso, G. MacLaren & G. Peek (2017).
Extracorporeal Life Suport – The ELSO Red Book (5ª Edição) (pp. 1 – 11). Ann Arbor,
Michigan: Extracorporeal Life Support Organization.
31 Custer, J. R., Bartlett, R. H. (1992). Recent research in extracorporeal life support for
respiratory failure. In T. Brogan, L. Lequier, R. Lorusso, G. MacLaren & G. Peek (2017).
Extracorporeal Life Suport – The ELSO Red Book (5ª Edição) (pp. 1 – 11). Ann Arbor,
Michigan: Extracorporeal Life Support Organization.
CONCEITOS E
DEFINIÇÕES NO SUPORTE
EXTRACORPORAL
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2. CONCEITOS E DEFINIÇÕES NO
SUPORTE EXTRACORPORAL
• Pneumonia viral
• Pneumonia bacteriana
• Sindrome de Dificuldade Respiratória Aguda (SDRA)
• Pneumonite/pneumonia por aspiração
• Agudização de estado asmático
9
O Score Murray tem como objetivo avaliar a gravidade da lesão pulmonar. Quatro critérios são tidos
em conta: Número de quadrantes pulmonares infiltrados na radiografia de tórax; PaO2/FiO2 expressa em
milímetros de mercúrio (mmHg); Nível de Positive end-expiratory pressure (PEEP), expresso em centímetros
de água (cm H2O) e a Compliance do sistema respiratório, expresso em mililitros por centímetro de água (ml
/ cm H2O). O valor final do score é obtido adicionando os valores de cada item e dividindo o resultado por 4
(número de parâmetros)8. Scroe Final: 0 = sem lesão Pulmonar; 01-2,5 = lesão pulmonar leve ou moderada e
> 2,5 = lesão pulmonar grave (SDRA).
1
Conrad, S. A. et al (2018). The Extracorporeal Life Support Organization Maastricht Treaty
for Nomenclature in Extracorporeal Life Support. A Position Paper of the Extracorporeal
Life Support Organization. In American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine
(2018) (Vol. 198, N.4.). New York. United States of America.
2
Short, B. L., Soghier, L. (2017). Neonatal Rspiratory Diseases. In T. Brogan, L. Lequier, R.
Lorusso, G. MacLaren & G. Peek (2017). Extracorporeal Life Suport – The ELSO Red Book
(5ª Edição) (pp. 123 – 131). Ann Arbor, Michigan: Extracorporeal Life Support Organization.
3
Sutner, D. M. Indications and Contraindications for ECLS in Neonates with Respiratory
Failure In T. Brogan, L. Lequier, R. Lorusso, G. MacLaren & G. Peek (2017). Extracorporeal
Life Suport – The ELSO Red Book (5ª Edição) (pp. 151 – 158). Ann Arbor, Michigan:
Extracorporeal Life Support Organization.
4
Harting, M. T. et al (2017). Congenital Diaphragmatic Hernia and ECMO. In T. Brogan,
L. Lequier, R. Lorusso, G. MacLaren & G. Peek (2017). Extracorporeal Life Suport – The
ELSO Red Book (5ª Edição) (pp. 133 – 150). Ann Arbor, Michigan: Extracorporeal Life
Support Organization.
5
Logan, J. W. et al (2007). Congenital diaphragmatic hernia: a systematic review and
summary of best-evidence practice strategies. In T. Brogan, L. Lequier, R. Lorusso, G.
MacLaren & G. Peek (2017). Extracorporeal Life Suport – The ELSO Red Book (5ª Edição)
(pp. 133 – 150). Ann Arbor, Michigan: Extracorporeal Life Support Organization.
6
Snoeck, K. G. et al (2016) Standardized Postnatal Management of Infants with Congenital
Diaphragmatic Hernia in Europe In T. Brogan, L. Lequier, R. Lorusso, G. MacLaren & G.
Peek (2017). Extracorporeal Life Suport – The ELSO Red Book (5ª Edição) (pp. 133 – 150).
Ann Arbor, Michigan: Extracorporeal Life Support Organization.
7
ELSO (Extracorporeal Life Support Organization).(2017). Guidelines for Adult Respiratory
Failure August, 2017. Obtido de: https://www.elso.org/Portals/0/ELSO%20Guidelines%20
For%20Adult%20Respiratory%20Failure%2014.pd.
8
Conventional Ventilation or ECMO for Severe Adult Respiratory Failure (CESAR) Obtido de:
http://cesar.lshtm.ac.uk/murrayscorecalculator.htm.
9
ELSO (Extracorporeal Life Support Organization).(2017). Guidelines for Adult Cardiac Failure.
December, 2013. Obtido de: https://www.elso.org/Portals/0/IGD/Archive/FileManager/
e76ef78eabcusersshyerdocumentselsoguidelinesforadultcardiacfailure1.3.pdf.
MODALIDADES DO SUPORTE
EXTRACORPORAL DE VIDA
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3. MODALIDADES DO SUPORTE
EXTRACORPORAL DE VIDA
Não confere qualquer suporte circulatório nem concede um suporte pulmonar total.
10
EISOR refere-se habitualmente ao contexto de óbito por paragem cardiorrespiratória.
11
OP-ECMO é geralmente associado ao contexto de doação por morte cerebral.
12
A síndrome de Harlequim é uma situação que ocorre no modo ECMO VA onde ocorre a incapacidade de
fornecer sangue oxigenado suficiente para as necessidades metabólicas superiores do corpo pelo que é
necessário introduzir uma cânula adicional na veia jugular interna de modo a introduzir sangue oxigenado à
circulação pulmonar1.
1
V. Sorokin, G. MacLaren, P. C. Vidanapathirana, T. Delnoij e R. Lorusso, “Choosing
the appropriate configuration and cannulation strategies for extracorporeal membrane
oxygenation: the potential dynamic process of organ support and importance of hybrid
modes,” European Journal of Heart Failure Supplements, vol. 19, pp. 75-83, Maio 2017.
2
Michael Ibrahim MD PhD, Christian Bermudez MD (2017) - Universidade da Pensilvânia
- A Prospective Randomised Trial of Early LV Venting Using Impella CP for Recovery in
patients with cardiogenic shock managed with VA ECMO.
COMPONENTES DO SUPORTE
EXTRACORPORAL DE VIDA
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4. COMPONENTES DO SUPORTE
EXTRACORPORAL DE VIDA
Apesar da sua dimensão cada vez mais reduzida e do seu uso ser cada vez
mais intuitivo, os sistemas de suporte extracorporal de vida, produzidos em
materiais biocompatíveis, representam ainda um elevado nível de complexidade
sendo fundamental um conhecimento aprofundado acerca de cada um dos seus
componentes de modo a ser possível resolver, de uma forma rápida e segura, um
qualquer funcionamento deficiente de um ou mais destes componentes.
Fonte: https://www.getinge.com3
O tamanho das cânulas e a sua localização (vaso sanguíneo onde é inserida) são
factores fundamentais na eficácia e eficiência do suporte extracorporal. Uma cânula
com um diâmetro inferior ao necessário irá provocar necessariamente um aumento
da resistência ao fluxo sanguíneo, resistência esta igualmente proporcional ao
seu cumprimento e ao número de orifícios laterais que esta possui. A escolha de
uma cânula de retorno com um diâmetro inferior ao necessário pode potenciar
os fenómenos de hemólise, de activação plaquetária excessiva e ainda possíveis
rupturas num ou mais componentes do circuito extracorporal sujeitos a uma pressão
elevada.
