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INSTITUTO SUPERIOR DE

CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS DE SAÚDE ALBERTO CHIPANDE


Cadeira: Imunologia
Temas: Complexo Maior de Histocompatibilidade
Regulação da resposta imune
Mecanismo da resposta imune a infeções
Imunodeficiência primaria
Turma: B

Docente:
Dr. Armindo Chicava
Discente:
Alide Ame Chande

ISCTAC

Pemba, Junho de 2020


INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS DE SAÚDE
ALBERTO CHIPANDE
Cadeira: Imunologia
Tema: Complexo Maior de Histocompatibilidade
Regulação da resposta imune
Mecanismo da resposta imune a infeções
Imunodeficiência primaria
Turma: B

Trabalho a ser apresentado no departamento de Ciências de Saúde, Curso de


Licenciatura de Medicina Geral 2o Ano, com fins de carácter avaliativo

Discente Docente:
Docente:
Alide Ame Chande
Dr.Armindo Chicava

ISCTAC
Pemba, Junho 2020
Índice

Introdução..........................................................................................................................1

1. COMPLEXO MAIOR DE HISTOCOMPATIBILIDADE...........................................2

1.1 Estrutura das Moléculas do MHC...............................................................................2

1.2 Propriedades dos Genes e Proteínas do MHC.............................................................2

1.3 Ligação de Peptídeos às Moléculas do MHC..............................................................3

2.REGULAÇÃO DA RESPOSTA IMUNE......................................................................3

2.1 Regulação pelo Antígeno.............................................................................................3

2.2 Regulação por Moléculas de superfície.......................................................................4

2.3 Regulação por Anticorpos...........................................................................................5

2.4 Regulação por Linfócitos e suas citocinas...................................................................5

2.5 Outros fatores..............................................................................................................6

3. MECANISMOS DE RESPOSTA IMUNE ÀS INFECÇÕES......................................6

3.1 Bactérias Intracelulares................................................................................................7

3.2 Bactérias Extracelulares..............................................................................................7

3.3 Resposta imune nas infecções virais...........................................................................9

3.4 Resposta imune nas infeções causadas por protozoários...........................................10

3.5 Resposta imune a fungos...........................................................................................11

3.6 Resposta imunológica nas infecções por helmintos..................................................11

4. IMUNODEFICIÊNCIAS CONGÊNITAS (PRIMÁRIAS)........................................12

4.1 Defeitos na Maturação dos Linfócitos.......................................................................13

4.2 Defeitos na Ativação e na Função dos Linfócitos.....................................................13

4.3 Defeitos na Imunidade Inata......................................................................................14

4.3 Anormalidades Linfocitárias Associadas a Outras Doenças.....................................15


Conclusão........................................................................................................................16

Bibliografia......................................................................................................................17
Objetivos

Objectivos gerais:

Descrever os principais eventos que ocorrem ao longo da resposta imune

Objectivos especificos:

 Indeficar os mecanismos da resposta imune

 Explicar as reações da resposta imune

 Explicar as deficiências congenitas


Introdução
A resposta imune tem papel fundamental na defesa contra agentes infecciosos e se
constitui no principal impedimento para a ocorrência de infecções disseminadas,
habitualmente associadas com alto índice de mortalidade. É também conhecido o fato
de que, para a quase-totalidade das doenças infecciosas, o número de indivíduos
expostos à infecção é bem superior ao dos que apresentam doença, indicando que a
maioria das pessoas tem condições de destruir esses microorganismos e impedir a
progressão da infecção (Carvalho & Carvalho, 2004).

As moléculas do MHC são proteínas presentes na membrana das APC que apresentam
antígenos peptídicos para reconhecimento pelos linfócitos T (ABBAS, 2017).

Regulação da Resposta Imune A homeostasia para o sistema imune é tida como o


término das respostas imunes normais, ou seja, o fim da resposta imune normal e o
retorno do sistema imunológico para seus níveis basais. Isso é muito importante pois
não é possível ter resposta imune que dure eternamente. A resposta imune tende ao fim
e ao retorno aos níveis basais com ou sem a eliminação do antígeno. O antígeno é o
causador do desencadeamento da resposta imune, e, assim que ele é eliminado, o
sistema imune volta aos níveis basais.

Imunodeficiências congênitas são causadas por defeitos genéticos que levam ao


bloqueio da maturação ou função dos diferentes componentes do sistema imunológico
(ABBAS, 2017).

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1. COMPLEXO MAIOR DE HISTOCOMPATIBILIDADE
As moléculas do MHC são proteínas presentes na membrana das APC que apresentam
antígenos peptídicos para reconhecimento pelos linfócitos T (ABBAS, 2017).

