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Elaborado por:
Fax: 23326406
E-mail: eddistsofala@ucm.ac.mz
Agradecimentos
Meus agradecimentos endereço a todos aqueles que fizeram parte deste projecto,
especialmente á coordenação do Curso de Administração Pública, pela oportunidade que me
foi concedida para partilha de experiências neste domínio.
.
Universidade Católica de Moçambique i
Índice
Visão geral 1
Objectivos da Disciplina 1
Como está estruturado este módulo 2
Ícones de actividade 3
UNIDADE 01 5
Introdução ao estudo da Psicologia Organizacional 5
Introdução 5
Breve introdução á Psicologia Organizacional 5
O CAMPO DE ACÇÃO DA PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL 6
1.3 Aplicação da Psicologia nas Organizações 7
1.4 ORIGEM DA PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL 10
UNIDADE 02 …..……………………………………...………………………………………. 13
2. O INDIVÍDUO NA ORGANIZAÇÃO 13
Introdução 13
2.1. MOTIVAÇÃO 14
A Teoria da Hierarquia das necessidades 14
2.3. Percepção 24
2.4 APRENDIZAGEM 29
UNIDADE 03 35
Introdução 35
Universidade Católica de Moçambique ii
UNIDADE 08 ………………………………………...………………………………………... 73
Objectivos da Disciplina
Ao terminar o estudo da Psicologia Organizacional, o aluno deve
ser capaz de:
Objectivos
Como está estruturado este módulo
Páginas introdutórias
Um índice completo.
Conteúdo do módulo
Outros recursos
Comentários e sugestões
O CAMPO DE ACÇÃO DA
PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL
A Psicologia Organizacional tem três grandes áreas de preocupações, segundo Camargo: o
trabalho, a organização e a gestão de pessoas.
Gestão de pessoas: esta área da Psicologia Organizacional preocupa-se com a maneira pela
qual uma organização se constitui para gerir e orientar o comportamento humano no trabalho.
É o que hoje se chama de gestão de pessoas, ou seja, as estratégias, as políticas e as práticas
ou os processos de como lidar com as pessoas.
Consideramos, hoje em dia, que toda a mudança no trabalho deve ser feita de modo
que elas correspondam às necessidades, expectativas e desejos dos trabalhadores
(quando não puderem atendê-los, que sejam muito bem expostos os motivos) e que
sejam compatíveis com as características e as exigências das tarefas.
Programas de mudança comportamental: são os programas que visam mudanças do
comportamento que acontecem reforçando sistematicamente cada passo sucessivo que
move o indivíduo mais para perto da resposta desejada. Podemos destacar como
exemplos de programa de mudança comportamental os programas de modelagem para
conseguir hábitos de vida saudáveis.
Supondo que uma das principais tarefas de um policial é prender suspeitos, podemos
dividi-la em acções específicas, tais como:
Ir à casa do suspeito para fazer a prisão;
Bater à porta e identificar-se;
Algemar o suspeito;
Informar o suspeito de seus direitos;
Colocar o suspeito no carro;
Levar o suspeito à Polícia; e
Fazer o relatório depois de prender o suspeito.
Observe que para cada função o policial precisa realizar uma série de tarefas e cada
tarefa pode ser ainda subdividida em actividades, certo? Podemos identificar neste
exemplo que a função principal é prender suspeitos. Uma das tarefas é ir à casa do
suspeito e prendê-lo. E que uma actividade seria algemar o suspeito. Ainda podemos
relacionar uma série de acções específicas envolvidas nessa actividade, tais como:
liberar as algemas da cintura; colocá-las na mão direita; abri-las com a mão esquerda;
colocá-las no pulso do suspeito; e fechá-las (SPECTOR, 2002).Assim, sob a influência
dos princípios da administração científica de Taylor é que se desenvolveram os
trabalhos de selecção de trabalhadores e planeamento das situações de trabalho, tendo
sempre como objectivo a eficiência no trabalho e o aumento de produtividade.
Neste cenário a Psicologia, que estuda o comportamento das pessoas, passou a ser
vista pelo empresário como uma ciência “útil”à adaptação do trabalhador ao trabalho.
Assim, as grandes empresas passaram a construir laboratórios para seleccionar e
treinar trabalhadores. Um marco foi o laboratório criado por Hugo Münsterberg. Ele
construiu uma simulação de bonde real com o objectivo de melhorar o desempenho
dos motoristas de bonde. Hoje esses espaços de treinamento, para simulações de
tarefas de trabalho, são muito utilizados, principalmente para treinar profissionais em
actividades que exigem competências de risco, como o caso de piloto de avião, por
exemplo.
Pois bem, além de Taylor, outra influência importante do campo da Engenharia para a
Psicologia foram os trabalhos de Frank e Lilian Gilbert, que contribuíram com o
estudo dos tempos e movimentos, envolvendo a medição e a sincronização das acções
executadas pelas pessoas durante as tarefas, com o objectivo de desenvolver uma
maneira mais eficiente de trabalhar, e dando origem às pesquisas no campo do factor
humano no trabalho, que estuda como melhor projectar a tecnologia para as pessoas
(SPECTOR, 2002).
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Actividades de Aprendizagem
2. O INDIVÍDUO NA
ORGANIZAÇÃO
Introdução
A Teoria da Hierarquia, formulada por Abraham Maslow, pressupõe que “Se você
planea ser qualquer coisa menos do que aquilo que você é capaz, provavelmente você
será infeliz todos os dias de sua vida.”, ou seja, todos nós temos muitas necessidades
que competem entre si para serem satisfeitas. Por exemplo, neste momento sua
necessidade de sono pode estar competindo com sua necessidade de continuar
estudando. Também, nem todas as necessidades são igualmente importantes. Os
motivos se diferem em prioridade e força relativa sendo que as necessidades mais
prementes (tais como fome e sede) devem ser satisfeitas antes de o indivíduo voltar
sua atenção para necessidades superiores, tais como auto - realização. Segundo
Maslow, dentro de cada ser humano existe uma hierarquia de cinco necessidades.
São elas:
Fisiológicas: fome, sede, sexo e outras necessidades
corporais necessárias à manutenção do equilíbrio do
organismo.
Protecção: sentir-se seguro e protegido, procurar prazer e
evitar danos físicos e emocionais.
Sociais: interagir afectivamente com outras pessoas, ser
aceito, dar e receber atenção.
Estima: duas versões: externa (o desejo de ter o respeito
dos outros, a necessidade de status, reconhecimento,
atenção, apreciação) e interna (auto - respeito, incluindo
sentimentos como confiança, competência, capacidade de
realização, independência e liberdade).
Auto - realização: necessidade de desenvolver
competências e realizar o seu potencial.
Cada um dessas necessidades ocupa uma hierarquia para atingirmos a auto -
realização, ou seja, a pessoa move-se para o topo da pirâmide. Veja a figura a seguir:
De acordo com Maslow, à medida que cada necessidade é atendida, a próxima
aparece. A teoria sugere que, embora nenhuma necessidade humana seja satisfeita em
sua totalidade, uma necessidade satisfeita extingue a motivação. As necessidades
fisiológicas e as de protecção e segurança são consideradas de nível baixo; as sociais
e as relacionadas à estima e à auto - realização são de nível alto. A diferenciação
entre os níveis parte da premissa de que as necessidades de nível baixo são satisfeitas
externamente, no contexto do trabalho (por meio dos salários e da estabilidade no
emprego).
Porém, é importante lembrarmos, refere Camargo, que os críticos a essa teoria
argumentam que alguns aspectos da teoria não foram amplamente pesquisados. As
pessoas algumas vezes buscam a satisfação de necessidades superiores mesmo
quando as inferiores na hierarquização foram satisfeitas.
Sobre as criticas à teoria da hierarquia das necessidades, Huffman (2003, p. 431)
destacou que: Em algumas sociedades não industrializadas, por exemplo, as pessoas
podem ser submetidas à fome, a doenças graves e à vida em áreas devastadas pela
guerra (os dois primeiros degraus na teoria de Maslow), e mesmo assim, procuram
manter os vínculos sociais fortes e a auto - estima elevada. Durante o período de
escassez de alimento e de guerra na Somália, muitos pais sacrificaram suas próprias
vidas para conseguir levar os filhos famintos a centros de distribuição de alimento
localizados a centenas de milhas de distância; uma vez nos centros, os pais
frequentemente se reuniam em grupos para partilhar os suprimentos limitados.
