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GESTÃO DE BAR

I - A POLÍTICA DE COMPRAS
1 - CLASSIFICAÇÃO DOS APROVISIONAMENTOS
Num bar, os aprovisionamentos dizem respeito aos diversos produtos e matérias
primas.
Com efeito, para funcionar bem, um bar necessitam dos seguintes produtos:
1. Produtos não deterioráveis, tais como: natas frescas, frutos frescos, ovos e legumes...
2. Produtos não deterioráveis: sobretudo bebidas, mas também acompanhamentos.
3. Os fornecedores da exploração (bar) dos produtos de limpeza, da roupa...
4. E também os bens imóveis (frigorífico, loiças, comércio local...), os bens imobilizados não
serão estudados neste trabalho. A sua compra faz parte das funções normais do barman,
mas sim da direcção.
É de salientar que no sector agro-alimentar, novos produtos fazem a sua aparição,
resultantes de novas técnicas de conservação (conservação, vácuo, liofilização...) Estes
produtos, tanto podem ser classificados nos produtos não deterioráveis como nos não
deterioráveis. A diversidade da lista de bar pode justificar o recurso a este tipo de produtos,
a duração da sua conservação é em principio 9 dias. Para um cocktail à base de legumes,
por exemplo, da quarta gama (prontos a utilizar) vindo a suprimir desta forma os
desperdícios relativos à limpeza e ao arranjo dos legumes.
Esta quarta gama de produtos é, evidentemente, mais cara que o produto em bruto,
mas para além da economia em mão de obra, assegura uma qualidade estável do produto.
Além da sua conservação ser mais longa, permite uma disponibilidade do produto em função
das necessidades máximas. as variações de preço de compra das matérias primas são
igualmente atenuadas, e a relativa estabilidade do preço simplifica o calculo ao nível da
gestão dos stocks (inventários) e da fixação do preço de venda.
2 - ESCOLHA DO FORNECEDOR
Saber escolher o seu fornecedor, passa por algumas regras fundamentais. Trata-se de
colocar a si próprio as seguintes questões:
1. - De que é que nós temos necessidade?
 Para o whisky por exemplo: a quantidade, a capacidade em cl, a marca mais apreciada
pelo cliente “ o preço psicológico” que o cliente aceitará pagar, etc.
2. - Quais são os fornecedores possíveis ?
É desejável referir-se em primeiro lugar às compras precedentes. Todos os compradores
tem o direito a ter um ficheiro de fornecedores, manual ou informático, nos quais serão
agrupadas informações relativas a cada fornecedor: nome comercial, telefone, telex, fax,
morada, artigos propostos, condições acordadas (tempo de entrega, descontos, modo de
entrega., forma, meio e prazo de pagamento...), compras anteriores, observações,
nomeadamente respeitantes a prazos de entrega.
Um segundo ficheiro, o “ficheiro de produtos”, também deve ser feito. Uma ficha de
produto reúne informações sobre o produto: a designação exacta do produto, a
quantidade e unidade, fornecedores contactados antes de uma compra, propostas...Este
ficheiro permite fazer uma comparação das ofertas.
Estes dois ficheiros são importantes para um serviço de aprovisionamento, pois expõem as
compras desde a decisão de compra até há entrega / recepção.
De qualquer forma não se deve negligenciar outras procuras possíveis, tais como:
1. Leitura de imprensa especializada, de eventuais ofertas recebidas (que convém arquivar
regularmente).
2. O lançamento de campanhas de promoção. as moradas podem ser obtidas graças a um
anuário, revista ou antigos ficheiros de fornecedores que não estão actualizados. Para
além da telepática (fax, telex), os quiosques propõem inúmeros serviços nos quais é
possível seleccionar um determinado produto, obter informações muito detalhadas e
mesmo fazer directamente um pedido.
Na hotelaria e na restauração, assiste-se ultimamente a uma multiplicação de
serviços. Para obter uma lista de todos estes serviços é aconselhável centra-se nos
terminais telepáticos (telex, minitel) disponíveis para melhorar a sua pesquisa.
Outra possibilidade de compra: as adjudicações. No entanto os estabelecimentos
privados têm o habito de recorrer a este tipo de serviços. as chamadas ofertas publicas
fazem-se junto dos estabelecimentos de restauração colectiva.
Ao contrario, em certos estabelecimentos, as compras são efectuadas por intermedio
de uma central de compras (Modis, Grupo Sonae: para a restauração e hotelaria). Outra
possibilidade é alguns estabelecimentos agruparem-se por forma criarem: Grupos de
Interesse Económico - G.I.E.-, que tem como objectivo centralizar as compras e de ter um
certo peso junto dos fornecedores, para obterem um preço mais competitivo
Enfim, existe também o “cash & carry”, comércio do tipo grossista / retalhista que se
dirige exclusivamente a outros comerciantes (revendedores) nos quais se compra pagando
no momento do acto, trazendo de imediato as mercadorias, como indica o nome desta
formula.
Desde que o comprador esteja na posse das ofertas, compete-lhe a ele compara-las.
Deve actualizar a ficha de produto ou um outro documento chamado “estudo de mercado”.
É certo que o preço é um dos elementos principais, mas convém avaliar outras
informações, tais como: prazo de entrega, eventuais descontos, a quantidade mínima de
uma encomenda, as condições de pagamento, os custos suplementares de compra... É em
função de todos estes elementos e de acordo com as necessidades de momento que o
comprador decidirá fazer a encomenda
a este ou àquele fornecedor.
3 - GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS
Para bem gerir os stocks, o comprador deve colocar a si próprio as seguintes
questões:
1. - Quando é que é preciso encomendar ?
2. - Qual é a quantidade a encomendar ?
Com efeito um stock bem gerido implica, ter um stock suficiente (os clientes não
perdoam sempre uma ruptura de stocks) mas um stock bem gerido não permite um stock
elevado. Um stock elevado implica imobilizações de capital, custos de armazenamento,
problemas de escoamento... Razão pela qual se deve encomendar a quantidade ideal no
momento preciso. Desta forma é necessário controlar diariamente a evolução dos stocks e
determinar com cuidado os seguintes níveis de stocks:
