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2018
Copyright © UNIASSELVI 2018
Elaboração:
Prof. Rudiney Hoffmann Casali
C334m
ISBN 978-85-515-0177-1
IV
leitor que faça as leituras sugeridas, pois elas trarão boas ideias e interessantes
insights para o ensino de física em nível médio.
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – CINEMÁTICA................................................................................................................ 1
UNIDADE 2 – DINÂMICA.................................................................................................................... 75
VII
6 LEIS DE CONSERVAÇÃO .................................................................................................................. 86
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 89
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 90
CINEMÁTICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo dessa unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado..
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
INTRODUÇÃO À FÍSICA
1 INTRODUÇÃO
Começamos aqui nossa trajetória pelo pensamento clássico do movimento.
Esta unidade foi dividida em três tópicos. No primeiro deles nos debruçaremos
sobre a física em seu caráter mais introdutório. Definiremos alguns conceitos
fundamentais para a leitura daqui em diante. Começaremos com as grandezas
físicas, seu conceito e variedade. Discutiremos uma forma de medir tais grandezas,
com sistemas de unidades de medida, muito importantes para a quantificação
do mundo. Trataremos também de sua descrição, revisando brevemente alguns
conceitos espaciais importantes, vetores serão recorrentes.
3
UNIDADE 1 | CINEMÁTICA
2 INTRODUÇÃO À FÍSICA
Observando o mundo a nossa volta, podemos perceber que as revoluções
científicas e tecnológicas têm nos presenteado com diversos dispositivos que
facilitam nossa vida e nossa interação com o mundo e com as pessoas. É de
grande valor, portanto, tornarmos cientes do funcionamento de tais tecnologias e
conhecimentos científicos.
Galilei estará para sempre marcado na história como uma das mais
brilhantes mentes de todos os tempos, seu trabalho inspirou o estudo de diversos
campos das ciências naturais, da astronomia à mecânica. Embora haja discussões
sobre a autenticidade de sua autoria, como o inventor do objeto, Galileu foi um dos
primeiros pensadores a apontar um telescópio para o céu e trazer observações a
respeito da topologia lunar, das manchas solares e do movimento de Vênus, entre
muitos outros. Galilei foi um dos pioneiros do heliocentrismo e quase foi queimado
na fogueira, pela inquisição romana. Na Figura 1 ele é retratado por Justus
Sustermans, um pintor barroco Belga, nascido na Antuérpia no fim do século XVI.
5
UNIDADE 1 | CINEMÁTICA
Galilei não se destacou apenas por seu trabalho, ele obteve seu acesso à
prosperidade também por como realizava seu trabalho. Foi um dos primeiros a
desenvolver e adotar o método científico, ou o mais próximo disso que podia em
seu tempo. A matematização das teorias que explicavam os fenômenos naturais,
indiscutivelmente, pavimentou o trajeto que a física clássica e a física moderna
percorreram até aqui. E focar nessa estratégia é um dos objetos desta obra,
ajudá-lo a perceber essas relações entre a física e a língua que escolhemos para
representá-la.
DICAS
6
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À FÍSICA
Sua produção científica continuou por toda a vida, em 1612 ele publicou
um trabalho pomposamente intitulado de Discorso intorno alle cose che stanno in su
l’acqua o che in quella si muovono, endereçado ao gran-duque da Toscana, Cosimo
II. O trabalho ficou conhecido como "Discurso sobre os corpos flutuantes" e nele
Galilei estabelece suas teorias sobre a hidrostática. Em Dialogo di Galileo Galilei
sopra i due Massimi Sistemi del Mondo Tolemaico e Copernicano, ou "Diálogo sobre os
dois principais sistemas do mundo", publicado em 1632 ele publica contundentes
referências ao heliocentrismo e acaba preso em Roma, até que uma audiência com
o Papa Urbano VIII fosse marcada. Suas transgressões à imposição geocêntrica
foram a fonte de seu problema. Já no fim da vida, escreveu, em 1638, Discorsi e
Dimostrazioni Matematiche Intorno a Due Nuove Scienze, ou "Discurso sobre duas
novas ciências", em que discutia suas ideias acerca da mecânica. Morreu cego, em
1643, na cidade de Arcetri, na Toscana.
Foram muitas realizações na vida de Galilei, ela foi muito produtiva para
a ciência, para um aprofundamento em sua história e na história de muitos outros
cientistas da história.
DICAS
7
UNIDADE 1 | CINEMÁTICA
Vamos agora seguir e discutir algo de cunho mais técnico e menos histórico.
Falaremos a respeito de um dos conceitos mais primordiais e fundamentais para
o entendimento de qualquer conteúdo físico. Discutiremos a seguir as grandezas
físicas, suas unidades de medidas e um pouco de revisão matemática da geometria.
3 GRANDEZAS FÍSICAS
Uma vez que a física trata de fenômenos naturais e do estudo de como
tais fenômenos ocorrem, é necessário também definir aquilo que chamaremos de
grandezas físicas. Aqui, essas grandezas serão as quantidades que pretendemos
quantificar. Você vai perceber que dois conceitos andarão de mãos dadas daqui
em diante: o primeiro é o próprio conceito de grandezas físicas e o segundo o de
unidades de medidas.
Embora talvez você ainda não tenha tido contado com uma formalização
do tema, perceba que já faz uso desses conceitos desde que nasceu, por exemplo,
a posição de uma bola de tênis, arremessada no espaço, a velocidade com que
ela se move e sua aceleração são grandezas físicas e cada uma delas é mensurada
através de uma unidade de medida particular. A simples atuação, durante uma
brincadeira escolar na infância ou durante uma prática esportiva no fim de
semana já nos mune do senso comum a respeito do tema. Entretanto, todos esses
conceitos serão abordados com calma e aprofundamento mais adiante, mas você
já os conhece há muito tempo.
8
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À FÍSICA
9
UNIDADE 1 | CINEMÁTICA
10
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À FÍSICA
11
UNIDADE 1 | CINEMÁTICA
12
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À FÍSICA
13
UNIDADE 1 | CINEMÁTICA
14
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À FÍSICA
DICAS
15
UNIDADE 1 | CINEMÁTICA
Veja um exemplo. Considere que você esteja, pela primeira vez, dentro
de um escritório, à noite e em meio a um blackout. Alguém sai de uma sala e lhe
16
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À FÍSICA
chama, você pergunta onde ela está e ela lhe diz que você deve testar o disjuntor,
que fica no canto próximo ao armário de metal. Como você chega lá? A posição
do armário de metal no espaço é uma grandeza vetorial, você precisaria conhecer
há quantos metros à esquerda e ao fundo ele está, e à que altura do solo. Não é
possível descrever a posição do armário com apenas uma informação. O espaço
em que vivemos é tridimensional, e grandezas vetoriais precisam carregar
informações sobre as três dimensões.
É para isso que serve um vetor, ele contém em si essas três informações,
daí aqueles que chamaremos de vetor posição, ou de vetor velocidade, ou de
vetor aceleração. Todas essas são grandezas físicas vetoriais e por isso faremos
aqui uma breve recapitulação de geometria analítica, com a definição de alguns
tópicos que nos serão de especial interesse.
FIGURA 7 – VETOR r
FONTE: O autor
17
UNIDADE 1 | CINEMÁTICA
0.8
0.6
0.4
0.2
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
FONTE: O autor
vx = →
v cos θ (1.1)
vy = →
v sin θ
→
v
= vx 2 + v y 2 (1.2)
→ →
v= →
vx + v y
(1.3)
= vx iˆ + v y ˆj ,
18
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À FÍSICA
→s = →u + v→
( )
= ( u x + vx ) iˆ + u y + v y ˆj (1.4)
FONTE: O autor
19
UNIDADE 1 | CINEMÁTICA
FONTE: O autor
→ → →
( )
d = u − v = ( u x + vx ) iˆ − u y + v y ˆj
(1.5)
2v
FONTE: O autor
20
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À FÍSICA
→
u ⋅→
→ →
v=u v cosθ (1.6)
FONTE: O autor
iˆ ˆj kˆ
→
→
u × v =u x uy uz (1.7)
vx vy vz
( ) ( )
= u y ⋅ vz iˆ + ( u z ⋅ vx ) ˆj + u x ⋅ v y kˆ
( ) ( )
− u z ⋅ v yz iˆ − ( u x ⋅ vz ) ˆj − u y ⋅ vx kˆ
21
UNIDADE 1 | CINEMÁTICA
contagem de termos em cada uma das três direções origina um vetor resultante
→ →
u x v. Esse vetor tem a particularidade de ser perpendicular ao plano formado
→ →
pelos vetores u e v. Em uma representação escalar, podemos dizer que o módulo
→ → → →
|u x v| do vetor resultante do produto vetorial dos vetores u e v é dado da seguinte
forma:
FONTE: O autor
→
→ → →
u ×v =u v sin θ (1.8)
DICAS
STEINBRUCH, A. WINTERLE, P. Geometria analítica. São Paulo: Pearson Makron books, 1987.
STEINBRUCH, A. WINTERLE, P. Álgebra linear. São Paulo: Pearson Makron books, 1987.
• Até aqui vimos como a física se organiza em termos qualitativos, uma vez que
organizamos as grandezas em escalares, vetoriais e quantitativos, uma vez que
realizamos medições padronizadas pelas unidades de medida que definimos
até o momento.
23
AUTOATIVIDADE
(a ) Massa.
(b ) Comprimento.
(c ) Tempo.
( ) Usado para distinguir posições relativas e afastamentos no espaço.
( ) Quantidade associada à inércia dos corpos em movimento.
( ) Associado ao conceito de entropia, estrutura a distribuição de eventos
sucessivos.
5 Considere os vetores →
v =1iˆ + 2 ˆj + 3kˆ e u→ = 3 iˆ + 2 ˆj +1kˆ e calcule:
→ →
a) |v| e |u|
→ →
b) v + u
24
→ →
c) v - u
→ →
d) v . u
→ →
e) v x u
25
26
UNIDADE 1
TÓPICO 2
CINEMÁTICA UNIDIMENSIONAL
1 INTRODUÇÃO
Vamos agora discutir o movimento dos corpos, descrevendo-os sob a ótica
do tratamento matemático. Vamos emprestar o conceito matemático de taxa de
variação e empregá-lo na discussão da taxa de variação temporal da posição de
um corpo no espaço. Como nossa intensão, no momento, é discutir os conceitos,
vamos nos ater ao caso unidimensional, isso evitará confusões desnecessárias.
Mais adiante introduziremos novas dimensões e você já estará familiarizado com
a teoria, podendo se concentrar apenas na extrapolação espacial.
27
UNIDADE 1 | CINEMÁTICA
=v
(=x − x0 ) ∆x
(1.9)
( t − t0 ) ∆t
∆x d
=v lim
= x (1.10)
∆t →0 ∆t dt
28
TÓPICO 2 | CINEMÁTICA UNIDIMENSIONAL
DICAS
vdt = dx (1.11)
x t
∫dx = ∫v dt
x0 t0
(1.12)
x + x0 = v ( t − t0 )
x ( t ) + x ( t0 ) =
v∆t
x ( t ) + x0 =∆
v t (1.13)
29
UNIDADE 1 | CINEMÁTICA
x ( t ) + x0 =
vt
(1.14)
3.5
2.5
x (t) (m)
1.5
0.5
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
t (s)
FONTE: O autor
y= a + bx (1.15)
∆x Até aqui nosso corpo se move com velocidade constante, mas essa
velocidade pode variar.
30
TÓPICO 2 | CINEMÁTICA UNIDIMENSIONAL
=a
(=v − v0 ) ∆v
(1.16)
( t − t0 ) ∆t
∆v d
=a lim
= v (1.17)
∆t →0 ∆t dt
dd
a= x (1.18)
dt dt
31
UNIDADE 1 | CINEMÁTICA
DICAS
d
a= v; (1.19)
dt
adt = dv;
t v
∫
t0
∫
adt = dv
v0
v ( t ) − v0 = a ( t − t0 )
v ( t ) = v0 + a∆t .
v ( t=
) v0 + at (1.20)
32
TÓPICO 2 | CINEMÁTICA UNIDIMENSIONAL
3.5
2.5
v(t) (m/s)
1.5
0.5
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
t (s)
FONTE: O autor
dx = vdt;
(1.21)
x t
∫dx = ∫vdt
x0 t0
d
v= x; (1.22)
dt
dx = vdt;
x t
∫
x0
dx = vdt ∫
t0
t
x ( t ) − x0= ∫ v 0 + at dt
t0
1
x ( t ) = v0 ( t − t0 ) + a ( t − t0 )
2
33
UNIDADE 1 | CINEMÁTICA
2.5
2
x (t) (m)
1.5
0.5
0
0 0.5 1 1.5 2
t (s)
FONTE: O autor
Esse resultado também pode ser alcançado pela dupla integração direta
da equação (1.18), o que é, indireta e exatamente o que acabamos de fazer. Ou
seja, para uma partícula que prossiga em um movimento retilíneo uniformemente
variado, sua posição se altera quadraticamente com o tempo, mais ou menos
como o resultado que Galileu obteve para uma esfera que descia um trilho curvo,
com a aceleração da gravidade.
1
x ( t ) = x0 + v0t + at 2 (1.23)
2
Voltando à equação (1.23), perceba como ela guarda uma relação íntima
com a equação da parábola, definida pela relação:
y = ax 2 + bx + c (1.24)
34
TÓPICO 2 | CINEMÁTICA UNIDIMENSIONAL
7 QUEDA LIVRE
O movimento de queda livra é bastante interessante, pois demonstra
a aceleração dos corpos, quando submetidos a uma queda, a partir de uma
velocidade inicial nula. A partir daqui, sempre que tratarmos do movimento de
um corpo no espaço, faremos menção a uma aceleração em particular, a aceleração
da gravidade g. Fundamental na teoria de Newton, ela será a responsável por
fazer maçãs caírem na cabeça das pessoas, rolarem ladeira abaixo ou evitarem que
folhas de papel voem com o vento. Interessante como a maçã é figura marcante
em dois ramos tão distintos do pensamento humano.