A Teoria X e a Teoria Y
- Segurança no emprego
Necessidade de realização (NR): busca pela excelência. Indica a extensão a que uma
pessoa quer executar tarefas difíceis e lutar pelo sucesso. Quer obter sucesso e
necessita receber frequentemente aprovação positiva. Gosta de trabalhar sozinha ou
com outros empreendedores elevados.
Variedade: uma função será tanto menos variada quanto mais consistente numa
repetição rotineira de actividades; esta característica refere-se ao grau de exigência no
que diz respeito ao uso de competências, actividades e conhecimentos diversificados.
Significado: diz respeito ao impacto do trabalho nas vidas dos outros, seja de dentro
ou de fora de uma organização; quanto maior o impacto maior o significado do
trabalho.
Autonomia: o nível de independência no planeamento do trabalho e na respectiva
forma de organização. Por exemplo, o nível de autonomia de um empregado do
McDonald’s é limitado pela existência de um conjunto muito preciso e detalhado de
procedimentos.
Feedback: refere-se em quantidade e qualidade à informação sobre o progresso do
individuo na execução da tarefa e os níveis de desempenho alcançados. Podemos
afirmar que pessoas com maior necessidade de crescimento respondem mais
positivamente à presença das cinco características do modelo e obtêm níveis de
produtividade mais elevados.
A Teoria Sócio - Histórica considera que o social está constituído pelo mundo de
regras e significações que as pessoas estruturam através das relações com outras
pessoas significativas do seu grupo. Por exemplo, no caso da criança, a outra pessoa
significativa no seu grupo familiar geralmente é a mãe ou, na sua ausência, quem
cuida da criança e faz a mediação com o mundo.
Entre os jovens, o outro significativo pode ser outro jovem mais experiente ou aquele
que assume um papel de liderança no grupo. Portanto, o mundo de regras e
significações é assumido pelas pessoas (a criança, o jovem etc.) como parte
fundamental de sua identidade pessoal e de sua existência. Nessa perspectiva podemos
verificar que o motivo que mobiliza o comportamento das pessoas não é determinado
unicamente pelas necessidades internas e biológicas como nas teorias homeostáticas.
Já que a pessoa se encontra enraizada em um determinado grupo social, cujos
interesses foram desenvolvidos historicamente em relação com outras pessoas e
grupos, o que irá mobilizar seu comportamento será o resultado da configuração dos
motivos pessoais e interpessoais desse grupo social.
Para finalizar é importante lembrarmos - nos das ideias de Silvia Lane (2001), que
apontam para a tradição biológica da Psicologia como um dos maiores obstáculos para
o estudo do comportamento social dos indivíduos. Ou seja, isso não significa a
negação do biológico, mas a concepção que decorre desta tradição, onde o ser humano
é visto como possuidor de uma existência abstracta, única, isolada de tudo e de todos.
2.3. Percepção
Este tema é um dos desafios mais importantes e abrangentes enfrentados pelas
organizações, pois envolve a adaptação às diferenças entre as pessoas, ou seja, à
diversidade entre os trabalhadores. Assim, podemos afirmar que a diversidade envolve
a presença de características humanas individuais que tornam as pessoas umas
diferentes das outras.
Muitas organizações refere Camargo, já vêm incentivando seus gerentes para lidarem
com essa diversidade. Essas diferenças incluem sexo, raça, etnia, idade, capacidade
física etc.
Aqui temos um desafio, avança a autora, o de administrarmos a diversidade entre os
trabalhadores de uma forma a respeitarmos as perspectivas e contribuições
individuais. Em meio aos factores que explicam as diferenças entre as pessoas, os
estudos de Psicologia apontam a percepção. Até porque o comportamento das pessoas
é também determinado por sua percepção da realidade. Portanto, tratar a diversidade
na organização é considerar que as pessoas são diferentes porque percebem o mundo
de forma singular.
A existência de ilusões perceptivas sugere que o que percebemos (em nossos órgãos
sensoriais) nem sempre é o que compreendemos (em nossa mente). Nossa mente deve
captar a informação sensorial disponível e transformá-la, de algum modo, para criar
representações mentais de objectos, propriedades e relações espaciais de nosso
ambiente.
2.4 APRENDIZAGEM
Modelo Comportamental
Segundo a Teoria Comportamental, nem todo comportamento animal é aprendido.
Alguns comportamentos são inatos ou congénitos: são os reflexos ou instintos. Isto
quer dizer que todos os animais são “programados” para exibir certos
comportamentos inatos e determinado momento de sua maturação.
Assim podemos afirmar que comportamento inato aparece quando algum tipo de
estímulo dispara o comportamento. Um exemplo de comportamento reflexo é quando
um mosquito
aproxima-se de seus olhos: automaticamente você fecha os olhos ou faz algum
impedimento com a mão para que ele saia. Outra situação seria quando tocamos em
algo quente rapidamente puxamos nossa mão, ou ainda quando o recém-nascido
sente um leve toque na bochecha e vira a cabeça procurando com a boca o bico do
peito que o amamenta.
Os reflexos são respostas involuntárias, não aprendidas, de uma parte do corpo a um
estímulo externo e que não requerem comando do cérebro. Os reflexos possibilitam
aos animais responderem automaticamente a estímulos ambientais, o que é
necessário para sua sobrevivência.
Contudo segundo os pesquisadores, adeptos da Teoria Comportamental, há uma única
forma de aprendermos que implica numa associação entre estímulos externos e
resposta. Essa associação é chamada de condicionamento ou reflexo condicionado.
Outro estudo que ajudou a explicar esses comportamentos foi o realizado por Pavlov,
em 1904, que conduziu um experimento em laboratório demonstrando que um
estímulo neutro poderia ser transformado em estímulo condicionado pelo
aprendizado. Por exemplo, ao tocarmos um sino (estímulo neutro) e oferecer carne
por repetidas vezes a um cão (estímulo não - condicionado), este salivava. Depois de
certo tempo, ao tocar o sino, mesmo na ausência da recompensa, o cão ainda
salivava. O barulho do sino passou a ser um estímulo condicionado ao alimento e a
salivação se tornou uma resposta condicionada.
Skinner é outro teórico que desenvolve estudos sobre aprendizagem, estabeleceu que
todo comportamento é influenciado por seus resultados, havendo um estímulo
reforçador. Este pode ser positivo quando fortalece o tipo de comportamento
(recompensa), ou negativo quando tende a inibir certo comportamento (punição).
Skinner construiu uma teoria sobre o comportamento humano que foi denominada de
Teoria Comportamental ou Behaviorismo.
Modelo cognitivo
Cognição na abordagem de Camargo, é o acto ou processo de conhecer, que envolve
atenção, percepção, memória, raciocínio, juízo, imaginação, pensamento e
linguagem. Trabalha com representações e com o processamento de informações
pelo indivíduo.
A Psicologia Cognitiva trata do modo como as pessoas percebem, aprendem,
recordam e pensam sobre a informação.
Diferentes autores e teorias contribuíram para a construção do modelo cognitivo de
aprendizagem.
Uma contribuição relacionada à aprendizagem no contexto das organizações é a
importância do social na aquisição dos conhecimentos, destacada por Vygotsky na
Teoria Histórico-Cultural. Esta teoria enfatiza o social como fundamental para a
aquisição dos conhecimentos, seja ele proporcionado pelo simples convívio em um
ambiente educacional formal (como a escola, por exemplo), seja pelo fazer junto uma
actividade (no ambiente de trabalho, por exemplo), seja na forma pela qual o
professor transmite seus conhecimentos aos alunos, ou ainda, seja na forma que o
aprendiz observa o trabalho do colega mais experiente. A aprendizagem (na família,
na escola ou na organização) toma a dimensão social.
Somos primeiro sociais e depois nos individualizamos, segundo abordagem do autor.
Para Vygotsky o sujeito é activo, ou seja, ele age sobre o meio.
Para esse autor, não existe uma “natureza humana”, a “essência humana”, mas sim
um sujeito que é social em essência, não podendo ser separado ou compreendido fora
do âmbito social. Nessa perspectiva, o sujeito produtor de conhecimento não é um
mero receptáculo que absorve e contempla o real.
