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ESTRATÉGIAS DE
GESTÃO DE PESSOAS
Catalogação na Publicação:
Biblioteca Universitária Mario Osorio Marques – Unijuí
D776e Drews, Gustavo Arno.
Estratégias de gestão de pessoas / Gustavo Arno
Drews, Maira Fátima Pizolotto, Marcos Paulo Dhein
Griebeler. – Ijuí : Ed. Unijuí, 2012. – 66 p. – (Coleção
educação a distância. Série livro-texto).
ISBN 978-85-7429-978-5
1. Administração. 2. Gestão estratégica. 3. Gestão es-
t rat ég ica d e p es so a s . I . P iz o lo tt o , M a ira Fá t ima .
II.Griebeler, Marcos Paulo Dhein. III. Título. IV. Série.
CDU : 658
658.3
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EaD ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DE PESSOAS
Sumário
APRESENTAÇÃO .......................................................................................................................... 9
UNIDADE 1
ESPAÇO ORGANIZACIONAL PARA UMA GESTÃO
ESTRATÉGICA PARA/COM/DE PESSOAS ............................................................................. 11
UNIDADE 2
GESTÃO ESTRATÉGICA DE PESSOAS (GEP) ...................................................................... 29
UNIDADE 3
BALANCED SCORECARD APLICADO À GESTÃO DE PESSOAS ..................................... 49
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................ 63
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Conhecendo os Professores
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EaD ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DE PESSOAS
Apresentação
Queremos contribuir com você na sua atuação pelo mundo da gestão, especificamen-
te da gestão de pessoas. Você, como um futuro administrador, necessita desenvolver compe-
tências para gerenciar as pessoas que estarão sob as suas ações de gestão. Não se pode
pensar que a gestão de pessoas é algo inerente àquele profissional que gerencia o núcleo, a
área, ou o setor, que leva a denominação de Gestão de Pessoas, Recursos Humanos, Depar-
tamento Pessoal, ou ainda outras denominações.
Agora você está ingressando em um novo estágio em seu contato com a gestão de
pessoas. É claro que toda a nossa discussão parte daquele primeiro contato. Por isso reco-
mendamos a sua retomada, e que use aquele livro-texto como um livro de cabeceira para
este período de estudo. Nesse novo estágio, o livro-texto vem para aprofundar o grau de
compreensão e tornar a sua visão mais estratégica.
Daremos um avanço na forma de pensar a própria gestão estratégica de pessoas por meio
da Unidade 2, que apresenta um resgate conceitual do planejamento estratégico e da gestão
estratégica de pessoas propriamente dita. Agregamos a esta unidade um conjunto de questões
contemporâneas que são imprescindíveis na hora de gerenciar uma organização e suas equipes.
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EaD Gustavo Arno Drews – Maira Fátima Pizolotto – Marcos Paulo Dhein Griebeler
E, por fim, na Unidade 3, trazemos uma ferramenta hoje muito usada nas organiza-
ções – o Balanced Scorecard – e que é perfeitamente aplicável à gestão de pessoas.
É muito importante que você esteja estimulado a fazer essa discussão conosco, especi-
almente pela visão estratégica que se faz necessário construir.
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EaD ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DE PESSOAS
Unidade 1
OBJETIVOS DA UNIDADE
• Após estudar esta Unidade você deverá ter ampliado sua visão sobre:
Bem-vindos à primeira Unidade, que faz uma retomada da discussão sobre a gestão
estratégica de pessoas nas organizações, orientada para o alcance dos resultados
organizacionais.
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EaD Gustavo Arno Drews – Maira Fátima Pizolotto – Marcos Paulo Dhein Griebeler
E então, aqui e agora, você se depara com um título que remete a um debate sobre o
espaço organizacional para a gestão estratégica PARA/COM/DE pessoas: A que, então,
remete este título, afinal? Anote, aqui, rapidamente o que lhe vem à cabeça sobre:
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Vamos aprofundar em detalhes estes títulos e depois você pode ver se as suas respostas
estão de acordo. Nas Séries Iniciais da sua formação no Ensino Médio, nas aulas de Ciên-
cias, você participou certamente de uma experiência de estudar as partes de animais ou
mesmo do corpo humano. O estudo dava-se parte a parte, para, ao final, entender o todo.
Assim, também vamos abrir este título em partes para depois entender o que ele quer mos-
trar e discutir.
Acompanhe-nos nesta reflexão que se dará nas quatro seções desta Unidade e procure
sempre visualizar a amplitude que representa a gestão para/com/de pessoas.
Seção 1.1
O Espaço Organizacional
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EaD ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DE PESSOAS
forasteiros através de regras, na medida em que essas normas ou regras são colocadas em
prática pela ação de determinadas pessoas que ocupam posições de mando ou de chefia ou
por staff administrativo”.
Caravantes Panno e Kloeckner (2005, p. 43), buscam também Chester Barnard pela
sua percepção diferente, uma vez que para ele as organizações são subsistemas de ativida-
des ou forças, de duas ou mais pessoas, conscientemente coordenadas para um objetivo
comum. Por fim, os autores finalizam afirmando que organizações são unidades sociais (ou
grupos humanos) deliberadamente construídos e reconstruídos para atingir objetivos espe-
cíficos. Corporações, exércitos, escolas, hospitais, igrejas e prisões estão aí incluídos; tribos,
classes, grupos étnicos, grupos de amizade e
família estão excluídos.
1
Disponível em: <http://www.gomesdematos.com.br/2010/como-ser-lider-em-gestao-estrategica-de-pessoas/>. Acesso em: 26 out. 2011.
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Amplie seu foco nessa viagem e pense o que a localização geográfica de uma organi-
zação pode impactar numa decisão estratégica na dimensão da gestão de pessoas. Escreva
a sua opinião a respeito disso nas linhas seguintes:
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a) estar localizada num centro mais populoso favorece a busca de candidatos às vagas;
b) estar localizado em cidades com menos oferta de oportunidades de trabalho favorece mão
de obra mais barata;
c) longe dos núcleos habitacionais requer práticas de benefícios para custear o deslocamen-
to e a alimentação no local;
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EaD ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DE PESSOAS
O gestor de uma organização com um espaço geográfico mais local ou regional vai ter
algumas facilidades e também dificuldades na condução das práticas de gestão de pessoas.
Por conhecer a cultura local/regional, o segmento econômico predominante, os níveis edu-
cacionais e outros elementos demográficos, o gestor pode definir diretrizes, políticas e práti-
cas de gestão de pessoas com mais propriedade.
O gestor, contudo, pode ficar refém do mercado de trabalho mais restrito, que não
oferece profissionais especialistas, ou com visões mais estratégicas, mais empreendedores
ou mais intraempreendedores, no caso de trabalhador com vínculo empregatício.
Você pode agora pensar sobre o que muda para o gestor quando a sua organização
tem atuação num diâmetro maior, digamos, na esfera estadual. E se essa organização se
estende a um circuito de vínculos na esfera nacional? No nosso Brasil, com seu território
gigante, dividido em regiões e, nessas, ainda, subdivisões em sub-regiões, há uma significa-
tiva diversidade presente: cultura, costumes, ritos, rituais, fatores climáticos, proximidades
ou distância em relação aos grandes centros, às opções de logística, e outros fatores.
A complexidade desse espaço não fica por aqui. Pense numa organização que tem
seus negócios internacionalizados. Opera em outros países, sujeita-se a legislações diferen-
ciadas, língua estrangeira, usos e costumes totalmente diferentes.
Agora dirija seu olhar para a figura 2, na qual mostramos uma nova dimensão desse
espaço em que ocorre a gestão.