A queda livre dos corpos foi um dos temas mais abordados por Galileu, o
famoso experimento da que de dois corpos, um mais pesado que o outro, tentava
demonstrar que a velocidade de queda de dois corpos não depende das massas
deles. Isso quer dizer que se largados ambos à mesma velocidade inicial, nula,
por exemplo, seus tempos de queda não seriam influenciados pela massa de seus
corpos. Era um pensamento arrojado para a época, não é muito intuitivo, para
falar a verdade.
v(t) − v
( t − t0 ) = a 0 (1.25)
2
v ( t ) − v0 1 v ( t ) − v0
x ( t ) − x0 v0
= + a (1.26)
a 2 a
v 2 ( t ) − v02
=
2a
Ou também:
35
UNIDADE 1 | CINEMÁTICA
v 2 = v02 + 2a∆x
36
TÓPICO 2 | CINEMÁTICA UNIDIMENSIONAL
v 2 = v02 + 2 g ∆y (1.28)
vy
= 2 g ∆y (1.29)
Torricelli foi um pensador importante para física e por vezes parece pouco
lembrado, é importante conhecer um pouco da pessoa por trás do ícone. Além da
contextualização temporal, que pode lhe ajudar a entender os conceitos sob a
ótica contemporânea ao cientista, também pode lhe servir de ferramenta futura,
na prática docente. Você pode discutir experimentos e invenções sob o prisma
das demandas tecnológicas da sociedade, por exemplo. Quais as razões que
impulsionaram o desenvolvimento de determinado campo de pesquisa, em um
determinado momento da história, em detrimento de outros campos de pesquisa?
Por que tal assunto estava em voga? Como se estabeleceu o raciocínio que levou
à solução do problema. Tudo isso faz parte da física, inserir o desenvolvimento
científico no tecido político-social da história.
DICAS
Muito bem, agora você conhece a lenda da queda dos corpos, da torre de
Pisa, conheceu a formalização das da ideia proposta por Galilei e desenvolvida
por Torricelli. Vamos seguir para uma rápida revisão desse e dos demais assuntos
abordados nesse tópico.
37
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Relembramos que esta horária da posição guarda uma íntima relação com a
equação da reta e por isso obtemos sucesso com a descrição do movimento
retilíneo uniforme MRU, devido à similaridade entre esta e aquelas para a
posição e suas derivadas.
38
AUTOATIVIDADE
1 Imagine uma partícula que se move de acordo com a equação x(t) = 2,0 + 5,0t.
Qual é a posição inicial da partícula, qual é a sua velocidade?
2 Imagine uma partícula que se move de acordo com a equação x(t) = 2,0 + 5,0t + 10t2.
Calcule a velocidade da partícula. Calcule também a aceleração dela.
4 Imagine que um carro está em movimento em uma pista e sua posição varia
de acordo com a equação x(t) = 100 + 2t + 10t2, note que o deslocamento é
medido em metros, ou seja [x(t)] = m. Realize uma análise dimensional em
cada um dos termos da equação x(t), discutindo-os brevemente e calcule sua
posição após cada um dos primeiros 5 s de deslocamento. Calcule então a
expressão para a velocidade v(t)do carro e compare a análise dimensional de
cada termo dessa nova equação com os dos termos anteriores, calcule também
a velocidade em cada um dos primeiros 5 s após o início do deslocamento.
Por fim apresente a expressão para a aceleração a(t) do carro, assim como
a discussão da análise dimensional de cada um de seus termos e os valores
para os primeiros 5 s.
39
40
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Aqui abordaremos um tratamento geométrico na descrição do movimento
de corpos no espaço. Quando um corpo se move em uma dimensão dizemos
que ele realiza um movimento retilíneo, quando ele se move em duas dimensões
perceberemos um movimento no plano formado pelas duas direções nas quais
ele se move. Um movimento em três dimensões ocorre no espaço. O corpo sobe
e desce, vai e volta e passa pela nossa frente, ou atrás de nós. Você verá que a
discussão do movimento de um corpo, seja a velocidade constante ou com alguma
aceleração é uma generalização de tudo aquilo que já discutimos anteriormente,
para as três dimensões espaciais. Alguns termos serão acrescentados, mas no fim
você perceberá que poderá reescrever um movimento no plano ou no espaço
como dois ou três movimentos unidimensionais.
2 DESCRIÇÃO GEOMÉTRICA
Uma vez se movendo no plano, ou no espaço, precisaremos aplicar a
descrição vetorial para a posição, velocidade e aceleração do corpo. É preciso
considerar separadamente os movimentos, pois eles podem ocorrer de diferentes
formas em cada direção.
→
r ( t ) = x ( t ) iˆ + y ( t ) ˆj + z ( t ) kˆ (1.30)
→ d→ d d d
v ( t ) =r =x ( t ) iˆ + y ( t ) ˆj + z ( t ) kˆ (1.31)
dt dt dt dt
= vx ( t ) iˆ + v y ( t ) ˆj + vz ( t ) kˆ
41
UNIDADE 1 | CINEMÁTICA
Cada direção terá uma equação de posição específica, que pode variar
com o tempo de uma forma distinta das demais. A velocidade desse corpo no
espaço será definida como a taxa de variação da posição, isso também inclui o
tratamento diferencial para cada direção. Essa variação será dada com o tempo:
→ d→ d d d
a ( t ) == v vx ( t ) iˆ + v y ( t ) ˆj + vz ( t ) kˆ (1.32)
dt dt dt dt
= ax ( t ) iˆ + a y ( t ) ˆj + az ( t ) kˆ
FONTE: O autor
42
TÓPICO 3 | CINEMÁTICA BIDIMENSIONAL E TRIDIMENSIONAL
FONTE: O autor
3 LANÇAMENTO OBLÍQUO
O lançamento oblíquo ocorre quando um objeto é arremessado de
soslaio, ou seja, com alguma angulação não perpendicular em relação ao solo.
Um exemplo comum quando pensamos em lançamentos oblíquo de objetos é o
lançamento balístico.
43
UNIDADE 1 | CINEMÁTICA
Quando lidamos com um movimento assim temos que nos lembrar que se
trata de um movimento no plano, pelo menos, e não mais sobre a reta. É preciso
tratar o problema vetorialmente, pois há um movimento ocorrendo no espaço.
DICAS
25
20
y (t) (m)
15
10
0
0 0.5 1 1.5 2
t (s)
FONTE: O autor
44
TÓPICO 3 | CINEMÁTICA BIDIMENSIONAL E TRIDIMENSIONAL
Observe o gráfico acima. Ele apresenta a curva descrita por um objeto que
se move no plano a sua frente, perpendicular a sua linha de visada. O objeto realiza
um movimento parabólico, de concavidade para baixo, sob a ação da aceleração
da gravidade −g. Como vamos inicialmente associar o eixo y à altura e o eixo x à
largura de nosso campo de visada, vamos reescrever a equação (1.23) como:
1 2
y ( t ) =y0 + v0 , y + gt . (1.33)
2
d d 1
(
v y t y ; max =) dt
(
y t y ; max = )
dt
y0 + v0 , y t − g t 2 = 0;
2
(1.34)
= v0 , y − g t = 0
v0; y
t y ; max = .
g
2
v0; y 1 v0; y
(
y t y ; max ) y0 + v0 , y
=
g
+ g
2 g
(1.35)
2
1 v0; y
= y0 + .
2 g
45
UNIDADE 1 | CINEMÁTICA
→
r ( t ) x ( t ) iˆ + y ( t ) ˆj
= (1.36)
x ( t=
) x0 +v0; xt (1.37)
0.8 0.8
0.6 0.6
y(t) (m)
y(t) (m)
0.4 0.4
0.2 0.2
0 0
0 0.5 1 1.5 2 0 0.5 1 1.5 2
t (s) t (s)
FONTE: O autor
46
TÓPICO 3 | CINEMÁTICA BIDIMENSIONAL E TRIDIMENSIONAL
vx ( t ) = v0, x (1.39)
v y (=
t ) v0, y − gt
→
) →v=0 v0 , xiˆ + v0 , y ˆj
v ( t0= (1.40)
→
v0 , x = v0 cosθ (1.41)
→
v0 , y = v0 sin θ
vx ( t ) = v0 cosθ (1.42)
v y ( t ) v0 sin θ − gt
=
0.8
0.6
0.4
0.2
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
FONTE: O autor
47
UNIDADE 1 | CINEMÁTICA
x ( t=
) x0 + [v0 cosθ ]t (1.43)
1 2
y (t ) =
y0 + [v0 sin θ ]t − gt
2
x (t ) 1 1 2
= [v0 senθ ] − gt (1.44)
y ( t ) [v0 cosθ ]t 2
1 gt 2
= tan θ −
2 v0 (cosθ )2
1 x ( t ) gt
=y ( t ) x ( t ) tan θ − (1.45)
2 v0 cosθ
1 x (t ) g
2
= x ( t ) tan θ −
2 v02 (cosθ )2
1 x2 g (1.46)
=y x tan θ −
2 v02 (cosθ )2
48
TÓPICO 3 | CINEMÁTICA BIDIMENSIONAL E TRIDIMENSIONAL
v0 sin θ
tm = (1.47)
g
E isso quer dizer também que para a trajetória (1.49) a altura máxima fica:
2
v sin θ 1 v0 sin θ
=ym v0 senθ 0 − g (1.48)
g 2 g
2 2
1 v0 sen θ
=
2 g
1
− gt 2 + v ( t0 senθ ) t =0 (1.49)
2
DICAS
49
UNIDADE 1 | CINEMÁTICA
um projétil, construído com o auxílio do Polietileno tereftalato, mais conhecido sob a forma
de garrafas PET. É um experimento de baixo custo e acessível a qualquer professor e aluno e
também uma ótima forma de demonstrar os conceitos que você estudou até aqui.
50
TÓPICO 3 | CINEMÁTICA BIDIMENSIONAL E TRIDIMENSIONAL
51
UNIDADE 1 | CINEMÁTICA
→
FIGURA 25 – VETOR DESLOCAMENTO dr.
1
0.8
0.6
y
0.4
0.2
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
r x
FONTE: O autor
→
→
Vetores de modo que lim
→ r + ∆r . Isso nos impõe a condição de que
→ dr →0
dr . Aqui você não esquecer da relação:
tan dθ = →
r
sin dθ
tan dθ = ; (1.50)
cos dθ
sin dθ dθ
θ lim
lim tan= θ θ
= = d=
dθ → 0 dθ →0 cos dθ 1
d→ d →
r= →
v= θ r= ω →
r;
dt dt
d2 → d→ → d 2 →
= a= 2 θ r= α →
2
r= v r.
dt dt dt
52
TÓPICO 3 | CINEMÁTICA BIDIMENSIONAL E TRIDIMENSIONAL
um vetor pelo mesmo motivo que θ não é um vetor, ela tem uma função diferente.
→ →
Ela conecta o vetor r à velocidade v com que o deslocamento dr→, ou dθ, ocorre. A
terceira linha apresenta uma informação com a qual trabalharemos mais adiante.
→
Com a aplicação direta de mais uma diferenciação ao vetor r obtemos uma relação
→ →
entre a aceleração a e o próprio vetor r. através agora da aceleração angular α.
Novamente, observe que α também não é um vetor, mas sim um escalar que tem
→ →
a função de conectar o vetor r à taxa com a qual sua velocidade v se altera com o
tempo.
Vamos então agora tratar de aprofundar um pouco o trataremos
dispensado às novas grandezas apresentados acima. Obviamente, a hélice leva
um determinado tempo para varrer o ângulo θ qualquer e essa taxa de variação é
então definida como a velocidade angular média ω, da seguinte forma:
∆θ
ω= (1.52)
∆t
∆θ dθ
=ω lim
= . (1.53)
∆t →0 ∆t dt
ω dt = dθ ; (1.54)
t θ
∫ω dt = θ∫dθ ;
t0 0
θ ( t ) − θ 0 =ω∆t ;
θ ( t ) = θ 0 + ω∆t .
θ ( t=
) θ 0 + ωt .
53
UNIDADE 1 | CINEMÁTICA
∆θ
variação com o tempo, terá a unidade =[ω] = rads/s. É claro que a velocidade
∆t
angular também pode variar com o tempo, teríamos também uma nova taxa de
variação associada à aceleração angular α.
ar = −ω 2 r ; (1.55)
2
d
= −r θ ;
dt
ω 2r 2
= −r ;
r2
v2
= − .
r
54
TÓPICO 3 | CINEMÁTICA BIDIMENSIONAL E TRIDIMENSIONAL
at = α r ; (1.56)
d
= r ω;
dt
1 d
=r v ;
r dt
d
= v
dt
→
a ar rˆ + atθˆ.
= (1.57)
∆ω (1.58)
α=
∆t
55
UNIDADE 1 | CINEMÁTICA
∆ω d d2
α lim = =
= ω θ. (1.59)
∆t →0 ∆t dt dt 2
α dt = d ω ; (1.60)
t ω
∫α dt = ∫ dω ;
t0 ω0
56
TÓPICO 3 | CINEMÁTICA BIDIMENSIONAL E TRIDIMENSIONAL
ω ( t ) − ω0 =α∆t ;
ω ( t ) = ω0 + α∆t .