O tamanho de uma cânula é medido pelo seu diâmetro externo sendo a sua
medida expressa segundo a escala French (Fr). A partir desta escala, também
conhecida por escala Charrière (Ch), é possível determinar o seu diâmetro exacto
em milímetros já que a cada 3 Fr corresponde 1 mm na tradicional escala métrica.
Quer a modalidade quer a área de superfície corporal do cliente são factores a
ter em conta aquando da escolha do diâmetro e comprimento das cânulas que
serão utilizadas. Apesar de possuírem o mesmo diâmetro, as cânulas de diferentes
fabricantes apresentam comportamentos distintos ao nível do fluxo sanguíneo
permitido e também ao nível da pressão interna gerada1.
A cânula de duplo lúmen (Figura 5) possui dois lúmens internos e um diâmetro que
varia entre os 13 Fr e os 32 Fr. Também conhecida por cânula bi-cava, esta cânula
é apenas utilizada na modalidade veno-venosa destinada ao suporte da função
pulmonar sendo constituída por um lúmen destinado à drenagem do sangue e outro
orientado para a sua devolução.
Fonte: https://www.getinge.com3
Fonte: https://www.getinge.com3
Uma das evoluções mais notórias diz respeito ao seu cumprimento e aos pontos
de acesso que, ao longo dos tempos, têm sido progressivamente reduzidos.
De facto, os circuitos foram sendo miniaturizados de modo a aumentar a sua
manobrabilidade o que permite uma movimentação mais segura da pessoa diminui
simultaneamente a resposta inflamatória do organismo e a probabilidade de
formação de coágulos. Neste particular, a redução do número de pontos de acesso
ao circuito é especialmente relevante já que, cada um destes pontos representa
uma provável zona de turbulência no fluxo sanguíneo, levando à sua hemólise e à
formação de coágulos, além de representar uma potencial porta de entrada de ar
no circuito extracorporal.
Fonte: https://www.getinge.com3
Fonte: https://www.getinge.com3
Com efeito, estes dispositivos podem ser constituídos, em alguns dos seus
modelos, por uma série de cones concêntricos cujo movimento giratório impulsiona
o sangue numa determinada direcção, num padrão de movimento tipo vórtice,
como mostra a Figura 9. Apesar da progressiva miniaturização destes dispositivos,
também conhecidos por bombas de vórtex, com a consequente redução da área e
tempo de contacto entre a sua superfície e o sangue, estes apresentam ainda um
considerável grau de hemólise dado a existência de um ponto fixo em torno do qual
os cones concêntricos se movimentam, gerando zonas de estagnação sanguínea
e de formação de coágulos.
Fonte: https://www.getinge.com3
Devem possuir bateria suficiente, pelo menos para 1h e devem ter sempre
disponiveis um disposito manual de bombeamento so sangue (hand crank).
Rated flow
Fonte: https://www.getinge.com3
Fonte: https://sechristusa.com7
Fonte: https://www.getinge.com3
Fonte: https://www.getinge.com3
1
ELSO General Guidelines, “ELSO Guidelines for Cardiopulmonary Extracorporeal Life
Support,” Agosto 2017. [Online]. Available: https://www.elso.org/Portals/0/ELSO%20
Guidelines%20General%20All%20ECLS%20Version%201_4.pdf.
2
R. R. Thiagarajan, “https://thoracickey.com/,” 7 Junho 2016. [Online]. Available: https://
thoracickey.com/extracorporeal-membrane-oxygenation-in-infants-and-children/.
3
Getinge Group (2018) - Obtido de https://www.getinge.com.
4
ELSO: Extracorporeal Life Support Organization, ECMO Specialist Training Manual, 3a
ed., B. L. Short e L. Williams, Edits., Michigan: ELSO, 2010.
5
ELSO Extracorporeal Life Suport Organization, ECMO Extracorporeal Cardiopulmonary
Support in Critical Care, 4a edição ed., G. Annich, G. M. Laren, R. Bartlett, W. Lynch e J.
Wilson, Edits., Michigan: ELSO Extracorporeal Life Suport Organization, 2012.
6
Medtronic (2018) - Obtido de http://www.medtronic.com.
7
Sechristusa (2018) - Obtido de https://sechristusa.com.
PRINCÍPIOS FISIOLÓGICOS
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5. PRINCÍPIOS FISIOLÓGICOS
5.1.1 QUANTIDADE DE O2
Quando surge uma necessidade metabólica de oxigénio superior, de modo a
conservar o rácio de 4:1 entre a quantidade de oxigénio fornecida e a efectivamente
consumida, verifica-se em primeira instância, um aumento do débito cardíaco.
Esta resposta do organismo tem como objectivo manter a quantidade disponível
de oxigénio constante relativamente ao seu consumo que em condições normais,
equivale a um valor de saturação venosa de 75%.
Este valor, conforme se pode observar na figura 18, significa que o consumo de
oxigénio pelo organismo é de apenas 25% do total disponível assegurando a já
A nível alveolar a Hgb fica 100% saturada em 0,25 segundos por isso o sangue fica
saturado.
Teor de O2 (CaO2)
PaO2
SatO2
Teor de O2
• Actividade muscular
• Hipertermia
• Dor
• Infecção
• Altos níveis de catecolaminas e de hormonas tiroideias
• Convulsões
Fonte: https://ligadafisiointensiva.blogspot.com/2016/05/mecanismos-de-hipoxemia6
O fluxo de sangue é regulado por uma bomba, usualmente bombas centrífugas que
gera fluxo e pressão permitindo o sangue circular através do circuito de ECMO4.
Fonte:https://www.google.com/search?q=rela%C3%A7%C3%A3o+entre+conte%C3%BAdo+de+oxig%
C3%A9nio,+sat+de+oxig%C3%A9nio+pao2+e+hemoglobina&rlz=1C1GCEU_pt8
Fonte: https://slideplayer.com.br/7
SvO2 é o melhor parâmetro para avaliar a relação DO2/VO2, logo reflete a extracção
total de oxigénio em todo o corpo relativamente à quantidade total de oxigénio
disponível. Quando a SvO2 baixa pode indicar:
↓ ↔ ↓
↑ ↔ ↑
↔ ↑ ↓
↔ ↓ ↑
↓ ↑ ↓↓↓
↑ ↑ ↔
Fonte: adaptado pelos autores
Fluxo de sangue
• Concentração de Hgb
• Rated flow
• Superfície membrana
• Fluxo de oxigénio
• Superfície membrana
1
ELSO: Extracorporeal Life Support Organization, ECMO Specialist Training Manual, 3a
ed., B. L. Short e L. Williams, Edits., Michigan: ELSO, 2010.
2
ELSO Extracorporeal Life Suport Organization, ECMO Extracorporeal Cardiopulmonary
Support in Critical Care, 4a edição ed., G. Annich, G. M. Laren, R. Bartlett, W. Lynch e J.