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O espaço da gestão para/com/de se dá, também, na organização pública. Esta, por sua
vez, abre-se nas esferas federal, estadual, municipal, autárquica ou de economia mista. Todas
essas esferas possuem especificidades em termos de legislação a cumprir, de complexidade
gerencial, de níveis populacionais, de fatores educacionais. Nestas esferas, em especial as três
primeiras, ainda se apresentam os níveis de Poder Legislativo, Executivo e Judiciário.
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Com certeza você lembrou de anotar que as organizações privadas segmentam-se pela
atividade econômica com que se envolvem. Podem ser do setor industrial, de comércio, de
serviços e também do setor agropecuário. Podemos discutir longamente onde esta divisão
influi na gestão de pessoas. Pare a leitura e pense sobre isto. Pense sobre quais aspectos da
legislação brasileira diferem de um segmento para outro. Vejamos: a tributação, os riscos e
respectiva proteção no trabalho, a proteção do trabalho da mulher e do menor. Difere o uso
de tecnologias, de impactos da economia, e isto traz consequências nos modelos de
gerenciamento da organização e também das pessoas que nela trabalham.
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EaD ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DE PESSOAS
Lembre-se, também, de outra variável que afeta as organizações privadas e que impacta
no espaço organizacional – a forma jurídica de sua constituição. Esta classificação leva em
conta a quantidade de sócios, o objeto social da sociedade e o tamanho da empresa.
a) empresário individual;
c) Sociedade Anônima;
Para os a utore s, a organi z ação fami li ar pre c i sa cui dar dos as pe ctos de
profissionalização, de sucessão, quando entra com certeza a prática de uma gestão de pes-
soas bem-definida e sem predomínio de proteções a compromissos familiares não orientados
à performance da organização. Isto encontra reforço em Lodi (1998), que expressa que “A
empresa familiar precisa definir com objetividade como os parentes estão contribuindo para
o sucesso do empreendimento, o que implica num programa sistemático de avaliação dos
diretores e gerentes. A empresa precisa identificar suas forças e fraquezas, para construir
sobre as primeiras e neutralizar as últimas”.
Você vinha pensando que a gestão de pessoas em uma organização, à primeira vista, é
uma tarefa fácil? Há quem pense que gerenciar pessoas é colocá-las na organização, dar-lhes
tarefas, exigir-lhes rendimento, pagar-lhes algo em troca do que fazem e, se não produzirem a
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EaD Gustavo Arno Drews – Maira Fátima Pizolotto – Marcos Paulo Dhein Griebeler
contento, dar-lhes o aviso prévio, pagar seus direitos e recomeçar o ciclo com outra contratação,
e sucessivamente outra e mais outra. Não que isso, ou parte disso, esteja totalmente descarta-
do e não possa ocorrer, mas evidentemente que o espaço organizacional ainda vai se
complexificando à medida que observarmos a Figura 3 e nela vemos outro cenário que deve
ser debatido: a influência dos fatores do macroambiente na gestão para/com/de pessoas.
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EaD ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DE PESSOAS
Você conseguiu formatar uma ideia clara do que é este espaço organizacional para a
gestão para/com/de pessoas? Anima-se em escrever com suas próprias palavras o que está
compreendendo agora sobre isto? Então use o espaço a seguir para fazê-lo:
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Stakeholder
Seção 1.2
Significa, em português, parte
interessada ou interveniente. É
um termo empregado em
diversas áreas, referente às
A Gestão nas Organizações para Pessoas
partes interessadas que devem
estar de acordo com as
práticas de governança
O que significa para você dizer que a gestão nas organiza-
corporativa executadas pela ções se dá para pessoas?
empresa. De maneira mais
ampla, compreende todos os Na busca de respostas você pode partir da concepção de
envolvidos em um processo,
que pode ser de caráter que uma organização, de forma geral, constitui-se a partir de
temporário (como um projeto) demandas, desejos ou necessidades de indivíduos, que se organi-
ou duradouro (como o
negócio de uma empresa ou a zam no coletivo para viabilizar o alcance de soluções para essas
missão de uma organização) demandas. Assim, estruturam o chamado plano de negócio, em
(Fonte: <www.wikipedia.org>).
que se definem os produtos que pretendem produzir ou serviços a
prestar, e a quem fornecer este produto ou prestar esse serviço – o
chamado mercado. Para desenvolver esse negócio é preciso alocar
um conjunto de recursos e na continuidade executar processos
que levam a resultados.
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EaD ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DE PESSOAS
cio. Ao optar por um negócio, cada investidor procurar escolher uma atividade que traga
retorno ao capital que investiu e, para tal, se impõe uma escolha adequada do produto e do
mercado em que vai atuar.
Froemming (2002, p. 95), quando discute encontros de serviços, traz citação extraída
de Kotler e Fox (1994) para enumerar os públicos principais que interagem em uma institui-
ção de ensino, em especial quando se tratar de uma universidade, e para tal enumera:
Diante destes stakeholders enumerados você pode agora mentalizar quais os que esta-
belecem relações com a organização em que você trabalha. Encontre para cada um desses o
similar em sua organização. Certamente a sua lista cresceu e chegou aos: a) investidores; b)
órgãos governamentais e fiscalizadores; c) comunidade empresarial; d) fornecedores; e) con-
correntes; f) ex-clientes; g) comunidade local/público em geral; h) meios de comunicação; i)
conselhos superiores de administração na sua empresa; j) quadro funcional/força de traba-
lho/capital intelectual; k) carteira de clientes.
Feita essa mentalização, vamos avançar dizendo que esses diferentes públicos buscam
um resultado na organização a que se vinculam. Esses resultados podem ser econômicos ou
biopsicossociais. Cabe às organizações buscar balancear necessidades e expectativas de
cada grupo de público de modo que estes sintam satisfação nos resultados almejados. Por
vezes, a satisfação de um grupo pode afetar os níveis de satisfação de outro grupo, o que
facilmente permite afirmar que a avaliação dessa satisfação é sempre complexa.
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dade por parte dos consumidores individuais ou pelos compradores corporativos. Afirma o
autor que a redução no ciclo de vida dos produtos e uma substancial mudança na adminis-
tração de estoques requer maior velocidade na capacidade de resposta. Essa capacidade
vem desde a percepção, a inovação e a colocação do produto no mercado. Eleva-se o grau
de competição em função de queda de barreiras protecionistas, da emergência de novos
concorrentes, do ingresso de concorrentes antigos em novos territórios e da expansão das
zonas de livre-comércio.
Pois bem, então pensemos todas essas diversidades presentes nos mais diferentes gru-
pos de stakeholders supraenumerados. O que representa essa diversidade quando se olha
para o grupo dos investidores? Como eles conseguirão desenvolver uma gestão para pessoas
investidoras com tanta diversidade? E como será administrar uma organização para os cli-
entes quando se sabe que estes igualmente apresentam uma complexa diversidade? E o
gerenciamento da força de trabalho diante dessa diversidade? E ainda todos os demais seg-
mentos discutidos?
Seção 1.3
Já ficou muito claro para você que as organizações têm em comum a presença de
pessoas, de processos e de produtos, que variam de acordo com as suas especificidades e o
micro e o macroambiente em que se inserem. Esse conjunto de fatores organizacionais re-
quer um processo administrativo.
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EaD ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DE PESSOAS
Perceber e executar esse ciclo é um desafio de todo o gestor. Estabelece-se para esse
um papel de sensor das ameaças e das oportunidades, dos conflitos, dos pontos fracos e dos
pontos fortes. Ao se comparar esse ambiente organizacional ao que é tratado por Mariotti
(1996, p. 127 apud Drews, 2000) como iceberg organizacional, vê-se quão desafiador é esse
papel.