ω ( t=
) ω0 + α t. (1.61)
57
UNIDADE 1 | CINEMÁTICA
3.5
2.5
ω(t) (rad/s)
1.5
0.5
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
t (s)
FONTE: O autor
dθ = ω dt ; (1.62)
θ t
∫dθ = ∫ω dt ;
θ0 t0
t
θ ( t ) − θ=
0 ∫ ω 0 + α t dt ;
t0
t t
θ ( t ) − θ=
0 ω0 ∫dt + α ∫tdt ; θ ( t ) − θ 0= ω0 ( t − t0 ) + 1 α ( t − t0 )2 .
t0 t0 2
1
θ ( t ) =θ 0 + ω0t + α t 2 . (1.63)
2
Lembrando que esse resultado também pode ser alcançado pela dupla
integração direta da equação (1.59), o que é, indiretamente, exatamente o que
acabamos de fazer, ou seja, para uma partícula que prossiga em um movimento
circular uniformemente variado, o ângulo varrido se altera quadraticamente
com o tempo. Realizando as devidas alterações e comparando a equação (1.63)
58
TÓPICO 3 | CINEMÁTICA BIDIMENSIONAL E TRIDIMENSIONAL
à equação (1.24), é possível perceber que ela também guarda uma relação íntima
com a equação da parábola.
ω − ω0
( t − t0 ) =α .
7 MOVIMENTO RELATIVO
Até esse momento estudamos o movimento de um corpo no espaço, em
relação a um sistema de referências, mas o que acontece se um sistema de referência
se move em relação a outro sistema de referência? Como seria possível descrever
a posição de um corpo que se move em um sistema de referência, em termos
das coordenadas espaciais referentes ao outro sistema de referência? É disso que
trataremos nessa seção. Como tratar um problema de movimento relativo.
59
UNIDADE 1 | CINEMÁTICA
FONTE: O autor
Uma vez que cada vetor posição pode ser escrito como a equação (1.30),
teremos:
x = x′ + x0 ; y = y ′ + y0 ; z = z ′ + z0 . (1.67)
60
TÓPICO 3 | CINEMÁTICA BIDIMENSIONAL E TRIDIMENSIONAL
Suponha que uma partícula, cuja posição relativa aos dois referenciais
seja inicialmente o ponto P, move-se com o tempo, até um outro ponto qualquer
→
→
no espaço. Diremos que a taxa de variação do vetor posição r , e dos vetores r ' e
→
r0 , com o tempo pode ser escrita como:
d→
→ d → d →
=v = r r ′ + r0 . (1.68)
dt dt dt
v=
x vx' + v0 , x ; (1.70)
v=
z vz ' + v0 , z .
v=
y v y ' + v0, y ;
→ d → d → ' d →
=a = v v + v0 , (1.71)
dt dt dt
a=
y a y ' + a0 , y ;
a= az ' + a0 , z .
DICAS z
61
UNIDADE 1 | CINEMÁTICA
LEITURA COMPLEMENTAR
Lá, uma equipe liderada pelo físico Cecil Powell empregava as chamadas
emulsões nucleares para o estudo da física nuclear e dos rachapas fotográficas
especiais, fragmentos ainda desconhecidos da matéria. Eles seriam produzidos,
a dezenas de quilômetros de altitude, pelo choque de partículas ultraenergéticas,
os chamados raios cósmicos, contra núcleos atômicos que formam a atmosfera.
Essas colisões, que podem atingir energias milhões de vezes superiores àquelas
produzidas nos mais modernos aceleradores de partículas, causam um tipo
de cascata, o chamado chuveiro aéreo extenso, que pode varrer quilômetros
quadrados do solo, contendo bilhões de partículas, principalmente elétrons,
múons e neutrinos. Lattes era jovem, como muitos dos físicos que formavam a
equipe de Powell. Porém ele tinha, pelos menos, dois diferenciais a seu favor:
i) Boa formação teórica, principalmente devido a seu contato com Gleb Wataghin e
Mário Schenberg na graduação e durante um curto período de pesquisa depois
de formado (corrobora essa afirmação o depoimento de um dos integrantes
da equipe de Powell, que, mais tarde, recordou que seu primeiro contato com
alguns conceitos da mecânica quântica se deu através de conversas com Lattes
e Ugo Camerini, outro brasileiro que, pouco depois, se juntaria à equipe do
H.H. Wills);
ii) Treinamento, na Universidade de São Paulo (onde se formou em 1943, aos 19
anos), na análise de chapas fotográficas aplicadas ao estudo de raios X, dado
pelo físico italiano Giuseppe Occhialini, que passou uma temporada no Brasil
e, logo após o fim da Segunda Guerra, foi trabalhar com Powell, em Bristol.
Lattes contou que foi o único aluno desse curso.
De teórico a experimental
63
UNIDADE 1 | CINEMÁTICA
→ C12 + n). O objetivo inicial de Lattes (e isso é importante ressaltar) era medir a
energia e o momento de nêutrons cósmicos a partir da reação na qual um núcleo
de boro 10 gera duas partículas alfa e um trítio (n + B10 → He4 + He4 + H3).
64
TÓPICO 3 | CINEMÁTICA BIDIMENSIONAL E TRIDIMENSIONAL
Ida a Chacaltaya
Mésotron ou Píon?
Estes artigos, além dos primeiros daquele ano, tiveram um grande impacto
internacional. O que passou a ser conhecido como méson pi (o nome foi dado por
Powell) havia sido previsto ainda em 1935 pelo físico japonês Hideki Yukawa.
Descobri-lo implicava explicar um problema relativamente simples - visto através
da perspectiva de hoje –, mas – até então um mistério para a Física: por que o núcleo
dos átomos é estável, coeso – em outras palavras, explicar por que os prótons, que
têm carga elétrica positiva, não se repelem, explodindo o núcleo.
65
UNIDADE 1 | CINEMÁTICA
Com a repercussão dos primeiros artigos daquele ano, Lattes foi convidado
para fazer palestras na Suécia e na Dinamarca. Assistentes de Niels Bohr haviam
visitado Bristol para tomar ciência do que estava acontecendo por lá (segundo
Lattes, eles devem ter percebido que o cálculo da relação da massa do píon e
do múon estava a cargo dele). Na Dinamarca, Bohr convidou o brasileiro para
uma conversa em sua residência. Segundo Lattes, Bohr aconselhou-o a ir para os
Estados Unidos, pois “lá as coisas estavam quentes”.
66
TÓPICO 3 | CINEMÁTICA BIDIMENSIONAL E TRIDIMENSIONAL
A detecção artificial Lattes apostou que, com alguma sorte, píons poderiam
ser produzidos no acelerador de Berkeley, cujo feixe de partículas alfa chegava a 380
MeV, ou seja, 95 MeV por núcleon. Isso era insuficiente para a produção de píons,
mas o brasileiro apostou que, com a energia interna do núcleo (a chamada energia de
Fermi), seria possível, com alguma sorte, produzir píons. E ele estava certo.
67
UNIDADE 1 | CINEMÁTICA
68
TÓPICO 3 | CINEMÁTICA BIDIMENSIONAL E TRIDIMENSIONAL
Certa vez, um jornalista disse que Lattes era “o nosso herói da Era Nuclear”
do pós-guerra, de uma época em que a Física era a grande vedete da Ciência.
Caracterização benfeita. Foi o nome de Lattes e suas descobertas que possibilitaram
a fundação, em 1949, do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), no Rio
de Janeiro. A reboque do CBPF, veio praticamente toda a estrutura político-
administrativa da Ciência no Brasil, começando pelo CNPq, poucos anos depois.
Quase um ano depois da morte de Lattes – e mesmo sem o Nobel que muitos
almejam para o Brasil -, todos aqueles envolvidos com a Ciência neste país, de
funcionários e estudantes a pesquisadores e políticos, de linguistas a astrofísicos,
de norte a sul, de leste a oeste, deveriam refletir uns poucos instantes sobre quem
foi Lattes e o que ele fez pelo Brasil. Assim, certamente haverá esperança de que
este país siga rumo àquilo que esse grande cientista – que também foi um grande
ser humano – sempre quis para o povo brasileiro: justiça social, independência
política e grandeza cultural.
Referências
70
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
71
AUTOATIVIDADE
4 Calcule a altura máxima atingida por uma esfera de ferro, lançada a 20o de
inclinação, com o solo, se o módulo de sua velocidade inicial é dado por
v0 = 200 m/s. Você pode considerar g =10 m/s/s.
72
a) ( ) O MCU é um tipo de movimento no espaço cujas equações que o
descrevem guardam uma relação de analogia com o MRU.
b) ( ) O grau é a unidade angular que adotamos para a realização dos cálculos
do MCU.
c) ( ) O movimento circular uniforme não envolve nenhuma relação com
→
vetores de velocidade v .
d) ( ) A velocidade angular tem unidades de rad/s e poderia ser interpretada
como uma contagem de ângulo varrido por unidade de tempo.
e) ( ) Para que haja uma aceleração angular α atuando sobre um corpo em
MCU não é necessário que o vetor de velocidade v seja alterado.
73
74
UNIDADE 2
DINÂMICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em dois tópicos. No decorrer da unidade, você en-
contrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
75
76
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, falaremos sobre o movimento em sua origem. A causa do
movimento de um corpo reside na aplicação sobre este de uma força, de contato
ou de ação a distância. Veremos que para alterar o estado de movimento de um
corpo devemos gerar sobre este uma alteração em sua quantidade de movimento,
ou momento linear. Discutiremos a noção geométrica de soma de forças de um
corpo em equilíbrio, ou seja, quando a soma resultante das forças que atuam sobre
um corpo é nula. Esse problema é bastante empregado no setor de engenharia e
na construção civil, por exemplo.
77
UNIDADE 2 | DINÂMICA
2 A MECÂNICA NEWTONIANA
A dinâmica é a área da mecânica que trata da origem do movimento.
Esse conceito evoluiu com o passar do tempo e foi inicialmente endereçado por
Aristóteles, na Grécia, aproximadamente 350 a.C. Ele acreditava que, para entrar
em movimento, um corpo precisa estar sujeito à ação daquilo que atualmente
chamaríamos de uma força, o que até hoje faz sentido, porém Aristóteles
acreditava que também para mantê-lo em movimento era necessário submetê-lo
a uma força constante, durante todo o movimento, o que não faz mais sentido nos
dias de hoje.
DICAS
78
TÓPICO 1 | DINÂMICA E SEUS PRINCÍPIOS
79
UNIDADE 2 | DINÂMICA
DICAS
Todos nós temos uma noção intuitiva do que significa a ação de uma
força. Na infância, quando um colega nos empurrava ou nos chocávamos contra
alguma pessoa, sentíamos os efeitos de empurrões e trombadas em nossos corpos.
Se você já teve que ajudar um colega a empurrar seu carro pifado, sabe muito
bem o que significa aplicar uma força sobre um objeto.
80
TÓPICO 1 | DINÂMICA E SEUS PRINCÍPIOS
F = ma (2.1)
81
UNIDADE 2 | DINÂMICA
Perceba que a equação (2.1) apresenta uma formulação escalar, pois ainda
não estamos interessados nas direções e sentidos que estarão envolvidos, mas
considerando que Sísifo devia empurrar a pedra para frente e morro acima, você
já deve ter notado que a força é uma grandeza vetorial.
Newton foi tão importante na formulação teórica que adotamos até hoje
para o tratamento da força, que dá seu nome à unidade escolhida para representá-
la. O reconhecimento e homenagem a ele prestados se dão devido ao trabalho
publicado no livro Princípios matemáticos da filosofia natural, do Latim Philosophiae
naturalis principia mathematica, com primeira edição publicada ainda no século
XVII. Nele, Newton apresenta a fundamentação teórica para suas três leis do
movimento dos corpos, que são referenciadas de forma enumerada e se tornaram
homônimas a ele.
3 EQUILÍBRIO DE FORÇAS
Como definimos intuitivamente antes, a força é uma grandeza vetorial
e como um vetor pode ser somado geometricamente no espaço. Considere, por
exemplo, um grupo de leoas que ataca um gnu, digamos três ou quatro de uma
vez só, uma à frente, outras duas de cada lado e um puxa o animal pelo rabo. Cada
uma delas arrasta a presa para seu lado, para baixo, talvez para cima, dependendo
da geografia do terreno. Cada uma delas aplica uma força. Considerando-se a
soma de forças N envolvidas, o gnu tenderá a ser deslocado na direção e sentido
da força resultante. Observe a equação a seguir:
→ →
→ →
→
FR= F1 + F2 + F3 + …+ FN (2.2)
Mas e se todas elas, por algum motivo, puxam o bicho com a mesma
força e em direções opostas, teremos então, embora sob a ação de quatro forças
distintas e um sofrimento dilacerante, a tendência de manter-se imóvel. Eis então
o conceito de equilíbrio de forças. Vejamos a seguir uma formulação a respeito:
82
TÓPICO 1 | DINÂMICA E SEUS PRINCÍPIOS
→
→ → →
→
F1 + F2 + F3 + …+ FN = 0. (2.3)
Note→
que após a soma das N forças envolvidas, a soma resultante é o
vetor nulo 0 . Você pode pensar nisso também como um cabo de guerra entre N
equipes de puxadores. Além de ser uma analogia válida, o cabo de guerra parece
um exemplo bem mais divertido e agradável. Considerando a equação (2.1), pode-
se notar que essa somatória de forças que resulta em um vetor nulo representa
uma posição estática do corpo sobre o qual se aplicam as forças. Embora N seja
aplicada, a somatória
→ →
delas é zero, o que implica que o corpo não está submetido
a uma aceleração a = 0.
4 PRINCÍPIO DA INÉRCIA
O princípio da inércia é um cânone da física clássica, a partir do qual
construiremos nosso entendimento da dinâmica dos corpos. A inércia dos corpos
é representada pela massa dos mesmos e constataremos isso mais adiante,
quando tratarmos do conceito de quantidade de movimento, sua importância
para o entendimento da relação entre a força aplicada a um corpo e aceleração
que este adquire. Veremos, a seguir, as três leis que esquadrinham as bases para
o tratamento da dinâmica dos corpos.