Wilson, Edits., Michigan: ELSO Extracorporeal Life Suport Organization, 2012.
3
D. Brodie e M. Bacchetta, “Extracorporeal Membrane Oxygenation for ARDS in Adults,”
the new England Journal of Medicine, pp. 1905-1914, 17 Novembro 2011.
4
P. Soares e G. Rocha, “OXIGENAÇÃO POR MEMBRANA ExTRACORPORAL NO RECÉM-
NASCIDO,” Acta Pediátrica Portuguesa, vol. 46, nº artigo de revisão, 2015.
5
https://trocas+gasosas+no+alv%C3%A9olo+pulmonar&source.
6
https://ligadafisiointensiva.blogspot.com/2016/05/mecanismos-de-hipoxemia.
7
https://slideplayer.com.br/.
8
https://www.google.com/search?q=rela%C3%A7%C3%A3o+entre+conte%C3%BAdo+de
+oxig%C3%A9nio,+sat+de+oxig%C3%A9nio+pao2+e+hemoglobina&rlz=1C1GCEU_pt.
INÍCIO E FINALIZAÇÃO
DO SUPORTE DE VIDA
EXTRACORPORAL
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6. INÍCIO E FINALIZAÇÃO DO
SUPORTE DE VIDA
EXTRACORPORAL
Em caso ECMO-VV (suporte respiratório), vai ser usado apenas duas cânulas venosas
(ou uma cânula venosa que tem uma saída e uma entrada). Convencionalmente,
o sangue venoso é drenado do cliente a partir de uma veia de grande calibre, a
mais comum, a veia femoral13 por meio de uma bomba e, em seguida, é oxigenado
e descarboxilado através da membrana. Em seguida, o sangue é devolvido ao
cliente, usualmente pela veia jugular interna que aloja a ponta da cânula no centro
da aurícula direita. Em clientes obesos poderá ser necessário um outro acesso
venoso através da veia femoral para uma melhor drenagem venosa1,2.
6.1 CANULAÇÃO
A escolha das cânulas é fundamental para o ECMO funcionar de forma ideal com
o mínimo de complicações possíveis. Há uma infinidade de cânulas classificadas
de acordo com o seu diâmetro interno, o comprimento e o seu tratamento. Elas são
constituídas em poliuretano Bicompatível, apresentam uma ponta de contornos para
facilitar a penetração nos vasos (especialmente para a abordagem percutânea),
bobinas de metal para reforçar a cânula (de forma a prevenir o risco de dobras
kinking), uma porção proximal rígida com uma ligação de encaixe e visíveis ao
controlo radiológico. O termo “cânula acesso” é usado para cânula drenagem
venosa e “cânula retorno” para a cânula que transporta o sangue oxigenado a partir
13
Devido a acontecimentos de recirculação e com o desenvolvimento de cânulas maiores quer em
comprimento quer em largura com paredes estreitas e fenestradas, constatou-se um método preferencial no
acesso venoso de drenagem que é a veia femoral e infusão pela veia jugular interna, permitindo altas taxas
de fluxo com recirculação mínima3.
• Veno-venoso:
• Veno-Arterial:
• Por desbridamento
• Transtorácica
• 60 – 80 ml/Kg/min – adultos
ACÇÃO/ORIENTAÇÃO JUSTIFICAÇÃO
Identificar o cliente Gestão risco e segurança
Explicar ao cliente todos os
Tranquilizar o cliente
procedimentos (se aplicável)
Informar / apoiar a família Tranquilizar o cliente / família
Proceder à higiene das mãos Prevenção de IACS
Reunir os recursos necessários (ver
Gestão de tempo
Anexo 2)
Avaliar sinais vitais Obtenção de valores de referência
Sedar, analgesiar o cliente (segundo
Promoção do conforto do cliente
indicação médica)
Prevenção de complicações
Curarizar o cliente (segundo indicação associadas à entrada de ar no sistema
médica) vascular do cliente aquando da
canulação
Preparar a mesa cirúrgica Gestão do tempo
Administrar um bólus de heparina
50-100 UI/Kg não fraccionada,
dependendo do peso do cliente
no momento anterior à dilatação Prevenção de formação de coágulos
do primeiro vaso quando já se
encontra(m) o(s) vaso(s) submetido(s)
com o(s) fio(s) guia introduzido(s)
Assistir a equipa médica no
Gestão de tempo
procedimento de canulação
Prevenção de deslocação /
Fixar as cânulas e as linhas
exteriorização das cânulas
Realizar um Rx e/ou Ecocardiografia
Prevenção de complicações/
para verificar/confirmar o
recirculação (ECMO VV)
posicionamento das cânulas
Executar penso nos locais de inserção
Prevenção de IACS
das cânulas
Avaliar sinais vitais Avaliar estado hemodinâmico do cliente
Priming de Sangue
Abaixo são apresentados os volumes dos primings e fluxos máximos dos circuitos8:
ACÇÃO/ORIENTAÇÃO JUSTIFICAÇÃO
Iniciar o suporte lentamente:
V-V:
•
até obter SatO2 arterial > 85% e
SvO2 > 60%
o PEEP (5 – 15 cm H2O)
Esta inadequação das trocas gasosas, deve-se ao facto do CO2 a nível da membrana
permutadora de gases ser superior à troca de O2 sendo controlada através do fluxo
de O2 entregue à membrana7.
o FR: 20 a 30
o PEEP: 10 cm H2O
Hemodinâmica
Mesmo com uma pressão arterial média baixa, a perfusão sistémica pode ser
completamente adequada, para isso, o SvO2 pode ser usado para esta gestão
hemodinâmica2.
3. Administrar vasopressores/inotrópicos
Figura 27: Reflexo da curva da linha arterial ao aumentar o fluxo de bomba de sangue no
suporte ECMO
Anticoagulação
Deve-se também ter em conta outros aspectos que podem alterar a necessidade
de heparina para manter o ACT dentro dos valores recomendados:
O aPTT é mais vantajoso do que o ACT porque pode ser avaliado em laboratório.
No entanto, é menos fiável do que o ACT porque é medido no plasma e plaquetas,
e as células de sangue podem afectar a actividade da heparina. Os valores de
• 50-60 normal
A perfusão de heparina têm de ser doseada para se obter uma razão entre aPPT(5) de:
• 1,8 e 2 vezes o nível normal para clientes ECMO VA, dependendo da sua
condição cardíaca
• 2 e 2,2 vezes o nível normal para circuitos de ECMO com mais de duas
cânulas como VAV.
Sedação
Os clientes em suporte ECMO, são cada vez mais precoce acordados e extubados(13).
Embora devam ser sedados para a canulação e por vezes curarizados, devem
manter uma perfusão contínua durante as primeiras 12 a 24 horas. O objectivo é
evitar a respiração espontânea do cliente durante a canulação ou assincronia com
o ventilador, diminuir o metabolismo até ao nível basal, evitar o desconforto inicial
do cliente e ainda prevenir movimentações e deslocações das cânulas2,7.
No caso de clientes em suporte ECMO VA, eles podem ser acordados após a
canulação e estabilização do suporte ECMO. Aliás, em alguns serviços ou centros
de referência em clientes extubados apenas administram anestésicos locais para
a cânulação13.