O MHC foi descoberto como o locus genético que é o principal determinante da


aceitação ou rejeição dos enxertos do tecido trocados entre os indivíduos (tecido, ou
histo, compatibilidade). Em todas as espécies, o locus do MHC contém dois conjuntos
de genes altamente polimórficos, chamados de genes do MHC classe I e classe II. Esses
genes codificam as moléculas do MHC classes I e II que apresentam os peptídeos às
células T. Além dos genes polimórficos, o locus do MHC contém muitos genes não
polimórficos, alguns dos quais codifica para as proteínas envolvidas na apresentação de
antígenos (ABBAS, 2017).

1.1 Estrutura das Moléculas do MHC


As moléculas do MHC classes I e II são proteínas da membrana que contêm, na sua
porção amino terminal, uma fenda que liga peptídeos. Apesar de a composição da
subunidade das moléculas classes I e II ser diferente, sua estrutura geral é muito
semelhante (ABBAS, 2017).

1.2 Propriedades dos Genes e Proteínas do MHC


Diversas características dos genes e moléculas do MHC são importantes para o
funcionamento normal dessas moléculas (ABBAS, 2017).

 Os genes do MHC se expressam de maneira codominante, ou seja, os alelos

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herdados do pai e da mãe se expressam igualmente.
 Genes do MHC são altamente polimórficos.
 As moléculas classe I se expressam em todas as células nucleadas, mas as
moléculas classe II se expressam principalmente nas células dendríticas, nos
macrófagos e linfócitos B.

1.3 Ligação de Peptídeos às Moléculas do MHC


As fendas de ligação de peptídeos das moléculas do MHC ligam peptídeos derivados de
antígenos proteicos, apresentando-os para reconhecimento pelas células T.

Cada molécula do MHC pode apresentar apenas um peptídeo de cada vez, porque
possui apenas uma fenda de ligação, mas cada molécula do MHC é capaz de apresentar
diversos tipos de antígenos.

As moléculas do MHC ligam apenas peptídeos, e não outros tipos de antígenos.

As moléculas do MHC adquirem sua carga peptídica durante sua biossíntese, montagem
e transporte dentro das células.

Apenas moléculas do MHC carregando peptídeos são expressas de forma estável na


superfície das células.

Em cada indivíduo, as moléculas do MHC podem apresentar peptídeos derivados de


proteínas estranhas (i.e., microbianas).

2.REGULAÇÃO DA RESPOSTA IMUNE


A homeostasia para o sistema imune é tida como o término das respostas imunes
normais, ou seja, o fim da resposta imune normal e o retorno do sistema imunológico
para seus níveis basais. Isso é muito importante pois não é possível ter resposta imune
que dure eternamente. Neste contexto, abordaremosos diversos mecanismos
reguladores a seguir:

2.1 Regulação pelo Antígeno


A presença do antígeno é o estímulo inicial para se montar uma resposta imune,
e à medida que a resposta evolui, o antígeno vai sendo eliminado, finalizando a
resposta imunológica montada, assim, o antígeno por si só é um fator regulador
importante. O antígeno ainda exerce a regulação pela sua permanência, quantidade,
natureza e via de entrada no organismo. Na fase de reconhecimento, a quantidade do
antígeno é importante para que os componentes imunológicos o percebam e ativem os

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mecanismos efetores que irão eliminar este antígeno. Em termos gerais, altas ou baixas
doses do antígeno podem levar à tolerância, enquanto que uma imunidade eficaz é
desenvolvida na presença de doses ótimas de um determinado antígeno. Outro fator
importante é a natureza do antígeno (protéica, lipídica, etc), que influencia no seu
processamento e reconhecimento pelos receptores celulares do sistema imune. Além
disso, a capacidade que o antígeno possui em ativar as células apresentadoras de
antígeno (APCs - antigen-presenting cell), vai determinar se ele será apresentado por
uma APC imatura, o que resultará em tolerância, ou ativada, que levará a ativação da
resposta imunológica. A via de entrada no organismo também é fator importante na
regulação exercida pelo antígeno. Geralmente, quando o contato é por via oral ou
intravenosa, o antígeno leva à tolerância, enquanto por via intramuscular ou subcutânea
gera imunidade (ABBAS, 2015).

2.2 Regulação por Moléculas de superfície


Na fase de ativação, é importante que haja a sinalização via coestimuladores para que
ocorra a proliferação e diferenciação dos linfócitos, caso contrário, estas células entram
em anergia (tornam-se não funcionais). A coestimulação via CD28-B7 (imunidade
celular) é um exemplo de regulação por moléculas coestimuladoras e, terapeuticamente,
pode-se transfectar a molécula B7 em células tumorais para que haja ativação dos
linfócitos específicos para o tumor, situação que normalmente não ocorre pela falta do
B7 nas células tumorais. A molécula CTLA-4 (Cytotoxic T-Lymphocyte Antigen 4)
também interage com os receptores B7, porém é um regulador negativo que inibe a
proliferação de linfócitos ativados, auxiliando na contração da resposta imunológica.
Alguns polimorfismos (alterações nas sequências de bases nitrogenadas) do gene
CTLA-4 estão associados ao desenvolvimento de doenças autoimunes (Abbas 2015).