 Stock mínimo: em função dos consumos habituais e dos prazos de aprovisionamento
 Stock de segurança: também chamado stock de protecção, que constitui uma reserva
suplementar, estimado por medias, para fazer face aos consumos excepcionais e
eventualmente atrasos de entrega.
 Stock de alerta ou stock critico: é a soma do stock mínimo e do stock de segurança. O
stock de alerta vai desplotar a encomenda
Stock máximo: é o stock que não se deve ultrapassar, senão há riscos de perdas e
problemas de capacidade.
A rotação de stocks pode ser calculada estabelecendo os seguintes parâmetros:
 Stock médio, ou media de stocks, é igual ao stock inicial somado ao stock final a dividir
por dois.
Formula: Stock médio = (stock inicial + stock final) / 2
 A rotação de stocks: é o numero de vezes que um stock médio foi renovado durante um
determinado período de tempo.
Formula: Rotação de Stocks = Stock médio / tempo (em dias)
 A duração da rotação permite determinar quanto tempo um artigo esteve em armazém
(stock) durante um determinado período.
Duração da rotação é igual ao número de dias do período fixado a dividir pela velocidade de
rotação
Formula: Rotação da duração = numero de dias / pela velocidade de rotação
De seguida é preciso comparar os valores obtidos nos dois níveis:
 No tempo: para saber a tendência da situação dos stocks e poder assim remediar uma
eventual deterioração, ou fazer um melhoramento, ou aplicar a outros stocks.
 No espaço: quer dizer comparar valores em relação aos de outras empresas idênticas.
estas informações podem ser fornecidas pelos centros de gestão agregados.
4 - COMPRA
1. Numa empresa quem é realmente o comprador ?
2. Aquém está confiada a responsabilidade de fazer as encomendas ?
Com efeito é a dimensão do estabelecimento que o determina. O responsável das
compras pode ser o ecónomo, o director, o gerente, ou mesmo o barman.
A encomenda deve ser feita por carta, por um pedido de compra, telex, fax, telefone,
minitel, ou se as relações comercias pelo telefone. Mas neste caso é indispensável juntar
numa caixa todos os pedidos telefónicos para evitar encomendas duplicadas e para se
verificar as condições de entrega.
Todavia, é prudente ter em posse uma prova escrita e pedir uma confirmação escrita
de todas as encomendas telefónicas feitas a um fornecedor.
O documento de encomenda é, em principio, feito em duplicado - ou duplicado. O original é
destinado aos fornecedores (ver documentos anexos). O duplicado é arquivado em “pedidos
à espera de entrega”.
A encomenda deve ser precisa os produtos e as quantidades devem ser descritas
com exactidão e com lembrança sobre as condições de entrega e pagamento. Também se
deve indicar um intervalo horário para a entrega. Uma entrega ao meio dia menos de 15
minutos, em pleno serviço de aperitivos, não é certamente desejável.
5 - ENTREGA / RECEPÇÃO / CONTROLO
Durante a recepção dos produtos, o barman deve controlar o pedido de compra e a
guia de remessa, conferindo as quantidades, a qualidade, e eventualmente a data limite do
produto e o selo da DGAA das bebida alcoólicas que vem sobre a cápsula.
Se a encomenda estiver de acordo com o pedido deve colocar a data e a assinatura
na guia de remessa ( e ficar com uma copia para si). A guia de remessa volta para, por
intermedio do distribuidor, o fornecedor e constitui a prova de entrega. Se a entrega não
estiver de acordo (falta, avaria, ou estragado...) a constatação anomalia deve ser
expressamente formulada na guia de remessa, e na presença do distribuidor que confirmará
igualmente a ocorrência.
Após a verificação, as mercadorias vão ser armazenadas. Em muitos
estabelecimentos é utilizado um documento interno (mapa de entrada de mercadorias.). A
partir deste documento (ou da guia de remessa) as fichas de stock são actualizadas
quantitativamente (ou ainda valorativamente).
A guia de remessa e o pedido de compra, são de seguida classificados e esperam
pela factura. Desde que a factura chegue, é preciso fazer uma verificação comparativa. Se
os documentos estiverem correctos, a factura deve ser enviada para a contabilidade para
registo de compra e posterior pagamento.
Certos fornecedores enviam um conjunto de facturas ao final de um mês, neste caso
a contabilidade deve verificar se as facturas respectivas ( e só elas) estão bem notificadas e
em relação ao conjunto.
A contabilidade está igualmente encarregada da valorização dos stocks.
6 - VALORIZAÇÃO DOS STOCKS
A valorização dos stocks faz-se em fichas chamadas folhas inventário permanente ou
“fichas de stock”.
O inventário permite calcular o custo das bebidas e conhecer a todo o momento os
stocks existentes.
Este documento apresenta três partes:
1. As entradas: com as quantidades, preço unitário e preço total do custo de mercadorias.
Nota: O custo da compra ou custo das mercadorias é igual ao preço de custo total, mais os
custos externos (despesas de transporte)
Formula: Custo das mercadorias = preço de custo total + despesas externas.
2. As saídas : com quantidades, preço de custo unitário e preço de custo total. Mas a que
preço se devem valorizar as saídas ?
No mesmo documento, vários preços de compra podem ser registados. Podem ser
admitidos vários métodos de valorização pela a administração local. (ver métodos)
3. Os stocks: com quantidade, preço unitário e preço total (em função do método
organizado pelas saídas).
7 - OS MÉTODOS DE VALORIZAÇÃO DE STOCKS
Correntemente dois métodos são utilizados para a valorização de stocks:
1. Seja o custo unitário médio ponderado (após cada entrada, ou ao fim de um período).
2. Seja o método do “primeiro a entrar, primeiro a sair”, chamado FIFO, do inglês “First In
First Out”
O método escolhido tem uma incidência sobre a valorização do “custo das bebidas”,
sobre a valorização do stock final e sobre o resultado do exercício.
1. Método do (FIFO) “primeiro a entrar, primeiro a sair”
 Este método é sobretudo utilizado para produtos de baixa rotação. Os stocks tem
tendência a serem sobrevalorizados, mas como o método apenas se aplica a pouc os
artigos, a sua incidência sobre o inventario final é minimizada.