Nos clientes em suporte ECMO deve ser monitorizada a escala CAM-ICU, ver
Anexo 4, que permite identificar o delirium, principalmente a clientes em ventilação
mecânica. Utiliza métodos de avaliação não‐verbal para avaliar as características
importantes de delirium14.
Primeiras 48h:
Após as 48h:
o Perfusão de Remifentanil
Com base nas orientações ELSO de 2017, quando o suporte ECMO é <30% do total,
a função pulmonar pode ser adequada para permitir o desmame do suporte ECMO.
No caso do suporte ser >30% a 50%, não à indicação para desmame do suporte,
excepto em alguns casos especiais, tais como, hemorragia descontrolada2.
O algoritmo que se apresenta abaixo serve para gerir o desmame ECMO VA com
dois critérios que são realizados concomitantemente, são eles:16,17,18:
ACÇÕES/ORIENTAÇÕES JUSTIFICAÇÃO
Avaliar condições fundamentais do cliente
para o processo de desmame:
• Hemodinamicamente estável, com
baixa dependência inotrópica
• RX tórax sem alterações significativas Prevenção de complicações
• Ecocardiograma sem alterações, com
boa função
• Parâmetros metabólicos dentro dos
valores normais
• SvO2 dentro dos parâmetros normais
ACÇÕES/ORIENTAÇÕES JUSTIFICAÇÃO
Informar e instruir o cliente sobre o Diminuição da ansiedade
procedimento Obtenção da colaboração do cliente
Prevenção de complicações
Fazer penso oclusivo
Prevenção de IACS
Para ELSO7, além destes dois critérios também é importante que os clientes tenham
uma avaliação do seu estado hemodinâmico antes da canulação, recorrendo à
ecocardiografia de forma a avaliar a função miocárdica e o débito cardíaco (escolha
da modalidade).
O material necessário:
14
PARECER N.º 09 / 2017 – Transporte da Pessoa em Situação Crítica24
1
David, Charles-H.; Mirabel, Alicia; Jehanno, Anne-Clémence; e Lebreton, Guillaume.
(2017). Chapter 1: ECMO: Definitions and Principles in Nursing Care and ECMO. Spring
International Publishing Switzerland. ISBN 978-3-319-201009.
3
ELSO - EXTRACORPOREAL LIFE SUPPORT ORGANIZATION (2017). Guidelines for Adult
Respiratory Failure August, 2017. Obtido de: https://www.elso.org/Portals/0/ELSO%20
Guidelines%20For%20Adult%20Respiratory%20Failure%201_4.pd.
4
ELSO - EXTRACORPOREAL LIFE SUPPORT ORGANIZATION (2013). General Guidelines
for all ECLS Cases Version 1.3. Obtido de http://www.elso.org/resources/guidelines.
5
Steven A. Conrad, MD PhD et al (2018) - The Extracorporeal Life Support Organization
Maastricht Treaty for Nomenclature in Extracorporeal Life Support - A Position Paper of
the Extracorporeal Life Support Organization. AJRCCM Articles in Press. Published on
03-April-2018 as 10.1164/rccm.201710-2130CP.
6
ELSO - EXTRACORPOREAL LIFE SUPPORT ORGANIZATION (2017). General Guidelines
for all ECLS Cases, August, 2017. Obtido de: https://www.elso.org/Portals/0/ELSO%20
Guidelines%20General%20All%20ECLS%20Version%201_4.pdf.
7
ELSO - EXTRACORPOREAL LIFE SUPPORT ORGANIZATION (2015). Ultrasound Guidance
for Extra-corporeal Membrane Oxygenation Veno- Arterial ECMO specific guidelines.
Obtido de: https://www.elso.org/Portals/0/Files/elso_Ultrasoundguideance_ecmogeneral_
guidelines_May2015.pdf.
8
Alves et al. (2016) – Manual Elaborado para o Curso de ECMO. Associação de Apoio
ao Serviço de Cuidados Intensivos (ASCI) do Centro Hospitalar do Porto. Com apoio da
MAQUET – Getinge Group.
9
Getinge Group (2016) - Instruções de Uso - CONJUNTO DE TUBOS DESCARTÁVEL
PARA CIRCULAÇÃO EXTRACORPÓREA MAQUET. Man001 rev.01_11/08/2016. Obtido
de: https://www.maquet.com/br/servicos/manuais-de-produtos-nacionais/.
10
Oliveira, Paulo (2017) – Revista Life Saving – Revista das VMER de Faro e Albufeira,
Número 6/Novembro 2017 – trimestral. Obtido de: https://issuu.com/lifesaving/docs/
lifesaving_n6_final.
11
Bridges, Brian C.; Ramucel, Marco; Lequier, Laurance – (2017) – Chapter 7 Anticoagulation
and Disorders of Hemostasis in Extracorporeal Life Support: The ELSO Red Book 5th
Edition. ISBN 978-0-9656756-5-9.
12
Lynch, William – (2017) – Chapter 38: ECLS Cannulation for Adults with Respiratory Failure
in Extracorporeal Life Support: The ELSO Red Book 5th Edition. ISBN 978-0-9656756-5-9.
13
Sampson, C.; Porter,R. – (2017) – Chapter 40: Medical Management of the Adult with
Respiratory Failure on ECLS in Extracorporeal Life Support: The ELSO Red Book 5th
Edition. ISBN 978-0-9656756-5-9.
GUIA ORIENTADOR DE BOAS PRÁTICAS (GOBP) | 97
14 Mossadegh, C.; (2017). Chapter 5: Monitoring the ECMO in Nursing Care and ECMO.
Spring International Publishing Switzerland. ISBN 978-3-319-201009.
Brechot, N.; (2017). Chapter 9: Weaning Process from Venoarterial ECMO in Nursing Care
17
Bartlett, R.; Conrad, S. – (2017) – Chapter 4 - The Physiology of Extracorporeal Life Support
18
in Extracorporeal Life Support: The ELSO Red Book 5th Edition. ISBN 978-0-9656756-5-9.
Failure on ECLS in Extracorporeal Life Support: The ELSO Red Book 5th Edition. ISBN 978-
0-9656756-5-9.
Ely E.; Truman B; Shintani A; et al. (2003) - Monitoring sedation status over time in ICU
20
patients: reliability and validity of the Richmond Agitation-Sedation Scale (RASS). JAMA.
2003;289(22):2983-2991 (doi:10.1001/jama.289.22.2983).
Supported with ECMO in Extracorporeal Life Support: The ELSO Red Book 5th Edition.
ISBN 978-0-9656756-5-9.
Jehanno, A.; David, C.; Mirabel, A.; Lebreton, G. - (2017). Chapter 8: Transport Under
22
ECMO in Nursing Care and ECMO. Spring International Publishing Switzerland. ISBN 978-
3-319-201009.
COMPLICAÇÕES
C
pilboardPageNumber GUIA ORIENTADOR DE BOAS PRÁTICAS (GOBP)
7. COMPLICAÇÕES
Prevenção
Algumas das práticas clínicas a estes clientes implica, assim, baixar perfusão de
heparina, administrar Plasma Fresco Congelado (PFC), plaquetas, fibrinogénio,
controlar o local da hemorragia, revisão cirúrgica da hemóstase, interrupção
esporádica da heparina se persistência de hemorragia grave (maior vigilância de
coágulos) e interromper suporte extracorporal, caso risco de vida5.