Na clínica, uma molécula CTLA-4 recombinante (CTLA-4 fusionada à porção Fc de


Imunoglobulina) pode ser usada no tratamento de pacientes com artrite reumatóide, com
a finalidade de inibir os linfócitos ativados. Outra molécula inibidora é o Receptor de
Morte Programada-1 (PD-1, do inglês Programmed Death 1) expresso em células
ativadas (macrófagos e linfócitos) que leva à apoptose dessas células ao interagir com
seus ligantes PD-L1 e PD-L2, expresso em células dendríticas e macrófagos ativados
(ABBAS, 2015).

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2.3 Regulação por Anticorpos
Na fase efetora da resposta, anticorpos circulantes formados contra o antígeno regulam
a produção de novos anticorpos contra o mesmo antígeno. Essa regulação pode ser por
competição pelo antígeno entre o anticorpo circulante e o BCR de um clone de
linfócito específico para o mesmo epítopo ou por um processo de regulação negativa
de anticorpos. Assim, o anticorpo circulante liga-se ao antígeno e, esse, se liga à célula
B através do BCR. Ao mesmo tempo, o anticorpo liga-se ao receptor FcyRII, que
promove a transdução de sinais inibitórios, impedindo a produção de mais anticorpos
(ABBAS 2015).

Ainda dentre os mecanismos de regulação pelos anticorpos temos a teoria da rede


idiotípica imunológica, a qual postula que para cada clone de linfócito B produza um
clone de anticorpo, contendo um idiotipo, definido pela porção variável da
imunoglobulina, ou seja, a porção que é específica a um determinado epítopo (menor
parte de um antígeno capaz de estimular uma resposta imunológica). Assim, anticorpos
anti-idiotipo reconhecem a porção específica de outros anticorpos produzidos contra
um determinado antígeno, e assim, sucessivamente (ABBAS 2015).

2.4 Regulação por Linfócitos e suas citocinas


Também temos a regulação exercida pelos linfócitos T e suas citocinas. Diversos
perfis de produção de citocinas têm sido descritos, cada qual identifica um grupo de
células T que, além de exercer diversas funções efetoras, regulam negativamente o
desenvolvimento dos outros padrões de células T. Por exemplo, o IFN-γ produzido pelo
padrão Th1 inibe o desenvolvimento do padrão Th2. Existem ainda as células T
reguladoras (Treg), que através de suas citocinas, IL-10 e TGF-β, inibem todos os
padrões, principalmente os padrões pró-inflamatórios (Th1 e Th17), constituindo assim
um subtipo celular imunossupressor. Além da regulação via citocinas pelas Treg, essas
células atuam através do contato célula-célula, pelas interações CTLA-4, PD-1 e GITR
(glucocorticoid-induced TNFR family-related receptor) presentes nas Treg, com seus
ligantes presentes nas células alvo. As Treg também atuam sobre as APCs, inibindo sua
função, ou seja, a perda da expressão das moléculas coestimuladoras (CD40 e B7).
Assim, as APCs continuam apresentando os antígenos, porém não são capazes de ativar
os linfócitos (ABBAS 2015).

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Figura Mecanismos de Regulação: Desde a entrada do antígeno, expressão de moléculas
coestimuladoras importantes para determinação da resposta montada, até o controle da
resposta efetora por células Treg e moléculas inibitórias (ABBAS, 2015).

2.5 Outros fatores


Além desses mecanismos, temos os fatores mais abrangentes que interferem no sistema
imunológico, como os fatores neuroendócrinos, idade, alimentação, etc. Os hormônios
sexuais atuam nas células do sistema imune, estimulando (estrógeno) ou reprimindo
(andrógenos) asua função. Já o cortisol e os glicocorticóides são potentes
imunossupressores, pois estimulam citocinas do padrão Th1, inibindo diversas funções
do sistema imune. O estado nutricional é também um fator regulador, por exemplo, a
vitamina D participa da maturação das células dentríticas, importantes APCs. O ácido
retinóico, derivado da quebra da vitamina A, participa da geração de células T
reguladoras (ABBAS, 2015).

3. MECANISMOS DE RESPOSTA IMUNE ÀS INFECÇÕES


O conhecimento dos principais mecanismos de defesa imune contra os diversos agentes
infecciosos permite a compreensão da patogênese das doenças infectoparasitárias e das
várias estratégias do hospedeiro e do parasita. O sistema imunológico atua numa rede de
cooperação, envolvendo a participação de muitos componentes estruturais, moleculares
e celulares. Nesse cenário encontra-se o delicado equilíbrio entre a saúde e a doença, em
que tanto a deficiência quanto o exagero resultam em dano tecidual (Carvalho &
Carvalho, 2004).