5 LEIS DE NEWTON
Agora, focaremos nossa atenção nas três leis enunciadas por Newton,
que estabelecem os conceitos mais fundamentais da dinâmica que contribuem
massivamente para a realidade onde vivemos fazer sentido para nós. Sugiro que
você as interprete com calma e atente para sua simplicidade e, ainda assim, a
complexidade de informações sobre o mundo a nossa volta.
83
UNIDADE 2 | DINÂMICA
1 →
Perceba que como a aceleração pode ser escrita como →
a = F , ou seja,
→ m
o produto entre um escalar 1 e um vetor F, continua sendo representada por
m
um vetor:
→
→
d → d →
F ma
= =
dt
( mv=) dt
p, (2.5)
→ → →
em que a grandeza p = mv. A grandeza p é então definida como
quantidade de momento, ou momento linear, de uma partícula ou corpo de
massa m. Observando a equação (2.5), concluímos que para alterar o estado
de movimento, ou quantidade de movimento, de uma partícula de→massa m é
necessário atuar sobre ela com uma força proporcional de módulo |F|. Perceba
como essa expressão encerra em si o conceito de inércia, discutido anteriormente.
84
TÓPICO 1 | DINÂMICA E SEUS PRINCÍPIOS
→ 1 → → → →
→
=rcm
M
( m1r1 + m2 r2 + m3 r3 + m1r1 + + mN rN ) ; (2.7)
N
1 →
=
M ∑m r .
i =1
i i
DICAS
Para uma leitura mais focada nas aplicações desse conceito em termos de
ensino, sugerimos a leitura do trabalho “Um foguete de garrafas PET”, de autoria de J. A. Souza
(2007), pulicado na Revista Física na Escola. Nele, o autor sugere a confecção de foguetes
feito com garrafas plásticas. Temas como propulsão, aerodinâmica, estabilidade, lançamento,
variação do momento pela alteração da velocidade e da massa são discutidos e podem
proporcionar inspiração. Disponível em: <https://bit.ly/2IVlMU1>.
85
UNIDADE 2 | DINÂMICA
a) b)
FONTE: Disponível em: <goo.gl/Dzf4J9>. Acesso em: 9 mar. 2018.
6 LEIS DE CONSERVAÇÃO
Vamos agora adentrar em um aspecto muito importante da interpretação
física da realidade, de fato uma das principais ferramentas para a realização de tal
descrição. As leis de conservação se mostrarão daqui para frente como princípios
fundamentais para o determinismo relacionado à mecânica clássica. Elas consistem
na conservação de determinada grandeza, uma espécie de preservação de uma
quantidade específica, quando avaliada antes e depois de dois eventos distintos.
86
TÓPICO 1 | DINÂMICA E SEUS PRINCÍPIOS
DICAS
Para uma leitura mais focada nas aplicações desse conceito em termos de
ensino, sugerimos a leitura do trabalho “Os princípios fundamentais ao longo da história da
física”, de J. P. Baptista (2006), pulicado na Revista Brasileira de Ensino de Física. Nele, o autor
trata alguns dos princípios de conservação mais aplicados nas ciências naturais. A leitura é
válida, pois fornece uma perspectiva a respeito da discussão aqui abordada. Disponível em:
<https://bit.ly/2IEEsIF>.
→
→ →
→
→
→
pi =
p1;i + p2;i =
+ p1; f + p2; f =
pf (2.9)
87
UNIDADE 2 | DINÂMICA
→ →
e note que, apesar de termos a possibilidade das desigualdades p1; f ≠ p1;i
→
→
e p2; f ≠ p2;i , o que significa que há uma variação de momento linear de um corpo
específico, é imperativa a igualdade ∆→
p1 = −∆→
p2 . Eis aí, mais uma interpretação
matemática da conservação do momento linear.
Você pode entender essa igualdade da seguinte forma: ela diz que a variação
do momento linear associado à partícula (1) é igual à variação de momento linear
associado à partícula (2), o sinal negativo (-) indica que a perda de momento em
um corpo é traduzida como o ganho de momento em outro. São variações opostas.
Imagine agora se considerarmos essa variação de momento linear, das duas
partículas, dentro de um determinado intervalo de tempo. Isso pode ser investigado
com o auxílio equação (2.11):
→ →
∆p1 ∆p2
= − . (2.11)
∆t ∆t
→
Se tomarmos o limite lim ∆p = d →
p , poderemos reescrever a equação
∆t →0 ∆t dt
(2.11) como:
d → d →
p1 = − p2 ; (2.12)
dt dt
d → → →
dt
( p1 + p2 ) = 0.
88
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Newton foi o autor da teoria que aplicamos ainda hoje, em áreas que vão do
estudo e ensino da física, ao planejamento das estruturas mais diversas no
campo da engenharia.
89
AUTOATIVIDADE
→
( )
) FR 10 1iˆ − 1 ˆj N.
a) ( =
3
→
( )
) FR 103 3iˆ + 3 ˆj N.
b) ( =
→
( )
) FR 106 1iˆ − 1 ˆj N.
c) ( =
90
→ 5
(ˆ ˆ )
) FR 10 3i + 3 j N.
d) ( =
→
( )
) FR 300iˆ + 300 ˆj N.
e) ( =
91
contra o cinto de segurança do carro são exemplos da ação e reação de
Newton. Recordando nossa discussão anterior, a respeito da ação e reação,
considere as seguintes afirmações e classifique-as como verdadeiras (V) ou
falsas (F):
92
UNIDADE 2 TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, discutiremos algumas aplicações do conceito de força. Para
isso é necessário introduzir uma técnica de avaliação da dinâmica dos corpos
muito importante para a discussão e resolução de problemas de mecânica.
Chamamos essa técnica, que consiste em traçar vetorialmente as forças envolvidas,
de diagrama de forças. Imagine que cavalos puxam uma carroça, carregada por
uma determinada distância, em um terreno lamacento. Começaremos discutindo
a força gravitacional, a mais abrangente de todas as forças descritas classicamente.
Seguiremos então para uma discussão a respeito do peso dos corpos, uma
consequência da força gravitacional. Falaremos da força normal às superfícies
em que pousamos objetos. Ainda discutiremos os efeitos do atrito, do arrasto
e das forças resistivas. Em contraste às forças resistivas, discutiremos as forças
reparadoras, associadas à restauração de energia em sistemas massa-mola.
Tratando de corpos mergulhados em fluidos discutiremos o empuxo.
2 O DIAGRAMA DE FORÇAS
Na Figura 4 (a), apresentamos uma obra do pintor belga François Backvis
(1857-1926), intitulada Four horses pulling a wagon loaded with trees through a winter
landscape; ou Quatro cavalos puxando uma carroça carregada com árvores através de
uma paisagem de inverno, numa tradução literal. Quatro cavalos, como o próprio
nome diz, puxando uma carroça com algumas toras de madeira, sobre um terreno
recentemente submetido à neve. É possível imaginar que a carroça se encontrava
atolada no momento retratado.
93
UNIDADE 2 | DINÂMICA
FIGURA 4 – (A) FOUR HORSES PULLING A WAGON LOADED WITH TREES THROUGH A WINTER
LANDSCAPE. POR FRANÇOIS BACKVIS, EM 1851; (B) DIAGRAMA DE FORÇAS
a) b)
Com isso em mente, vamos agora, por meio da Figura 4 (b), intervir na obra
de Backvis, apresentando as principais forças em ação sobre a carroça. O primeiro
passo é estabelecer um sistema de referência, como padrão de comparação de
nossas observações. Aqui associaremos x para a horizontal e y para a vertical.
Obviamente esta é uma convenção, das mais comuns, e você poderá encontrar
outros tipos de convenções, previamente estabelecidas, em outras ocasiões.
94
TÓPICO 2 | APLICAÇÕES DO CONCEITO DE FORÇA
A ideia aqui é que você possa agora escrever o vetor de força resultante
como uma soma vetorial de suas duas projeções, como na equação (2.14). Ao
fazer isso, você pode analisar o problema separadamente, em cada direção. Isso
facilita os cálculos, pois acaba reduzindo o número de forças em cada direção
e consequentemente simplifica →
o problema. Note
→
que escolhemos utilizar as
duas notações para vetores, F para o diagrama e F a análise matemática. Tente se
habituar às duas notações.
Note que como pode ser projetado nas duas direções, a equação (2.4)
impõe um vetor aceleração que também deve ser projetado nos dois eixos, daí
ax. Se tomarmos apenas os módulos dos vetores de força e aceleração, teremos:
max ;
Fx − Fat = (2.16)
→
Na direção y, temos as forças peso P e a projeção vertical da força resultante
→
dos cavalos Fy :
Fy P ma y ;� (2.17)
Ou na forma escalar:
ma y ;
Fy − P = (2.18)
95
UNIDADE 2 | DINÂMICA
3 FORÇA GRAVITACIONAL
O mito criado ao redor de Newton sugere um dia no pomar, um passeio
entre as macieiras e um incidente frutífero. Verídica ou não, essa fábula fomenta
também a mitologia. A obra de Isaac Newton é um divisor de águas na história
da Física e da Ciência. O conceito por trás daquele mito é mais importante que a
verdade dos fatos. Segundo ele, Newton teria comparado a relação que a Terra
tem com a lua e sua órbita, àquela entre a Terra e uma maçã, que cai do galho
quando madura.
Imagine que ele pode ter pensado que tanto a Lua quanto a maçã estão
sendo atraídas em direção à Terra. Newton pode ter imaginado que, como os três
objetos possuem massa, a força que as atraia poderia estar relacionada a isso, e que
como deveria ser necessária mais força para mover corpos mais massivos, talvez
essa força devesse ser proporcional às massas. Ele talvez tenha considerado que
a maçã está mais próxima da superfície da Terra, em comparação com a lua que
está bem mais longe. A maçã caía mais depressa que a Lua, talvez a intensidade da
força ficasse cada vez menor quanto maior fosse a distância entre os corpos. E com
certeza seria necessário calcular uma constante de proporcionalidade. Talvez tenha
sido assim, talvez não, mas a expressão para a força gravitacional tem essa cara:
→ GmM →
FG = − 2 r ; (2.19)
r
→
Aqui ela é apresentada na forma vetorial. Perceba como a força FG é
→
inversamente proporcional à distância r entre as massas. Isso significa que a
intensidade da força é dada sobre a linha que as separa. Para satélites que orbitam
astros, isso significa que a força gravitacional é atrativa e radial. Como M e m
são medidas em kg e [r] = m, G representa uma constante de proporcionalidade
entre a força gravitacional e a razão entre o produto das massas e a distância
entre elas. Ela foi determinada em um experimento realizado pelo físico-químico
francês Henry Cavendish (1731-1810), cujo retrato é apresentado na Figura 5,
folha de rosto da biografia escrita pelo também químico George Wilson (1818-
1859). Nascido em Nice, Cavendish foi o mais velho dos dois filhos de Charles
Cavendish, também físico e dado à experimentação, e Anne Grey, morta
96
TÓPICO 2 | APLICAÇÕES DO CONCEITO DE FORÇA
quando ele ainda tinha dois anos. Sob influência de trabalhos do pai, que era o
administrador do museu britânico no período de sua infância, em áreas como calor,
eletricidade e magnetismo, o jovem Henry cresceu nesse meio. Afinal, o engenho
do experimento não deve ter dado tanto trabalho assim. Henry era conhecido
por realizar medições bastante precisas, principalmente depois que começou a
trabalhar no Royal Greenwich Observatory, o observatório real de Greenwich. Lá,
ele atualizou muitos instrumentos meteorológicos, mas também estimou a massa
da Terra e a composição do ar, além de ter proposto ideias compatíveis com a
teoria de conservação de massa. E, para terminar, foi o autor da descoberta do
hidrogênio.
DICAS
Para uma leitura mais focada na história por trás do cientista francês Henry
Cavendish e como seu trabalho influenciou a história e o desenvolvimento da tecnologia,
sugerimos a leitura do trabalho “Henry Cavendish”, de autoria de J. Wisniak (2004), pulicado
na Revista Educacion Quimica. Nele, o autor discorre minuciosamente sobre a história de
vida, dos primeiros anos, passando pela obra do pesquisador e o legado que ele nos deixou.
Disponível em: <https://bit.ly/2J0D2Ye>.
97
UNIDADE 2 | DINÂMICA
G H P H
G
m M M
P
K
F F
L
E E
A g
m A
S nh D hn S T
T D
W W
B C CB
R R
G G
98
TÓPICO 2 | APLICAÇÕES DO CONCEITO DE FORÇA
a) b)
FONTE: Disponível em: <goo.gl/p3mnWG>. Acesso em: 9 mar. 2018.
99
UNIDADE 2 | DINÂMICA
efeitos da gravitação dos corpos. Através de sua equação mais famosa, ele mostrou
que a gravidade é uma propriedade geométrica desse tecido. É responsável por
curvá-lo na vizinhança de objetos massivos. Einstein mostrou que a energia ou a
massa de um corpo são capazes de gerar fontes gravitacionais e são ambas duas
faces de uma mesma propriedade da natureza. É claro, a relatividade engloba
os resultados da teoria clássica da gravitação, mas podemos dizer que a teoria
de Newton descreve muito bem um caso particular da teoria de Einstein. São
duas formas diferentes de ver o mundo, foram duas ideias que influenciaram
profundamente o mundo.
DICAS
Newton não nos explicou como sua força de ação a distância funciona, ele
apenas demonstrou que sua teoria poderia prever coisas, eventos e acontecimentos.
Einstein, por sua vez, foi além. Em seu trabalho, ele faz uma descrição geométrica
do fenômeno gravitacional, dá substância a essa propriedade, diz como as coisas
se dão. Ele não apenas foi capaz de fazer previsões, como também desvendou o
mecanismo por trás da atração gravitacional.