Prevenção
Complicações Intratorácicas
Prevenção
Prevenção
Prevenção
Existe uma tendência para manter o cliente em suporte ECMO em posição dorsal
durante várias horas o que pode provocar atelectasias e condensação pulmonar
posterior.
Prevenção
2
Benner, P., Hooper, P., & Stannard, D. (2011). Clinical Wisdom and Interventions in Acute
and Critical Care. A Thinking-in-Action Approach (2ª ed.). New York: Springer Publishing
Company, LLC.
3
Peek, G. J., Harvey, C., & Faulkner, G. (2012). Adult Respiratory ECMO. Em G. M. Annich,
W. R. Lynch, G. MacLaren, J. M. Wilson, & R. H. Bartlett (Edits.), ECMO Extracorporeal
Cardiopulmonary Support in Critical Care 4th Edition (pp. 309-321). Ann Arbor, Michigan:
Extracorporeal Life Support Organization.
4
Mossadegh, C.; Combes, A. (2017). Nursing Care and ECMO. Spring International
Publishing Switzerland. ISBN 978-3-319-201009.
5
Dantas, João (2012) - Cuidados de Enfermagem Especializados ao Doente dependente
de mecanismos de Circulação e Oxigenação Extracorporal. Tese de Mestrado na Área
de Especialização em Enfermagem em Pessoa em Situação Crítica. Relatório de estágio
orientado por Prof.ª Maria Teresa Leal. Escola Superior de Enfermagem de Lisboa (ESEL).
6
Lequier, L. L., Annich, G. M., & Massicotte, M. P. (2012). Anticoagulation and Bleeding
During ECLS. Em G. M. Annich, W. R. Lynch, G. MacLaren, J. M. Wilson, & R. H. Bartlett
(Edits.), ECMO Extracorporeal Cardiopulmonary Support in Critical Care 4th Edition (pp.
157-170). Ann Arbor, Michigan: Extracorporeal Life Support Organization.
7
Park, P. K., Napolitano, L. M., & Bartlett, R. H. (2011). Extracorporeal Membrane
Oxygenation in Adult Acute Respiratory Distress Syndrome. Critical Care Clinics, 27(3),
627–646.
8
Williams, L., & Short, B. L. (2010). Responsabilities of the ECMO Specialists and RN Staff.
Em B. L. Short, & L. Williams, ECMO Specialist Training Manual Third Edition (pp. 219-226).
Ann Arbor, Michigan: Extracorporeal Life Support Organization.
9
Pinho, J. A., Carneiro, H., Alves, F., Nunes, M. M., & Duarte, J. C. (2011). Resultados
– Plano Nacional de Avaliação da Dor. Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos,
Grupo avaliação dor. Obtido de: http://www.ordemenfermeiros.pt/colegios/Documents/
PNAvaliacao_dor.pdf.
10
Farias, A. C. A. (2015). - Cuidado de enfermagem especializado à pessoa dependente de
oxigenação por membrana extracorporal (ECMO). Curso de Mestrado em Enfermagem na
Área de Especialização - Pessoa em Situação Crítica Orientação pela Prof.ª Maria Teresa
Leal. Escola Superior de Enfermagem de Lisboa (ESEL). Obtido de: https://i0.wp.com/
edecmo.org/wp-content/uploads/2013/07/EMCC-Figure-1-ECLS-circuit.jpg.
Barr, J., et al. (2013). Clinical Practice Guidelines for the Management of Pain, Agitation,
12
and Delirium in Adult Patients in the Intensive Care Unit. Critical Care Medicine, 41(1), 278-
280. doi:10.1097/CCM.0b013e3182783b72.
Bréchot N, Luyt CE, Schmidt M, Leprince P, Trouillet JL, Léger P, et al. (2013). Venoarterial
15
Makikado, L. D., et al. (2013). Early Enteral Nutrition in Adults Receiving Venoarterial
16
Ferrie, S., Herkes, R., & Forrest, P. (2013). Nutrition support during extracorporeal
17
Alves et al. (2016) – Manual Elaborado para o Curso de ECMO. Associação de Apoio
19
RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
E ACTUAÇÃO DE
EMERGÊNCIA
C
pilboardPageNumber GUIA ORIENTADOR DE BOAS PRÁTICAS (GOBP)
8. RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS E
ACTUAÇÃO DE EMERGÊNCIA
Diluição no sangue
Coágulos no circuito
A formação de coágulos no circuito
não pode ser completamente evitada.
Pressão no P Correcta gestão da anticoagulação
Despistar sinais de:
circuito muito P Vigiar as pressões pré e pós
Hematológicas P Hemoglobina livre (> 50
positiva ou muito membrana
(Hemólise) mg/dl)
negativa P Vigiar a formação de coágulos nos
P Hemoglobinúria
componentes do circuito
P Avaliar a temperatura central do
Aumento da
cliente
temperatura do
sangue
Disfunção Cardíaca
Hipertensão Pulmonar
Cardiopulmonares P Despistar sinais P Protocolos de actuação nas
Edema Agudo do de complicações complicações cardiopulmonares
Pulmão cardiopulmonares
Embolia Pulmonar/
cardíaca
Pneumotórax
Intratorácicas hipertensivo
P Despistar sinais de P Protocolos de actuação nas
Hemotórax maciço
complicações intratorácicas complicações intratorácicas
Tamponamento
Cardíaco
Resposta inflamatória
com fuga de líquido
Renais para o espaço • Tratamento diurético
P Avaliar débito urinário
(Oligúria – 1as 24 – extravascular • Expansores de volume
P Avaliar balanço hídrico
48 horas
Diminuição do fluxo
sanguíneo renal
15
É um fenómeno específico para VV ECMO implantado em femorojugular e resulta numa execução ECMO
ineficiente. O sangue oxigenado entregue pelo ECMO na cânula jugular (eferente) é imediatamente aspirada
pela cânula femoral (aferente), sem passar através da circulação geral. Nesse caso, os órgãos não são
eficientemente oxigenados2
Descanulação –
remoção acidental de
uma cânula
èRelacionados com
a colocação:
èDilaceração da
P Colocar as cânulas com
jugular interna
controlo ecocardiográfico e
e/ou veia cava
subsequentes controlos • Clampar imediatamente o circuito
superior
P Fixar cuidadosamente as próximo da cânula removida e
èDisseção da
cânulas parar a bomba
carótida comum
P Posicionar o cliente • Colocar o cliente em
èColocação da
P Suportar o peso das Trendelemburg
cânula arterial
Associadas às cânulas à cama (atenção • Comprimir o local de inserção da
na artéria Aorta
Cânulas durante o posicionamento) cânula (evitar perda sanguínea)
descendente
P Registar o nível de • Parâmetros ventilatórios de
èColocação da
inserção de cada cânula urgência
cânula arterial na
P Garantir que o cliente não
Válvula Aorta • Administrar expansores de volume
rexterioriza as cânulas
èCânula arterial
P Circuito sempre visível
encostada ao
para evitar “tracções”
endotélio do
inadvertidas
Ventrículo
esquerdo
Obstrução (dobra,
presença de coágulos,
posicionamento)
Fonte: Adaptado pelos autores
2
Mossadegh, C.; Combes, A. (2017). Nursing Care and ECMO. Spring International
Publishing Switzerland. ISBN 978-3-319-201009.