Para Vygotsky, a formação se dá numa relação dialéctica entre o sujeito e a
sociedade a seu redor – ou seja, o homem modifica o ambiente e o ambiente modifica
o homem
Partindo dos estudos de Senge, Daniel Kim (apud FLEURY; OLIVEIRA JUNIOR,
2002) analisou a passagem da aprendizagem individual para a aprendizagem
colectiva. O autor divide o processo de aprendizagem em dois níveis, tais como:
Aprendizagem operacional: que consiste na aquisição e
no desenvolvimento de habilidades físicas para produzir
acções (know-how).
Aprendizagem conceitual: ocorre com a aquisição e
desenvolvimento da capacidade para articular
conhecimentos sobre uma experiência (know-why).
Embora o conhecimento operacional seja essencial para o funcionamento de
qualquer organização, cada vez mais precisa estar associado ao conhecimento
conceptual. Os dois processos devem acontecer em todos os níveis da organização.
A velha concepção taylorista, que separa os trabalhadores que detêm o
conhecimento apenas operacional dos que detêm o conhecimento conceptual, deve
ser mudada, ou seja, não deve haver fronteiras entre os quadros operacionais e os
trabalhadores pertencentes ao quadro conceptual.
Actividades de Aprendizagem
1.As teorias valem o que valem e nesta unidade o caro estudante teve
contacto com as diferentes teorias motivacionais.
a) Apresenta uma semelhança entre as teorias motivacionais apresentadas e
uma diferença fundamental entre elas.
b) A Teoria de Abraham Maslow parece ser a que teve uma suporte em
termos de abordagem bem como maior numero de seguidores. Aonde reside
na sua opinião o elemento de convergência na teoria de hierarquia de
necessidades deste teórico.
Introdução
Objectivos
No fim desta unidade o estudante deve ser capaz de:
Quando falamos em grupos, estamos abordando um tema que, de certa forma, é o tema
fundante da Psicologia Social. Os primeiros estudos sobre os grupos foram realizados no
final do século 19 pela então denominada Psicologia das Massas ou Psicologia das
Multidões.
Um dos primeiros pesquisadores deste assunto foi Gustav Le Bon, autor de um conhecido
tratado intitulado “Psicologia das Massas” (Psicologie des Foules, no francês). Pode-se dizer
que, de uma certa maneira, os pesquisadores do final do século 19 foram influenciados pela
Revolução Francesa2 e, mais precisamente, pelo impacto que causou nos pensadores do
século 18 (como foi o caso de Hegel). Os pesquisadores se perguntavam o que teria sido
capaz de mobilizar tamanho contingente humano, como o que fora mobilizado durante essa
revolução.
Exemplos mais detalhados da teoria dos grupos elaborada por Lewin e levada adiante por
seus colaboradores podem ser encontrados no compêndio escrito por Cartwright e Zander,
editado pela primeira vez em 1953, nos Estados Unidos. Os dois volumes trazem uma
síntese de tudo o que foi produzido sobre dinâmica de grupo a partir dos estudos iniciais de
Kurt Lewin. Exemplos de temas abordados: coesão do grupo (condições necessárias para a
sua manutenção); pressões e padrão do grupo (argumentos reais ou imaginários, manifestos
ou velados que seus membros utilizam para garantir a fidelidade dos demais aos objetivos
do grupo e ao padrão de conduta estabelecido); motivos individuais e objetivos do grupo
(elementos que garantem fidelidade e que estão relacionados com a escolha que cada
indivíduo faz ao decidir participar de um grupo); liderança e realização do grupo (força de
convencimento — carisma — exercida por um ou mais indivíduos sobre os outros e o tipo
de atividade exercida pelo grupo); e, por fim, as propriedades estruturais dos grupos
(padrões de comunicação, desempenho de papéis, relações de poder etc.).
O desenvolvimento de uma Psicologia Social Crítica, a partir de1970, levou tanto Silvia
Lane quanto Martin-Baró5, cada um a seu modo,a desenvolver uma consistente crítica aos
modelos teóricos existentes.Tal crítica procura resguardar aspectos funcionais da dinâmica
dosgrupos — no que concordam com Lewin. No entanto, Lane e Baróquestionam os
autores cognitivistas (os seguidores de Lewin) pelamaneira estática como enquadram o
grupo. Da mesma forma,consideram positivo o enquadramento psicanalítico, o qual leva em
contaa dinâmica interna dos grupos, criticando, contudo, a visão anistórica destes teóricos.
A teoria de Pichon-Rivière também sofrerá algumas críticas. O fundamental nesta visão é
considerar que não existe grupo abstracto mas, sim, um processo grupal que se reconfigura
a cada momento. Silvia Lane detecta categorias de produção grupal, que define como:
A base da produção da hierarquia não precisa ser pecuniária, podendo advir do prestígio de
alguns membros do grupo. O vocalista pode exigir algumas regalias, como ter sua foto em
destaque, e isso também será factor de hierarquização. Com isso, queremos dizer que a
construção das lideranças e do clima democrático ou autoritário depende da condição
histórica e concreta dotipo de produção do grupo e de como ela se insere no contexto
social.Um grupo de rap terá algumas opções, mas o grupo formado noescritório de uma
empresa multinacional terá uma ordem de organização determinada pelos objetivos ligados
à produção daquela empresa. E aqui já entramos na segunda categoria descrita por Lane: a
dominação. A hierarquização dos grupos de forma mais verticalizada ou horizontalizada
dependerá de como estão inseridos no sistema produtivo. De acordo com a maneira como a
sociedade define seu sistema produtivo, ela estabelece valores sociais que, de uma maneira
geral, serão reproduzidos pelos grupos, estejam eles mais ou menos directamente ligados ao
sistema produtivo. Assim, quando se trata do trabalho numa fábrica, o grupo tenderá a ser
bastante verticalizado (director, gerente, chefe, encarregado e operários) e esta
verticalização poderá ser transferida, como valor, para o grupo familiar do operário (o pai, a
mãe, o filho mais velho e os mais novos). Entretanto, existe a possibilidade de o grupo (ou
alguns de seus membros) exercer a negação deste processo de imposição social (na
realidade, é isso que cria uma dinâmica social mais rica e variada).Chegamos à terceira
categoria: grupo-sujeito. O grupo-sujeito é aqueleque critica as formas autoritárias de
organização e procura estabeleceruma contranorma. Isto somente é possível quando o grupo
consegueesclarecer a base de dominação social, historicamente determinada, eencontra
formas de organização alternativas (como é o caso das formas autogestionárias de
organização grupal).
3.6 LIDERANÇA
Para responder a essas questões vamos abordar a seguir pontos de vista de pesquisadores
através de teorias.
TEORIAS DE LIDERANÇA
Vamos apresentar duas teorias que representam as tendências contemporâneas mais usadas
no campo da Administração:
Teoria do Traço; e
Teoria dos Estilos de Liderança.
Teoria do Traço
A Teoria do Traço parte do principio de que os líderes possuem características de
personalidade que os auxiliam em seu papel. Por muito tempo essa foi a abordagem mais
comum no estudo da liderança. Muitos pesquisadores das ciências sociais procuram
encontrar qualidades comuns a todos os líderes. Listas para buscar o perfil de líder foram
pesquisadas exaustivamente em várias culturas. Qualidades como agressividade, sabedoria,
carisma e coragem foram pesquisadas e teorias foram construídas.
A que foi mais difundida é a Teoria do Traço, que acreditava que o indivíduo já nasce
líder. Supunha-se que a influência exercida pelos líderes sobre outras pessoas dependia de
características físicas (aparência, estatura, força física), habilidades intelectuais
(inteligência acima da média, conhecimentos, habilidade de comunicação) e aspectos da
personalidade (moderação, autoconfiança, ajustamento pessoal, introversão x extroversão,
sensibilidade interpessoal e controle emocional).
Robbins (2004), citado por Camargo diz que os esforços de pesquisa para isolar traços de
liderança resultaram em vários becos sem saída. Por exemplo, adianta o autor, um
levantamento feito em 20 estudos diferentes identificou cerca de 80 traços de liderança,
porém apenas cinco desses traços eram comuns a quatro ou mais investigações. No
entanto, enfatiza, a teoria dos traços não conseguiu chegar às características de líderes tão
diferentes como Nelson Mandela, Hitler, Pelé e Padre Cícero.
