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A Arte no Atendimento Psicopedagógico Clínico

 Benilde Ferreira de Assunção Farias

RESUMO:

Este trabalho expressa a importância do arte no atendimento clínico à luz do


referenciais de Vigotsky e embasamento psicopedagógico.

A arte, a linguagem e o conhecimento são frutos de ação humana sobre o


mundo, sobre a realidade, constituindo, assim o acervo cultural do homem, como
resultado de suas necessidades filosóficas, biológicas, psicológicas e sociais.
A medida que construímos diferentes formas de inserção no mundo, seja
como autores e atores, pintamos, dançamos, tocamos instrumentos, entre muitas
outras possibilidades, elaborando e reconhecendo de modo sensível nosso
pertencimento no mundo. Esses diferentes domínios de significados constituem
espaços de criação, transgressão, formação de sentidos, comunicação tornando-se
objeto de reflexão. Nesta perspectiva, convidamos os psicopedagogos para
refletirem sobre essas diferenças formas de comunicação no espaço do
atendimento psicopedagógico clínico. Que sentido assumem na formação das
crianças e dos adolescentes? Como incorporá-las na prática clinica?
Em primeiro lugar quero destacar o objetivo do atendimento
psicopedagógico clínico como um recurso terapêutico que articula as instâncias
objetivas e subjetivas envolvidas no ato de aprender, potencializando-as para que
possa surgir o sujeito / aprendente autor. Por isso, considero a ARTE como uma das
formas de potencializar o sujeito, ao tempo em que as instâncias objetivas e
subjetivas se integram no processo de aprendizagem.
Segundo Vygotsky, o processo criador ao interpor a realidade, a imaginação,
emoção e a cognição, envolve o sujeito na reconstrução, reelaboração,
redescoberta de múltiplos significados da realidade. Neste sentido, é sempre um
processo singular no qual o sujeito deixa suas marcas, revela seus
encaminhamentos e se relaciona com os materiais, com o espaço, com as
linguagens e com a vida.
Um segundo aspecto a destacar é que a ARTE da qual me refiro não se
confunde com exercícios de técnicas, treinamentos psicomotores ou cópias de
modelos, mas da utilização de propostas por onde transita livremente a
imaginação, a sensibilidade, a cognição. Pela ação do aprendente com o lápis, a
tinta, o papel, a argila, a massa de modelar, com os sons e os ritmos musicais,
imagens de filmes e fotografias ele expressa como vê o mundo e suas
particularidades, bem como amplia a rede de significados e modos diferenciados de
comunicabilidade.
Portanto, o psicopedagogo deve ser competente o suficiente para aplicar
recursos orientadores no processo de intervenção clínica e um destes recursos é a
ARTE.

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Psicopedagoga Clínica, Socioterapeuta Ramain Thiers, Mediadora do Programa de
Enriquecimento Instrumental (PEI).
E-mail: capp_atende@yahoo.com.br
Endereço: Rua Santa Luzia, 1453 Centro - Teresina - PI

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