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Lógica, Arquitetônica e Estruturas Constitutivas dos Sistemas Filosóficos


Publicado em maio 31, 2011

Citações do texto
“Lógica, Arquitetônica e Estruturas Constitutivas dos Sistemas Filosóficos” de Martial Gueroult
Lógica: ciência que expõe xtas leis do raciocínio. Coerência.

Sistemática: é a produção de uma série homogênea através de um encadeamento necessário de noções ou


razões a partir de uma relação fundamental ( a posição original de um todo por meio do qual se concebem as
partes).

Arquitetônica: Se refere ao conjunto de elementos que dão à composição arquitetônica, enquanto expressão
artística e manifestação da vontade humano, um certo ordenamento sintático, morfológico e semântico.

I- A filosofia como problemática e sistemática

A Filosofia possui objetivos comuns à Ciência, das quais, destacam-se:

Esforço para compreender o real;


Tentativa de responder os problemas através de teorias.

Nas palavras de Martial Gueroult:

“Sendo como a ciência um esforço para conhecer e compreender o real, a filosofia institui, como
ela, uma problemática. (…) Como a ciência, a filosofia deve, ao instituir problemas, respondê-
los através de teorias.”

Para que tal teoria seja válida, é necessário que haja a demonstração:

“(…) A demonstração não visa simplesmente que a teoria seja imposta a outrem, mas que faça
nascer em toda inteligência, incluindo na de seu protagonista, intelecção do problema e da
solução.”

Elemento lógico, em filosofia, é o que dará validade e participará de sua construção. Um importante elemento
lógico é a sistematização, que é o ato de fazer sistema, sistematizar.

“(…) ‘é a forma inelutável que assume todo o saber.’ (…)’ o sistema não é outra coisa senão a
disposição das diferentes partes de uma arte ou de uma ciência cuja ordem em que elas se
sustentam naturalmente, em que as últimas explicam as primeiras. Aquelas que dão a razão
das outras se chamam princípios.’ “

A sistematização da filosofia é fechada, pois deve organizar um conjunto sobre um princípio de totalidade,
algo a priori, que é necessariamente, algo que em nada está contido; o contrário da sistematização da ciência,
que é aberta. Esta diferença existe em razão das diferentes naturezas dos problemas a serem resolvidos.

A sistematização é de extrema importância para a filosofia, uma vez que sua renúncia a torna mera opinião,

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uma “filosofia” da gratuidade, do sentimento, do irracional. Deve portanto, englobar no interior de uma esfera
que não deixe margem para opinião diferente.

“Portanto, a técnica de toda filosofia é sempre um método de essência lógica e construtiva,


visando ao mesmo tempo à intelecção e à descoberta, perseguindo a solução de um problema e
a instauração de uma verdade considerada como demonstrável direta ou indiretamente.”

O que é afirmado na filosofia como válido universalmente, não é universalmente aceito, isto é, depende da
aceitação do sujeito.

“Na filosofia, o que é afirmado como válido universal e necessariamente, não é universalmente
aceito de fato. É que, em sua especificidade, o sistema completo de razões depende de uma
adesão livre do sujeito a essas ou àquelas premissas.”

As diversas ciências e seus métodos correspondentes se iniciam com a subjetividade no fundamento da


diferenciação, uma vez que esta existe nos objetos das diversas ciências.

“A validade lógica de cada sistema assume-o como sendo em si e por si, isto é , independente das
condições contingentes pelas quais foi realizado.”

Intemporalidade da Filosofia

Uma verdade lógica depois de revelada, é intemporal por natureza.

A filosofia é um mundo de idéias e uma cadeia de valores

Sendo intemporal, é idéia eterna. Essa idéia envolve as condições iniciais de seu ser, que se revelam a esse ou
aquele valor.

Todo valor é precário: Se toda filosofia surge subjetivamente de um valor, é por esta razão explicado porque
todas as filosofias são universalmente válidas, e não são universalmente aceitas.

II- O conceito da lógica da filosofia

Um problema de metodologia;
Elaboração de uma teoria das categorias particulares a esta região;
Estudo da gênese dos conceitos filosóficos;
Determinação de certo número de essências típicas dos sistemas que devem ser isoladas em sua pureza
abstrata.

“Nenhuma dessas ciências afirma por si só um valor ou uma norma, mas se torna norma e
valor em relação à teoria sistemática do conhecimento, como sendo aquilo que convém que o
conhecimento alcance. Em compensação, a teoria do conhecimento não é crítica do valor, mas
pesquisa dos meios de realizá-lo.”

III- Pluralidade das lógicas da filosofia

Toda filosofia possui uma regra de sistematização e um princípio que funda sua unidade.
Não há filosofia, e sim, filosofias, fechadas em si mesmas.
As estruturas do real de cada filosofia exprime apenas as estruturas desta própria filosofia.

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A existência de tantas lógicas quanto houver filosofias evidencia que não há uma lógica transcedental a
priori para todos os sistemas possíveis . Consequentemente, possui duas fases:

1. Movimento: nascer no entendimento;


2. Funcionamento dessas novas estruturas.

A filosofia na tentativa de resolver problemas heterogêneos

“Portanto, a tarefa da filosofia se complica a partir do fato de que, sendo total, deva resolver,
por um método homogêneo e por princípios idênticos, os problemas mais heterogêneos, ao
passo que institui com freqüência duas relações e conceitos fundamentais em função apenas de
um desses problemas, que inicialmente se lhe impõe como privilegiado.(…) A filosofia é
compelida, portanto, seja a tratar todos os problemas segundo as mesmas fórmulas e os
mesmos princípios, seja a assegurar a concordância e a convergência sistemática dos diversos
princípios heterogêneos que emprega. Ela deve resolver os problemas que definem
manifestamente sua finalidade e, ao mesmo tempo, o problema bem diferente da arquitetônica
interna introduzida pela necessidade de ajustar entre si tanto os problemas quanto as soluções.”

IV- Arquitetônica

Para estabelecer entre regiões aparentemente heterogêneas o mínimo de homogeneidade exigida, a


arquitetônica intervém com suas simetrias (correspondências, analogias) e suas extrapolações. Eles são aquilo
que permite ao filósofo engendrar para si mesmo sua doutrina provando-a.

Palavras-chave: simetria, continuidade, extrapolação.

“Assim, a arquitetônica(extrapolação, determinação por simetria, etc), longe de ser um meio de


de exposição, aparece como um procedimento probatório e genético graças ao qual o filósofo
engendra e constrói seu sistema.”

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