Contudo outra forma de interpretarmos os resultados implica em, por exemplo,
identificarmos seis traços em que líderes podem ser diferenciados de não líderes: ambição
e energia, desejo de liderar, honestidade e integridade, autoconfiança, inteligência e
conhecimento.
Pesquisas demonstram que pessoas flexíveis em ajustar seu comportamento a situações
diferentes têm mais probabilidade de se tornarem líderes. A conclusão é que alguns traços
aumentam a probabilidade de sucesso como líder, mas nenhum dos traços garante sucesso
em todas as culturas.
Teoria dos Estilos de Liderança
A Teoria dos Estilos de Liderança defende que as pessoas podem ser preparadas para
exercer o papel de líder. Essa teoria surgiu com o movimento humanista na administração
que se voltou para as relações interpessoais. Ela se contrapõe à teoria clássica focada no
desempenho de tarefas para aumento de produção. Com esta mesma proposta tivemos a
Teoria das Relações Humanas que começou no final da década de 1920, nos Estados
Unidos da América, substituindo a Teoria da Administração Científica, de Taylor. O
objectivo é usar o líder para conseguir de forma cooperativa que os liderados
(trabalhadores) desenvolvam suas tarefas de produção e, ao mesmo tempo, que criem
oportunidade ao desenvolvimento pessoal.
Os conflitos dessas duas teorias deram origem à caracterização de dois estilos de
liderança:
No estilo autocrático a base é de que o poder do líder decorre da posição que ocupa e
que a grande maioria das pessoas são preguiçosas e irresponsáveis e precisam ser
comandadas. Enquanto no estilo democrático supõe que o poder do líder é conferido
pelo grupo e que as pessoas podem dirigir-se a si mesmas e são criativas no trabalho,
desde que adequadamente motivadas.
Há uma variedade de estilos de comportamento que se situam entre esses dois
extremos. Podemos descrever essa variedade na forma de um continuum que vai
desde o comportamento autoritário ou centralizado no chefe, num extremo, até o
comportamento democrático, descentralizado e compartilhado, no outro.
Actividades de Aprendizagem
1.Qual a contribuição que o estudo da Dinamica dos Grupos
propostos por Kurt Lewin trouxe para Psicologia das
Organizações?
2. Só temos líderes se tivermos seguidores. Para desenhar o
perfil de um líder precisamos investigar quais são as expectativas que os seguidores têm dos
líderes. Fundamente.
Unidade 04
Introdução
Com base nesta constatação, alguns cientistas orientaram suas preocupações para o
desenvolvimento de uma teoria geral dos sistemas, que encerrasse as semelhanças, sem
prejuízo das diferenças. Nesse particular, salienta-se a obra do biólogo alemão Ludwig von
Bertalanffy que concebeu o modelo do sistema aberto, entendido como um complexo de
elementos em interação e em intercâmbio com o ambiente. Em seu livro General System
Theory (Teoria Geral dos Sistemas), esse autor apresenta a teoria e tece considerações a
respeito de suas potencialidades na Física, na Biologia e nas Ciências Sociais.
No mesmo livro, von Bertalanffy lança os pressupostos e orientações básicos de sua teoria
geral dos sistemas, como segue:
Há uma tendência para a integração nas várias
ciências naturais e sociais;
Tal integração parece orientar-se para uma
teoria dos sistemas;
Essa teoria pode ser um meio importante de
delimitar os campos não-físicos do
conhecimento científico, especialmente nas
ciências sociais;
Desenvolvendo princípios unificadores que
atravessam verticalmente os universos
particulares das diversas ciências, essa teoria
aproxima-nos do objectivo da unidade da
ciência;
O que pode levar a uma integração muito
necessária na educação científica.
O modelo de sistema aberto tem revelado enormes potencialidades, quer pela sua
abrangência, quer pela sua flexibilidade. Embora o impacto da teoria geral dos sistemas venha
sendo grande na sociologia, o estágio em que se encontrava a teoria sociológica por ocasião
dos primeiros contatos com a nova abordagem fez com que se iniciasse um processo
simbiótico, cujo desenvolvimento é difícil prever.
Para o estudo da aplicação do modelo do sistema aberto ao “mundo dos negócios”, a
percepção desse processo simbiótico é fundamental, já que se apresenta na maior parte dos
trabalhos nessa linha. Este método não nasceu na Sociologia, embora tenha atingido, nessa
área do conhecimento, elevado nível de divulgação.
Sociólogos como Spencer e Durkheim, já apresentavam em suas formulações numerosos
exemplos de teorização funcionalista, o que demonstra que já existiam na Sociologia
precondições para a importação do funcionalismo. Foi a obra de Parsons, contudo, que
chegou à teoria das organizações, marcando-a profundamente e determinando seu
desenvolvimento futuro. Alguns estudiosos da teoria sociológica chamam-na de micro-
abordagem parsoniana de acionismo social e sua macro-abordagem de imperativismo
funcional. O primeiro está voltado para a explicação da acção, enquanto unidade, através de
variáveis-padrão; já o segundo para a explicação do sistema social, através de imperativos
funcionais. Ambos estão preocupados com o problema da seleção ou estabilização de
escolhas, procurando identificar os processos sociais internos e externos que por ela se
responsabilizam. Para o acionismo social, a resposta está na socialização como processo
interno e na diferenciação de papéis e no controle social como processos externos. Para o
imperativismo funcional, a resposta está na diferenciação estrutural como processo interno e
na especificação normativa e nas transações com o ambiente como processos externos.
Processo de escolha de meios e fins possíveis para a ação, baseando-se na suposição de que o
comportamento humano envolve, necessariamente, processos volitivos, não importando que o
ator seja indivíduo, coletivo ou sistema cultural.
Os meios empregados não podem ser concebidos como escolhidos randomicamente ou como
completamente dependentes das condições da acção, mas sempre como sujeitos à influência
de um "factor selectivo independente determinado", que precisa ser conhecido para a
compreensão de um curso de ação concreto. Dessa formulação depreende-se que os termos
fator seletivo independente determinado ou simplesmente norma e situação são básicos para a
compreensão da análise parsoniana da escolha humana e, portanto, da ação social.
No que se refere a duas normas específicas, a racionalidade econômica e a integração
valorativa, entretanto, Parsons afirma que são propriedades emergentes da ação que somente
podem ser observadas quando uma pluralidade de ações é tratada como um sistema integrado.
De acordo com Parsons e Shills, em dada situação, o autor confronta-se com uma série de
escolhas que precisa fazer antes que a situação faça sentido para ele. O pressuposto é o de que
os objectivos da situação não interagem com a estrutura cognitiva do ator de modo a
determinar automaticamente o significado da situação.
Em suma, o que Parsons e Shills sugerem é que qualquer necessidade de personalidade ou
qualquer expectativa de papel da estrutura social envolve uma combinação de valores das
cinco variáveis-padrão.
Todo e qualquer sistema social deve ser estudado em termos de manutenção, alcance de
metas, adaptabilidade e integração, ou melhor, em termos dos meios que utiliza para satisfazer
esses imperativos funcionais. Tal afirmação implica a observação de que o funcionalismo é
altamente abrangente, pretendendo explicar através de um grande aparato conceitual toda a
enorme variedade de sistemas sociais existentes. No que se refere à análise organizacional,
teorizações funcionalistas estão já presentes nas obras de vários estruturalistas como Merton,
Gouldner e Etzioni.
4.2 As Grandes Figuras
Para Homans, o ambiente em que existe um sistema social é diferenciado, e tal diferenciação
define actividades e interacções aos participantes do sistema. O conjunto dessas actividades e
interações impostas pelo ambiente, quer físico, cultural ou tecnológico, ele chama sistema
externo. As variáveis básicas desse esquema conceitual são atividades, interações e
sentimentos. Tais variáveis são apresentadas como interdependentes, ou seja, qualquer
modificação em qualquer delas irá produzir transformações nas demais. Quanto mais elevado
for o grau de interação de duas ou mais pessoas, mais positivos serão os sentimentos que
nutrirão umas com as outras e vice-versa.