DICAS
100
TÓPICO 2 | APLICAÇÕES DO CONCEITO DE FORÇA
4 FORÇA PESO
O peso é a manifestação da força que nos mantêm presos à superfície
terrestre, ela deriva da equação a seguir:
P = mg �
. (2.20)
Imagine que você tem uma pedra na mão e deseja calcular a aceleração com
que a força gravitacional a atrairá para o solo quando você a soltar, deixando-a
cair. Como vimos anteriormente, podemos supor que a força gravitacional,
→
→
submetida à segunda lei de Newton, terá a forma Fg = ma , em que m é a massa
→
da pedra que você segurava previamente. O vetor aceleração a, no caso da queda
→
livre, será identificado com o vetor aceleração da gravidade g. Teremos então:
GmM →
→
− 2
r=mg ; (2.21)
r
GmM
− mg ;
= (2.22)
r2
GM
− g
=
r2
GM T
g= − (2.23)
RT2
GM T
g= − . (2.24)
d2
101
UNIDADE 2 | DINÂMICA
9 9.85
8 9.8
7 9.75
│g(d)│ (m/s)
│g(d)│ (m/s)
6 9.7
5 9.65
4 9.6
3 9.55
2 9.5
1 9.45
0x10⁰ 2x10³ 4x10³ 6x10³ 8x10³ 1x10⁴ 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
h (km) h (km)
FONTE: O autor
g=−
( 6.7408 ×10 −11
)(
m 3 kg −1s −2 6 × 1024 kg ) = −9.8742185ms −2
≈ − 9.8ms −2 . (2.25)
( 6.4 ×10 m)
2
6
102
TÓPICO 2 | APLICAÇÕES DO CONCEITO DE FORÇA
DICAS
5 FORÇA NORMAL
A força normal pode ser interpretada como a força de reação que uma
superfície oferece a, por exemplo, o peso de um objeto. →Toda vez que você
→
descansa uma xícara à mesa, sobre ela atua a força peso P = mg , que vimos
anteriormente, e também uma força de reação a esta. Chamamos essa força de
normal, pois ela tem uma direção que coincide com o vetor normal à superfície.
Ela pode ser escrita da seguinte maneira:
→ →
0
N −P= (2.26)
Esta é uma força de contato que aparece entre superfícies e que terá uma
grande importância quando estudarmos mais adiante a dinâmica do movimento
relativo entre essas superfícies. Toda vez que você se apoia contra uma parede
ou uma pilastra, que coloca uma caixa no chão ou pisa no degrau de uma escada,
você causa uma força normal a uma superfície.
FIGURA 9 – (A) VASE A FLEURS, DE CLAUDE MONET, 1882; (B) DIAGRAMA DE FORÇAS
a) b)
FONTE: Disponível em: <goo.gl/LkERVU>. Acesso em: 9 mar. 2018.
103
UNIDADE 2 | DINÂMICA
Para discutir a ação dessa força, vamos considerar a obra Vaso de flores,
do artista francês Claude Monet (1840-1952), apresentado na Figura 9 (a). Em
seu óleo sobre tela, hoje exposto no Courtauld Gallery, em Londres, o pintor
emprega o impressionismo para compor a imagem de um vaso de flores, sobre
o que parece ser uma superfície, como uma mesa ou um balcão. Considerando o
virtuosismo dessa obra para nossa discussão, observe na Figura 10 (b). As forças
→ →
normal N e peso P são ilustradas e atuam em um ponto específico do vaso, ou
pelo menos, onde imaginamos que se encontre o centro de gravidade do vaso. É
nesse ponto que imaginamos, geometricamente, a atuação das forças nos corpos
cujos diagramas desenhamos.
Você sabe que nada acontece quando colocamos um vaso sobre a mesa,
→
a interpretação trazida aqui é que isso ocorre devido à força normal, em que N
mantém o vaso parado na vertical. A força normal é uma força de reação, ela
existe sob condição de um contato entre superfícies. É um assunto interessante,
pois baseia nossa compreensão de como se dá a interface entre dois materiais.
DICAS
6 FORÇA DE ATRITO
O atrito é uma força de oposição ao movimento, ele acontece em situações
em que há duas superfícies se movendo, uma em relação à outra. Se você já tentou
empurrar um objeto pesado, como um armário de madeira maciça ou um guarda-
roupas antigo, sem a ajuda de rodas ou outros facilitadores, sabe que essa tal força
e atrito devem depender, de alguma forma, da massa do objeto. Essa forma de
depender da massa se dá através da força normal (N) à superfície em que o objeto
se encontra. Você sabe que encontraremos algum tipo de constante que também
desempenhe uma função de descritiva da relação entre as superfícies no sistema.
Essa constante é o coeficiente de atrito entre as duas superfícies consideradas.
Observe a equação (2.27):
→
→
Fat ≤ µ N . (2.27)
104
TÓPICO 2 | APLICAÇÕES DO CONCEITO DE FORÇA
a) b)
FONTE: Disponível em: <goo.gl/UmyJ6A>. Acesso em: 9 mar. 2018.
N
= P=
y mg cosθ . (2.28)
ma ;
Px − Fat = (2.29)
mg sin θ − Fat =
ma.
Considerando, por enquanto, que o bonde desce a ladeira com uma certa
aceleração. É claro que podemos reescrever, a partir das forças no eixo y, o peso
mg = N/ cos θ, o que nos deixa como:
sin θ
=Fat N − ma ; (2.30)
cosθ
= N tan θ − ma.
Fat = N µe . (2.31)
106
TÓPICO 2 | APLICAÇÕES DO CONCEITO DE FORÇA
Perceba que µ e = tan θ , isso significa dizer que se colocássemos uma caixa
sobre uma superfície qualquer e começássemos, gradualmente, a aumentar a
inclinação da superfície, o coeficiente de atrito estático seria dado pela tangente
do ângulo limite, em que a caixa ainda permanece estática em relação à superfície,
ou seja, com aceleração nula a = 0. Em outras palavras, quando você aplica uma
força sobre uma caixa, ela não entra em movimento imediatamente, pois há uma
força de atrito resistindo ao movimento. No caso do bonde, representado na
Figura 10, é necessário superar tal força de atrito entre as rodas e os trilhos para
que o bonde entre em movimento.
N µe N tan θ − ma.
= (2.32)
ma
O que implica que µ= c µe − , daí o motivo pelo qual o coeficiente de
N
atrito cinético ser menor que o coeficiente de atrito estático, µ e > µ c . Note que µ e
está relacionado com a resistência que deve ser vencida para colocar um objeto
em movimento, e µ c está relacionado com a resistência que deve ser vencida
para manter um objeto em movimento. Por isso você tem a sensação de que é
mais fácil manter um guarda-roupa em trânsito até sua futura posição definitiva,
do que iniciar esse movimento.
µe = tan θ . (2.33)
107
UNIDADE 2 | DINÂMICA
DICAS
velocidade do objeto, pois é claro que se a sua velocidade for nula, o objeto não se
move e logo não "arrasta" o ar a sua volta. Também é claro que para acelerar o carro
até uma velocidade infinita seria necessária uma quantidade infinita de força.
Obviamente, as propriedades materiais do meio devem influenciar a força
necessária para realizar alguma tarefa. Considere mentalmente, por exemplo, um
pote com mel, que escorrendo até pingar da borda do frasco sobre um pedaço de
bolo ou pão. Agora, compare essa imagem com a de um gole de água que você
bebe direto da garrafa. Água e mel são dois fluidos absolutamente diferentes.
Suas cores, opacidades, cheiros e principalmente viscosidades são bem diferentes.
Parece bastante evidente que uma folha de papel aberta caia no chão muito mais
lentamente que uma folha exatamente igual, mas amassada, quando ambas são
deixadas cair da mesma altura. Então a forma e o tamanho também contam, pela
influência de sua forma e de sua área.
( )
→
− κ1v + κ 2 v 2 vˆ.
Fres = (2.34)
O sinal (ˆ) significa que a força tem a mesma direção do vetor velocidade
e todos os valores dentro dos parênteses têm sinal positivo, pois κ1 e κ 2 são
constantes, que dependem da forma e do tamanho do objeto e também do
tipo de fluido em que ele se encontra, e a velocidade v é dada em módulo. Isso
→
significa que a força resistiva Fres tem a mesma direção, mas se opõe ao sentido da
→
velocidade v. Se você considerar uma esfera acelerada em um fluido, o módulo
da força resistiva que atuará sobre ela é:
F
=res C1rv + C2 r 2 v 2 (2.35)
Imagine que você observe um objeto esférico, digamos uma massa, que
cai bem a sua frente. Considerando esta uma aproximação válida para o caráter
didático, o objeto esférico de massa m é acelerado perpendicularmente em
direção à superfície da Terra, de forma radial, com pela gravidade. Observe a obra
apresentada na Figura 12 (a), do artista surrealista belga René Magritte (1898-
1967), de 1964. Ela é intitulada Le fils de l’homme, ou O filho do homem, em uma
tradução literal, e apresenta uma ilustração muito interessante desse exemplo.
Se aplicarmos aqui o diagrama de fases sem negligenciar a atuação da força de
resistência do vento, teremos algo com o que é apresentado na ilustração da
Figura 12 (b):
110
TÓPICO 2 | APLICAÇÕES DO CONCEITO DE FORÇA
a) b)
FONTE: Disponível em: <goo.gl/9DM6DK>. Acesso em: 9 mar. 2018.
Fres= P= mg . (2.36)
C1rvterm + C2 r 2 vterm
2
mg .
= (2.37)
Ainda sobre a equação (2.35), pode haver dois regimes de forças resistivas
derivadas. Uma derivada das viscosidades envolvidas e outra das pressões às
quais o fluido submete a esfera que o atravessa, em que um dos regimes domina
a interação, seja quando a viscosidade se torna mais importante ou quando a
pressão é o que importa mais. Para maior comodidade, vamos chamar a primeira
situação de regime (I) e a segunda de regime (II). Quando os dois regimes
possuem a mesma parcela de responsabilidade pela força resistiva resultante, ou
seja, quando o regime (I) é tão importante quanto o regime (II), considerando a
equação (2.35), teremos a relação:
111
UNIDADE 2 | DINÂMICA
C1rvterm = C2 r 2 vterm
2
; (2.38)
C1 = C2 rvterm .
C 1
vterm = 2 . (2.39)
C1 r
Para distinguir com mais clareza os regimes (I) e (II), considere uma esfera
metálica em um determinado meio. Perceba que no regime (I), aquele dominado
pela viscosidade do meio, é menos provável que o objeto atinja sua velocidade
terminal. Isso significa que v << vterm e implica mg = C1rvterm . Uma vez que a
massa de nossa esfera pode ser escrita em termos de sua densidade ρ , de modo
4 3
que m = π r ρ , teremos:
3
1 mg
vterm ; I = ; (2.40)
C1 r
1 4 3 g
= πr ρ ;
C1 3 r
1 4 2
= πρ gr .
C1 3
1/ 2
1 mg
vterm ; II = 2 ; (2.41)
C2 r
1/ 2
1 4 g
= π r3ρ 2 ;
C2 3 r
1/ 2
1 4
= πρ gr .
C2 3
112
TÓPICO 2 | APLICAÇÕES DO CONCEITO DE FORÇA
113
UNIDADE 2 | DINÂMICA
100
10
v (m/s)
0.1
0.0001 0.001 0.01 0.1
r (m)
FONTE: O autor
DICAS
8 FORÇA REPARADORA
Vimos anteriormente que a força de atrito se opõe ao movimento de um
objeto de massa m. A força de atrito tenta cessar o movimento do objeto através
da fricção entre as duas superfícies envolvidas. Uma força reparadora utiliza
uma estratégia diferente para tentar restaurar o estado inicial de equilíbrio de
um sistema.
114
TÓPICO 2 | APLICAÇÕES DO CONCEITO DE FORÇA
F =−κ ∆x (2.43)
→
→
F=−κ 3×3 ∆s ; (2.44)
Ou em forma matricial:
115
UNIDADE 2 | DINÂMICA
FONTE: O autor
116
TÓPICO 2 | APLICAÇÕES DO CONCEITO DE FORÇA
117
UNIDADE 2 | DINÂMICA
DICAS
9 FORÇA DE EMPUXO
Se você já tentou alguma vez afundar uma bola cheia de ar, dentro de
uma piscina, já deve ter presenciado a ação do empuxo. O empuxo é uma força
resistiva ao movimento de peculiar interesse para nós. Desse modo, vamos tratá-
la especificamente.
Você já deve ter reparado que quando diferentes materiais são jogados
à água, alguns flutuam e outros afundam imediatamente. A razão dessa
diferenciação de comportamento tem a ver com a relação entre as densidades
do meio e do material, nele atirado. A teorização a respeito é antiga e remonta
períodos de mais de vinte séculos.
118
TÓPICO 2 | APLICAÇÕES DO CONCEITO DE FORÇA
Isso também funciona para dois ou mais líquidos, como por exemplo,
água e óleo de cozinha. Por possuir uma densidade menor, o óleo flutua sobre
a água. Para que flutue, um navio de metal precisa alterar a densidade de sua
composição. Perceba que o metal é mais denso que a água, logo, ele afunda. Mas
quando o projetista imagina um navio com um grande volume, oco, ele está
indiretamente alterando a relação das densidades envolvidas.
119
UNIDADE 2 | DINÂMICA
O diagrama das forças é expresso pela equação (2.47) e pode ser visto na
→ →
Figura 17 (b), que apresenta os vetores de empuxo E e de peso P que atuam sobre
o pato.
(a) (b)
FONTE: Disponível em: <goo.gl/WK6Pjz>. Acesso em: 9 mar. 2018.
→
1 →
=
→
a
m
(
E−P . ) (2.48)
E = mFD a , (2.49)
E = mFD g ; (2.50)
= ρ FDVFD g .