A habilidade que o navegador precisa ter para perceber a extensão da geleira submersa
é a mesma que o administrador precisa numa organização. O administrador percebe, a olho
nu, as estruturas físicas, máquinas e equipamentos, os objetivos, as pessoas em si, resulta-
dos, metas, e outros. Há, no entanto, vários aspectos que não são percebidos sem uma
profunda radiografia ou um mergulho nas águas desse ambiente organizacional, que são os
sentimentos, as emoções, as reações, os comportamentos, os envolvimentos e os comprome-
timentos dos empregados, as expectativas e as reações dos clientes.
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EaD Gustavo Arno Drews – Maira Fátima Pizolotto – Marcos Paulo Dhein Griebeler
A Figura 3 nos serve para finalizar essa reflexão dizendo que toda a organização quando
é criada define o seu negócio. Definir o negócio significa pensar que ao fixar os objetivos se
decidem os produtos que se quer produzir, o mercado que se quer atingir e o tamanho ou a
capacidade de produção; observa-se os aspectos técnicos, legais e operacionais, para, en-
tão, ver os investimentos necessários, seus custos e perspectivas de receitas, para daí ter
uma base do ponto de equilíbrio para esse negócio. Neste processo de definir o negócio já
são necessárias várias deliberações acerca do fator humano: o investidor que investe os
recursos financeiros; os potenciais clientes e fornecedores; a força de trabalho e os reflexos
para a sociedade.
Ainda com base na Figura 3 entramos na dimensão dos recursos para pôr o negócio
em prática. Entram as questões dos recursos financeiros, estruturais, materi ais,
informacionais, naturais, tecnológicos. Todos esses envolvem pessoas, por isso afirmamos
que ocorre uma gestão com pessoas. Quem capta, aplica e controla recursos financeiros são
os investidores e a força de trabalho. A estrutura física é mantida por pessoas, os recursos
materiais são fornecidos por pessoas e processados, beneficiados, por pessoas.
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EaD ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DE PESSOAS
do com o tipo de atividade. E por fim, a expectativa de resultados que são esperados por
todos os públicos, os stakeholders, envolvidos. E não apenas se espera resultados econômi-
co-financeiros, mas muito também na perspectiva dos resultados biopsicossociais, isto é, os
públicos querem resultados relacionados com a vida, com as questões psicológicas, de rela-
cionamentos e sociais. Este é o grande desafio de pensar a gestão de uma organização que
envolve esses diferentes públicos em toda a sua coluna dorsal.
Seção 1.4
Uma vez fixada esta forma bem-estratégica de se ler os cenários organizacionais, va-
mos agora falar de como se dá a gestão das pessoas que representam a força de trabalho, o
capital intelectual. Quando você cursou a disciplina Gestão de Pessoas, trabalhou com a
obra Gestão de Pessoas, de autoria de Pizolotto e Drews (2009).
Você deve ter percebido que aquele livro-texto mostrou um contexto lógico, desde a
conceituação para gestão de pessoas, sua evolução, até chegar a este momento em que
abordaremos as práticas de gestão por meio dos subsistemas ou processos.
Por exemplo, Chiavenato (2004) emprega ora subsistemas ora processos, enquanto
Dutra (2002) usa a nomenclatura processos; mas cabe ressaltar que cada um destes
subsistemas/processos é instituído pelas organizações por meio de políticas e práticas pró-
prias e adequadas a sua cultura. Naquele livro-texto foi trabalhado com a concepção de
Chiavenato (2004), apresentado na Figura 4, e que engloba os seis processos de gestão de
pessoas.
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EaD Gustavo Arno Drews – Maira Fátima Pizolotto – Marcos Paulo Dhein Griebeler
Aquela obra deve ser buscada agora nesta disciplina para rever as concepções de cada
um dos processos que ali foram detalhados, descrevendo quais práticas de gestão de pessoas
são tratadas em cada um destes processos. Retomamos aqui, rapidamente, cada processo
para dar uma ideia do que aborda aquele livro-texto:
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EaD ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DE PESSOAS
Se você não estiver lembrando de toda a abordagem feita naquela disciplina, retome a
obra e leia o que se comentou sobre cada um dos processos. Aqui, neste livro-texto, faremos,
na seção 2.3, um constructo de questões contemporâneas que hoje se fazem presentes em
cada um destes processos, porém de forma estratégica. Antes de migrar para aquela seção,
no entanto, vamos fazer um exercício de fixação.
SÍNTESE DA UNIDADE 1
Após estudar esta Unidade você certamente tem condições de re-
latar qual a sua visão sobre:
– O amplo espaço organizacional em que ocorre a Administração.
– Porque dissemos que a gestão se dá para pessoas.
– O que se entende por uma gestão com pessoas.
– Quais os principais processos de gestão de pessoas usados nas
organizações.
OK. A sua reflexão fecha com a síntese desta Unidade?
O espaço organizacional em que ocorre a gestão é realmente com-
plexo. Precisamos olhar pelo ângulo geográfico em que a organi-
zação se instala, pelo segmento econômico da mesma, pela forma
jurídica como se constitui e pelo impacto das variáveis do
macroambiente sobre a mesma.
Pode-se, sim, dizer que a gestão se dá para pessoas, pois a organi-
zação se cria para atender necessidades/desejos/demandas/objeti-
vos percebidos por um grupo de público. Esse empreendimento es-
tabelece relações com os fornecedores; contribui para a esfera pú-
blica cujos recursos retornam para a sociedade; gera oportunida-
des de trabalho, e assim os diferentes públicos apropriam-se de
parcelas de benefícios oriundos dessa organização.
Fazer uma gestão com pessoas é possível sim, pois por mais que
tenha recursos de toda a ordem, sempre terá uma força de traba-
lho, um capital intelectual, atrás dos processos necessários para a
execução do negócio.
E por fim, certamente ficou claro para você que formar a equipe de
trabalho requer processos de planejar essa equipe, buscar os seus
integrantes no mercado de trabalho, selecionar de acordo com as
competências requeridas, dizer a esses o seu papel, avaliar a sua
atuação/desempenho, cuidar da educação continuada a partir de
gargalos nas competências, cuidar das recompensas, das valoriza-
ções e da saúde desta força de trabalho. Para isto é preciso
estruturar um adequado sistema de informações para tomada de
decisões mais adequadas nessa área.
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EaD ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DE PESSOAS
Unidade 2
OBJETIVOS DA UNIDADE
Seção 2.1
Com certeza todos já ouviram falar sobre planejamento estratégico, mas nunca é de-
mais retomarmos tais conceitos, não é mesmo?
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EaD Gustavo Arno Drews – Maira Fátima Pizolotto – Marcos Paulo Dhein Griebeler
Figura 5 – Planejamento
Em outras palavras, o uso da estratégia é praticado por nós cotidianamente, sem que,
ao menos, venhamos a percebê-la. Para isso, exemplos não faltam: escolher um caminho
mais fácil para chegar ao destino desejado, ganhar um jogo de futebol, conquistar a estima
de uma pessoa, entre outros. Como vocês podem perceber, existem inúmeras maneiras de se
atingir um mesmo propósito.
Creio, no entanto, que todos devem ter lido ou conhecem o livro “Alice no País das
Maravilhas” (2005), de Lewis Carroll (1832-1898), e nele existe uma passagem interessante,
quando Alice, perdida, encontra o Gato e lhe pergunta:
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EaD ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DE PESSOAS
– Claro – disse o Gato – mas isso depende bastante de onde a senhora quer chegar ”.
Nesse momento, ela retruca: “não me importo muito para onde”. Então o Gato lhe
diz: “então não importa o caminho que você vai escolher ”. Apesar de confusa, Alice comple-
ta: “contanto que dê em algum lugar ”. Ao ouvir isso, o Gato então diz: “oh, você pode ter
certeza de que vai chegar... Se você caminhar bastante”.