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3.1 Bactérias Intracelulares
A característica principal é a capacidade de sobreviver dentro dos macrófagos, tendo
como exemplos o M. tuberculosis, o M. leprae e a L. monocitogenesis. A penetração no
macrófago constitui também um mecanismo de escape do parasita e, embora paradoxal,
é também útil para o hospedeiro, desde que a ausência de penetração celular da bactéria
poderia induzir uma forte resposta inflamatória e um excessivo dano para o hospedeiro.
Dentro dos macrófagos essas bactérias podem estimular tanto as células TCD4+ através
da expressão de antígeno associado ao MHC classe II, como também células TCD8+
através da expressão de antígenos associados a moléculas do MHC classe I. A ativação
de células TCD4+ leva à secreção de IFN-γ, que ativa os macrófagos levando à
produção aumentada de óxido nítrico (NO) e destruição da bactéria. As células TCD8+
participam do mecanismo de defesa através da citotoxicidade, destruindo os macrófagos
infectados. No caso do M. tuberculosis, a despeito de haver imunidade protetora
impedindo sua multiplicação, não existe a eliminação completa do bacilo. Por essa
razão indivíduos em uso de corticosteróides e portadores de HIV podem desenvolver
manifestações clínicas de tuberculose, a despeito de terem sido infectados há muito
tempo e terem persistido completamente assintomáticos. O papel da resposta imune
celular no controle das infecções causadas por micobactérias é bem demonstrado pela
expansão dessas infecções com o advento da Aids. Com referência à infecção causada
por M. leprae, o espectro clínico da doença está intimamente ligado à resposta imune.
Nos pacientes com a forma tuberculóide existe uma forte resposta Th1, e a doença se
caracteriza por destruição das fibras nervosas em áreas específicas, levando ao
aparecimento na pele de lesões localizadas e bem demarcadas, com perda de
sensibilidade térmica e dolorosa. Na ausência de uma resposta Th1, ocorre
disseminação do bacilo, levando ao quadro da hanseníase virchowiana. Nesse caso os
macrófagos estão repletos de parasita e há escassez de linfócitos na lesão. As formas
borderlines, também conhecidas como dimorfas, representam um padrão clínico e
imunológico de resposta intermediária (Carvalho & Carvalho, 2004).

3.2 Bactérias Extracelulares


As infecções causadas por bactérias extracelulares são as mais freqüentes. Nesses casos
os mecanismos de defesa estão relacionados principalmente com as barreiras naturais do
hospedeiro, a resposta imune inata e a produção de anticorpos. A importância das
barreiras naturais no combate às infecções bacterianas extracelulares é bem

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reconhecida. A integridade da pele e das mucosas impede a aderência e a penetração de
bactérias; o movimento mucociliar elimina bactérias do trato respiratório; o pH ácido do
estômago destrói bactérias que penetram pelo trato digestivo alto; e na saliva e
secreções prostáticas existem substâncias com atividade antimicrobiana (Carvalho &
Carvalho, 2004).

A participação da imunidade inata ocorre através das células fagocitárias, da ativação do


sistema complemento pela via alternativa e da produção de quimiocinas e citocinas.
Adicionalmente a proteína C reativa (PCR), proteína de fase aguda produzida
principalmente por células hepáticas nas infecções bacterianas, exerce ação variada
contra as bactérias. Ao ligar-se aos fosfolipídios de membrana de algumas bactérias (por
exempço, pneumococos) a PCR atua como opsonina, facilitando a fagocitose por
neutrófilos (Carvalho & Carvalho, 2004).

Todas as células da imunidade inata participam da defesa contra bactérias, embora seja
enfatizado principalmente o papel de neutrófilos e monócitos/macrófagos pela
capacidade fagocítica dessas células. Os basófilos e mastócitos ativados por fatores do
sistema complemento, a exemplo do C5a, C3a e C4a, liberam mediadores que,
juntamente com as referidas proteínas do complemento, atraem leucócitos para o sítio
de agressão e contribuem para a passagem dessas células dos vasos para os tecidos,
local onde está ocorrendo a agressão ao hospedeiro. Os eosinófilos, além da atividade
fagocítica, podem destruir microorganismos por meio da liberação de proteínas com
atividade microbicida, tais como a proteína básica principal e a proteína catiônica
eosinofílica. Os neutrófilos e os macrófagos têm participação importante na defesa
contra esses agentes desde que as bactérias sejam susceptíveis a substâncias produzidas
por essas células, a exemplo do NO e do peróxido de hidrogênio (Carvalho & Carvalho,
2004).