Data Nº Doc Entradas Saídas Existências / Stocks


Quant P.Uni P. Tot Quant P. Uni P. Tot Quant P. Uni P. Tot
1/6 Stock 30 50$ 1500$
2/6 Entrad 150 60$ 900$ 150 60$ 9000$
3/6 Saida 20 50$ 1000$
30 60$ 1800$ 130 60 7800$

1. O método do custo unitário médio ponderado.


 Este método é mais realista: e é recomendado para as mercadorias de elevada rotação
de stocks.
Esta valorização faz-se por uma média.
Esta media pode ser calculada de duas maneira diferentes:
1 - Após cada entrada
 Para calcular os preço das mercadorias que vão sair do stock
A formula é a seguinte: valor do stock antes da entrada mais o valor da entrada sobre as
quantidades em stock
Formula: Valor do Stock Antes da Entrada + Valor das EntradaS / Quantidades em Stock.

VALOR DO STOCK (antes da entrada) + VALOR DA ENTRADA


QUANTIDADES EM STOCK
Data Nº Doc Entradas Saídas Existências / Stocks
Quant P.Uni P. Tot Quant P. Uni P. Tot Quant P. Uni P. Tot
1/6 Stock 30 200$ 6000$
2/6 Entrad 100 220$ 22000 130 215$3 28000
3/6 Saída 40 215$3 8615$ 90 215$3 19385

2 - No final de um período
 Para determinar este custo, é preciso esperar pelo final de um determinado período.
 A formula é a seguinte: A soma do valor inicial com o valor das entradas a dividir pela,
soma das quantidades do stock inicial com as quantidades entradas.
 Formula: (Valor do stock inicial + Valor das entradas) / (Quantidades do stock inicial +
Quantidades das entradas)
VALOR DAS STOCK INICIAL + VALOR DAS ENTRADAS
QUANTIDADES DO STOCK INICIAL + QUANTIDADES ENTRADAS
8 - PREÇO DE VENDA E PREÇO DE REVENDA

A determinação do preço de venda de uma bebida é um acto de gestão delicada.