Bom, isso também pode acontecer conosco em certos momentos. Queremos sair do
lugar onde estamos, mas não conseguimos ver a direção a ser seguida para frente, ou seja,
ficamos com dúvidas. Ou, então, tomamos decisões sem pensar e resolvemos de “qualquer
jeito”, e isso, certamente, no atual contexto, é muito perigoso.
Para isso existe o planejamento estratégico, que consiste num processo administrativo
que proporciona sustentação metodológica para se estabelecer a melhor direção a ser segui-
da pela empresa. Ou ainda, no estabelecimento de um conjunto de providências a serem
tomadas pelo executivo para a situação em que o futuro tende a ser diferente do passado. O
planejamento estratégico é, normalmente, de responsabilidade dos níveis mais altos da or-
ganização e trata tanto da formulação de objetivos quanto da seleção das ações estratégi-
cas a serem seguidas, levando sempre em consideração as condições externas (macro e
microambientes) e também as condições do ambiente interno da organização (Oliveira,
2011).
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EaD Gustavo Arno Drews – Maira Fátima Pizolotto – Marcos Paulo Dhein Griebeler
Estes mesmos autores nos propõem uma metodologia para a elaboração do planeja-
mento estratégico, que pode ser visualizada na figura 6 a seguir.
Nesta metodologia, o primeiro passo consiste na organização que temos, que significa
a análise da situação atual, ou seja, análise do ambiente externo e interno da organização
detectando oportunidades, ameaças, pontos fortes e fracos, sendo as oportunidades aquelas
situações externas favoráveis e não controláveis pela organização, mas que tendem a influ-
enciar positivamente no seu desempenho. Já as ameaças são as situações externas desfavo-
ráveis e não controladas pela organização e que tendem a influenciar negativamente o seu
desempenho. As ameaças podem ser evitadas ou transformadas em oportunidades desde que
conhecidas em tempo hábil. Quanto aos pontos fortes, são aquelas características internas
em que a organização está melhor que seus concorrentes; já os pontos fracos são aspectos
em que a organização se encontra em situação pior do que seus concorrentes.
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EaD ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DE PESSOAS
INDICADORES ORGANIZACIONAIS
ESTRATÉGIAS (AÇÕES)
MONITORAÇÃO ESTRATÉGICA
Agora que você já revisitou a teoria sobre o Planejamento Estratégico, vamos fazer um
exercício de imaginar o processo de planejamento estratégico sendo instituído na organiza-
ção em que trabalha. Vamos lá?
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EaD Gustavo Arno Drews – Maira Fátima Pizolotto – Marcos Paulo Dhein Griebeler
Seção 2.2
Vamos iniciar esta seção revisitando o conceito de Gestão de Pessoas na visão de Dutra
(2002): gestão de pessoas é um conjunto de políticas e práticas que permite a conciliação de
expectativas entre a organização e as pessoas para que ambos possam realizá-las ao longo
do tempo.
No livro-texto Gestão de Pessoas (Pizolotto; Drews, 2009), este mesmo autor – Dutra
(2002) – nos demonstrou o processo evolutivo da gestão de pessoas que consistiu em três
períodos:
• GERENCIAL DOS ANOS 60 ATÉ FINAL DOS ANOS 80 PASSA A INTERFERIR NOS
Vimos então que a partir dos anos 90 a Gestão de Pessoas começa a assumir um novo
papel; um papel estratégico, ou seja, uma nova forma de pensar e de gerir as pessoas, na
agregação de valor para as organizações.
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EaD ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DE PESSOAS
Albuquerque (in Fleury, 2002) corrobora que a gestão estratégica de pessoas visa:
Percebe-se então a necessidade de se ter uma gestão estratégica de pessoas nas orga-
nizações contemporâneas. E, diante disso, os gestores precisam adotar uma nova postura,
ou seja, ser um Gestor Estratégico.
Quando você conhece as pessoas que trabalham com você e quais são as competênci-
as que elas possuem, isso já é algo estratégico. Por isso, as organizações que permanecem
com foco na estratégia compreendem bem a importância de comprometer e alinhar todos os
empregados com o que ela pretende. O desafio das empresas atualmente está em saber se
diferenciar das demais. Bom, e como conseguir isso? Não existe fórmula de bolo, mas uma
coisa é certa: deve haver um “algo a mais” na prestação do serviço ou produção de itens.
Porter (2002) define isso como uma Vantagem Competitiva (VC), ou seja, o que a mi-
nha empresa tem de melhor que meu concorrente não tem e que o cliente consegue perce-
ber. Assim, é possível dizer que a VC pode ser considerada como qualquer estratégia que é
notada pelo cliente ou pelo mercado e que pelo seu destaque
consegue gerar uma resposta positiva de retorno.
1
Desta maneira, podemos dizer que, no caso da Gestão Es-
tratégica de Pessoas, o diferencial serão os empregados, quan-
do, altamente comprometidos com a empresa e adequados às
tarefas dos seus respectivos cargos, efetivamente introduzi-
rão e executarão a estratégia.
1
Disponível em: <http://mrpfullservice.com.br/rh.html>. Acesso em: 26 out. 2011.
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EaD Gustavo Arno Drews – Maira Fátima Pizolotto – Marcos Paulo Dhein Griebeler
Como já foi visto, a Gestão de Pessoas já passou por diversas transformações, mas
cada vez mais verifica-se que é necessário manter pessoas que estejam não apenas compro-
metidas com a empresa, mas que também se sintam motivadas em trabalhar nela. Desta
maneira, na atualidade o setor de GP passa de um mero executor de tarefas predetermina-
das pela gerência da empresa, tais como folha de pagamento, admissão e demissão, dentre
outros, para uma ampla e aprofundada participação nas decisões.
Isso faz com que este setor envolva-se efetivamente na composição das estratégias e,
com isso, consiga adquirir as seguintes características:
• Possuir foco no longo prazo: ver nas pessoas de “hoje” o potencial para ocupar futuros
cargos dentro da empresa. Isto significa mais valorização por parte da empresa para com
os empregados;
• Priorizar a escolha pelos processos mais adequados à realidade da empresa: lembram dos
seis processos/subsistemas de gestão de pessoas? Observar o que pode ser alterado sem
prejudicar o andamento de toda a organização;
• Considerar todas as pessoas da empresa e não apenas um único grupo: não são aceitos
privilégios para algumas pessoas da empresa, ou seja, todos devem ter as mesmas oportu-
nidades de crescimento profissional;
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EaD ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DE PESSOAS
CURIOSIDADE!
Em pesquisa realizada durante o 37º Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas
(Conarh), que aconteceu em agosto deste ano, com mais de 600 profissionais, 198
ou seja, 33% dos profissionais em gestão de pessoas ainda não enxergam a área
como estratégica, mas sim somente como um setor responsável apenas por contra-
tar, demitir e cuidar dos pagamentos dos colaboradores.
De acordo com Fleury (2002), quando se possui uma participação mais ampla dos
empregados que atuam em diferentes níveis da organização na formulação estratégica da
empresa, isto pode ser considerado como uma importante forma de tornar esse processo
mais interativo e contínuo. Isto porque, no passado, as pessoas eram consideradas como
simples recursos e, com isso, não tinham valorizadas suas capacidades. Por isso, durante
muitos anos a área de Gestão de Pessoas pouco contribuía para os resultados da empresa.
Como esta área era dividida em vários subsetores, sendo cada um deles responsável por
assuntos específicos (um para folha de pagamento, outro para treinamentos, por exemplo),
não existia interação necessária para um funcionamento completo.