OUTCOMES DO SUPORTE
DE VIDA EXTRACORPORAL:
FOLLOW-UP DA PESSOA E
FAMÍLIA PÓS-ECMO
C
pilboardPageNumber GUIA ORIENTADOR DE BOAS PRÁTICAS (GOBP)
9. OUTCOMES DO SUPORTE DE
VIDA EXTRACORPORAL:
FOLLOW-UP DA PESSOA E FAMÍLIA
PÓS-ECMO
Ao longo dos anos temos assistido a uma alteração no paradigma da saúde, sendo
crescente a preocupação em implementar medidas que avaliem, não só o impacto
da doença e o compromisso nas actividades de vida diárias, mas sobretudo a
qualidade de vida relacionada com a saúde. Os tradicionais indicadores de
mortalidade e morbilidade revelam-se insuficientes quando se pretende analisar
a qualidade dos cuidados centrados nas pessoas e no seu bem-estar a longo
prazo. Neste sentido, têm surgido vários instrumentos de avaliação da qualidade
de vida relacionada com a saúde, embora sejam ainda escassos os resultados de
evidência decorrentes da sua aplicação.
Dados recentes têm sugerido que os adultos sobreviventes à ECMO têm resultados
de saúde adversos após a alta hospitalar, cursando com uma recuperação lenta
e alto risco de problemas de saúde mental, tais como ansiedade, depressão e
stresse pós-traumático. Já nos clientes neonatais e pediátricos as preocupações
mais prementes prendem-se com o neuro desenvolvimento das crianças, uma vez
que os compromissos neuropsicológicos em sobreviventes de ECMO neonatais
mostraram emergir na infância persistindo até a adolescência(4). De acordo com a
ELSO5 a preparação para a alta dos clientes neonatais e pediátricos deve iniciar-
se durante o próprio internamento e deve incluir a avaliação frequente do neuro
desenvolvimento, a avaliação audiológica, um exame oftalmológico e a realização
de TC ou RMN. Idealmente esta preparação deve ser trabalhada pelo centro de
suporte ECMO com a comunidade onde a criança se insere (cuidados de saúde
primários, pediatra, instituições de educação), com ênfase na educação e no
suporte da própria família5.
De acordo com Lindén, Lidegran, FrisÉn, Dahlgren, Frenckner & Larsen10 todos
os estudos mostram algum prejuízo residual na qualidade de vida dos clientes
por problemas respiratórios tardios, após o tratamento convencional nos casos de
SDRA. No entanto, a avaliação dos sintomas pulmonares utilizando o St. George’s
Respiratory Questionnaire (SGRQ) nos clientes sob ECMO, nos casos de SDRA
grave, indicaram uma tendência geral para scores mais baixos em comparação
com o relato de estudos anteriores face ao tratamento convencional. Este estudo
refletiu também uma consideração importante face à recuperação dos clientes
16
SF-36 instrumento de medição genérico que avalia 8 dimensões do estado de saúde: função física,
desempenho físico e emocional, dor física, saúde em geral, vitalidade, função social e saúde mental
2 Kattan, J., González, Á., Castillo, A., & Caneo, L. F. (2017). Oxigenação por membrana
extracorpórea neonatal e pediátrica em países emergentes da América Latina. Jornal de
Pediatria, 93(2), 120–129. http://doi.org/10.1016/j.jped.2016.10.004.
4 Schiller, R. M., Madderom, M. J., Reuser, J. J. C. M., Steiner, K., Gischler, S. J., Tibboel, D.,
… IJsselstijn, H. (2016). Neuropsychological Follow-up After Neonatal ECMO. Pediatrics,
138(5), e20161313–e20161313. http://doi.org/10.1542/peds.2016-1313.
6 Tramm, R., Ilic, D., & Sheldrake, J. (2017). RECOVERY, RISKS, AND ADVERSE HEALTH
OUTCOMES IN YEAR 1 AFTER EXTRACORPOREAL MEMBRANE OXYGENATION.
American Journal of Critical Care, 26(4), 311–319. http://doi.org/10.4037/ajcc2017707.
7 Chen, K.-H., Tsai, F.-C., Tsai, C.-S., Yeh, S.-L., Weng, L.-C., & Yeh, L.-C. (2016). Problems
and health needs of adult extracorporeal membrane oxygenation patients following
hospital discharge: A qualitative study. Heart & Lung: The Journal of Acute and Critical
Care, 45(2), 147–153. http://doi.org/10.1016/j.hrtlng.2015.12.005.
8 Hodgson, C. L., Hayes, K., Everard, T., Nichol, A., Davies, A. R., Bailey, M. J., Pellegrino,
V. (2012). Long-term quality of life in patients with acute respiratory distress syndrome
requiring extracorporeal membrane oxygenation for refractory hypoxaemia. Critical Care,
16(5), R202. http://doi.org/10.1186/cc11811.
9 Hsieh, F.-T., Huang, G.-S., Ko, W.-J., & Lou, M.-F. (2016). Health status and quality of life
of survivors of extra corporeal membrane oxygenation: a cross-sectional study. Journal of
Advanced Nursing, 72(7), 1626–1637. http://doi.org/10.1111/jan.12943.
10 Lindén, V. B., Lidegran, M. K., FrisÉn, G., Dahlgren, P., Frenckner, B. P., & Larsen, F.
(2009). ECMO in ARDS: A long-term follow-up study regarding pulmonary morphology
and function and health-related quality of life. Acta Anaesthesiologica Scandinavica, 53(4),
489–495. http://doi.org/10.1111/j.1399-6576.2008.01808.x.
11 Tramm, R., Hodgson, C., Ilic, D., Sheldrake, J., & Pellegrino, V. (2015). Identification and
prevalence of PTSD risk factors in ECMO patients: A single centre study. Australian Critical
Care, 28(1), 31–36. http://doi.org/10.1016/j.aucc.2014.04.005. 10. A DIMENSÃO ÉTICA
NO SUPORTE ECLS.
A DIMENSÃO ÉTICA NO
SUPORTE ECLS
C
pilboardPageNumber GUIA ORIENTADOR DE BOAS PRÁTICAS (GOBP)
10. A DIMENSÃO ÉTICA NO
SUPORTE ECLS
No caso da ECMO, os clientes estão sob risco de vida iminente e, apesar desta
tecnologia ser lifesaving, não é garantia de sobrevivência, podendo durante a sua
utilização surgir condições irreversíveis que desafiam os limites do conceito de
futilidade médica. De acordo com Williams e Dahnke3, esta situação pode levar
os enfermeiros a experienciarem sensações de frustração, de conflito ético e de
stresse moral perante o dever de fornecer o tratamento solicitado e a possibilidade
de favorecerem intervenções não benéficas ou mesmo prejudiciais aos clientes
(como aquelas que causam deterioração do corpo, descompensação dos
sistemas ou que que decorrem das complicações inerentes à técnica: hemorragia,
tromboembolismo, infecção, disfunção neurológica, entre outras descritas em
capítulos anteriores).