Este preço vai influenciar directamente o nível das vendas e a rentabilidade de exploração.
Vários métodos de fixação do preço de venda podem ser aplicados:
 Preço em função dos custos
 Preço em função da concorrência
 Coeficiente multiplicador
1. A fixação do preço em função dos custos
Este método necessita de um conhecimento detalhado dos custos da empresa. Pelo que se
devem reter varias noções de custos:
 Os custos fixos: aluguer, amortizações, encargos, independentes da actividade
 Os custos variáveis: as matérias primas, os custos de exploração, os impostos.
Aplica-se ao custo total (soma dos custos fixos com os custos variáveis) uma margem que
representa o lucro expressa em percentagem.
2. Fixação dos custos em função da concorrência
Neste método supõe-se que os estabelecimentos concorrentes tem preços semelhantes, e
de acordo com o tipo de posição que desejamos ter entre a concorrência, aumentamos
ou diminuímos os nossos preços.
Este método coloca-nos duas hipóteses:
 Aumento dos preços
Um preço mais elevado tem a finalidade de sugerir qualidade superior ou estatuto elevado.
O cliente não pode ver o produto antecipadamente, é obrigado a submeter-se ao
preço/serviço para julgar a sua qualidade. Por isso, é preciso conhecer bem o seu tipo de
clientela, e propor um serviço adequado à ideia do “preço psicológico”
 Diminuição do preço
 Um preço baixo permite atrair um novo ou potencial cliente, em principio antecipado no
mercado pela concorrência.
3. Coeficiente multiplicador
O preço de venda pode ser calculado aplicando um coeficiente multiplicador (factor) ao
preço de custo das bebidas à saída do armazém, que é definido graças às fichas
técnicas.
De acordo com a importância e tipo de estabelecimento, o coeficiente multiplicador pode
varias entre 2.5 e 5, mas em geral está próximo do 3.
Se o coeficiente multiplicador for aplicado uniformemente para cada produto:
 Resultam preços de venda elevados para produtos com o preço de custo das matérias
primas elevados.
 Resultam preços de venda baixos para produtos com preços de custo das matérias
primas baixos.
Desta forma, é preferível modelar o coeficiente multiplicador em função dos custos de
revenda e assim equilibrar os preços de venda de uma lista de bar.
O coeficiente multiplicador aplica-se ao custo das matérias primas, incluindo nele:
 Os custos de gestão
 O IVA
 Os custos de pessoal (serviço)
 O lucro
GESTÃO DE BAR
II - CONTROLO DE BAR
1 - EVOLUÇÃO DO CONTROLO DE BAR
Há uns séculos atrás os barmen deveriam ser verdadeiras calculadoras ambulantes.
Eram capazes de fazerem uma contam em, apenas, alguns segundos. E isto, sem lápis e
papel.
Na mesma época o controlo era quase inexistente. O pessoal era, é verdade, pouco e
a gestão de um estabelecimento não era tão exigente quanto o é hoje.
Com a evolução da tecnologia: a criação da maquina registadora em 1879, por James
e John Rith, permitia ter contas precisas de diferentes meios de pagamento de forma
mecanizada.
A passagem à caixa electrónica, permitiu a precisão dos dados, foi o verdadeiro
começo do controlo de bar (e não só), recebimentos por meio de pagamento, verificação das
vendas por categorias ou por produtos, eram algumas das suas potencialidades.
Actualmente os fabricantes propõem sistemas de gestão informatizados cada vez
mais complexos.
2 - TERMINAL DO PONTO DE VENDA / P.O.S. (POINT OF SALE)
Geralmente capazes de gerir vários pontos de venda, estes novos sistemas
transformam os barmen em técnicos de computadores.
Um terminal de ponto de venda compões por uma caixa electrónica, dotada de um
ecrã de visualização conectado a um sistema informático (de acordo com os casos),
eventualmente um sistema de leitura de cartão magnético ou código confidencial, e uma
impressora que permite imprimir o ticket ou factura.
Este tipo de sistema assegura as seguintes funções:
1. Facturação e gestão do ponto de venda
2. Gestão de recebimentos
3. Controlo do movimento de mercadorias
4. Edição de diferentes relatórios:
 Relatório de vendas, com as receitas
 Relatório de recebimentos e gratificações
 Eventualmente relatórios de produtos vendidos
A necessidade de informática e a gestão electrónica dos postos de venda, integrando
a gestão das caixas e a gestão de mercadorias (stocks).
3 - CUSTO DE UM TERMINAL DE POSTO DE VENDA (P:O:S:)
O custo médio de um tal sistema de gestão é bastante elevado e atinge valores
próximos dos seis mil contos (os mais sofisticados).
As possibilidades de financiamento são múltiplas. Mas é evidente que um tal
investimento não pode ser rentável para um pequeno estabelecimento, sobretudo se
empregar pouco pessoal. No entanto uma aproximação de resultados permite
frequentemente verificar os erros de previsão ou estimativas, que sem só um sistema de
controlo informatizado permita atempadamente obter analises de resultados rápidas, e por
consequência corrigir eventuais erros de previsão.
Nas paginas seguintes propomos um sistema de analise que permite obter um racio
por produtividade ou grupo de produtos e exige apenas um pequeno investimento, se for
feito a tempo.
Este sistema é utilizado, actualmente com uma finalidade pedagógica, na Escola de
Hotelaria de Estrasburgo, e está interligado com a caixa registadora do restaurante de
aplicação.
ESTRUTURA DO SISTEMA
COCKTAIL