Com o passar do tempo, porém, como vimos anteriormente, a partir da década de 90, a
área de GP deixou de ser um setor isolado na organização e passou a ser parte de um todo
integrado, tornando-se estratégica, onde para ter êxito em seu funcionamento precisa estar
muito bem-articulada.
Isto fez com que ela recebesse mais atenção e se tornasse mais valorizada pela organi-
zação, pois, como já citamos, as pessoas são essenciais para os resultados organizacionais
e, portanto, merecem atenção por parte da alta gerência da empresa.
Chiavenato (2004) observa que o setor de Gestão de Pessoas funciona como uma
consultoria integrada que se localiza no nível estratégico da empresa. Isto porque ele forne-
ce informações e dados sobre os colaboradores da organização para a alta gerência. Além
disso, este setor é considerado pelo autor como um parceiro nas atividades principais da
empresa, ao oferecer aos demais setores e a ele mesmo, admissão de pessoas (seleção e
contratação), estruturação de tarefas e processos junto a manutenção das pessoas (avalia-
ção de desempenho, política salarial, dentre outros).
37
EaD Gustavo Arno Drews – Maira Fátima Pizolotto – Marcos Paulo Dhein Griebeler
Para tanto precisa estar sempre muito articulado com o planejamento estratégico da
organização, pois, em alguns casos, aparece um descompasso em relação à Gestão Estraté-
gica de Pessoas e às estratégias organizacionais. Isto porque o discurso é diferente da práti-
ca, ou seja, se diz uma coisa e se faz outra.
É preciso, então, saber aonde a organização quer chegar, o que pensa o setor de GP e
como instrumentalizar esta intenção. Junto a isso, é preciso saber o que sentem e esperam
os empregados da organização.
38
EaD ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DE PESSOAS
Este autor nos diz que um dos aspectos mais importantes da estratégia organizacional
é a sua amarração com a função gestão de pessoas, ou seja, o PEGP deve ser parte integran-
te do planejamento estratégico organizacional. Em outras palavras, o PEGP refere-se à
maneira como a função GP pode contribuir para o alcance dos objetivos organizacionais e,
simultaneamente, favorecer e incentivar o alcance dos objetivos individuais dos colabora-
dores. Viram como tudo se relaciona? Acabamos de entender ainda mais o conceito para GP
de Dutra (2002), que revisitamos no início desta seção.
Albuquerque (apud Fleury, 2002) observa que existem empresas que buscam traçar
suas estratégias de maneira bem diferente. Segundo este autor, existe dois tipos de empre-
sas: as que traçam estratégias de controle e as que propõem estratégias de comprometi-
mento . Naquelas onde o controle é predominante, as pessoas são vistas como números,
custos e fatores de produção, além de somente serem mandadas e controladas por seus
superiores, sem terem o direito de opinar por melhorias nos processos que executam ou
então comentar sobre sugestões, como, por exemplo, treinamentos a serem oferecidos para
o aperfeiçoamento das atividades.
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EaD Gustavo Arno Drews – Maira Fátima Pizolotto – Marcos Paulo Dhein Griebeler
Para finalizar esta seção, o setor de GP estratégico é aquele que deve ter iniciativa, ou
seja, faz a hora e não espera as coisas acontecerem por si. Por isso, mais especificamente em
se falando de pessoas dentro da organização, você, ao ocupar este cargo, deve levar em
consideração alguns aspectos importantes que buscamos expor a seguir e que podem con-
tribuir para uma gestão de pessoas mais estratégica. Vejamos:
• Evite “modismos”;
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EaD ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DE PESSOAS
• Prime pelo endomarketing do seu setor (jornais, intranet, mídia, etc.) para divulgar o que
está sendo feito em termos de Gestão de Pessoas;
• Procure sempre incentivar a inovação e a participação das pessoas nos processos produti-
vos da empresa, além do retorno das atividades.
Seção 2.3
Vamos fazê-lo seguindo a mesma linha de raciocínio dos processos de gestão de pesso-
as que apresentamos anteriormente e que podem ser vistos novamente na Figura a seguir:
Figura 11 – Processos de GP
41
EaD Gustavo Arno Drews – Maira Fátima Pizolotto – Marcos Paulo Dhein Griebeler
A partir dessa Figura pode-se dizer que é necessário pensar em estruturar planos setoriais
ou por processos, para, no conjunto destes, constituir o plano global de gestão de pessoas.
Podemos orientar a gestão com vistas a estruturar:
42
EaD ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DE PESSOAS
Os planos de estrutura de cargos e funções representam a base para todo o ciclo que
se desenvolve na gestão de pessoas. Servirá para todos os demais planos sugeridos. Nem
sempre a organização tem as condições de tê-lo de forma formal, mas é imprescindível que
se tenha uma clareza de como deverão ser constituídas as equipes de trabalho. Uma
formalização excessiva tende a dificultar a sua manutenção diante do ritmo de mudanças
que acontecem, razão porque se deve optar por uma estrutura de cargos simplificada e mais
genérica, que estimule a criatividade e a inovação.
43
EaD Gustavo Arno Drews – Maira Fátima Pizolotto – Marcos Paulo Dhein Griebeler
• Monitoramento de resultados;
Outros fatores de movimentação podem ser lembrados por você. Enumere nas linhas a
seguir outros fatores, à medida que for lembrando, além dos já mencionados:
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
Voltando à primeira afirmação sobre demanda de empregados, quer-se agora discorrer sobre
a questão Empregados. Não se pode mais contar na força de trabalho com apenas stakeholders na
condição de empregados, ao pé da letra, trazida pela Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT.
Pensar na formação de equipes abrange bem mais oportunidades. Vejamos algumas:
• Se for sociedade civil, pode-se constituí-la a partir dos profissionais para a consecução do
empreendimento que se quer;
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EaD ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DE PESSOAS
Para que a lista fique completa enumere aqui as que você lembrar, além destas já
mencionadas:
_________________________________________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
A execução dos planos de provisão das demandas de pessoas é uma atividade que
requer muitas competências por parte do administrador. Começa pela atenção que deve ser
dada para criar uma imagem de atratividade da organização. Às práticas convencionais
somam-se os headhunters (caça-talentos) – usados para contratação de executivos de alto
nível. É a possibilidade de contratação de profissionais qualificados num período de tempo
muito menor, bem como programas de trainees e/ou de estágios.
• Para melhor escolha de candidatos é cabível que o processo todo aconteça com a partici-
pação de múltiplos olhares, ou seja, por uma equipe multiprofissional que envolva princi-
palmente o titular da gestão do órgão requisitante, por ser esse que conhece as necessida-
des da área e dele se espera a gestão do novo escolhido;
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EaD Gustavo Arno Drews – Maira Fátima Pizolotto – Marcos Paulo Dhein Griebeler
situação ocorre quando da chegada de um novo membro para a equipe de trabalho numa
organização. Precisa ser feito um processo de adaptação do novo colaborador à organiza-
ção e, para isto, chama-se a atenção para algumas questões que hoje são essenciais:
• Deve ser feita uma integração inicial quando o trabalhador chega na organização para ele
conhecer a estrutura, a cultura organizacional, as normas, direitos e deveres. Evita-se
adiar esse processo para acumular os recém-contratados de um período, pois, como ima-
ginar um membro da equipe estabelecendo contatos com os clientes sem conhecer esse
mínimo do seu novo trabalho?
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EaD ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DE PESSOAS
Mediante a Figura 13, pode-se ter uma ideia de um banco de dados interligando da-
dos gerados nos diferentes processos.