Homans conclui que, além das atividades e interacções impostas pelo ambiente, há
actividades e interações geradas pelo próprio sistema. Ao conjunto dessas actividades e
interacção ele chama sistema interno. Sistema interno e sistema externo não são apenas
dependentes entre si; a interdependência inclui também o ambiente. Os elementos da
complexidade de uma organização para Homans são:
Ambiente físico e social: grupos maiores, onde
os participantes do grupo fazem parte ou mantêm
contatos;
Os materiais, ferramentas e técnicas com os
quais o grupo atua sobre o ambiente;
O sistema externo, isto é, as relações entre os
membros do grupo, necessárias à sua acção no
ambiente;
O sistema interno, isto é, as relações sociais que
se desenvolvem a partir do sistema externo e
reagem a ele;
As normas do grupo.
O livro Stress Organizacional considera válido estes estudos, mas sugere que não se
distinguiu claramente os grupos psicológicos dos elos de ligação. O livro declara mais
interessante a utilização do conceito de conjunto de papéis do que de grupo.
Existem conjuntos de papéis, os quais apresentarão determinadas estruturas. A organização
pode, pois, ser pensada em termos de um sistema de conjuntos de papéis que se sobrepõem e
se ligam, saindo alguns dos limites da própria organização.
Por sua vez, esse comportamento irá alterar ou reforçar as expectativas do papel dos demais.
Esse esquema não é fechado e nele intervêm variáveis que compõem o contexto no qual está
inserido. Tais variáveis são de três classes: organizacionais, de personalidade e
interpessoais. Assim, a posição que o indivíduo ocupa na hierarquia, a maior ou menor
flexibilidade de sua personalidade e as relações interpessoais que mantém são de enorme
importância para o processo. De outra forma, podemos concluir que todos os aspectos de
comportamento de um indivíduo são relevantes para o desempenho de um papel.
No livro Psicologia Social das Organizações, é sugerido que um dos grandes entraves à
identificação do homem com a organização é sua "inclusão parcial", isto é, a organização
não quer o homem integral, mas apenas os aspectos que considera relevantes para a tarefa a
ser executada, sendo tais aspectos geralmente definidos de forma muito estreita. Um método
comum utilizado pelas organizações para evitar a manifestação de aspectos individuais
considerados irrelevantes é a descrição precisa de uma única maneira certa de executar uma
tarefa e o controle por supervisão cerrada. A esse respeito, muitas pesquisas realizadas nas
duas últimas décadas têm revelado que trabalhadores livres para estabelecer seu próprio
ritmo de trabalho tendem a ser mais produtivos. É evidente que a liberdade por si só não
garante a produtividade; tudo depende de como essa liberdade é oferecida. A evidência das
pesquisas realizadas nessa área é a de que administradores bem sucedidos geralmente
estabelecem metas e objetivos amplos, impondo poucas direções específicas. Trabalhos
empíricos interessantes nesse sentido são os de Kahn (1958), Katz e Kahn (1951) e Mann e
Dent (1954). Conclusões gerais de autores como Katz e Kahn tornam claro o fato de que
administradores bem sucedidos, utilizando um padrão realmente democrático de liderança,
com muita participação dos subordinados obtêm desses um alto grau de envolvimento e de
interesses pelo trabalho, além de maior responsabilidade.
Meltzer, em 1956, estudando o comportamento de cientistas, chegou a conclusões muito
semelhantes. O sucesso do cientista no desempenho de seu papel parece estar diretamente
relacionado aos recursos de que dispõe para seu trabalho e com a liberdade de que desfruta.
Importante, porém, é não imaginar que a liberdade está relacionada apenas com o trabalho
tradicionalmente definido como intelectual ou artístico. Pode ser bem verdadeiro que os
especialistas que compõem o departamento de criação de uma agência de propaganda ou o
departamento de pesquisa e desenvolvimento de um laboratório necessitem mais de
liberdade do que o pessoal burocrático. Entretanto, se quisermos promover a identificação
com a organização, o interesse pelo trabalho e a iniciativa, devemos estender a liberdade a
todos, embora sempre levando em conta a natureza das actividades a serem desempenhadas.
Além disso, para que a liberdade haja realmente como factor de maior produtividade, duas
outras variáveis, porém, devem ser consideradas: a interação e o estímulo. Para que o
indivíduo livre seja produtivo, deve fazer parte de um sistema social ativo. A interação
motiva o indivíduo, já que ele passa a conhecer as expectativas que os outros têm de seu
papel. O estímulo, por sua vez, lhe dá a medida de como o seu comportamento está
atendendo às expectativas e incita a alterá-lo ou a prosseguir. Se estivermos apresentando
liberdade e interação como variáveis interdependentes, é evidente que entendemos liberdade
de uma forma ampla.
Existe uma concepção mais estreita de liberdade, incompatível com a interação social. É
verdade que, para interagir, os homens são obrigados a fazer concessões; e é do processo de
interação que retiram suas satisfações, inclusive a noção de liberdade. O importante é que o
indivíduo se sintam livres.
A origem e conseqüências dos conflitos de papéis podem ser resumidas na afirmação de que
expectativas contraditórias de papéis provocam pressões opostas de papéis, que geralmente
afetam a experiência emocional de uma pessoa, intensificando os conflitos internos,
aumentando a tensão associada a vários aspectos do trabalho, reduzindo a satisfação com o
trabalho e dominando a confiança nos superiores e na organização como um todo.
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Actividades de Aprendizagem
2.Faça uma analise critica sobre o móbil da conflitualidade de papeis nas organizações.
Unidade 05
Introdução
Objectivos
Ocorre ainda que organizações são uma classe de sistemas sociais, que constituem uma classe
de sistemas abertos. A empresa apresenta um subsistema de produção, relacionado à
transformação de insumos em produtos, cujos ciclos de atividades compõem suas principais
funções; subsistemas de suportes, que procuram e colocam energia no ambiente e tratam da
manutenção do bom relacionamento com outras estruturas desse ambiente; subsistemas de
manutenção, que se responsabilizam pela realização do processamento, isto é, que tratam da
ligação das pessoas ao sistema, através de recompensas e punições; subsistemas adaptativos,
que sentem mudanças ambientais relevantes e traduzem-nas para a organização e, finalmente,
subsistemas administrativos, que são compostos por actividades organizadas para o controle, a
coordenação e a direção dos vários subsistemas.
Normas são expectativas gerais de caráter reivindicativo para todos aqueles que
desempenham papéis em um sistema. Papéis, normas e valores compõem as bases da
integração do sistema.
Identificados papéis, normas e valores como principais componentes de um sistema social,
torna-se possível o entendimento da organização em termos de três subsistemas que abrangem
todos os que foram mencionados. Tais subsistemas seriam: técnico, social e cultural. O
primeiro compreenderia as tarefas e suas demandas e os papéis a ela associados. O segundo, as
normas e as relações sociais a empresa associadas e, finalmente, as expectativas sociais mais
amplas trazidas pelos insumos humanos que desempenham papéis no subsistema técnico.
Pelo critério funcional, as organizações podem ser classificadas, levando-se em conta sua
função genotípica, ou seja, a função que exerce como subsistema de sociedade global.
Distinguem quatro tipos de organizações:
Organizações econômicas ou produtivas,
relacionadas com o fornecimento de
mercadorias e serviços.
Organizações de manutenção, relacionadas com
a socialização e o treinamento das pessoas que
irão desempenhar papéis em outras
organizações.
Organizações adaptativas, relacionadas com a
criação de conhecimentos e com o
desenvolvimento de novas soluções para
problemas.
Organizações político-administrativas
relacionadas com a coordenação e o controle de
recursos humanos e materiais.
Por essa tipologia, uma organização possa ser entendida como um sistema, ela também o
poderá ser como um subsistema.
Actividades de Aprendizagem
Recrutamento e Selecção
Introdução
Objectivos
No fim desta unidade o estudante deve ser capaz de:
6.1 RECRUTAMENTO
Tipos de recrutamento
Interno
Externo ´
Misto
Características dos tipos de recrutamento
Interno: Quando há um determinado lugar vago na
empresa esta procura preenche-lo com pessoal já
pertencente à própria empresa.
Externo
Recrutamento Académico
Centro de Emprego
Informal
Head-Hunting
Anuncio
Candidaturas Espontâneas
Arquivos dos “Curriculum Vitae”
Recrutamento On-Line
Empresas Especializadas
6.2 Selecção
Técnicas de Selecção
Método Biográfico
Curriculum Vitae (C.V) constitui um resumo
biográfico do percurso do candidato
Carta de Apresentação (C.A) é um documento
pessoal que permite ao avaliador identificar
capacidades e aptidões através da analise da
expressão escrita Este método não implica a
presença do candidato e permite ter uma ideia do
percurso profissional do candidato.