RACIOS

SAÍDAS DA CAVE

OFERTAS
VENDAS DO BAR
PRODUTOS

III - GESTÃO INFORMATIZADA DO BAR


1 - APRESENTAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO
O sistema de gestão que se apresenta pouco investimento:
 Um computador compatível (desktop) com um mínimo de 512 Kb com um disco duro ou
dois leitores de disquetes
 Uma impressora de 80 colunas
 Uma aplicação informática de Gestão de Unidades Hoteleiras / Restauração
É evidente que será necessário mais material se, a necessidade de dados e a sua
edição se pretender mais rápida.
A aplicação informática da Gestão de CHR (Cafés, Restaurantes e Hoteis), utiliza
uma simples folha de calculo (ecrã), composto por células acumuladas, que podem ser
modificadas à medida das necessidades, calculo e dados. Possui 4095 linhas e 455 colunas.
2 - ESTRUTURA DO SISTEMA
O conjunto compõe-se de 6 folhas ou ficheiros, interligados uns com os outros por
transferência automática de dados ou de resultados.
Estes ficheiros apresentam os seguintes mapas /quadros:
 Mapa recapitulativo das vendas de cocktails do mês (COCKTAIL)
 Mapa dos códigos e dos custos unitários dos produtos (PRODUTOS)
 Mapa das vendas dos produtos por dose (VENDBAR)
 Mapa das ofertas por dose (OFERTAS)
 Mapa das saídas da cave por unidade (SAIDCAVE)
 Mapa de calculo de racios (RACIOS)
3 - A DESCRIÇÃO DO MAPA DE PRODUTOS
A - MAPA RECAPITULATIVO DAS VENDAS DOS COCKTAILS
Uma dificuldade do controlo de bar reside no facto de as vendas de certos produtos
se fazer sob diferentes formas:
 Por unidade: garrafa
 Por dose: exemplo, 1 gin
 Misturado: exemplo um “gin fizz”
Todos os dados devem ser transformados em centilitros (cl). Desta forma o consumo
de produtos é dada em cl.
Este mapa foi dividido em dois para facilitar a sua edição:
1. A1 - A primeira parte informa sobre o total de cocktails vendidos diariamente e por
cocktail e o racio global dos cocktails.
Este quadro pode conter 65 cocktails dos quais 55 são clássicos da IBA. Mas esta lista pode
ser aumentada e pode ir até à centena.
2. A2 - A segunda parte calculada automaticamente o consumo teórico por produto, bem
como o custo dos produtos consumidos.
3. Para evitar os erros de calculo, todos as células contem dados fixos ou cálculos
protegidos, para não se poder aceder (sem se querer).
B - MAPA DE CÓDIGOS E DOS CUSTOS UNITÁRIOS DOS PRODUTOS
Este ficheiro faz a base da estrutura: estabelecendo os cálculos preliminares para
outros mapas e possui directamente os dados necessários.
Esta dividido em 6 tabelas individuais: a cada tabela corresponde um grupo de
produtos. Exemplo o código III corresponde ao conjunto dos licores utilizados ou vendidos
no bar (ver folha B1, B2, e B3)
Cada código pode agrupar 35 produtos, se as linhas estiverem desocupadas no meio
de outros produtos, o que significa que o produto em questão, não foi utilizado, ou que não
está disponível em stock.
É a unida coluna não protegida, pois é preciso modificar rapidamente os dados em
caso de necessidade.
Exemplo: o fornecedor de gin aumentou os seus preços na ultima entrega. Se um
dado valor for modificado no caso do ficheiro, ou se há um novo produto a gerir, as
modificações devem ser operadas automaticamente no conjunto de todas as tabelas.
C - MAPA DE VENDA DE PRODUTOS POR DOSES
Este mapa tem a mesma estrutura do anterior: 6 tabelas, 1 código por coluna.
Exemplo:
 1 - foram vendidos 3 Ricard.;
 2 - foram vendidos 2 Ricard,
Tivemos um total de vendas de 5 Ricards,
Logo 5 Ricards x 4 cl = 20 cl
Cada coluna corresponde a um dia de trabalho (ver C1, C2, C3, C4, C5, C6)
D - MAPA DAS OFERTAS POR DOSES
É um mapa idêntico ao anterior, mas tem uma outra finalidade.
As ofertas oneram os diferentes racios. Por isso é necessário deduzi-los, nos
diferentes cálculos (ver folha D1)
E - MAPA DE SAÍDA DA CAVE POR UNIDADES
Este mapa tem a mesma estrutura dos anteriores, mas tem menos duas colunas: não
se fazem as saídas da cave todos os dias.
As saidas são registadas por unidade, e os dados finais são achados em cl: exemplo
uma garra de Ricard sai, 100 cl de Ricard (ver folhas E1, E2, E3).
F - MAPA DE CALCULO DE RACIOS
Este mapa informa sobre os seguintes racios:
 Racio teórico por produto
 Racio teórico por grupo de produtos
 Racio real do produto
 Racios reais para grupos de produtos
Os únicos dados a entrarem neste mapa são os seguintes:
1. Inventario inicial de cada produto
2. Inventario final de cada produto
3. Os consumos de produtos para cocktails
Conclusão :
O sistema de gestão é simplificado, tem a vantagem se poder adaptar a cada
estabelecimento e não é onoroso.
A sua inconveniência tem uma certa lentidão no lançamento dos ficheiros e na
transferência dos dados.
GESTÃO DE BAR ESQUEMA GERAL
CUSTO DOS PRODUTOS
(FACTURAS OU GUIAS DE REMESSA
CRIAÇÃO DE FICHAS TÉCNICAS
ELABORAÇÃO DE UMA CARTA DE BAR
MAPA DE SAÍDAS DO REQUISIÇÕES INTERNAS
ARMAZÉM
FACTURAS DE CAIXA
SITUAÇÃO DIÁRIA
CONTROLO DE BAR

OS CHEQUES O
cheque volta e meia, está nas paginas dos jornais: Falsificado, sem cobertura, recusado...
Mas a verdade é que se trata de um meio de pagamento bastante cómodo
Por isso o melhor é ter algum cuidado com o seu uso

Apesar do uso, cada vez mais frequente, dos cartões (multibanco, credito, etc.), o
cheque continua a ser uma forma de pagamento bastante cómoda e vulgar, para pagar, por
exemplo, rendas, salários, uma divida a um amigo, etc. No entanto o uso deste meio de
pagamento tem suscitado algumas duvidas. Para clarificara algumas delas, elaboramos as
questões que se seguem. Além disso, apresentamos alguns concelhos para a sua correcta
utilização. Por fim, faremos também uma breve abordagem do custo do cheque, consoante
o seu tipo e a entidade bancária.
Como preencher correctamente um cheque ?
Como se pode ver pela figura 1, todos os espaços do cheque devem ser preenchidos de
forma bem legível.
 - Valor do cheque em algarismos (1, na fig. 1), deve ser “trancado” com um traço. Deste
modo evita que alguém o altere (aumentando-o).
 - A quantia descrita por extenso (2, na fig. 1) deve corresponder ao valor expresso em
algarismos. Se houver divergência entre estes dois valores, o banco considera, como
válido, o valor escrito por extenso. Tal como no primeiro caso, deve “trancar” este ultimo
valor com um traço.
 - A data de emissão (3, na fig. 1) do cheque é um elemento importante. Se esta não
constar ou se o cheque contiver uma data impossível (por exemplo 30 de Fevereiro), este é
considerado nulo. Segundo a lei se o cheque não tiver data, o portador pode, ele próprio,
escreve-la, de acordo com o que combinou com o emitente (quem passou o cheque). - No
local de emissão (4, na fig, 1) deve escrever, como é obvio, o nome do lugar onde passou o
cheque. Se este for indicado, considera-se o lugar onde se situa a agencia (5, na fig, 1), se
nenhum dos dois estiver presente, o cheque também é considerado nulo.
 - O cheque deve ser assinado (6, na fig 1) pelo titular ou co-titular da conta ou ainda por
uma pessoa autorizada para o efeito (detentora de uma procuração arquivada no banco).
 Normalmente quando se abre uma conta bancária, as instituições de credito apresentam
uma ficha ao(s) titular(es), onde eles podem, habitualmente, assinar de duas formas. É
através destas que será avaliada a veracidade das assinatura posteriores. Assim quem
passa o cheque deve preocupar-se em assina-lo com uma das duas assinaturas
constantes da ficha. Em caso de divergência, cabe ao banco recusar o pagamento do
cheque.
Um cheque incompleto pode ser levantado ?
Se o cheque se encontrar incompleto, ou seja se lhe faltar a data, o local de emissão,
o montante ou, como é evidente, a assinatura do emitente, não pode ser pago.
No entanto, se cheque estiver assinado, os outros elementos podem ser preenchidos
pelo beneficiário, desde que o faça de acordo com o que combinou com o emitente. Se não
respeitar o acordo, o aumento pode ser responsabilizado, tendo de pagar, por exemplo a
quantia que recebeu indevidamente e os danos eventualmente causados a quem emitiu o
cheque.
Qual o prazo aconselhável para levantar um cheque ?