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EaD Gustavo Arno Drews – Maira Fátima Pizolotto – Marcos Paulo Dhein Griebeler
Com base nas discussões aqui desenvolvidas, você, com certeza, está apto a recons-
truir esta Figura, ajustando-a para a realidade que você conhece. Faça isto como uma ativi-
dade de fixação.
SÍNTESE DA UNIDADE 2
Vamos revisar o conteúdo desta Unidade 2?
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EaD ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DE PESSOAS
Unidade 2
BALANCED SCORECARD
APLICADO À GESTÃO DE PESSOAS
OBJETIVOS DA UNIDADE
• Após estudar esta Unidade você deverá ter ampliado sua visão sobre:
Seção 3.1
Balanced Scorecard
Se você quer a organização focalizada na estratégia, tenha certeza que seus sistemas de gestão e
informação foram projetados para gerenciar a estratégia (David p. Norton – um dos criadores da
ferramenta de gestão Balanced Scorecard).
Em uma tradução livre ela pode ser chamada de “Cartão de Resultado Balanceado”. Tra-
ta-se de uma ferramenta que, se considerada de sucesso pela empresa, deve ser frequentemente
testada, informada e, se necessário, corrigida, ante os resultados obtidos pelos indicadores de
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EaD Gustavo Arno Drews – Maira Fátima Pizolotto – Marcos Paulo Dhein Griebeler
desempenho da organização. De qualquer forma, ela é algo muito útil para a gestão de uma
empresa e que, de pronto, reforçamos: exige comprometimento das pessoas para sua execução
em razão da mudança no modo de execução dos processos a partir de sua inserção no modo de
gestão da organização. Antes de expor sua relação com a Gestão de Pessoas, porém, entende-
mos que é preciso resgatar, mesmo que rapidamente, um pouco da história do BSC.
Nesse sentido, seus idealizadores foram Robert S. Kaplan e David p. Norton, dois pro-
fessores do Massachusetts Institute of Technology – MIT, dos Estados Unidos, que, na década
de 90 do século 20 a criaram com o intuito de oferecer uma ferramenta que pudesse refletir
o equilíbrio entre os objetivos de curto e longo prazos de uma empresa. Com ela, buscaram
englobar as medidas financeiras (lucratividade e vendas) e não financeiras (desempenho e
aprendizagem das pessoas nos processos produtivos) entre indicadores de tendências e ocor-
rências e entre as perspectivas interna e externa de desempenho.
Vejam a seguir algumas informações obtidas sobre um conjunto de empresas dos Estados
Unidos que, em 1998, empregava mais de 4.500 profissionais em 70 países. Estas foram conseguidas
por meio de uma pesquisa realizada pelo Instituto Renaissance Worldwide Incorporate e que per-
guntou aos executivos destas empresas como eles viam a introdução do BSC em suas dependên-
cias, com base em suas quatro perspectivas. Os resultados foram os seguintes:
Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da Renaissance Worldwide Inc. (1998).
50
EaD ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DE PESSOAS
Nesta mesma pesquisa, o estudo apontou que as empresas com iniciativas para a
melhoria de suas habilidades de gerenciamento estratégico possuíam, como um dos princi-
pais obstáculos, a resistência à mudança dos processos gerenciais.
Nesse sentido, Kaplan e Norton (2001) observam que as causas mais comuns de fracas-
so da introdução do BSC se referem à maneira como o modelo é executado nas empresas.
A fim de reforçar esta afirmação, Campos (1998) observa que a evolução de uma empre-
sa depende exclusivamente das pessoas, e para que ocorram mudanças é fundamental que
elas mudem sua maneira de pensar e que consigam se visualizar no futuro. Para isso, é neces-
sário que as pessoas estejam interessadas em mudar e que todos os empregados conheçam e
entendam qual é o negócio da empresa, tendo, assim, a mesma noção do proprietário desta.
Por isso, sempre é válido lembrar que é preciso olhar com cuidado o funcionamento da
empresa, ou seja, precisamos ter visão de todo o processo. Junto a isso, é necessário conhe-
cer quais são os produtos e serviços que nossa empresa oferece e aqueles que estão entran-
do e buscam substituir os já existentes no mercado, oferecidos pelos concorrentes.
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EaD Gustavo Arno Drews – Maira Fátima Pizolotto – Marcos Paulo Dhein Griebeler
As medidas financeiras são inadequadas para orientar e avaliar a trajetória que as empresas da
era da informação devem seguir na geração de valor futuro investindo em clientes, fornecedores,
funcionários, processos, tecnologia e informação. O Balanced Scorecard complementa as medi-
das financeiras do desempenho passado com medidas dos vetores que impulsionam o desempe-
nho futuro.
Por isso, Kaplan e Norton (1997) inicialmente definiram o Balanced Scorecard como
um sistema de mensuração de desempenho e, posteriormente, como um sistema de gestão
estratégica. Ou seja, o BSC deve ser entendido como um sistema de suporte à decisão em-
presarial, uma vez que ele pretende reunir os elementos-chave das áreas funcionais de uma
empresa para, então, poder acompanhar o cumprimento da estratégia.
1. Análise Financeira – toda e qualquer empresa na iniciativa privada visa o lucro, por isso
a análise de desempenho desta medida financeira indica se a estratégia da empresa, sua
introdução e execução, estão contribuindo para a melhoria dos resultados da organiza-
ção. Então, a pergunta que cabe a esta perspectiva é: “Para satisfazer os acionistas, que
objetivos financeiros devemos alcançar?” Ora, depois de ler isso você pode pensar: A mi-
nha empresa não possui acionistas, ou seja, ela não vende ações da empresa na Bolsa de
Valores. Sem problemas. Pense bem: o proprietário da empresa é também um acionista,
pois ele investiu o Capital Social para que a empresa começasse e, com isso, ele também
espera retorno, pois, caso contrário, se manter no mercado será uma tarefa extremamente
difícil;
52
EaD ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DE PESSOAS
serviços oferecidos pela sua empresa atendem ou não suas necessidades. Com isso, a
lucratividade de sua empresa pode aumentar, pois o cliente, quando satisfeito, auxilia
sua organização com o marketing boca a boca;
3. Processos Internos da Empresa – este aspecto significa que a empresa deve obter um
resultado positivo com relação aos processos, decisões e ações que ocorrem dentro da
organização. Dito de outra maneira: ela deve evitar o retrabalho (ou seja, refazer nova-
mente as atividades) por meio da melhoria dos mesmos. Desta maneira, é preciso que se
questione: “Para satisfazer nossos acionistas e clientes, em que processos internos do
negócio devemos ser excelentes?” Assim que as necessidades dos clientes e as metas fi-
nanceiras estabelecidas pela empresa, e que podem ser percebidas pela saída dos produtos
ou serviços prestados, aumentam, entendemos que estes orientam os processos internos
que a empresa precisa ter para satisfazê-los, então o terceiro aspecto está sendo cumpri-
do. Por isso, acreditamos que as empresas precisam definir bem quais são as atividades
diárias a serem executadas e as competências que as pessoas devem possuir para que o
retrabalho não aconteça e venha a prejudicar a organização;
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EaD Gustavo Arno Drews – Maira Fátima Pizolotto – Marcos Paulo Dhein Griebeler
Após o que foi comentado, a seguir buscamos expor melhor a interação entre essas
quatro perspectivas com a estratégia da empresa e o resultado esperado.
Processos Financeiros
Processos de Funcionários
e Sistemas
Como podemos perceber, a Gestão de Pessoas se faz presente também dentro destas
quatro perspectivas que o BSC sugere, seja na parte financeira ou no atendimento aos cli-
entes, pois o acionista (ou então proprietário da empresa) é uma pessoa e se relaciona com
as demais. No caso do cliente, é preciso que estejam na “linha de frente” pessoas qualifica-
das e que resolvam os problemas dos clientes e não os deixem com mais dúvidas ainda, mas
sem se esquecer daquelas que atuam nos “bastidores”.