As células da resposta imune são também as principais fontes de citocinas e


quimiocinas no início das infecções, as quais exercem sua ação tanto na fase inata como
na adaptativa. Entre as várias citocinas que participam da defesa contra bactérias, tem
sido dado destaque às citocinas próinflamatórias, como o TNF-α, IL-1 e IL-6. Essas
citocinas são produzidas nas fases iniciais da infecção e são responsáveis, por meio de
sua ação no hipotálamo, pelo aparecimento da febre que inibe a multiplicação
bacteriana. Elas aumentam a expressão das moléculas de adesão (seletina P e ICAM),
facilitando a passagem de células de vaso para o sítio da infecção, e também estimulam

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os neutrófilos e macrófagos a produzirem NO e a destruírem bactérias (Carvalho &
Carvalho, 2004).

A imunidade adaptativa, principalmente mediante os anticorpos, desempenha


importante papel na defesa contra as bactérias extracelulares. Como as bactérias
extracelulares são susceptíveis à destruião quando fagocitadas, elas desenvolvem, como
mecanismo de escape, substâncias que possuem atividade antifagocítica. Anticorpos
dirigidos contra essas substâncias não só impedem sua ação, mas facilitam a fagocitose,
desde que neutrófilos e macrófagos possuam receptor para a porção FC da
imunoglobulina. Os anticorpos também são coadjuvantes na destruição de bactérias por
complemento, ativando esse sistema pela via clássica. Por meio do mecanismo de
neutralização, os anticorpos, principalmente a IgA, podem ligar-se a bactérias e, com
isso, impedir que as mesmas se fixem nas mucosas, como no trato intestinal e no trato
respiratório. Os anticorpos em muitas ocasiões ligam-se a toxinas produzidas por
bactérias, como as toxinas tetânica e diftérica, neutralizando a ação desses produtos
(Carvalho & Carvalho, 2004).

3.3 Resposta imune nas infecções virais


A despeito dos múltiplos mecanismos de defesa contra os vírus, as doenças virais não só
são comuns, como hoje representam uma das mais importantes doenças infecciosas
associadas com a mortalidade da população (Carvalho & Carvalho, 2004).

Na fase inicial das infecções virais, o controle dessas infecções é feito pelos interferons
tipo I (IFN-α e IFN-β), pelos macrófagos e pelas células NK.21 Os interferons tipo I são
produzidos por células infectadas por vírus e, ao interagir com uma célula não infectada,
têm a propriedade de protegê-la contra a infecção, além de colaborar com a resposta
imune adaptativa. O IFNγ também atua contra as infecções virais mediante a ativação
dos macrófagos com destruição dos vírus e também das células NK (células citotóxicas
naturais), as quais, pela liberação de granzima e perfurina, destroem as células
infectadas. Adicionalmente, a IL-12 possui participação importante na fase inicial,
sendo produzida por macrófagos e outras células apresentadoras de antígenos,
estimulando as células NK a exercer citotoxicidade e a produzir mais IFN-γ, que por sua
vez aumenta o potencial microbicida dos macrófagos (Carvalho & Carvalho, 2004).

A imunidade adaptativa contra os antígenos virais ocorre com ativação de células


TCD8+ que vão exercer citotoxicidade pelo reconhecimento de antígenos virais via

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MHC classe I nas células alvo, e conseqüente liberação de granzima e de perfurinas
com lise das células infectadas e também dos vírus. Durante a resposta imune adaptativa
há também ativação das células TCD4+, que vão colaborar com as células B na
produção de anticorpos. A despeito de os vírus serem agentes intracelulares, os
anticorpos têm papel importante no combate às infecções virais, desde que, por ocasião
da propagação da infecção viral, após multiplicarem-se em células infectadas, os vírus
rompem essas células, ficando livres até a penetração em outra célula. Nessa fase
extracelular os anticorpos podem ligar-se aos vírus e, por meio do mecanismo de
neutralização, impedir que eles penetrem uma célula não infectada (Carvalho &
Carvalho, 2004).

Alternativamente, anticorpos podem ser adjuvantes no mecanismo de citotoxicidade


celular dependente de anticorpos, ao se ligar às células infectadas, permitindo a ação das
células NK. Em várias doenças, a exemplo de poliomielite, sarampo, hepatite B e
varicela, o anticorpo tem papel fundamental na proteção contra a infecção quando se
trata de um hospedeiro previamente sensibilizado, seja por uma infecção prévia ou por
imunização. Isso porque, em indivíduos já sensibilizados, a presença de anticorpos pode
interceptar os vírus, impedindo sua ligação com a célula do hospedeiro.

3.4 Resposta imune nas infeções causadas por protozoários


As principais doenças causadas por protozoários no homem são as leishmanioses,
doença de Chagas, malária, toxoplasmose e amebíase. Os protozoários são agentes
infecciosos intracelulares que habitualmente infectam o hospedeiro por longo período
de tempo, em virtude de possuir mecanismos que lhes permitem escapar das agressões
mediadas pelo sistema imune (Carvalho & Carvalho, 2004).