O cheque pode ser pago em qualquer altura. No entanto, um cheque emitido e


pagável em Portugal deve ser apresentado a pagamento num prazo de oito dias (incluindo
fins de semana e feriados), contando da a data que consta do mesmo (data de
emissão)..Caso o ultimo dia do prazo coincida com um fim de semana ou feriado, este
prolonga-se até ao primeiro dia útil seguinte. Isto não significa que o cheque não possa ser
pago fora deste prazo; significa apenas que, uma vez decorridos estes oito dias, e caso o
cheque não tenha cobertura, a acção judicial pode demorar mais tempo ( será mais difícil
reaver o dinheiro).
É obrigatório aceitar cheques ?
Actualmente (desde Março de 1992), com excepção do banco emissor, e de acordo
com as condições descritas na questão “os bancos são obrigados a pagar cheques ?”,
Ninguem é obrigado a aceitar cheques como meio de pagamento. Deste modo os letreiros
“não se aceitam cheques”, ou equivalentes, não ocorrem em qualquer ilegalidade.
Bilhete de identidade e numero de telefone ?
Não há nada que obrigue o emitente a apresentar o bilhete de identidade ou o
numero de telefone, quando os mesmos são solicitados, por exemplo por, um vendedor.
No entanto, a recusa na apresentação de tais elementos pode levar a outra pessoa a
não aceitar o cheque, pelo que....
Quais os riscos de passar um cheque ao portador ?
Um cheque ao portador não tem o nome da pessoa que deve levanta-lo, por isso,
pode ser pago a quem se apresente a cobra-lo. Assim se um cheque deste tipo for roubado
ou perdido, os riscos de alguém se apoderar do dinheiro, são maiores do que nos cheques
nominativos (que tenham o nome da pessoa a quem são passados). Neste ultimo caso, o
cheque só pode ser levantado pela pessoa a quem foi passado (fig.1, numero 7).
Cheque pós datado: Levantar antes da data ?
O cheque pós-datado (vulgarmente designado de pré-datado), ou seja, o que tem
uma data posterior à do dia em que é passado, utiliza-se frequentemente, para garantir o
pagamento de compras a prestações.
A sua utilização será aconselhada ?
O cheque independentemente da data nele inscrita, pode ser levantado em qualquer
altura. E, se o mesmo não tiver cobertura, o emitente sofre as consequências legais dai
decorrentes. Deste modo não aconselhamos o seu uso.
Os bancos são obrigados a pagar os cheques ?
Os bancos são obrigados a pagar os cheques, desde que os mesmos tenham
provisão e estejam correctamente assinados pelo(s) titular(es) da respectiva conta.
Se a quantia inscrita no cheque for superior a cinco contos, a instituição de crédito é
obrigada a proceder ao seu pagamento, mesmo que a conta não tenha esse dinheiro. Isto
se os cheques não apresentarem sinais de falsificação ou se a conta não estiver bloqueada.
Cheque cruzado: quando utilizar ?
O cheque cruzado é particularmente aconselhável quando estão em jogo quantias
muito elevadas ou quando há receio de extravio (como por exemplo, o envio de cheques
pelo correio). Existem duas modalidades de cheques cruzados:
Cruzamento geral
Para cruzar um cheque basta traçar duas linha longitudinais paralelas num dos cantos
(normalmente no canto superior esquerdo). A título de curiosidade, salienta-se que algumas
instituições, a pedido do cliente, fornecem cheques já cruzados (ver fig. 1 numero 8).
Cruzamento especial
Neste caso, o emissor do cheque deve escrever, entre os dois traços, o nome do
banco.
Dever ser depositado
A pratica demonstra que, seja qual for a modalidade, a importância inscrita num
cheque cruzado nunca poderá ser levantada directamente, terá de ser depositado primeiro
numa conta bancária. O objectivo é, em caso de necessidade, tornar possível a identificação
da pessoa que o levantou. No entanto, no primeiro caso (cruzamento geral) o deposito pode
ser feito em qualquer banco, enquanto no segundo (cruzamento especial) apenas será feito
no banco indicado entre os dois traços.
O que é um cheque visado ?
Ao visar um cheque, o banco garante o pagamento de montantes até á quantia inscrita
no mesmo.
O cheque visado tem inscrito no rosto ou no verso (carimbo) uma expressão que garante
a sua provisão (por exemplo, “bom para provisão até à quantia de ...”)
Além disso deve ainda ter a data e a assinatura do funcionário do banco com poderes
para o efeito.
Este “atestado de validade” dura oito dias. A partir deste prazo, o cheque visado
transforma-se num cheque normal.
Salienta-se que a operação de visar um cheque pode custar até 550$00 (ver caixa
“Quanto custam ?”).
Como afastar os larápios ?