Entrevista
A entrevista constitui a técnica de selecção mais utilizada pelas empresas:
É através deste contacto pessoal que se desenvolve
um conhecimento mais profundo do candidato (da sua
postura, comportamento, etc);
Permite fazer alguns esclarecimentos acerca do
curriculum;
Este é o passo final que permite distinguir candidatos,
esclarecer duvidas.
Método:
Múltipla
Painel
Grupo
Individual
Directiva: ou estruturada (o entrevistador conduz o diálogo com base num plano rígido
de questões).
Semi-Directiva: ou semi-estruturada (existem temas previamente seleccionados, mas os
intervenientes assumem papeis activos, permitindo introduzir alguma dinâmica).
Não Directiva:o u não estruturada (não existe um plano de entrevista rígida entrevistado
expõe as suas opiniões de forma livre e aberta, desenvolvendo-setemas á ao longo do
diálogo).
Forma:
Directiva
Semi-Directiva
Não Directiva
Treinamento Pessoal
Introdução
Objectivos
Técnicas orientadas para o processo são formuladas para mudar atitudes, desenvolver
consciência de si e de outros e desenvolver habilidades inter-pessoais. São as que fazem
a integração entre os treinandos para fazer a mudança de comportamento ou atitude, é
mais do que simplesmente transmitir conhecimentos cognitivos. Alguns processo são
utilizados para desenvolver intra-visão inter-pessoal que é a consciência de si e de
outros para mudar as atitudes e desenvolver relações humanas como a liderança.
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-
Actividades de Aprendizagem
Unidade 08
Introdução
Objectivos
No fim desta unidade o estudante deve ser capaz de:
Outro autor que discute a questão das habilidades gerenciais é Mintzberg (1973 apud
MAXIMIANO, 1995, p. 83). Este autor afirma que a tomada de decisão sob condições
de incerteza, constitui-se em uma das habilidades mais importantes para um gerente.
Assim sendo, o tomador de decisão assume um papel fundamental nas organizações,
pois o processo decisório deve levar a organização à otimização de seus recursos,
redução dos custos, elevação de desempenho e ganhos de resultados.
As medidas adotadas pelo gestor adquirem relevância em todas as etapas do processo
decisório, para que possa haver sintonia entre os objetivos pretendidos e os resultados
alcançados pela organização. O processo de tomada de decisão, portanto, não se
constitui em tarefa fácil para o administrador, que tem que levar em conta as várias
nuanças do complexo ambiente organizacional.
As decisões são classificadas por Simon (1965 apud OLIVEIRA, 2004, p. 148) em:
decisões programadas e decisões não-programadas. As decisões programadas são
caracterizadas por serem repetitivas, rotineiras e estruturadas – decisões automatizadas
por uma seqüência de procedimentos, não necessitando da intervenção do decisor –
além de serem permanentes, servindo de norteamento para a definição das metas,
objetivos, políticas e procedimentos organizacionais. As decisões não-programadas
são caracterizadas pela novidade, além de serem desestruturadas – decisões não
automatizadas, que dependem de solução do decisor. A característica da novidade se
apresenta porque não existem referencias anteriores para a resolução do problema ou
em razão de sua complexidade, ou porque, para sua resolução, torna-se necessária a
implementação de medidas específicas. Essas classificações evidenciam as
características do processo de tomada de decisão e permitem a programação do que
deverá ser feito durante esse processo.
Porter (1986) defende que, no ambiente competitivo, um dos factores que determina o
diferencial das empresas é a forma como a informação é utilizada. Desta maneira, a
estreita sintonia entre a informação e as escolhas dos administradores favorecerá o
processo decisório.
Para Chiavenato (2004, p. 255), são vários os elementos que compõem o processo decisório.
O autor destaca os principais:
O estado da natureza: condições de incerteza,
risco, ou certeza que existem no ambiente
decisorial que o tomador de decisão deve
enfrentar;
O tomador de decisão: indivíduo ou grupo que
escolhe entre as várias alternativas;
Os objectivos: fins que o decisor almeja
alcançar com as suas acções;
Preferências: critérios que o decisor utiliza para
determinar sua opção;
Situação: os aspectos ambientais que envolvem
o tomador de decisão, às vezes não controláveis,
fora do alcance de seu conhecimento ou
compreensão que influenciam na sua escolha;
Estratégia: curso de ação que o decisor escolhe
no sentido de atingir os objetivos da melhor
forma, sendo esta dependente dos recursos
disponíveis;
Resultado: conseqüência de uma estratégia.
Dentre os elementos que compõem o processo de tomadas de decisão, alguns influenciam
directamente na escolha dos administradores, e trazem conseqüências directas para os demais.
O estado da natureza, os objectivos e a situação irão determinar as alternativas possíveis para
a escolha da estratégia que melhor definirá a tomada de decisão. E, finalmente, os resultados
serão conseqüências da estratégia estabelecida para alcançá-los.
Os modelos de tomadas de decisão, no seu início, tratavam o processo decisório como uma
questão racional, em que as organizações deveriam, tão somente baseadas na racionalidade,
adaptar-se aos cenários em que estavam inseridas. Posteriormente, tais modelos e sua
racionalidade passaram a ser questionados, sendo propostos modelos mais flexíveis e
adaptáveis à realidade organizacional, que permitiram aos tomadores de decisão fazerem a
melhor escolha diante dos limites de conhecimento do problema a ser resolvido no processo
decisório, tais como falta de informações.
Modelo Racional
O Modelo racional baseia-se na teoria microeconômica neoclássica, em que a racionalidade
é fator fundamental para a tomada de decisão. Trata a informação objetivamente e evidencia
a lógica no processo decisório, em que o tomador de decisão não pode deixar envolver-se
por otimismo ou pessimismo (BERNSTEIN, 1997).
Assim sendo, observa-se que as tomadas de decisão de modo racional levam os gestores a
enxergar a organização de forma sistêmica, a considerar o cenário em que se insere a
organização, sua cultura, bem como uma gama de alternativas possíveis, de modo a
ponderar as conseqüências que podem vir a ocorrer, antes de tomarem suas decisões.
Para Baron (1994 apud DACORSO, 2000), as tomadas de decisão de forma racional
decorrem da utilização de métodos que levam o administrador à escolha da melhor solução
para alcançar os objetivos pretendidos, sem que, necessariamente, deva existir ausência de
erros. O autor entende que, apesar da utilização da racionalidade, o administrador poderá
fazer suas escolhas baseado em crenças que, anteriormente, foram concebidas de modo
irracional.
Deste modo, considera-se que a racionalidade do processo decisório nasce conforme a
escolha do administrador, a partir de alternativas viáveis. O processo de escolha racional,
entretanto, demonstra as limitações do ser humano que conduz o tomador de decisão a não
mais fazer escolhas que o levem à rigorosidade nos resultados, mais a resultados aceitáveis,
dentro das metas organizacionais.
Modelo Carnegie
O Modelo Carnegie ou Modelo da Racionalidade Limitada, preconizado por Simon, trata da
impossibilidade do administrador ter acesso a todas as possibilidades de acção, de modo a
conseguir avaliar todas as alternativas, visto que é impossível, fisicamente, ter acesso e
processar todas as informações referentes à decisão a ser tomada (AIDAR, 2006).
Nessa perspectiva, a organização é vista como uma aliança entre os diversos interesses que a
envolvem, em que o processo decisório advém de acordos entre os decisores, conforme suas
preferências.
Modelo Desestruturado
O Modelo Desestruturado foi proposto por Mintzberg, que denominou as decisões não-
programadas de decisões estratégicas desestruturadas. Segundo esse modelo, no início do
processo decisório, o administrador possui pouco conhecimento do problema, das
alternativas e das possíveis soluções. Nesse modelo, o processo decisório é caracterizado
como dinâmico e com interferências. (CORNÉLIO, 1999).
Esse modelo se aplica quando o nível de incerteza é alto. O processo decisório não é linear e
desenvolve-se de forma desestruturada e não previsível. Ao se depararem com quaisquer
dificuldades, as organizações reavaliam as alternativas, voltando atrás até que seja possível
tomar a decisão final. Esse modelo é caracterizado como desestruturado, em função das
constantes mudanças (RASKIN, 2006).