120
TÓPICO 2 | APLICAÇÕES DO CONCEITO DE FORÇA
Ao levantar o objeto dentro da água, você se surpreende que ele seja mais
→
leve ali. Por que ele pesa menos dentro da água? Porque o peso aparente Pap é a
→ →
força resultante da subtração entre o empuxo E e o peso P. O peso aparente é o
quanto aquele objeto pesa, naquele meio, no mesmo campo gravitacional.
DICAS
121
UNIDADE 2 | DINÂMICA
→ 1 qQ → qQ →
=FE = r C 2 r.
4πε 0 r 2
r (2.52)
(a) (b)
FONTE (a): Disponível em: <goo.gl/SS9Nko>; (b) <goo.gl/upY1wZ)>. Acesso
em: 9 mar. 2018.
Embora não seja esse o escopo do livro, talvez seja interessante discutirmos
aqui o conceito de carga elétrica. Assim como a massa, a carga elétrica é uma
propriedade da matéria. Corpos compostos por átomos e elétrons possuem
alguma carga, seja ela positiva, negativa ou nula. Então, da mesma forma que a
massa de um corpo está associada a uma força atrativa em relação a outros corpos,
a quantidade líquida de carga de um corpo, considerando a soma de todas as
cargas negativas e positivas, se não nula, está associada a uma força elétrica.
Ainda sobre a equação (2.52), repare na constante ε0, ela é conhecida como
a permissividade elétrica do meio e no nosso = caso ε 0 8, 8541878176 ×10−12 F /m
faz referência ao vácuo. Esta é uma quantidade relacionada à propriedade do meio
de se submeter
→
à polarização elétrica e tem muito a ver com o conceito de campo
elétrico E, que não abordaremos aqui. Ela pode influenciar consideravelmente
fenômenos elétricos, mas, por ora, o assunto fica fora do nosso escopo.
DICAS
Outra força muito importante em nosso dia a dia é aquela associada aos
fenômenos magnéticos. A força magnética é a responsável por explicar como
ímãs funcionam, ou como uma guitarra emite suas notas, ou como você consegue
utilizar um telefone celular. A definição de força magnética é, de certa forma,
indissociável do conceito do campo magnético, também fora do nosso escopo
aqui, e está relacionada também à velocidade →v de propagação de um elétron no
espaço, como apresentado na equação (2.53):
→ →
→
FM= qv × B. (2.53)
123
UNIDADE 2 | DINÂMICA
DICAS
Dois dos maiores nomes por trás de nosso entendimento sobre as forças
magnéticas são o do francês André-Marie Ampère (1775-1836), que estudou a
relação entre a corrente elétrica e o campo magnético por ela gerado, e também o
do inglês Michael Faraday (1791-1867), que apesar de não dominar a matemática
que descrevia tais fenômenos é considerado um dos maiores físicos experimentais
da história, principalmente por trabalhos que relatavam a próxima relação
entre os campos elétrico e magnético. Quando associamos a teoria dos campos
→ →
elétricos E àquela dos campos magnéticos B, passamos a trabalhar no terreno
do eletromagnetismo, essa→ →
sim é uma teoria mais completa, que descreve a já
conhecida relação entre E e B.
→ →
→ →
(
FM= q E + v × B . ) (2.54)
O que temos aqui é uma boa introdução para nosso próximo tópico: as
forças que atuam em escala infinitamente pequena, em nível atômico ou nuclear.
Os trabalhos de cientistas, como o neozelandês Ernest Rutherford (1917-1919), que
descobriu o próton e foi aluno de Thomson, e também o inglês James Chadwick
(1891-1974), que descobriu o nêutron e foi aluno de Rutherford, assim como o do
próprio Joseph John Thomson pavimentou o caminho para o entendimento do
muito pequeno, do mundo das partículas elementares e das forças que atuam
nessa escala.
124
TÓPICO 2 | APLICAÇÕES DO CONCEITO DE FORÇA
O problema aqui é que tanto a força nuclear fraca como a forte tendem a
se tornar complexas demais para serem tratadas com uma abordagem clássica,
porém muito trabalho tem sido feito, especialmente com foco na unificação dessas
teorias. Essa física aqui é a moderna, é um tópico que melhor se encaixará mais à
frente na lista de temas que abordaremos em sua carreira acadêmica.
125
UNIDADE 2 | DINÂMICA
DICAS
DICAS
126
TÓPICO 2 | APLICAÇÕES DO CONCEITO DE FORÇA
LEITURA COMPLEMENTAR
O QUE É FORÇA?
127
UNIDADE 2 | DINÂMICA
Por exemplo, se decidirmos dizer que uns objetos deixados por conta
própria mantêm sua posição e não se movem, e então quando observarmos algo
sendo impulsionado, poderíamos dizer que isto ocorre devido a uma “gorça” – uma
gorça é a taxa de mudança da posição. Agora, temos uma maravilhosa nova lei, tudo
permanece inerte exceto quando uma gorça age. Veja, isto seria análogo à definição
de força acima, e não conteria nenhuma informação. O conteúdo real das leis de
Newton é este: que a força supostamente contém algumas propriedades independentes,
em adição à lei F = ma; mas as propriedades independentes específicas que a força
possui não foram descritas completamente por Newton ou por ninguém mais, e,
portanto, a lei física F= ma é uma lei incompleta. Ela implica que se estudarmos a
massa vezes a aceleração e chamarmos o produto de força, ou seja, se estudarmos
as características da força como objeto de interesse, então descobriremos que as
forças possuem uma certa simplicidade; a lei é uma boa ferramenta para analisar
a natureza, isso é uma sugestão de que as forças são simples.
Newton também nos deu uma regra sobre a força: que as forças entre corpos
interagentes são iguais e opostas – ação igual à reação; essa regra foi verificada, não
é exatamente verdadeira. De fato, a lei F = ma não é exatamente verdadeira; se ela
fosse uma definição, deveríamos dizer que ela é exatamente verdadeira; mas ela não é.
128
TÓPICO 2 | APLICAÇÕES DO CONCEITO DE FORÇA
coisa lá... certa? Quão certa? Os átomos dela estão evaporando de tempos em tempos
– não muitos átomos, mas alguns – poeira cai sobre ela e dissolve-se em sua tinta;
então, para definir uma cadeira precisamente, para dizer quais átomos são cadeira,
e quais átomos são ar, ou quais átomos são poeira, ou quais átomos são tinta que
pertence à cadeira, é impossível. Logo, a massa de uma cadeira pode ser definida
apenas aproximadamente. Da mesma forma, para definir a massa de um único
objeto é impossível, porque não existem muitos objetos únicos e independentes do
ambiente no mundo – cada objeto é uma mistura de várias coisas, logo podemos
lidar com eles apenas como uma série de aproximações e idealizações.
Este sistema é bem distinto do caso da matemática, na qual tudo pode ser
definido, e então não sabemos sobre o que estamos falando. Na verdade, a glória
da matemática é que não precisamos dizer sobre o que estamos falando. A glória é que
as leis, os argumentos e a lógica são independentes do que “esta coisa” seja. Se
tivermos qualquer outro conjunto de objetos que obedeça ao mesmo sistema de
axiomas, como a geometria euclidiana, e em seguida construímos novas definições
e as seguirmos com a lógica correta, todas as consequências daí estarão corretas, e
não importa qual seja o sujeito delas. Na natureza, entretanto, quando desenhamos
uma linha ou estabelecemos uma linha usando um feixe de luz e um teodolito,
como quando fazemos em medições, estamos medindo uma linha sob a luz de
Euclides? Não, estamos fazendo uma aproximação; a mira possui alguma largura,
mas uma linha geométrica não possui largura, e assim, quer a geometria euclidiana
possa ser usada para medições, ou não, é uma questão física, e não matemática.
Entretanto, de um ponto de vista experimental, e não matemático, precisamos
saber se as leis de Euclides aplicam-se ao tipo de geometria que usamos ao medir
terrenos; e assim fazemos a hipótese que elas se aplicam, e que funciona muito
bem; mas elas não são precisas, porque nossas linhas de medição não são realmente
linhas geométricas. Quer estas linhas de Euclides, que são realmente abstratas, se
apliquem às linhas da experiência, ou não, é uma questão para a experiência; não
é uma questão que possa ser resolvida pela razão pura.
129
UNIDADE 2 | DINÂMICA
130
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• O empuxo nos fluidos é uma força imposta por eles a objetos neles mergulhados.
131
AUTOATIVIDADE
1 Vimos que a força de atrito está associada à fricção entre duas superfícies e
que a intensidade dessa fricção, para diferentes objetos, de mesma massa,
dependerá dos coeficientes de atrito, estático e cinético. Assinale o coeficiente
de atrito de estático µ e , sabendo que a força necessária para superar o atrito
entre uma caixa de 200 kg e uma determinada superfície é de 450 N.
a) ( ) 1,0
b) ( ) 0,84
c) ( ) 0,50
d) ( ) 0,23
e) ( ) 0,0
FONTE: O autor
F
) µe
a) (= = cosθ 0.76
N
F
b) (=
) µe = cosθ 0.16
N
F
c) (=) µe = sin θ 0.16
N
F
d) (=) µe = sin θ 1.16
N
F
e) ( ) µ=
e = 0.16
N
132
3 Considerando a figura da questão anterior (Figura 19) e imaginando que
o bloco deslizou, e se mantém dessa forma, com aceleração de a = 1,5 m/
s2, assinale o coeficiente de atrito cinético μc, entre a caixa e a superfície.
Considere esta como a única alteração nas condições do problema.
N
a) ( ) µ c =µ e − =0 , 007
ma
a
b) ( ) µ c = µ e − = 0 , 7
g
c) ( ) µ c = a − µ e =0 , 007
g
a
d) ( ) µ c = µ e − = 0 , 007
g
a
e) ( ) µ c = µ e − = 1, 007
g
FONTE: O autor
a) ( ) a g ( µ c cosθ − sin θ )
=
=
b) ( ) a g ( cosθ − µc sin θ )
=
c) ( ) a g ( sin θ − µc cosθ )
133
d) (
= ) a g ( sin θ − µc tan θ )
=
e) ( ) a g ( tan θ − µc cosθ )
a) ( ) µ e = ( Fat / Px )
b) ( ) µ e = ( Fy / Ny )
c) ( ) µ e = ( Py / Px )
d) ( ) µ e = ( Px / Py )
e) ( ) µ e = ( Px / P )
FONTE: O autor
(
a) ( ) a = g cosθ − µ c sin θ − (κ x / mg ) )
b) ( ) a =g ( sin θ − µ c cosθ − ( mg / κ x ) )
c) ( ) a =g ( sin θ − µ c cosθ − (κ x / mg ) )
134
(
) a g µ c sin θ − cosθ − (κ x / mg )
d) ( = )
) a
e) ( = g ( µ c sin θ − cosθ − ( mg / κ x ) )
7 Ainda considerando a Figura 21, uma vez solto, assinale a distância percorrida
pelo bloco até que a ação da mola e do atrito impeça seu movimento e ele
pare, em termos do ângulo θ, coeficiente de atrito e constante de mola
considerados.
( Px − Fat ) / κ =
a) ( ) x = ( P / κ )( sinθ − µ e cosθ )
( Px − Fat ) / κ =
b) ( ) x = ( P / κ )( sinθ − µ e cosθ )
( Px − Fat ) / κ =
c) ( ) x = ( P / κ )( sinθ − µ e cosθ )
( Px − Fat ) / κ =
d) ( ) x = ( P / κ )( sinθ − µ e cosθ )
( Px − Fat ) / κ =
e) ( ) x = ( P / κ )( sinθ − µ e cosθ )
135
136
UNIDADE 3
APLICAÇÕES DA DINÂMICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você en-
contrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
137
138
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, trataremos do conceito de energia mecânica, uma combinação
entre energia potencial e cinética, que em sistemas ideais tende a ser conservada
em relação a um determinado evento no tempo. Você entenderá que a energia
mecânica, assim como sua conservação são instrumentos altamente sofisticados
para a realização de previsões em sistemas mecânicos.
139
UNIDADE 3 | APLICAÇÕES DA DINÂMICA
(a) (b)
FONTE: Disponível em: <goo.gl/PZHJcj>. Acesso em: 23 mar. 2018.
140
TÓPICO 1 | ENERGIA MECÂNICA, CONSERVAÇÃO DA ENERGIA MECÂNICA E TRABALHO
Não é muito fácil definir o conceito de energia, mas todos temos uma ideia
particular a respeito dela, normalmente associada a altas temperaturas, grandes
velocidades ou agitações em geral. Para entender o conceito de conservação de
energia devemos associar essas percepções à matemática.
(a) (b)
FONTE: Disponível em: <goo.gl/PZHJcj>. Acesso em: 23 mar. 2018.
141
UNIDADE 3 | APLICAÇÕES DA DINÂMICA
v 2f = vi2 + 2 g ∆h (3.1)
v f= vi + 2 gh sin θ (3.2)
em que →
∆y
Note que sin θ = h é o vetor posição do peso, em relação ao
κ
referencial das pás. Aplicando a equação (3.1) para as posições finais, teremos:
v 2f = (
vi2 + 2 g y f − yi ; ) (3.3)
v 2f − 2 gy f =−
vi2 2 gyi ;
1 2 1
v f − gy f = vi2 − gyi ;
2 2
1 2 1
mv − mgy f = mvi2 − mgyi . (3.4)
2 f 2
1
K = mvi2 . (3.5)
2
142
TÓPICO 1 | ENERGIA MECÂNICA, CONSERVAÇÃO DA ENERGIA MECÂNICA E TRABALHO
U = mgy. (3.6)
kgm
mv 2 − mgy = mv 2 = 2 m =Nm =J (3.7)
s
1
∑ 2 mv
2
=E n
− mgyn (3.8)
n
143
UNIDADE 3 | APLICAÇÕES DA DINÂMICA
DICAS
É com esse espírito que sugerimos a leitura do artigo intitulado “um interessante
problema de vestibular envolvendo a não conservação da energia mecânica em um referencial
acelerado”. Disponível em: <https://bit.ly/2jYuzGZ>, para um maior entendimento da evolução
das concepções que associamos ao conceito de energia. Nele, os autores discutem um
problema proposto em uma prova de vestibular. O problema se tratava da oscilação de um
sistema massa-mola não energeticamente conservativo, em um referencial acelerado. Havia
o interesse de se descobrir a amplitude da oscilação do sistema, que começaria logo após o
referencial deixar de ser acelerado. É um trabalho interessante e pode ajudá-lo a reinterpretar
conceitos como força, sistemas de coordenadas e conservação de energia.