O cheque é um meio de pagamento e, por isso, alguns cuidados.


 Guarde os cheques em lugar seguro: não os deixe em locais de fácil acesso nem de
forma visível.
 Não assine cheques em branco ou parcialmente preenchidos.
 De preferência, passe cheques cruzados.
 Quando preencher o valor do cheque, não se esqueça de traçar uma linha antes do
primeiro algarismo do numerário e depois da ultima letra da quantia escrita por extenso.
 Se perder algum cheque, não se esqueça de avisar rapidamente o seu banco (anula-lo)
e, claro, a pessoa a quem o passou. Para isso convém ter consigo o numero de telefone
do seu banco.
 controle bem a sua conta, pois por vezes, sem querer, pode passar um cheque sem
cobertura.
 Nunca guarde os cheques junto dos cartões de garantia.
 Quando receber um cheque, procure apresenta-lo a pagamento num prazo de oito dias
(contando os fins de semana e feriados) a contar da data de emissão.
 Se pretende garantir a cobertura exija um cheque visado. esta exigência pode revelar-se
muito útil, especialmente quando o montante em causa é elevado.
 Se pretende obter o pagamento imediato do cheque (desde que este não seja cruzado)
dirija-se a um balcão do banco sacado (banco emissor do cheque). Caso se dirija a outro
banco, terá que aguardar pela “boa cobrança” do mesmo (no máximo, sete dias).
O que é um cheque avulso?
É um cheque isolado (não integrado no livro de cheques), que se adquire no banco onde
se tem conta aberta.
Cheques sobre o exterior: como utilizar ?
 Os cheques sobre o exterior são particularmente úteis para pagar bens ou serviços de
elevado valor no estrangeiro, desde que estes tenham um valor fixo e um destinatário
conhecido.
Para obter este tipo de cheques, basta dirigir-se ao seu banco e solicita-los. Este emitira
um cheque em nome se quem o vai receber e com a indicação do banco que o pagará.
A importância, também escrita pelo banco, como é obvio, aparece em moeda estrangeira
(francos, dolares, etc.).
 Existe outro tipo de cheques para pagamentos no estrangeiro: o chamado cheque em
moeda estrangeira. Para passar um cheque deste tipo, pode tirar um exemplar do seu
“livro” e preencher o valor respectivo em moeda estrangeira. Embora útil para pagar
“bens” cujo valor só é conhecido na altura do pagamento, este cheque oferece menos
segurança, para quem o recebe, que o anterior. Daí que o possam recusar. O custo
deste tipo de cheques pode variar de acordo com o banco emissor e com a quantia (ver
caixa “Quanto custam ?”).
Quanto custam ?
O preço dos cheques varia de acordo com a modalidade e o banco. De seguida,
apresentamos o preço mínimo e máximo de cada modalidade
 Módulos normais
Isto é, um conjunto de cheques que normalmente pedimos ao banco. De acordo com
os resultados do nosso estudo, não há um padrão típico para o numero de cheques de cada
modulo. este pode ter entre 25 cheques, mas há casos de 450 ou mais cheques. Quanto
aos preços estes variam entre 4$50 por unidade (modulo de 450 cheques) e 25$00.
 Cheques avulso
Enquanto alguns bancos oferecem este tipo de cheques, outros podem quebrar até
300$00.
 Cheque visado
Tal como acontece nos cheques avulsos, alguns bancos não cobram nada pela
operação de visar um cheque. Nos outros o preço do cheque visado oscila entre 200$00 e
550$00.
 Cheque sobre o exterior
Na maior parte dos bancos, quando se pede para emitir um cheque sobre o exterior,
é possível paga-lo directamente na caixa ou por débito em conta (o banco retira o dinheiro
da conta). Através deste ultimo método os cheques ficam mais baratos.
Normalmente, os custos dos cheques sobre o exterior são calculados com base numa
percentagem do valor do cheque, mais o imposto de selo. assim, não podemos dizer que um
cheque custa determinada quantia. Refira-se, no entanto, que encontramos preços fixos de
3000$00 (pagamento em caixa) a 7500$00 (valores superiores a 500$00).
 Cheques em moeda estrangeira
De um modo geral, são mais baratos que os cheques sobre o exterior, mas o sistema
de cobrança é semelhante ao destes útimos. Em termos de preços fixos, encontramos
valores entre 1000$00 e 2500$00.
 Cheque bancário
É um cheque do próprio banco. Primeiro o banco debita a quantia ao cliente e,
posteriormente, paga o cheque com o dinheiro da conta do banco. Este cheque pode custar
entre 250$00 e 500$00.
E o eurocheque ?
Como acabamos de verificar, estes dois tipos de cheques apresentam
inconvenientes. Por isso se vai ao estrangeiro e pretende um meio de pagamento credível, o
melhor é pedir ao seu banco, um conjunto de eurocheques. Estes servem para fazer
pagamentos no estrangeiro (países da Europa e alguns no Norte de África) e devem ser
acompanhados por um cartão que garanta o seu pagamento. este cartão também pode ser
utilizado para fazer pagamentos e levantamentos em terminais electrónicos (caixas
multibanco e terminais de pagamento automático. Para sua segurança, nunca traga os
eurocheques junto ao cartão.
O que é um cartão garantia
O cartão de garantia (ver figura 2) é emitido pelo banco e significa que a instituição
garante o pagamento do cheque, até determinado limite (varia consoante a pessoa e o
banco), mesmo que o cliente não tenha dinheiro na conta.