Conforme Mintzberg (1995), nesse modelo, as fases que compõem o processo decisório são:
Identificação, Desenvolvimento e Selecção. Na fase de Identificação, é efectuado o
reconhecimento da situação e o diagnóstico; na fase do Desenvolvimento, existem as rotinas
e pesquisa de soluções alternativas e de delineamento ou projeto da solução; e a fase da
Seleção pode ser dividida em três etapas: pré-seleção; avaliação/escolha; autorização.
Segundo o autor citado, ao final das três fases da tomada de decisão surgem as rotinas de
apoio ao processo decisório: rotina de controle, que conduz o processo; rotina de
comunicação, que fornece informações e elabora relatórios; e rotina de políticas, que permite
ao tomador de decisão procurar uma solução própria em um ambiente cheio de influências.
Conforme March e Olsen (1976, apud ZANELA, 1999), esse modelo trata do processo
decisório em ambientes altamente ambíguos, denominados "anarquias organizadas". Essa
ambigüidade aparece de três maneiras:
Preferências problemáticas: os tomadores de
decisão, às vezes, possuem preferências
inconsistentes e mal definidas, sendo suscetíveis a
descobrir suas metas e entender suas prioridades
através da acção;
As pessoas possuem apenas uma leve
compreensão dos fins e dos meios. Os
participantes da organização ganham
conhecimento por tentativa e erro, mas sem um
claro entendimento de causas subjacentes;
Anarquias organizadas (as organizações) têm a
característica de leve participação. Os tomadores
de decisão vêm e vão através do processo.
Entende-se que a decisão ocorre por escolhas, procurando por problemas; procurando por
escolhas; soluções, procurando por problemas para responder; e decisores, procurando por
alguma coisa para decidir. Neste sentido, as soluções são anteriores aos problemas. Na lata
de lixo estão os problemas disponíveis, sendo que os indivíduos vão à lata de lixo procurar
problemas para serem resolvidos.
Percebe-se, nesse modelo, uma fragmentação da visão e estratégia global da empresa numa
série de escolhas parciais, separadas no plano temporal, com os subsistemas obedecendo a
diferentes calendários.
Diante do exposto, compreende-se que, embora os modelos de tomadas de decisão sejam
diferentes entre si, todos eles convergem para as etapas que deverão ser seguidas na
resolução de cada problema organizacional. Possuem, todavia, características próprias em
relação ao processo decisório, pois cada um delibera sua própria ordem nas fases do
processo.
Actividades de Aprendizagem
Numa dada empresa madereira, um grupo de trabalhadores não marcam presença nos
seus postos de trabalho, com alguma regularidade, quando o fazem, não apresentam os
índices habituais de motivação, outras tantas vezes, os trabalhadores criam pequenos
grupos, murmuram a actual situação laboral. Em causa está o atraso no pagamento dos
seus subsídios por um lado e por outro grande parte deles não possuem meios de
trabalho como luvas, botas, macacões e outros. Nesses grupos, há quem se apresenta
naturalmente como líder, com capacidade para influenciar os outros e já se fale em
fazer greve.
a) Diante deste cenário, quais os procedimento que os
gestores desta empresa devem ter em conta? Tenha
em consideração os conhecimentos que adquiriu
sobre o processo de tomada de decisão.
Unidade 09
Avaliação do Desempenho
Introdução
A escolha da vertente que se pretende avaliar depende do ponto de vista adoptado pela
organização, o qual, por sua vez, é condicionado pelas contingências do meio externo,
pelo grau de desenvolvimento da organização e pelas políticas e estratégias que definiu.
No entanto, a apreciação do valor demonstrado pelo indivíduo é sempre feita com
referência ao seu posto de trabalho, ou seja, às responsabilidades e tarefas da função que
desempenha. Dessa forma, é indispensável que o avaliador conheça com total
objectividade, quais as tarefas e responsabilidades da função, e quais as competências
exigidas para ser desempenhada com eficácia e eficiência. Só conhecendo o que o
avaliado faz, como faz e para que faz, é possível ao avaliador determinar o valor do
desempenho do indivíduo.
Contudo, se o desempenho do trabalhador, numa primeira fase, é determinado em
relação a um objectivo que na prática se poderá considerar físico – a função – já numa
segunda fase, ele deve ser determinado em relação aos outros trabalhadores. Assim, a
avaliação de desempenho consiste em duas comparações sucessivas: uma, do descritivo
da função com o desempenho do trabalhador; outra do desempenho do indivíduo
avaliado com o desempenho dos restantes colaboradores.
A Avaliação de Desempenho pretende avaliar competências em três distinções:
Uma função poderá ter em si, tarefas que reúnam as três competências referenciadas,
sendo assim importante a destrinça de cada uma delas nas diversas funções a serem
desempenhadas pelos colaboradores.
Para se determinar o valor de qualquer coisa é necessário que essa coisa exista e/ou
aconteça.
Na avaliação de desempenho, se se verifica que uma determinada tarefa ou
responsabilidade não ocorre, naturalmente que o avaliador não poderá proceder à
apreciação de algo que não existe.
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Actividades de Aprendizagem
1.Faça uma descrição da essência da Avaliação
estandartizada, as vantagens e desvantagens desta
forma de avaliação no contexto da Psicologia
Organizações.
2.Porque avaliar? Será que as pessoas nas
organizações aceitam naturalmente que outras
avaliem constantemente o seu desempenho.
Comente.
3.Fale das implicações de uma Avaliação que coloca
os indivíduos dentro de escalas numéricas no
contexto organizacional.
Unidade 10
Introdução
Objectivos
Como nos ensina Wood Jr (2000, p. 239) o tema mudança na organização do trabalho
não é novo, mas ganhou contornos diferentes nos últimos anos. O aumento na
instabilidade ambiental e, particularmente, o acirramento da competição colocou a
questão da mudança como central para a sobrevivência das organizações. O foco passa
a ser mudar para criar uma performance competitiva.
Pode-se dizer que a partir da década de 90, o ambiente empresarial ficou marcado pela
busca incessante da competitividade com o objetivo de sobrevivência e crescimento em
um ambiente caracterizado por grande desenvolvimento tecnológico e mudança
econômica. Isto fez surgir organizações com características que privilegiam a
capacidade de aprendizagem tão necessária à nova realidade. Torna-se imperativo que
a área de recursos humanos da empresa esteja alinhada à estratégia empresarial, assim
as organizações foram resgatando seu papel humano, a fim de torná-los peças-chave do
processo e é com esse cenário que as organizações devem ter a visão que o capital
Humano é e sempre será seu grande diferencial. Assim surgem novos conceitos de
recursos humanos, como a Gestão de Pessoas.
Desde modo o setor que era apenas um mero departamento burocrático que cuidava da
folha de pagamento e da contratação do pessoal envolvendo apenas atividades de
ordem administrativa, passa a ser caracterizado pela participação, capacitação,
envolvimento e desenvolvimento do bem mais precioso de uma organização que é seu
capital humano.
A gestão de pessoas é uma área muito sensível à mentalidade que predomina nas
organizações. Ela é contingencial e situacional, pois depende de vários aspectos como
a cultura que existe em cada organização, a estrutura organizacional adotada, as
características do contexto ambiental, o negocio da organização, a tecnologia utilizada,
os processos internos e uma infinidade de outras variáveis importantes. (Chiavenato
1999, p. 6)
Como cita Teixeira et al (2005, p. 40) o novo mundo dos negócios é condicionado por
uma série de variáveis que atuam sobre as organizações num acelerado ritmo de
velocidade. Assim por sua objetividade e por sua maior pertinência, destacam-se, por
seu impacto elevado: a sociedade do conhecimento, a sociedade da informação e a
hipercompetitividade.
Na Sociedade do Conhecimento cada vez mais se sobressai o capital humano que, para
usar uma linguagem patrimonial, expressa o valor do conhecimento e outros bens
intangíveis. Deste modo, no mundo dos negócios, o conhecimento passa a construir um
forte diferencial competitivo nas organizações. Assim de acordo com Teixeira et al
apud Davenport e Pruzak (2005, p. 20), "ao contrario dos ativos materiais que
diminuem à medida que são usados, os ativos do conhecimento é compartilhado com o
doador, ao mesmo tempo que enriquece o recebedor. Por fim podemos dizer que nesta
sociedade, gradativamente o trabalho manual vai se transformando em trabalho de
natureza intelectual, com isso as empresas estão deixando de ser apenas mão-de-obra
para ser ativas em conhecimento.