Ou seja, estarão contribuindo para a formação dessas percepções por meio desta ca-
pacidade de inserir a Gestão de Pessoas dentro do sistema mais amplo de estabelecimento
da estratégia, o que, por consequência, irá demonstrar sua influência sobre o desempenho
financeiro da empresa.
54
EaD ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DE PESSOAS
E se você, enquanto responsável desta área fizer isso, certamente estará “largando na
frente”, agindo com um espírito de vanguarda. É preciso, porém, também estar preparado
para a resistência às mudanças, como já afirmamos anteriormente, que é comum ao ser
humano, pois em certas ocasiões nem sempre gostamos de sair do lugar onde estamos. Mes-
mo assim, a versatilidade deve ser uma constante a você, Gestor de Pessoas, ou seja, cabe a
você ser um facilitador dos dois lados (empresa e empregado). Se, no entanto, o desafio do
Gestor de Pessoas está em saber lidar com as pessoas, aqui também é preciso mostrar como
o BSC pode contribuir para que elas entendam a importância desta ferramenta de Gestão
Empresarial.
Nesse sentido, Sink e Tuttle (1993) comentam alguns fatores que estão diretamente
relacionados à Gestão de Pessoas, ou seja, eles impactam diretamente sobre o processo de
medição do desempenho organizacional e, por isso, buscamos expô-los no Quadro a seguir:
b) Ausência de um
processo de Despreparo das pessoas em administrar o processo do BSC;
gerenciamento
e) Precariedade de
Pouca ou nenhuma noção por parte das pessoas que trabalham
conhecimento e percepção
na empresa em conseguir entender o papel do BSC no processo
do que a organização
de melhoria da organização;
necessita e deseja
Fonte: Adaptado pelos autores (2011) com base em Sink e Tuttle (1993).
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EaD Gustavo Arno Drews – Maira Fátima Pizolotto – Marcos Paulo Dhein Griebeler
Como é possível se ver, o desafio ao gestor de pessoas, quando da ideia em usar esta
ferramenta, consiste em verificar tais situações. O responsável por esta área deve ser alguém
que aglutine e influencie as pessoas a adotar o BSC como algo viável, e para isso não impor-
ta o porte da empresa, mas sim a intenção de mudar os resultados desta. Isso demanda
dedicação, engajamento e comprometimento por parte das lideranças de cada um dos seto-
res da organização. Por isso, cabe ao gestor de pessoas oferecer capacitações sobre como
operacionalizar a ferramenta, pois para cada setor o BSC pode funcionar de maneira dife-
rente de forma a atender às particularidades de cada grupo de pessoas que trabalham na-
quele local.
Então, se você, enquanto gestor de pessoas quer ter sucesso com o BSC na sua empre-
sa, deve atentar para dois momentos distintos: o primeiro está em montar seu mapa estra-
tégico, ou seja, quais serão os objetivos, metas e indicadores que irão englobar esta etapa e
que atendem à realidade da empresa. Em outras palavras, é preciso definir o que você quer
conquistar (objetivos), quais serão as etapas (metas), de que maneira isso será medido (os
indicadores) e, por fim, como começar isso (as iniciativas). O segundo momento requer que
você dê continuação ao mapa, isto é, que a primeira etapa seja sempre bem-elaborada para
não comprometer o segundo, e isto, como você já sabe, não é tarefa fácil. Dito isso, temos
uma Figura que visa a expor melhor a inter-relação entre as quatro perspectivas e a Visão e
a Estratégia da empresa.
Figura 17 – Alinhamento das Quatro Perspectivas do BSC com a Visão e a Estratégia da Empresa
56
EaD ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DE PESSOAS
Esta interação do BSC com a Gestão de Pessoas atualmente deve ser não apenas uma
constante, mas também cabe ao próprio setor assumir um papel de liderança estratégica
dentro da empresa, como já comentamos anteriormente, “largando na frente”.
Por isso, a partir do momento em que você lida com as pessoas e auxilia a empresa com
esta ferramenta, você se torna um agente de mudanças. De que maneira? Simples: você deve
adequar o conhecimento das pessoas àquilo que a empresa precisa e isto engloba trabalhar
em conjunto com todos os demais profissionais das áreas envolvidas. Diante disso, entende-
mos que é extremamente importante alinhar a Gestão de Pessoas à estratégia mais ampla da
organização, o que acontece pela necessidade de inovar seus processos produtivos, de saber
agir em uma curta duração de tempo dos ciclos, e de primar pela qualidade e pela satisfação
dos clientes. Com isso, afirmamos que a importância da Gestão de Pessoas na ferramenta de
BSC é essencial.
Vocês se lembram que falamos sobre a Vantagem Competitiva de uma empresa? Pois é.
Podemos dizer que estamos em uma “Era das vantagens temporárias”, ou seja, uma vanta-
gem competitiva que hoje diferencia sua empresa das demais pode não significar muita
coisa especial no mercado de amanhã. Mais importante que possuir temporariamente al-
guns diferenciais competitivos, portanto, é possuir a habilidade de gerar novas vantagens,
que permitam à empresa adaptar-se rapidamente ao comportamento oscilante do mercado.
Por isso, quando você está no setor de GP e entende que em conjunto com outros
setores da empresa é necessário estudar a concorrência e buscar uma vantagem competiti-
va, um dos instrumentos de técnica de mercado mais valioso é a análise do valor (qualidade)
para o cliente. O propósito disso é determinar os benefícios que têm valor para os clientes
que estejam na mira e a forma em que estes qualificam o valor relativo das diferentes ofertas
da companhia. Mais uma vez é o papel da Gestão de Pessoas, com o pessoal do Marketing,
identificando o que o cliente deseja e como fazer para ele comprar da sua empresa e não do
concorrente.
Na sequência, iremos expor como o BSC pode contribuir para a mensuração dos resul-
tados de uma estratégia traçada pela empresa e que condiz como ela quer ser vista pelos
seus stakeholders . Então, imaginemos uma empresa que pretende se manter no mercado em
que atua. Ora, toda empresa cria uma expectativa positiva e, por isso, precisa traçar estraté-
gias para tanto.
Bem, para isso, o proprietário da mesma chamou você e os demais responsáveis pelas
outras áreas e pediu que adotassem o BSC para isso e que cada um deles então expusesse
como via a interação do seu setor com a ferramenta. Por primeiro, o próprio dono expôs o
que esperava que a empresa conseguisse gerar na perspectiva financeira , e isto apresenta-
mos a seguir:
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EaD Gustavo Arno Drews – Maira Fátima Pizolotto – Marcos Paulo Dhein Griebeler
Propostas de Valor
Medidas Essenciais (Retorno para a empresa)
• Melhoria da produtividade;
Fluxo de Caixa
Figura 18 – Perspectiva Financeira – Medidas e Propostas para Gerar Valor para a Empresa
Como podemos perceber, o dono da empresa visa, como era de se esperar, o resultado
positivo, valendo-se, para tanto, de medidas específicas, tais como o fluxo de caixa equili-
brado e a verificação do aumento nas vendas, o que, consequentemente, poderá gerar um
resultado positivo, e, quando bem-executados os processos, a lucratividade será alcançada.
E isto somente se consegue por meio delas: as pessoas.