Como endossar ?
O sr. Nuno Carvalho utiliza um cheque, que recebeu do sr João Pimenta Almeida,
para pagar a sua divida à sra Helena de Sousa. A esta segunda operação chama-se
endossar um cheque. este pode ser endossado de duas formas:
Assinado e indicando, no lugar apropriado (verso do cheque): o nome do beneficiário: no
nosso exemplo o sr. Carvalho escreverá o nome da sra Helena de Sousa (ver figura 3)
Assinado o cheque no verso. Desta forma o cheque transforma-se num cheque ao portador,
pelo que pode ser levantado por qualquer pessoa. Ao transmitir o cheque à sra. Helena de
Sousa, o sr. Carvalho fica responsável pelo seu pagamento. se este não quiser assumir a
responsabilidade, terá de escrever no cheque “sem garantia” ou “sem responsabilidade”
Contas conjuntas: quem pode assinar ?
Uma conta bancária pode ser de dois tipos:
 Singular: ou seja pertence a um só titular. Só esta pessoa, como é obvio, pode passar
cheques desta conta, já que, na ficha bancária, apenas consta a sua assinatura.
 Colectiva: como é fácil de adivinhar, pertencente a mais de uma pessoa. Neste caso,
todos os titulares terão a respectiva assinatura na ficha bancária.
Mas o que se passa quanto aos cheques ?
No momento da abertura da conta, escolhem a modalidade de movimentação, que deve
constar da dita ficha.
Existem três hipóteses:
1. Se escolherem a movimentação conjunta (vulgarmente conhecida como conta conjunta),
quando for passado um cheque, é necessário que todos os titulares da conta assinem;
2. Se optarem por uma movimentação mista, apenas alguns titulares são obrigados a
assinar. Por exemplo: se houver três titulares, pode ficar definido que basta a assinatura
de dois deles para que o cheque seja valido.
3. Por fim, ainda podem escolher uma movimentação solidária (dita conta solidária).
Neste caso, basta apenas a assinatura de um dos titulares para que o cheque seja
valido (assinatura que consta da referida ficha bancária). Normalmente os cheques deste
tipo de contas tem apenas o nome do primeiro titular, seguido pela expressão “CJ” (que
significa “conta conjunta”), “C/SL” (“conta solidária”) ou equivalente.
A opção por uma destas hipóteses depende de vários factores, como, por exemplo, o
tipo de conta (particular ou empresa), o grau de confiança entre as partes, etc.
Nas contas colectivas, sobretudo no caso das solidárias, é necessário ter algum
cuidado, pois um dos titulares, desconhecendo os movimentos feitos pelos restantes, pode
passar um cheque sem cobertura.
O que fazer em caso de extravio ?
Se perdeu ou lhe roubaram cheques, alguém pode apoderar-se deles, falsificar a
assinatura e levantar o seu dinheiro. Por isso, deve informar de imediato o banco, de modo a
que este possa proceder ao “congelamento” da conta. Deverá ainda indicar se havia alguns
elementos de identificação (BI, passaporte, etc.), junto aos cheques. Esta operação será
facilitada se trouxer sempre consigo o numero de telefone do banco. Deve também, de
imediato, avisar as pessoas a quem passou os cheques anteriormente de que a conta está
“congelada”. Se não o fizer, pode ser acusado de passar cheques sem provisão (sem
cobertura).
Cheques roubados: quem deve pagar ?
Quando alguém levanta, indevidamente, dinheiro de outra conta, através de cheques
perdidos ou roubados, a responsabilidade pode ser do banco ou da pessoa a quem
pertenciam os cheques.
 Se ficar provado que, ao pagar o cheque, o funcionário do banco não verificou a
assinatura (não se certificou de que a assinatura do cheque é igual à da ficha bancária),
o banco será responsável e, deste modo, este ultimo deverá repor o dinheiro levantado.
 Se, por um lado, for provado em tribunal que o detentor dos cheques não tomou as
precauções devidas (não guardou os cheques em local seguro, não comunicou
imediatamente a perda ou o roubo ao banco, etc.), será ele o responsável e, portanto,
terá de suportar os respectivos custos.
 Poderá ainda haver casos de responsabilidade partilhada (entre o banco e o cliente). Isto
acontece, por exemplo, se ficar provado que a pessoa deixou os cheques num lugar
acessível e que o banco, ao pagar, não verificou a assinatura.
Cheque sem cobertura o que fazer ?
 O detentor de um cheque sem cobertura deve apresentar queixa ao Delegado do
Procurador da Republica (no tribunal da comarca da agencia bancária onde apresentou o
cheque a pagamento), no prazo de seis meses. Este prazo é contado a partir da data em
que apresentou o cheque a pagamento (o que deve ser feito como já vimos, no prazo de
oito dias a contar da data de emissão). a esta queixa deve anexar o cheque sem
provisão. Deve também, através de um advogado, pedir uma indemnização
correspondente ao valor do cheque, acrescido de juros a taxa praticada pelo banco para
as operações activas, de que o credito pessoal é um exemplo, mais 10 %.
 Se for ao contrario, ou seja, se, por distracção, passar um cheque “careca”, saiba que,
em determinadas circunstancias, como, por exemplo, no caso da conta ordenado, alguns
bancos podem pagar cheques cujo valor ultrapasse o total da conta (até ao valor do
ordenado).

Dinheiros & Direitos


Setembro de 1994-Nº 7

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