DICAS
144
TÓPICO 1 | ENERGIA MECÂNICA, CONSERVAÇÃO DA ENERGIA MECÂNICA E TRABALHO
145
UNIDADE 3 | APLICAÇÕES DA DINÂMICA
→
→
W= F ⋅ d . (3.9)
→ →
entre o vetor de força F aplicado à caixa e o vetor deslocamento d da caixa. No
primeiro momento, não há deslocamento da caixa, você a recebe em mãos. Mas
no segundo, há deslocamento da caixa, você deve colocá-la no topo do armário e
por consequência acaba realizando trabalho. Por se tratar de um produto escalar
entre vetores, você sabe que o trabalho também pode ser definido como o produto:
W = Fd cosθ , (3.10)
DICAS
146
TÓPICO 1 | ENERGIA MECÂNICA, CONSERVAÇÃO DA ENERGIA MECÂNICA E TRABALHO
→
F = Fx ( x ) iˆ + Fy ( y ) ˆj + Fz ( z ) kˆ. (3.11)
Vamos imaginar então que F (x) atua sobre o objeto de nosso sistema.
Vimos anteriormente que para realizar essa ação é necessário despender uma
determinada quantidade de energia, à qual nos referimos como trabalho. Aqui
não é diferente, para realizar o deslocamento ∆x do objeto, a força realiza um
trabalho dado por:
Até então não definimos uma função específica para a força, mas ainda
podemos prosseguir mais antes disso. Vamos imaginar que para que a força F (x)
atue sobre o objeto, isso implica em movê-lo por uma distância infinitesimal dx
e para isso a força realizará um trabalho dW, também infinitesimal. Do ponto de
vista da equação (3.13), teríamos:
dW = F ( x ) dx. (3.14)
w xf
∫dW = ∫ F ( x ) dx.
0 xi
(3.15)
147
UNIDADE 3 | APLICAÇÕES DA DINÂMICA
w
Temos então que a soma integral de todos os particulares trabalhos ∫dW
é dada pela xi. x
0
f
isso tudo mais claro, vamos considerar o sistema massa-mola, com sua força
reparadora de tipo:
Frep x kx.
º x. (3.16)
FONTE: O autor
148
TÓPICO 1 | ENERGIA MECÂNICA, CONSERVAÇÃO DA ENERGIA MECÂNICA E TRABALHO
W= - k ∆x (∆x) (3.17)
W1 > 0; (3.18)
(
+ Frep ( x )
W1 = )(− x );
(
=+ −κ x )( − x ) ;
( )( )
+ κ x x > 0.
=
149
UNIDADE 3 | APLICAÇÕES DA DINÂMICA
FONTE: O autor
W2 < 0; (3.19)
(
− Frep ( x )
W2 = )(+ x );
( )( + x ) ;
=+ −κ x
− (κ x )( + x ) < 0.
=
150
TÓPICO 1 | ENERGIA MECÂNICA, CONSERVAÇÃO DA ENERGIA MECÂNICA E TRABALHO
0 0
∫dW1 = −κ ∫ x dx
−1 −1
(3.20)
0
1 0
êWx = −1; 2 2
W1 1 2k º x −1;
2 1
1 2
ê = −; ( −1)
1 2
k º 1 ;
2
1
2
ê . = −
2
1
k º .
2
1 1
1
1
W₂
êWx2 = ;− kx 2 ;
2 0
1 2
ê −; 2 k ( −1) ;
=
1
ê . = − k .
2
151
UNIDADE 3 | APLICAÇÕES DA DINÂMICA
Wtotal= W1 + W2 ; (3.22)
1 1
ê= ê K
; − K ;
2 2
=0
Esse resultado faz todo sentido físico, uma vez que estamos considerando
um sistema massa- mola ideal, sem atrito e nenhuma perda de energia. Em um
sistema assim, a massa oscilaria para sempre e isso só seria possível se o sistema
não perder energia. É claro que em um sistema real, em que as perdas de energia
precisam ser consideradas, não há conservação de energia e a massa para.
DICAS
152
TÓPICO 1 | ENERGIA MECÂNICA, CONSERVAÇÃO DA ENERGIA MECÂNICA E TRABALHO
xf
W = ∫ F ( x ) dx (3.23)
xi
1 1
ê ==ê ; k − k ;
2 2
=0
xf
d (3.24)
Wi → f = ∫ m v dx;
xi dt
xf
= ∫ mvdx;
xi
1 2 1 2
= mv − mv ;
2 f 2 i
= K f − Ki ;
= ∆K .
153
UNIDADE 3 | APLICAÇÕES DA DINÂMICA
DICAS
3.2 POTÊNCIA
A potência é um conceito interessante que relaciona a energia despendida
em um evento com o tempo que tal evento levou para acontecer. A potência é a
taxa temporal com que a energia é despendida em um determinado evento. Por se
tratar de uma taxa de variação, podemos defini-la em termos da razão entre duas
variações do tipo ∆, como pode ser visto a seguir, na equação de número (3.25:
∆E (3.25)
P= .
∆t
d ∆E
P
= = E lim . (3.26)
dt ∆t → 0 ∆t
FIGURA 6 – (A) JAMES WATT, DE CARL FREDERIK VON BREDA, 1791; (B) DIAGRAMA DO
MOTOR A VAPOR DE NEWCOMEN
(a) (b)
FONTE: Disponíveis em: <goo.gl/aBcmEm>; <goo.gl/nDztoZ>. Acesso em: 23 mar. 2018.
• Acerca do trabalho realizado por uma força, e para isso abordamos um sistema
massa-mola, entendemos o potencial reparador que a constante da mola oferece
ao problema.
156
AUTOATIVIDADE
157
d) ( ) O princípio de conservação da energia mecânica se torna inválido em
sistemas não conservativos.
e) ( ) Em um sistema massa-mola a força reparadora mantém a direção e o
sentido do deslocamento da massa.
158
UNIDADE 3
TÓPICO 2
CONSERVAÇÃO DE ENERGIA
1 INTRODUÇÃO
Você já percebeu que o conceito de conservação de energia foi crucial para
o desenvolvimento da física, com ele podemos prever o que acontece em um
sistema definido. Com ele foi possível fazer avançar o desenvolvimento científico
e tecnológico do período entre o fim do século XIX e o começo do século XX.
Nesse tópico vamos tratar dos diferentes cenários nos quais forças podem atuar e
interferir na conservação de energia.
2 FORÇAS CONSERVATIVAS
Para discutir a importância da força para a conservação de energia de
sistemas fechados, aqueles definidos claramente e que não sofrem interferência
do ambiente, vamos rever o conceito de força. Considere a Figura 7, nela vemos
a obra do pintor holandês Johannes Vermeer (1632-1675), intitulada Senhora
escrevendo carta com sua criada, de 1670, hoje exposta na National Gallery of
Ireland, em Dublin, Irlanda.
159
UNIDADE 3 | APLICAÇÕES DA DINÂMICA
Podemos observar uma criada que aguarda sua senhora escrever uma
carta, um pouco distraída, aparentemente contemplando o mundo pela janela.
Vemos também alguns objetos, talvez uma vela e um pedaço de papel, ou um
livro, em frente à mesa, caídos ao chão.
Pensando na queda desses objetos e imaginando que ambos se
encontravam inicialmente sobre a mesa e então caíram ao chão, talvez por causa
do vento ou alguma instabilidade da mesa, vamos discutir o trabalho realizado
pela força peso → → durante toda a altura h = yf - yi que separa o chão e o
P = -mg,
tampo da mesa. Observe o diagrama de forças à esquerda, na Figura 8:
→ →
FIGURA 8 – DIAGRAMA DE CORPO LIVRE (A), TRABALHO REALIZADO PELA FORÇA
PESO P. (B) TRABALHO REALIZADO PELA FORÇA F
(a) (b)
FONTE: Adaptado de: <goo.gl/dtiRFH>. Acesso em: 23 mar. 2018.
160
TÓPICO 2 | CONSERVAÇÃO DE ENERGIA
yf
→ →
WP = ∫ P . dy ;
→
(3.27)
yi
y
= − mg ∫dy ;
yi
y
= − mgy y f ;
i
= − mg ∆y ;
= − mgh.
→
O que vemos na equação (3.28) é que o trabalho realizado pela força
peso P é completamente independente do percurso que a folha realiza ao cair,
ele depende apenas das posições iniciais yi e finais yf, ou mais precisamente da
diferença entre essas posições. Ou seja, se yf > yi então WP < 0, se yf < yi então
WP > 0 e se yf = yi então WP = 0. Isso responde a nossa pergunta anterior com um
retumbante "não". Não faz diferença, em termos do trabalho realizado pela força
peso, se o papel cai ao chão através do percurso mais curto d1 ou se ele paira
lentamente, realizando voltas no ar, como no percurso d3. O trabalho realizado
pela força peso não dependerá do trajeto realizado.
= mg ∫dy ;
yi
y
= mgy y f ;
i
= mg ∆y ;
= mgh.
161
UNIDADE 3 | APLICAÇÕES DA DINÂMICA
= WP→ + WF→ ;
Wtotal (3.29)
0.
− mgh + mgh =
=
→
rf
→ →
∫ ( r ) ⋅ dr ;
→
U total
= F (3.30)
ri
→
rf
= ∫ Fx dx + ∫ Fy dy + ∫ Fz dz ;
xi yi zi
= U ( x) + U ( y ) + U ( z ).
162
TÓPICO 2 | CONSERVAÇÃO DE ENERGIA
163
UNIDADE 3 | APLICAÇÕES DA DINÂMICA
Vamos agora tratar das forças ditas não conservativas e você já pode
imaginar que as forças desse tipo contradizem os dois enunciados citados
anteriormente, ou seja, o trabalho realizado por elas depende do percurso
realizado, e o trabalho total realizado, dentro de um circuito fechado, não se
conserva.
164
TÓPICO 2 | CONSERVAÇÃO DE ENERGIA
DICAS
DICAS
165
RESUMO DO TÓPICO 2
• Forças não conservativas são aquelas que dissipam a energia dos sistemas, seja
por atrito, ou arrasto, ou ruído, ou deformação plástica.
166
AUTOATIVIDADE
167
168
UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico vamos explorar as aplicações para o princípio de conservação
de energia mecânica. Começaremos discutindo o momento linear de um objeto
em movimento, quantidade associada à inércia dos corpos o momento linear
ou quantidade de movimento, como também é conhecido, é uma grandeza
relacionada à interação entre corpos e sua conservação, antes e após uma colisão,
será escrutinada.
Por fim trataremos das colisões entre os corpos, sendo elas elásticas,
totalmente elásticas ou inelásticas. Discutiremos a aplicabilidade dos conceitos
de conservação de momento e de energia mecânica, e discutiremos algumas
implicações derivadas da conservação de ambos.
→
→
p = mv ; (3.32)
d→
=m r
dt
169
UNIDADE 3 | APLICAÇÕES DA DINÂMICA
→ d → d → (3.33)
F =
= p mv ;
dt dt
d→ → d
= m v + v m.
dt dt
170
TÓPICO 3 | MOMENTO LINEAR, CONSERVAÇÃO DO MOMENTO LINEAR E ESTUDO DAS COLISÕES
d → d → d →
= p1 + p2 = ptotal
dt dt dt
n n
→
→
→
ptot
=
= 1= 1
∑
β
=pβ ∑mβ vβ ;
β
(3.36)
Essa é uma quantidade muito interessante, que diz que o somatório total
dos momentos, antes e depois de um choque será o mesmo, sempre. Isso fica
claro com a equação (3.37). Considere um sistema formado por duas partículas 1
e 2, que se aproximam e se chocam no espaço, a conservação do momento linear
desse sistema terá a forma:
→
→
(3.37)
ptot ;i = ptot ; f ;
→
→
→
→
p1;i + p2 ;i = p1; f + p2 ; f ;
→
→ → →
m1v1;i + m2 v2 ;i = m1v1; f + m2 v2 ; f ;
m1v1;i + m2 v2 ;i = m1v1; f + m2 v2 ; f ;
171
UNIDADE 3 | APLICAÇÕES DA DINÂMICA
A equação (3.37 nos mostra que não importa o que aconteça ao sistema, a
soma dos momentos de todas as massas envolvidas se manterá constante. Você
pode fazer considerações como transferência de massa no choque entre duas
pedras, por exemplo, ou levar em conta o momento de um novo pedaço, gerado
pela quebra de uma das pedras. Mais adiante, trataremos das colisões de corpos.
Perceba que cada um dos corpos ocupa uma posição (x,y,z) respectiva no
espaço e que há vetores que conectam os pontos numerados à origem do sistema.
Note que os vetores de linha sólida (cor preta) 1,4,7,10 apontam para baixo e
ocupam posições cujas alturas são → z = -1.0 m em relação à origem. Os vetores
tracejados (de cor azul) 2,5,8,11 estão todos pousados no plano xy, uma vez que
para eles →
z = 0 m. Já os vetores cujas linhas têm pontos e traços (de cor vermelha)
3,6,9,12 estão no alto da descrição, em →z = 1.0 m.
FONTE: O autor
→
r = ri 2; x + ri 2; y + ri 2; z ; i =1,… ,12; (3.38)
= Mod
= 3.