Encontramo-nos cada vez mais numa era em que a evolução tecnológica se insurge
rapidamente, deixando-nos pouco tempo para reflectir sobre as implicações que
as novas tecnologias podem inferir no cuidado humano, nomeadamente no que
concerne aos clientes, aos seus familiares e aos próprios profissionais de saúde.
Enquanto enfermeiros especialistas com competências específicas do domínio da
responsabilidade profissional, ética e legal7 compete-nos discutir estas questões
do cuidado ao cliente sob técnicas ECLS junto das equipas de saúde em que
estamos inseridos.
É certo que os desafios éticos relativos à utilização do suporte ECLS não são
únicos. Cada novo dispositivo médico ou tecnologia que surge gera debates
relativos à sua aplicação, utilização prolongada e eventual desenvolvimento de
modalidades crónicas1. As técnicas ECLS continuam em expansão crescente e,
consequentemente a desafiar as nossas habilidades face a questões quanto à
obtenção do consentimento informado, à determinação dos melhores interesses do
cliente, à gestão da tomada de decisão partilhada e à promoção de cuidados em
fim de vida de elevada qualidade. Posto isto, recomenda-se a discussão contínua
destas situações no dia-a-dia do cuidado aos clientes e aos seus familiares.
1
Kirsh, R., & Clark, J. (2017). The Ethics of ECLS. Em T. Brogan, L. Lequier, R. Lorusso, G.
MacLaren, & G. Peek, Extracorporeal Life Suport: The ELSO Red Book (5ª Edição) (pp.
781-790). Ann Arbor, Michigan: Extracorporeal Life Support Organization.
2
Makdisi, T., & Makdisi, G. (2017). Extra corporeal membrane oxygenation support: ethical
dilemmas. Annals of Translational Medicine, 5(5), 112–112. http://doi.org/10.21037/
atm.2017.01.38.
3
Williams, S. B., & Dahnke, M. D. (2016). Clarification and Mitigation of Ethical Problems
Surrounding Withdrawal of Extracorporeal Membrane Oxygenation, 36(5), 56–66.
4
Abrams, D. C., Prager, K., Blinderman, C. D., Burkart, K. M., & Brodie, D. (2014). Ethical
dilemmas encountered with the use of extracorporeal membrane oxygenation in adults.
Chest, 145(4), 876–882. http://doi.org/10.1378/chest.13-1138.
5
ELSO - EXTRACORPOREAL LIFE SUPPORT ORGANIZATION (2017). Guidelines
for Adult Respiratory Failure August, 2017. Obtido de: https://www.elso.org/Portals/0/
ELSO%20Guidelines%20For%20Adult%20Respiratory%20Failure%201_4.pd.
6
Courtwright, A. M., Robinson, E. M., Feins, K., Carr-Loveland, J., Donahue, V., Roy, N.,
& McCannon, J. (2016). Ethics committee consultation and extracorporeal membrane
oxygenation. Annals of the American Thoracic Society, 13(9), 1553–1558. http://doi.
org/10.1513/AnnalsATS.201511-757OC.
7
Ordem dos Enfermeiros. (2010). Regulamento das competências comuns do Enfermeiro
Especialista. Ordem Dos Enfermeiros, 1–10. Retrieved from http://www.ordemenfermeiros.
pt/legislacao/Documents/LegislacaoOE/Regulamento_competencias_comuns_
enfermeiro.pdf.
UM MODELO ASSISTENCIAL
DA PESSOA EM SITUAÇÃO DE
ECMO/ECLS
C
pilboardPageNumber GUIA ORIENTADOR DE BOAS PRÁTICAS (GOBP)
11. UM MODELO ASSISTENCIAL
DA PESSOA EM SITUAÇÃO DE
ECMO/ECLS
De acordo com a ELSO, os programas formativos devem ter por base os princípios
inerentes à formação de adultos e a pirâmide de Miller17 para a avaliação de
competências clínicas, de modo a diferenciar os vários níveis de iniciado a perito
na prestação de cuidados aos clientes submetidos a técnicas ECLS.
17
A Pirâmide de Miller é um modelo conceitual que ilustra as bases cognitivas (“saber” e “saber como
fazer”) da prática profissional (“fazer”) e a necessidade da avaliação de habilidades e competências
práticas (“mostrar como faz”), especialmente interessante nas áreas clínicas. Ferramenta importante para o
desenvolvimento de métodos de construção do conhecimento e de avaliação, bem como, para a construção
de objetivos de aprendizagem9.
1
Roberto Roncon. (14 de Novembro de 2017). Centro Hospitalar São João. Obtido de http://
portal-chsj.min-saude.pt:http://portalchsj.minsaude.pt/frontoffice/pages/16?news_id=455.
2
Aviso nº 15955-D/2016 de 22 de Dezembro de 2016. Diário da República n.º 244/2016, 1º
Suplemento, Série II. Número:15955-D/2016. Páginas: 37268-(8) a 37268-(9). Direcção-
Geral da Saúde. Lisboa. [online] Disponível na Internet via https://dre.pt/application/
conteudo/105600013. Arquivo capturado em 25 de Novembro de 2018.
3
Portaria nº194/2014 de 30 de Setembro de 2014 alterado pelo 3º artigo da Portaria
nº195/2016 de 19 de julho e 52/2017 de 02 de Fevereiro. Diário da República n.º 24/2017,
Série I. Número:52/2017. Páginas: 655-656. Ministério da Saúde. Lisboa. [online] Disponível
na Internet via https://dre.pt/application/conteudo/106388652. Arquivo capturado em 25
de Novembro de 2018.
4
Serviço Nacional de Saúde. (6 de Outubro de 2016). Serviço Nacional de Saúde. Obtido
de https://www.sns.gov.pt: https://www.dgs.pt/qualidade-e-seguranca/reconhecimento-
da-qualidade/centros-de-referencia.aspx.
5
Despacho 6669/2017 de 02 de Agosto de 2017. Diário da República n.º 148/2017,
Série II. Número:6669/2017. Páginas: 16069-16070. Ministério da Saúde. Lisboa. [online]
Disponível na Internet via https://dre.pt/application/conteudo/107794486. Arquivo
capturado em 25 de Novembro de 2018.
6
Despacho nº 9063/2017 de 13 de outubro de 2017. Diário da República n.º 198/2017,
Série II. Número:9063/2017. Páginas: 23343–23344. Gabinete do Secretário de Estado
Adjunto e da Saúde. Lisboa. [online] Disponível na Internet via https://dre.pt/application/
conteudo/108298260. Arquivo capturado em 25 de Novembro de 2018.
7
Despacho n.º 9731/2018 de 17 de outubro de 2018. Diário da República n.º 200/2018,
Série II. Número: 9731/2018. Páginas: 27896–27897. Gabinete do Secretário de Estado
Adjunto e da Saúde. Lisboa. [online] Disponível na Internet via https://dre.pt/application/
conteudo/116696237. Arquivo capturado em 25 de Novembro de 2018.
8
Ogino, M., Froehlich, C., & Moore, E. (2017). Education and Training. Em T. Brogan, L.