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EaD ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DE PESSOAS
Figura 19 – Perspectiva dos Clientes – Medidas e Propostas para Gerar Valor para a Empresa
Setor
Medidas Essenciais Propostas de Valor
Responsável
• Inovação: receita com novos • Investimentos em P&D/tempo de
P&D
produtos/serviços desenvolvimento
• Eficácia do ciclo de produção
• Operações: tempos de
(ECP = tempo de produção/total Produção
ciclo/índice de perdas
transformado)
Figura 20 – Perspectiva dos Processos Internos – Medidas e Propostas para Gerar Valor para a Empresa
Como podemos perceber, temos aqui uma boa distribuição de quem irá fazer o que
para que as perspectivas dos processos internos sejam atingidas, a começar pela parte do
setor de P&D da empresa, com foco na inovação, passando pela eficácia no controle do ciclo
de produção dos itens fabricados pela empresa.
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EaD Gustavo Arno Drews – Maira Fátima Pizolotto – Marcos Paulo Dhein Griebeler
E, depois, está o pessoal do Marketing , que terá como desafio contabilizar e monitorar
o serviço de pós-venda, ou seja, irá verificar se as reclamações dos clientes, além das solici-
tações à assistência técnica em razão dos produtos com defeito, diminuíram depois da intro-
dução do BSC e das capacitações que os setores receberam. Como podemos ver, as pessoas
aqui, novamente, fazem a diferença no processo produtivo. Ou seja, se as demandas para a
capacitação são atendidas em tempo hábil, o gestor de pessoas está contribuindo indireta-
mente para o alcance dos objetivos destes setores.
Enfim, chegou a vez de você, gestor de pessoas, mostrar como entendeu o retorno que
o BSC poderá dar para a empresa. Você lembra que antes havíamos comentado sobre a
importância de três itens fundamentais para a perspectiva de aprendizagem e crescimento
das pessoas na organização com o BSC?
Pois é. Tanto a competência das pessoas em realizar suas tarefas quanto a infraestrutura
dos sistemas de informações (ou seja, informações precisas), são elementos essenciais para
que o retrabalho seja evitado. Isto impede problemas de relacionamento, perda de tempo,
bem como propicia um clima organizacional favorável para que todos se sintam influenci-
ados para realizarem suas atividades. Isto gera satisfação aos mesmos, o que resultará en-
tão em uma retenção dos funcionários, ou seja, a rotatividade não acontecerá.
Figura 21 – Perspectiva de Aprendizagem e Crescimento – Medidas e Propostas para Gerar Valor para a Empresa
60
EaD ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DE PESSOAS
De uma maneira geral, entendemos que cabe novamente a palavra de alerta feita no
início da exposição do BSC: ele precisa ser monitorado , pois não se pode encará-lo como
um mero “modismo” da empresa e, sim, como uma ferramenta de verificação dos resultados.
Com ela, é possível ver o antes e o depois. Ou seja, se melhoraram ou não as vendas, o lucro,
a execução das tarefas sem retrabalho e se as pessoas conseguem aprender e inovar cons-
tantemente em seus ambientes de trabalho.
Além disso, o BSC exige uma constante atualização dos dados. Ora, como já havía-
mos comentado, o que é importante “hoje”, “amanhã” pode ser secundário. Além disso, ter
disponibilidade de dados reais e que refletem a realidade da empresa, cria condições para a
avaliação do impacto da Gestão de Pessoas para as tomadas de decisão sobre os investimen-
tos na área e que contribuirão para melhorar os resultados da empresa.
Como consideração final, vale dizer: a avaliação do desempenho das pessoas dentro
da empresa possui um papel fundamental na área de GP que deseja ser estratégica. O BSC
contribui para isso, ou seja, com um desempenho mensurado, entendemos que é possível
que sejam revistas práticas, resultados e investimentos, sejam eles em capacitações,
reestruturação de cargos e salários ou de benefícios, por exemplo.
O que o gestor de pessoas deve ter em mente é de que o próprio BSC apresenta falhas,
pois o desempenho tem relação direta com a motivação, ou seja, como ninguém motiva nin-
guém, cabe a você, então, influenciar e convencer as pessoas que trabalham na sua empresa
a contribuírem para a continuidade da mesma. Então, se cabe a você a responsabilidade na
área de GP, a seguir relacionamos algumas dicas que você pode inserir nesta área, contribuin-
do, assim, para o bom funcionamento das práticas produtivas da sua organização.
• Tenha sempre claro o que a empresa faz em termos de mercado de atuação e passe isso aos
empregados (novos e com tempo de casa) constantemente, por meio de minicursos, ofici-
nas, etc., mas sempre com o aval da direção da empresa;
• Alinhe a estratégia do seu setor (o que você quer entregar à empresa) com a estratégia da
organização (o que ela quer entregar ao cliente);
• Meça os resultados;
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EaD Gustavo Arno Drews – Maira Fátima Pizolotto – Marcos Paulo Dhein Griebeler
• Lembre-se sempre de que cada empresa tem uma maneira de lidar com as pessoas, por isso
ouça sempre os dois lados (empresa e empregado);
• Comunique-se corretamente – este é o início para uma efetiva aplicação de qualquer ferra-
menta de gestão.
Como buscamos sempre reforçar, lidar com pessoas não é uma tarefa fácil, porém não
é impossível. O que importa no fato de ser estratégico está no desafio em conseguir expres-
sar a todos o que se pretende com a introdução de uma ferramenta como é o BSC. Nunca
devemos, no entanto, esquecer que é sempre preciso dar o retorno para as pessoas dos resul-
tados obtidos, pois, caso contrário, o descrédito e a desconfiança tomam o lugar do resulta-
do positivo esperado. Este sistema de retorno pode ser classificado como algo parecido com
o lançamento de um foguete para Marte, ou seja, precisamos definir a trajetória antes para
verificar se ele está no rumo certo ou se é preciso fazer correções.
Nosso intuito aqui foi o de expor um pouco mais sobre como trabalhar com a atração e
retenção de pessoas na organização, caracterizando inicialmente o que é estratégia e, em se-
guida, sua aplicação no contexto empresarial, tendo-se como base a ferramenta do BSC. Esta,
como vimos, visa a alinhar os objetivos da empresa, expressos em quatro perspectivas (Finan-
ças, Clientes, Processos Internos, Aprendizagem e Crescimento), sempre tendo como referência
a visão e a estratégia traçadas pela empresa para atingir resultados positivos esperados.
É bem verdade que poderíamos ter nos focado em outras ferramentas, tais como o GUT
(Gravidade, Urgência e Tendência), o 5W2H, o PODC (Planejamento, Organização, Direção e
Controle), a Fofa (Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças) e tantas outras. Entendemos,
porém, que o BSC pode englobar todas elas na medida de desempenho de uma empresa, em que
o comprometimento pode fazer toda a diferença e isto reflete a preocupação e o papel funda-
mental que a Gestão de Pessoas representa para o bom resultado nas empresas.
Por isso, na certeza de que todos vocês conseguirão comprometer as pessoas em suas
respectivas empresas, como palavra final desejamos votos de muito sucesso no comando
desta área, tão desafiadora quanto envolvente, que é a Gestão de Pessoas.
SÍNTESE DA UNIDADE 3
Vamos revisar o conteúdo desta Unidade 3?
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EaD ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DE PESSOAS
Referências
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CARROLL, Lewis. Alice no país das maravilhas . São Paulo: Martin Claret, 2005.
DUTRA, Joel Souza. Gestão de pessoas: modelo, processos, tendências e perspectivas. São
Paulo: Atlas, 2002.
63
EaD Gustavo Arno Drews – Maira Fátima Pizolotto – Marcos Paulo Dhein Griebeler
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LODI, João Bosco. A empresa familiar. 4. ed. São Paulo: Pioneira, 1998.
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MARTINS, Ives Gandra da Silva; MENEZES, Paulo Lucena de; BERNHOEF T, Renato.
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SAIBA MAIS
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