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Marx, Durkheim e Weber relacionam o direito com diferentes fenômenos

sociais. A partir da leitura do texto “Apontamentos para uma crítica marxista do


direito” de Jair Pinheiro, apesar de o autor deixar claro que não há uma crítica do
direito sistematizada nas obras publicadas por Marx, infere-se que a visão de direito
deste relaciona-se com as relações sociais de produção. Pinheiro sugere pensar o
direito em Marx em três planos: primeiro a relação de produção como relação
jurídica, focada na questão econômica e da propriedade, onde “ao direito de um
corresponde a obrigação de outro segundo o lugar ocupado nessa relação”;
segundo as relações sociais institucionalizadas, onde o Estado é o mediador das
relações sociais, e pelo qual as classes dominantes fazem valer seus interesses e;
terceiro o direito como ideologia jurídica, onde expressa que o direito positivado é
formado a partir da abstração do indivíduo das relações que o constitui
historicamente.
Já no texto “Émile Durkheim e a análise sociológica do direito: a atualidade e
os limites de um clássico” de Orlando Villas Bôas Filho percebe-se que a visão do
direito de Durkheim é baseada na análise de como estabelecer a ordem social. Da
sistematização das relações sociais como formas de solidariedade a partir da divisão
do trabalho: a solidariedade mecânica e a solidariedade orgânica, “concebidas como
expressão de um fenômeno moral e, por essa razão, inacessíveis à observação e à
mensuração, Durkheim propõe que se enfoque o direito como fato exterior que as
simbolizaria”.
Por fim, no texto “A Sociologia do Direito de Max Weber: O Método
Caleidoscópio” de Marcelo Pereira de Mello observa-se que Weber ao analisar o
Direito, procura combinar, seu método de investigação: o racionalismo científico
típico com as perspectivas historicistas. O autor deixa claro que quando o Weber
“fala em processo de racionalização das sociedades ocidentais ele está falando da
crescente importância para os indivíduos destas sociedades de produzirem
explicações para os fenômenos de acordo com princípios lógicos e abstratos”. De
forma resumida, “o processo de constituição do Direito racional formal, nas suas
variegadas manifestações no ocidente, é o resultado de uma complexa
recombinação de princípios e procedimentos racionais e de fins substantivamente
irracionais”.
Após essa breve explicação, conclui-se que a conceituação do Direito varia
de acordo com o objeto de observação. Marx observa o direito a partir das relações
sociais de produção. Já Durkheim vê o direito a partir da divisão do trabalho dentro
da sociedade (e como essa divisão influencia a estrutura social). E Weber analisa o
direito com um método mais complexo, levando em conta as ações dos indivíduos e
várias outras esferas.

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