Lequier, R. Lorusso, G. MacLaren, & G. Peek, Extracorporeal Life Suport: The ELSO
Red Book (5ª Edição) (pp. 747-764). Ann Arbor, Michigan: Extracorporeal Life Support
Organization.
9
Panúncio-Pinto MP; Troncon LEA. (2014). Avaliação do estudante – aspectos gerais
Student assessment – general aspects. Medicina (Ribeirão Preto) 2014;47(3): 314-23.
[online] Disponível na Internet via http://revista.fmrp.usp.br/2014/vol47n3/10_valiacao-do-
estudante-aspectos-gerais.pdf. Arquivo capturado em 15 de Fevreiro de 2019.
C
pilboardPageNumber GUIA ORIENTADOR DE BOAS PRÁTICAS (GOBP)
CONCLUSÕES
18
ELSO (Extracorporeal Life Support Organization. (2010). Guidelines for Training and Continuing
Education of ECMO Specialists version 1.5. [online] Disponível na Internet via https://www.
elso.org/Portals/0/IGD/Archive/FileManager/97000963d6cusersshyerdocumentelsoguidelinesf
ortrainingandcontinuingeducationofecmospecialists.pdf. Arquivo capturado em 25 de Novembro de 2018.
19
OPCODPCC (2014) - Operacionalização do Programa de Colheita de Órgãos em Dadores em Paragem
CardioCirculatória. Instituto Português do Sangue e da Transplantação, IP. . [online] Disponível na Internet
via http://www.ipst.pt/files/TRANSPLANTACAO/Paragem_Cardiocirculatoria.pdf Arquivo capturado em 25 de
Novembro de 2018.
C
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1
FÓRMULAS DE CÁLCULO
C
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Teor de O2 arterial
Teor de O2 venoso
Distribuição de O2
Simplificando
Consumo de O2
Simplificando
RECURSOS NECESSÁRIOS À
CANULAÇÃO
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Canulação periférica (percutânea ou híbrida)
Recursos Humanos
• 2 médicos
• 2 enfermeiros
Recursos Materiais
• Mesa cirúrgica:
o Panos cirúrgicos
o Kit de pensos
o Compressas esterilizadas
o Clorohexidina 2% corada
o 2 seringas de 50ml
o Soro fisiológico
o Batas esterilizadas
o Luvas esterilizadas
o Toucas cirúrgicas
o Máscaras cirúrgicas
o Analgesia
o Sedação
o Curarização
• Heparina
o Circuito
o Consola
o Permutador de calor
o 4 clampes metálicos
o Kit de pensos
o Compressas esterilizadas
o Soro fisiológico
o Clorohexidina
RICHMOND AGITAÇÃO-
SEDAÇÃO SCORE (RASS)
C
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Fonte: Ely E, Truman B, Shintani A, et al. Monitoring Sedation Status Over Time in ICU Patients: Reliability
and Validity of the Richmond Agitation-Sedation Scale (RASS). JAMA. 2003;289(22):2983-2991.
doi:10.1001/jama.289.22.2983
CONFUSION ASSESSMENT
METHOD FOR THE ICU
(CAM-ICU)
C
pilboardPageNumber GUIA ORIENTADOR DE BOAS PRÁTICAS (GOBP)
Confusion Assessment Method for the ICU (CAM-ICU)
Fonte: Faustino, Alexandra (2014) – Abordagem do Delirium no Doente Critico. Monografia apresentada
no âmbito de avaliação final de estágio em Unidade de Cuidados Intensivos. Orientadora: Drª. Cristina
Miranda. Hospital Prfº. Doutor Fernando Pessoa, Unidade de Cuidados Intensivos Polivalentes (UCIP) e
ESTABILIZAÇÃO E
MANUTENÇÃO DO CLIENTE
EM SUPORTE ECMO
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Estabilização e manutenção do cliente em suporte ECMO
ACÇÃO/ORIENTAÇÃO JUSTIFICAÇÃO
Avaliar e registar sinais vitais de 1/1 Avaliação do estado hemodinâmico
hora Despiste de complicações
Confirmação dos parâmetros do
Avaliar e registar de 1/1 hora o fluxo suporte
de sangue, a velocidade da bomba, o Detecção precoce e prevenção de
FiO2 e o fluxo de ar da fonte ligada ao complicações
ECMO Construção de um mapa de
tendências
Pesquisar de 2/2 horas, com uma
Detecção precoce e prevenção de
lanterna, a presença de coágulos,
complicações
fibrina ou ar no sistema
Pesquisar de 2/2 horas uma possível
Detecção precoce e prevenção de
perda de líquido na membrana
complicações
permutadora de gases
Avaliar ACT de 2/2 horas Prevenção de complicações
Reajustar perfusão de heparina
Manutenção de valores ideais de ACT
consoante protocolo existente
Verificar 1 vez por turno a temperatura Detecção precoce e prevenção de
do permutador de calor complicações
Monitorizar coloração das linhas de Detecção precoce e prevenção de
acesso e retorno complicações
Detecção precoce e prevenção de
Verificar posicionamento das cânulas
complicações
Garantir fixação adequada das cânulas
Prevenção de complicações
e das linhas
Garantir o posicionamento do Prevenção de complicações (ex.
equipamento abaixo do nível do cliente cavitação de ar)
Garantir a disponibilidade constante Gestão de tempo em caso de urgência
de 4 clampes metálicos / emergência
Garantir a presença e funcionamento Gestão de tempo em caso de urgência
da bomba manual de urgência / emergência
Garantir a presença de um circuito Gestão de tempo em caso de urgência
adicional / emergência
Garantir a presença e funcionamento Gestão de tempo em caso de urgência
da fonte de energia de reserva / emergência
RECURSOS HUMANOS E
MATERIAIS NECESSÁRIOS NA
DESCANULAÇÃO PERIFÉRICA
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Recursos Humanos e Materiais Necessários na
Descanulação periférica
Recursos Humanos
• 2 médicos
• 2 enfermeiros
Recursos Materiais
• Mesa cirúrgica:
o Kit de pensos
o Compressas esterilizadas
o Clorohexidina 2%
o Batas esterilizadas
o Luvas esterilizadas
o Toucas cirúrgicas
o Máscaras cirúrgicas
o Kit de pensos
o Clorohexidina 2%
o Compressas esterilizadas
COMPLICAÇÕES CLÍNICAS E
MECÂNICAS
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COMPLICAÇÕES
Complicações Clínicas Complicações
Complicações do Cliente Mecânicas
Hemorragias Hipotensão Persistente Coágulos no sistema
Neurológicas Hipertensão Persistente Ar no sistema
Saturação Venosa de O2 Falha na membrana
Hematológicas
baixa (<60%) permutadora de gases
Saturação Venosa de O2 Anomalia ou Falência da
Cardiopulmonares
alta (>90%) Bomba
Saturação Arterial de O2 Coloração idêntica das
Intratorácicas
baixa (<80%) linhas
Renais PCO2 Alta (> 45mmHg) Ruptura do Sistema
Infecção Isquemia do membro Associadas às cânulas
Pressão de acesso ≈≈ (>
Nutricionais
- 300mmHg)
Pressão de retorno ΩΩ (>
Imobilidade
400mmHg)
Hipoxia diferencial
Fonte: Adatado pelos autores