Vários componentes da resposta imune inata participam do mecanismo de defesa contra


os protozoários, mas esses microorganismos escapam dessa defesa.30 Embora in vitro
as promastigotas de Leishmania sejam altamente sensíveis ao complemento, as formas
infectantes resistem a sua ação. O Tripanosoma cruzi, por sua vez, tem a propriedade de
impedir ativação do complemento, desde que se encubra com moléculas do hospedeiro
como o fator acelerador da degradação (DAF). As leishmanias são também susceptíveis
à ação de neutrófilos, células com grande potencial de produzir peróxido de hidrogênio
e NO, mas que, ao penetrar o hospedeiro, infectam os macrófagos, livrando-se do
ataque dos neutrófilos. A resposta adaptativa contra os protozoários ocorre após a

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apresentação de antígenos por macrófagos e células dendríticas, via MHC classe II para
as células T. Como outras células podem ser infectadas, e os macrófagos e células
dendríticas também expressam moléculas de MHC classe I, nas infecções por
protozoários há também ativação das células TCD8+.O quadro 2 mostra os mecanismos
imunológicos de defesa contra alguns protozoários de importância clínica (Carvalho &
Carvalho, 2004).

3.5 Resposta imune a fungos


O principal mecanismo de defesa contra fungos é desenvolvido pelos fagócitos, que os
destroem por meio da produção de NO e de outros componentes secretados por essas
células. Adicionalmente, há participação de IFN-γ, aumentando a função de neutrófilos
e macrófagos, não havendo evidências de atividade citotóxica por células T CD8+.
Portanto, pacientes que apresentam neutropenia (menos de 500 neutrófilos/mm3) ou que
tenham deficiência da imunidade celular cursam com freqüência com micoses
recorrentes e ocasionalmente desenvolvem formas graves e profundas (Carvalho &
Carvalho, 2004).

O Criptococcus neoformans pode causar doenças pulmonares e comprometer o sistema


nervoso central em pacientes imunossuprimidos, e o P. braziliensis é o agente causal da
blastomicose sul-americana. A blastomicose sulamericana caracteriza-se por
envolvimento de gânglios, mucosa bucal e do aparelho respiratório. Na maioria das
pessoas infectadas o agente é controlado, e o indivíduo fica completamente
assintomático. Quando não se desenvolve uma resposta Th1 há disseminação do fungo
com envolvimento de órgãos do sistema reticuloendotelial e do pulmão; nesse contexto
o papel da IL-4 parece importante, já que em modelo experimental a ausência dessa
citocina protege contra doença pulmonar grave (Carvalho & Carvalho, 2004).

3.6 Resposta imunológica nas infecções por helmintos


Os mecanismos de resposta imune nas infecções helmínticas são múltiplos devido ao
tamanho e à diversidade metabólica dos parasitas, que são antigenicamente complexos.
Um problema adicional é que os parasitas podem sobreviver por muitos anos no
hospedeiro, como resultado de mecanismos de escape, a exemplo do que acontece com
o S. mansoni, que se torna coberto por antígenos do hospedeiro, deixando de ser
estranho para o sistema imunológico (Carvalho & Carvalho, 2004).

Embora o complemento e outros fatores da resposta imune natural possam contribuir

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para a defesa contra a infecção por helmintos, a resposta imune específica com a
produção de anticorpos e citocinas é importante. As células T CD4+ ou TCD8+ do tipo
2 são produtoras de citocinas como IL-4, IL-5 e IL-13 que, entre outras funções,
induzem a produção de IgE pelas células B e ativação de eosinófilos, mastócitos e
basófilos, respectivamente, componentes fundamentais na defesa contra helmintos.44
Anticorpos da classe IgE ligam-se aos basófilos circulantes ou mastócitos teciduais,
induzindo a liberação de histamina e outros mediadores da reação de hipersensibilidade
imediata, que leva à destruição de helmintos. A IgE produzida em altos níveis na
resposta imunológica do tipo Th2 tem sido relacionada com defesa contra reinfecção
pelo S. mansoni.45 Eosinófilos têm também a capacidade de destruir os
esquistossômulos e o Strongyloides através do mecanismo de citotoxicidade celular
dependente do anticorpo.46 As células do tipo Th2 estão associadas com a resistência à
infecção não apenas do S. mansoni, mas dos helmintos intestinais, a exemplo do S.
stercoralis e A. lumbricoides. A IL-4 estimula a produção de IgE e, juntamente com a
IL-13, a de mastócitos, resultando em aumento da secreção de mediadores da
inflamação, secreção de muco e aumento da contratilidade da musculatura intestinal,
facilitando a expulsão dos vermes adultos (Carvalho & Carvalho, 2004).