172
TÓPICO 3 | MOMENTO LINEAR, CONSERVAÇÃO DO MOMENTO LINEAR E ESTUDO DAS COLISÕES
Note como os vetores 2,5,8,11 são mais longos que os demais. Caso você
tenha o interesse de calcular posições intermediárias àquelas dos corpos discutidos
aqui, perceberá que, partindo do equador, até os polos, à medida que se afasta do
plano xy, os novos vetores terão ostensivamente alteradas suas compensações ∆.
É claro, que a condição do módulo |r→i| = Mod seja respeitada.
173
UNIDADE 3 | APLICAÇÕES DA DINÂMICA
FONTE: O autor
Afinal, como se define a correção ∆ dos vetores 2,5,8,11? Para isso, você
deve imaginar que esses vetores devem possuir um módulo idêntico ao de todos
os outros, como visto na Figura (10):
→
=r 3 ; i 2 , 5, 8,11;
= (3.39)
(r (
− ∆ ) + ry − ∆ )
2 2
= x
0
+= 3;
Mod − 2
∆= ;
2
3− 2
= .
2
174
TÓPICO 3 | MOMENTO LINEAR, CONSERVAÇÃO DO MOMENTO LINEAR E ESTUDO DAS COLISÕES
→ 1 n→
Mn ∑
rCM = ri mi (3.40)
i =1
FONTE: O autor
175
UNIDADE 3 | APLICAÇÕES DA DINÂMICA
→
→
(vi ; depois mi − vi ; antes mi )
→ 1 n (3.43)
Mn ∑
aCM = lim .
i =1
∆t → 0 ∆t
→ 1 n→
Mn ∑
rCM = ri mi (3.45)
i =1
176
TÓPICO 3 | MOMENTO LINEAR, CONSERVAÇÃO DO MOMENTO LINEAR E ESTUDO DAS COLISÕES
5 FORÇA E IMPULSO
Para estudar o impulso de uma força, devemos levar em conta o tempo
de atuação dessa força sobre um corpo. Para isso, vamos considerar a expressão:
I= F ∆t . (3.46)
I = ∫ F ( t ) dt (3.47)
ti
→ →
F ( t ) = ma ; (3.48)
d d
=m x ;
dt dt
d
= m v;
dt
d
= p.
dt
177
UNIDADE 3 | APLICAÇÕES DA DINÂMICA
I = ∫ tf →
d (3.49)
p dt ;
ti dt
= ∫ tf dp→;
ti
→
= ∆p.
d → d → (3.50)
dt
p = mv ;
dt
d→ → d
= m v + v m.
dt dt
178
TÓPICO 3 | MOMENTO LINEAR, CONSERVAÇÃO DO MOMENTO LINEAR E ESTUDO DAS COLISÕES
80 80
70 70
60 60
50 50
F ( t ) (N)
F ( t ) (N)
40 40
30 30
20 20
10 10
0 0
-0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1
∆t (s) ∆t (s)
FONTE: O autor
Para isso, vamos sacar aqui a função delta de Dirac δ(t). É essa função que
dá o formato de sino à força F da colisão, e tem a forma:
2
t
1 −
δ (t ) = e α
; (3.52)
a π
Voltando à Figura 12, observe agora o gráfico à direita. Como, por motivo
de sobriedade, não estamos interessados em discutir tempos negativos, esse gráfico
exclui valores negativos de t. Dessa forma, a origem 0 representa o instante inicial
da colisão, o momento em que as duas esferas metálicas trocam contato. É claro
que no momento em que o toque entre as esferas cessa, pelo ricochete da pancada,
a força da colisão vai imediatamente à nulidade. Vamos então experimentar por
um momento algumas possibilidades para o evento impactante. Mantendo a
simplicidade do problema, vamos considerar um choque de esferas de m = 1 kg à
velocidade v = 1 m/s. Fixamos os valores da velocidade e da massa para podermos
trabalhar com o parâmetro a. Perceba que à direita, na Figura 12, há quatro curvas
para valores sucessivamente menores de a. É visível que quanto menor o valor
de a, maior é a força e mais instantaneamente ela é aplicada. Com isso em mente,
179
UNIDADE 3 | APLICAÇÕES DA DINÂMICA
350 350
300 300
250 250
F ( t ) (N)
F ( t ) (N)
200 200
150 150
100 100
50 50
0 0
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1 0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1
∆t (s) ∆t (s)
FONTE: O autor
→ →
I = ∫ tf mvδ ( t ) dt (3.53)
ti
−
t
2
→ 1
= ∫ tf mv e α dt ;
ti a π
−
t
2
→ tf 1
= mv ∫ ti a π α dt.
e
180
TÓPICO 3 | MOMENTO LINEAR, CONSERVAÇÃO DO MOMENTO LINEAR E ESTUDO DAS COLISÕES
∫ δ ( t ) dt = 1.
−∞
(3.54)
→ −
t
2
tf 1
→ (3.55)
I = mv ∫ e α dt ;
ti a π
→
= mv ∫ tf δ ( t ) dt ;
ti
1 →
= mv .
2
181
UNIDADE 3 | APLICAÇÕES DA DINÂMICA
FONTE: O autor
1 1 1 1 (3.57)
m1v12;i + m2 v22;i = m1v12; f + m2 v22; f
2 2 2 2
182
TÓPICO 3 | MOMENTO LINEAR, CONSERVAÇÃO DO MOMENTO LINEAR E ESTUDO DAS COLISÕES
1 1 1
= m1v12;i m1v12; f + m2 v22; f ; (3.58)
2 2 2
=v 22 ; f 2=
m v − v
2 2
(
1 1;i 1; f 2 −∆K1 ; )
m m2
2∆K1
v 22 ; f = − .
m2
m
= v
1 1; i
m1v1; f + m2 v2 ;i ; (3.59)
m1
v2 ; f
= (v −v ;
m2 1;i 1; f
)
m
v2 ; f =
− 1 ∆v1
m2
Isso é bastante interessante, pois agora fica claro por que, nessas condições,
um tênis precisaria de uma velocidade relativamente alta para mover uma bola
de boliche. Por outro lado, se m1 = m2 então a velocidade final da esfera (2)
passa a depender apenas de ∆v1. Falando em conservação do momento linear,
precisamos ter muita atenção, pois as coisas são um pouco diferentes nesse caso.
Começando pelo sinal dos vetores velocidade → v1 e →
v2 envolvidos. Lembre-se de
que a conservação da energia mecânica depende do quadrado da velocidade, mas
o momento linear varia com a primeira potência de v, que pode assumir valores
negativos. Observe a Figura 15, por exemplo. Nela, estamos imaginando que
duas esferas (1) e (2) colidem de frente em uma superfície tal e em condições tais
que as perdas de energia podem ser negligenciadas. O que ocorre é que v 2 , i >> v1
, de modo que a esfera (2) inverte o sentido do movimento da esfera (1), como
pode ser visto no momento t3.
183
UNIDADE 3 | APLICAÇÕES DA DINÂMICA
FONTE: O autor
= =
→ →
→
m1 v1;i − −v1; f − m2 v2 ;i m1 p1;i − p1; f − p2 ;i
;
)
m2 m2
m1
= ( )
v + v − v2 ;i ;
m2 1;i 1; f
Note que a segunda linha já nos mostra que a velocidade final da esfera
(2) dependerá diretamente da soma dos momentos da esfera (1), normalizada
pela massa m2 e de sua diferença com o momento inicial p2,i, da esfera (2). Para
ter uma ideia um pouco mais visual, compare a terceira linha, que traz a mesma
conclusão, mas em notação vetorial. Com a Figura 15, faça a soma vetorial, veja
como lhe parece. Por último, com a quarta linha, você também pode interpretar
esse problema como a diferença entre uma fração da soma das velocidades da
esfera (1) e da velocidade inicial da esfera (2).
Caso a esfera (2) estivesse inicialmente parada v2,i = 0, como foi discutido
no exemplo das bolas de tênis e boliche, e a esfera (1) ricocheteasse, voltando
na direção em que veio, a expressão para a velocidade final da esfera (2) seria
semelhante ao caso anterior, a menos do termo da esfera (2).
184
TÓPICO 3 | MOMENTO LINEAR, CONSERVAÇÃO DO MOMENTO LINEAR E ESTUDO DAS COLISÕES
FONTE: O autor
1 1
m1v12;i ≠ m2 v22;i ; (3.61)
2 2
→
v = vx iˆ + v y ˆj + vz kˆ ; (3.62)
185
UNIDADE 3 | APLICAÇÕES DA DINÂMICA
→
mv1; i
+ mv→2 ;i = mv
→
1; f
+ mv→2 ; f ; (3.63)
( ) (
m v1;i ; x iˆ + v1;i ; y ˆj + v1;i ; z kˆ + m v2 ;i ; x iˆ + v2 ;i ; y ˆj + v2 ;i ; z kˆ )
(
= m v1; f ; x iˆ + v1; f ; y ˆj + v1; f ; zkˆ ) + m ( v 2; f ; x )
iˆ + v2 ; f ; y ˆj + v2 ; f ; z kˆ ;
186
TÓPICO 3 | MOMENTO LINEAR, CONSERVAÇÃO DO MOMENTO LINEAR E ESTUDO DAS COLISÕES
LEITURA COMPLEMENTAR
O QUE É ENERGIA?
Existe um fato, ou se você preferir, uma lei que governa todos os fenômenos
naturais que são conhecidos até hoje. Não se conhece nenhuma exceção a essa
lei – ela é exata até onde sabemos. A lei é chamada de conservação da energia.
Nela enuncia-se que existe uma certa quantidade, que chamamos de energia, que
não muda nas múltiplas modificações pelas quais a natureza passa. Essa é uma
ideia muito abstrata, porque é um princípio matemático; ela diz que existe uma
quantidade numérica que não muda quando algo acontece. Não é a descrição
de um mecanismo ou algo concreto; é apenas um estranho fato de que podemos
calcular algum número e, quando terminamos de observar a natureza fazer seus
truques e calculamos o número novamente, ele é o mesmo (algo como o bispo
na casa branca que, após um número de lances – sem sabermos os detalhes – ele
continua na casa branca. Essa é uma lei da natureza dele). Uma vez que essa é
uma ideia abstrata, ilustraremos seu significado por uma analogia.
Imagine uma criança, talvez “Dênis, o Pimentinha” que possui blocos que
são absolutamente indestrutíveis e não podem ser divididos em pedaços. Todos
são iguais entre si. Vamos supor que ele possui 28 blocos. A mãe dele o coloca
numa sala com os 28 blocos no início do dia. No final do dia, sendo curiosa,
ela conta os blocos muito cuidadosamente e descobre uma lei fenomenal – não
importa o que ele faça com os blocos, sempre restam 28! Isto continua por vários
dias, até que um dia onde só há 27 blocos, mas uma pequena busca mostrou que
um deles estava debaixo do tapete – ela deve procurar em todos os lugares para
se assegurar de que o número de blocos não mudou. Um outro dia, porém, o
número parece ter mudado – só há 26 blocos. Uma outra busca cuidadosa indica
que a janela estava aberta e, após uma olhada lá fora, os outros dois blocos foram
encontrados. Num dia seguinte, uma contagem cuidadosa indica que há 30
blocos! Isto causa um choque considerável, até que ela se lembrou que Bruce fez
uma visita, trazendo seus blocos, e deixou alguns na casa de Dênis. Depois de se
desfazer dos blocos extras, a mãe fecha a janela, não deixa Bruce entrar e, então,
tudo vai bem até que um dia ela os conta e só encontra 25 blocos. Entretanto, existe
uma caixa na sala, uma caixa de brinquedos, e a mãe vai abrir a caixa, quando o
menino diz: “Não, não abra minha caixa de brinquedos”. e grita. A mãe não pode
abrir a caixa de brinquedos. Sendo extremamente curiosa e um tanto engenhosa,
ela inventa um plano! Ela sabe que um cubo pesa 30 gramas (g); então, ela pesa
a caixa nesse dia, quando só tinha achado 28 blocos, e descobre que seu peso são
160 g. Da próxima vez em que ela quiser verificar os blocos, ela pesará a caixa de
novo, subtrairá os 160 g e dividirá por 30. Ela descobre o seguinte:
187
UNIDADE 3 | APLICAÇÕES DA DINÂMICA
Blocos ( peso da caixa ) − 160 g ( altura da água ) − 15 cm
+ + =constante (4.2)
achados 30 g
1
cm
2
188
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• A velocidade do centro de massa pode ser entendida como uma soma das
taxas de variação temporal na posição de cada partícula do sistema estava
submetida.
• A força aplicada por um corpo sobre outro e o impulso fornecido a ela são
relacionados. O impulso é como uma soma integral do produto da força
aplicada, pelo tempo de contato entre os corpos. Introduzindo o conceito de
função impulso δ(x), ilustrada por um decréscimo exponencial adimensional.
189
• As colisões em duas e três dimensões guardam as mesmas relações de
conservação e podem ser entendidas como uma coleção de três problemas
unidimensionais.
190
AUTOATIVIDADE
191
FIGURA 17 – COLISÃO ELÁSTICA
FONTE: O autor
192
REFERÊNCIAS
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Brasileira de Ensino de Física, v. 26, n. 4, p. 297-306, 2004.
BASSALO, José Maria Filardo; FARIAS, Robson Fernandes de. Para gostar de
ler a história da física. Campinas: Átomo, 2010.
193
DA SILVA, L. C. M. SANTOS, W. M. S.; DIAS, P. M. C. A carga específica do
elétron: um enfoque histórico e experimental. Revista Brasileira de Ensino de
Física, v. 33, n. 1, p. 1601, 2011.
194
PARA MANTER O PESO. Revista Fapesp ED. 256, junho, 2017.
WILSON, G. The life of the Hon. Henry Cavendish: including abstracts of his
more important scientific papers, and a critical inquiry into the claims of all
the alleged discoverers of the composition of water. Impresso por Cavendish
Society, 1851.
195