Nos nossos dias atuais, a questão para empresas não é mais apenas ser competitiva. O
contexto empresarial desde o inicio do século XXI é caracterizado por uma
competitividade mais acirrada, que podemos chamar de hipercompetitividade,
apresentando características como a dinamicidade, complexidade e incerteza em níveis
intensos. As mudanças no comportamento dos consumidores, o surgimento de novos
mercados, a ameaça de novos concorrentes, os efeitos da globalização e os avanços do
mundo da Internet passaram a afetar o padrão de competição das empresas. Nesse
cenário, a mudança é a única estratégia permanente na gestão da empresa e
conseqüentemente na gestão de pessoas.
"O mundo dos negócios está dando lugar a profundas modificações na natureza do
trabalho e nas relações entre empresas e colaboradores, configurando uma nova
situação que gera importantes implicações para a gestão de pessoas. Essa situação
reflete um novo mundo do trabalho, caracterizado pela crescente convivência do
emprego clássico com um novo tipo de emprego; pela gradual desconfiguração do
cargo em sua forma tradicional; por uma base tecnológica mais sofisticada; pela
migração do emprego; por novas formas de flexibilização do trabalho; pela exigência
de um novo tipo de profissional; pela crescente convivência do poder formal com
outros tipos de poder". (Teixeira et al 2005, p. 42-43)
O que se pode observar é que a área de gestão de pessoas tem evoluído para
acompanhar as constantes mudanças no modelo empresarial e mesmo mundial. O que
vem ajudando no desenvolvimento e no conhecimento da área de Gestão Estratégica de
Pessoas é a visão sistêmica e holística sobre os processos organizacionais e as pessoas
na relação de trabalho.
De acordo com Wood Jr (2000, p. 248) a forma sistêmica de pensar, aplicada aos
processos organizacionais contribui fortemente para compreender os fenômenos de
mudança. Significa, portanto, uma aproximação frutuosa entre teoria e prática.
Assim sendo o pensamento sistêmico visa auxiliar para que as pessoas possam
enxergar as coisas como parte de um todo e não como peças isoladas, bem como, criar
e mudar a realidade, de acordo com a necessidade. Pois é um complexo de
conhecimentos e ferramentas desenvolvidos ao longo do tempo, que servem como uma
base de referência conceitual, que irá auxiliar na percepção do mundo como uma rede
de relacionamentos integrada.
O RH "clássico" está com os seus dias contados, sendo que muitas empresas já se
livraram da burocracia e operam em processos on-line, deliberando maior autonomia
aos seus profissionais, por meio de programas de conscientização da importância do
trabalho e do comprometimento individual com as metas corporativas.
A prática das funções "tradicionais" de recursos humanos pelo RH dá lugar à
descentralização, o que traz agilidade à empresa. Essas funções são executadas com o
RH por meio do seu assessoramento quanto às melhores acções, tornando cada
colaborador uma célula autônoma e cada área uma unidade de negócios.
Por fim o downsizing que segundo Lacombe (2006, p. 336) cria para as empresas os
mesmo problemas que a reengenharia, com a diferença de que neste caso, o objetivo
não é a reformulação dos processos, mas o corte de pessoal para diminuir o número de
níveis hierárquicos e tentar obter maior flexibilidade.
A gestão por competências é uma nova tendência da gestão de pessoas. Esta "nova"
forma de gestão, na prática, desenvolve as seguintes atividades, como foi observado
por Balceiro e Ávila apud Fleury e Fleury (2001, p.65):
Captação de pessoas, visando adequar as competências
necessárias às estratégias de negócio formuladas, as empresas
buscam por pessoas que tenham um nível educacional elevado
e, para tal, se valem de programas de trainees, por exemplo,
considerados fundamentais para atrair novos talentos;
Desenvolvimento de competências, visto que as empresas
contam ainda com a possibilidade de desenvolver as
competências essenciais dos indivíduos, através das mais
diversas práticas, visando adequá-las às necessidades
organizacionais; e
Remuneração por competência, que é uma prática utilizada por
empresas preocupadas em resguardar parte do conhecimento
tácito de seus colaboradores e mantê-los nas organizações, e
vem servindo para que empresas implantem novas formas de
remuneração de seus empregados, dentre elas: participação nos
resultados, remuneração variável e remuneração baseada nas
competências desenvolvidas.
De acordo com Silva (2005, p.27) as organizações proativas estão fazendo surgir um
novo conceito: o de Gestão de pessoas através do sistema de Competências, uma
tendência que está mudando rapidamente a maneira de se administrar pessoas e
processos. A gestão de pessoas vem sendo redesenhada a partir de novos elementos, tal
como a abordagem das estruturas organizacionais, da qual emerge, mais
explicitamente, a necessidade de uma política voltada para a crescente importância das
Competências no contexto organizacional.
Desta forma a gestão por competências tem ganhado cada vez mais espaço no
ambiente corporativo. Ela pode ser feita a partir de um modelo que irá depender das
características próprias de cada organização, mapeamento as competências
organizacionais e profissionais de modo a identificar e estabelecer uma direta relação
entre as competências individuais e a estratégia organizacional.
A estratégia organizacional desempenha importante papel na definição do modelo e
sistema de gestão por competências. Para realizar sua estratégia, a empresa mobiliza
competências organizacionais, que constituem seu diferencial competitivo e vão
determinar as competências individuais requeridas pela organização. O sistema de
mensuração é desenvolvido como o objetivo de conhecer o que o colaborador possui
em relação a conhecimentos, habilidades e atitudes (C.H.A) que possam estar
correlacionadas ao plano estratégico da organização.
Dimensão do Conhecimento
Dimensão da Habilidade
A habilidade por sua vez está relacionada ao saber como fazer algo ou à capacidade de
fazer de forma produtiva o conhecimento, praticar o que se conhece, o que significa
instaurar tais conhecimentos e utilizá-los de forma produtiva na ação e execução. Todo
conhecimento que temos é aperfeiçoado com a Habilidade.
Com tal dimensão as pessoas podem buscar através de experiências anteriores técnicas
apropriadas para solucionar determinadas situações. Nas empresas também deve haver
um estímulo as habilidades das pessoas. Valorizar as acções de forma a encontrar
soluções para o cotidiano organizacional e estimular que estas habilidades estejam
interligadas ao conhecimento das pessoas.
Dimensão da Atitude
É importante salientar que a Gestão de Pessoas não ocorre apenas nos Departamentos
de Recursos Humanos das organizações. Esta actividade deve ser vista pelos gestores
das diversas unidades da companhia como parte do seu trabalho que, se realizado
corretamente, permite a empresa atingir seus objetivos estratégicos com maior
efetividade. Deve-se também sempre ter o cuidado para que o modelo adoptado por
cada empresa tenha interligação com os subsistemas de gestão de RH, áreas funcionais
e cargos que serão contemplados, uma vez que o não alinhamento com estes factores
tornará inviável tal implantação.
Gestão do conhecimento
Outro factor que contribuiu para a gestão do conhecimento ganhar tanta atenção foi à
facilidade de ordenar, armazenar, recuperar e disseminar informações proporcionadas
pelas redes de computadores e softwares de gerenciamento dessas redes, com custos
relativamente baixos. (Lacombe 2006, p. 342)
Assim Lacombe (2006, p. 342) afirma que cada pessoas que sai leva consigo parte do
conhecimento empresarial, que deveria estar registrado em algum lugar. Cada pessoa
que entra deve possuir algum tipo de conhecimento que possa ser útil. No entanto, não
podemos armazenar, numa rede de computadores, todos os conhecimentos que todas as
pessoas da empresa possuem, não só pelo trabalho que daria, mas porque boa parte
desse conhecimento não deve ser conhecimento útil para a organização.
Segundo Oliveira (2009) apud Melo apud Murray, (2003, p. 35), "A Gestão do
Conhecimento é uma estratégia que transforma bens intelectuais da organização –
informações registradas e o talento de seus membros – em maior produtividade, novos
valores e aumento de competitividade".
Oliveira (2009) apud Melo, ainda explicita a fala de outro autor, dizendo:
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Actividades de Aprendizagem
Internet:
http://www.psicologia.com.pt acessado no dia 10 de Março de
2012