Na fase aguda da esquistossomose as manifestações clínicas de febre, astenia, perda de


peso, dor abdominal, diarréia e tosse, além de complicações como pleurite e pericardite,
são decorrentes da presença de TNF-α, IL-1 e IL-6, e também da deposição de
complexos imunes.48 A melhora da sintomatologia coincide com a produção de IL-10
induzida pelos antígenos de ovos na fase crônica.49 Nessa fase também ocorre secreção
de IL-4, IL-5 e IL-13,50,51 que em modelos experimentais participam da formação do
granuloma e da fibrose hepática, e, portanto, da patogênese da esquistossomose
(Carvalho & Carvalho, 2004).

4. IMUNODEFICIÊNCIAS CONGÊNITAS (PRIMÁRIAS)


Imunodeficiências congênitas são causadas por defeitos genéticos que levam ao
bloqueio da maturação ou função dos diferentes componentes do sistema imunológico.
Estima-se que um em cada 500 indivíduos nos Estados Unidos e na Europa sofra de
imunodeficiências congênitas de gravidade variável. As imunodeficiências congênitas
compartilham diversas características, e as características mais comuns são as
complicações infecciosas. Entretanto, diferentes imunodeficiências congênitas podem
diferir consideravelmente nas manifestações clínicas e patológicas. Alguns desses

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distúrbios resultam em suscetibilidade muito aumentada a infecções que podemse
manifestar logo após o nascimento e podem ser fatais, a não ser que os defeitos
imunológicos sejam corrigidos. Outras imunodeficiências congênitas levam a infecções
leves e podem ser detectadas pela primeira vez na vida adulta (ABBAS, 2017).

4.1 Defeitos na Maturação dos Linfócitos


Muitas imunodeficiências congênitas são o resultado de anormalidades genéticas que
causam bloqueios na maturação dos linfócitos B, linfócitos T ou ambos. Os distúrbios
que se manifestam como defeitos em ambos os ramos de células T e B do sistema
imunológico adquirido são classificados como imunodeficiência combinada grave
(SCID, do inglês, severe combined immunodeficiency) (ABBAS, 2017).

Várias anomalias genéticas diferentes podem causar a SCID. Cerca de metade dos casos
é ligada ao X, afetando apenas crianças do sexo masculino. Mais de 99% dos casos de
SCID ligada ao X são causados por mutações na subunidade de sinalização da cadeia
comum γ (γc) dos receptores para várias citocinas, incluindo a interleucina-2 (IL-2), IL-
4, IL-7, IL-9, IL-15 e IL-21. (Pelo fato de a cadeia γc ter sido identificada pela primeira
vez como uma das três cadeias do receptor de IL2, ela também é chamada de cadeia IL-
2Rγ.) Quando a cadeia γc não é funcional, linfócitos imaturos, especialmente células
pró-T, não podem-se proliferar em resposta à IL-7, que é o principal fator de
crescimento para essas células. Respostas defeituosas para IL-7 resultam em reduzidas
sobrevivência e maturação dos precursores dos linfócitos. Em seres humanos, o defeito
afeta sobretudo a maturação das células T (enquanto em camundongos as células B
também são grandemente reduzidas). A consequência desse bloqueio é uma profunda
diminuição nos números de células T maduras, imunidade celular deficiente e
imunidade humoral debilitada por causa da ausência de células T auxiliares (mesmo que
as células B possam amadurecer de forma quase normal). As células natural killer (NK)
também são deficientes, porque a cadeia γc faz parte do receptor para IL-15, a principal
citocina envolvida na proliferação e na maturação da célula NK (ABBAS, 2017).

4.2 Defeitos na Ativação e na Função dos Linfócitos


O melhor entendimento sobre as moléculas envolvidas na ativação e no funcionamento
linfocitário levou ao reconhecimento de mutações e de outras anormalidades nessas
moléculas que resultam em distúrbios de imunodeficiência (ABBAS, 2017).

A síndrome da hiper-IgM ligada ao X é caracterizada pela troca de classe (isotipo) de

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cadeias pesadas defeituosas de células B, resultando na IgM como principal anticorpo
sérico e em deficiência grave de imunidade celular contra microrganismos
intracelulares. A doença é causada por mutações no ligante CD40 (CD40L), a proteína
da célula T auxiliar que se liga ao CD40 nas células B, células dendríticas e macrófagos,
e assim faz a mediação da ativação dependente de células T dessas células. O insucesso
na expressão funcional do ligante CD40 leva a respostas deficientes de células B
dependentes de células T. como troca de classe na imunidade humoral e falha na
ativação macrofágica dependente de célula T na imunidade celular. Meninos com essa
doença são suscetíveis à infecção por Pneumocystis jiroveci, um fungo que sobrevive
dentro de fagócitos na ausência de auxílio de células T (ABBAS, 2017).

A ativação defeituosa dos linfócitos T pode resultar da expressão deficiente das


moléculas do complexo principal de histocompatibilidade (MHC). A síndrome do
linfócito desnudo é uma doença causada pela falha na expressão das moléculas do MHC
classe II, como resultado de mutações nos fatores de transcrição que normalmente
induzem expressão do MHC classe II. Lembre-se que as moléculas do MHC classe II
apresentam antígenos peptídeos para reconhecimento pelas células T CD4+, e que esse
reconhecimento é fundamental para o amadurecimento e a ativação das células T. A
doença é manifestada pela redução profunda de células T CD4+ por causa da falha no
amadurecimento dessas células no timo e deficiência da ativação nos órgãos linfoides
periféricos (ABBAS, 2017).

4.3 Defeitos na Imunidade Inata


Anormalidades em dois componentes da imunidade inata, fagócitos e sistema do
complemento, são causas importantes de imunodeficiência (ABBAS, 2017).

A doença granulomatosa crônica é causada por mutações nos genes codificando


subunidades da enzima fagócito oxidase, que catalisa a produção de intermediários
reativos de oxigênio de ação microbicida nos lisossomas (Cap. 2). Como resultado, os
neutrófilos e os macrófagos que fagocitam os microrganismos são incapazes de
exterminá-los. O sistema imunológico tenta compensar essa deficiência convocando um
número maior de macrófagos e ativando células T, que estimulam o recrutamento e a
ativação de mais fagócitos. Portanto, grupos de fagócitos acumulam-se ao redor de
processos infecciosos por microrganismos intracelulares, mas os microrganismos não
podem ser destruídos de modo eficaz. Esses grupos se assemelham a granulomas, dando

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origem ao nome dessa doença (ABBAS, 2017).

A deficiência na adesão leucocitária é causada por mutações em genes que codificam


integrinas, moléculas necessárias para a expressão de ligantes para selectinas, ou
moléculas de sinalização ativadas por receptores de quimiocina necessários para ativar
integrinas. Integrinas e ligantes de selectina estão envolvidos na adesão de leucócitos a
outras células. Como resultado dessas mutações, os leucócitos sanguíneos não se ligam
firmemente ao endotélio vascular e não são recrutados normalmente para os locais de
infecção (ABBAS, 2017).

A síndrome de Chédiak-Higashi é uma imunodeficiência em que os grânulos


lisossômicos de leucócitos não funcionam normalmente. Supõe-se que o defeito
imunológico afete fagócitos e células NK, e se manifeste por suscetibilidade aumentada
à infecção bacteriana (ABBAS, 2017).

4.3 Anormalidades Linfocitárias Associadas a Outras Doenças


Algumas doenças sistêmicas que envolvem múltiplos sistemas orgânicos, e cujas
principais manifestações não são imunológicas, podem ter um componente de
imunodeficiência (ABBAS, 2017).

A síndrome de Wiskott-Aldrich é caracterizada por eczema, diminuição de plaquetas e


imunodeficiência. Trata-se de uma doença ligada ao cromossomo X causada por uma
mutação em um gene que codifica uma proteína que se liga a várias moléculas
adaptadoras e componentes citoesqueléticos nas células hematopoiéticas. Por causa da
ausência dessa proteína, as plaquetas e os leucócitos são pequenos, não se desenvolvem
normalmente e falham em migrar normalmente (ABBAS, 2017).
A ataxia-telangiectasia é caracterizada por anormalidades na marcha (ataxia),
malformações vasculares (telangiectasia) e imunodeficiência. A doença é causada por
mutações em um gene cujo produto pode estar envolvido no reparo de DNA. Defeitos
nessa proteína podem levar a um reparo anormal do DNA (p. ex., durante recombinação
de segmentos de genes de receptores de antígenos), resultando em maturação
linfocitária deficiente (ABBAS, 2017).

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Conclusão
Chegados a este ponto observaei que no curso de uma resposta imunológica montada
frente a um antígeno, percebemos que diversos são os componentes imunológicos
envolvidos em tal processo, desde o início da resposta, pelo contato com o antígeno, até
a contração da resposta mediante a eliminação do agente estimulante. Apesar de,
didaticamente, separarmos os componentes do sistema imunológico, todos atuam
mutuamente e em colaboração para o sucesso da eliminação do antígeno. Como já
sabemos, os mecanismos efetores envolvidos neste processo são variados e muito
potentes em sua ação, evidenciando a necessidade de mecanismos reguladores que
garantam a ativação, o direcionamento e a inibição correta de todo o processo
imunechegados.

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Bibliografia
ABBAS; LICHTMAN; PILLAI; Imunologia Celular e Molecular, 6°ed., Editora
Elsevier.

ABBAS; LICHTMAN; PILLAI; Imunologia Básica, 4°ed., Editora Elsevier. P.P: 106,
116, P.P: 370, 381.

Sites visitados:

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