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O princípio ativo é o composto responsável pela ação, ou seja, pelo efeito farmacológico. Está presente
em alimentos, plantas e medicamentos, conferindo a estes suas propriedades farmacêuticas. Desta forma,
embora os alimentos, as plantas e medicamentos possuam diversas substâncias em sua composição, será o
princípio ativo o responsável em realizar o efeito terapêutico. Os medicamentos, em especial, possuem
substâncias inertes, conhecidas como excipientes, e compostos ativos denominados fármacos ou
ingrediente farmacêutico ativo (IFA) em sua formulação.
Alguns medicamentos são feitos com princípios ativos originados de animais. Da peçonha da jararaca-da-
mata (Bothrops jararaca), por exemplo, é extraído o peptídeo potencializador da bradicinina da qual se
desenvolvem remédios para hipertensão. Da saliva do lagarto mostro-de-gila (Heloderma suspectum),
nativo dos Estados Unidos, extrai-se a substância exenatida, utilizada no tratamento de diabetes do tipo 2.
Os princípios ativos das substâncias psicoativas atuam no sistema nervoso central (SNC), modificando
sua fisiologia e, consequentemente, o comportamento, o humor e ou a cognição. Se o psicofármaco tiver a
propriedade de levar ao desenvolvimento de dependência, esse psicofármaco passa a ser chamado de
psicotrópico.
Atividade
1- Nos alimentos, nas plantas e em medicamentos, são encontradas substâncias denominadas princípios
ativos. Qual é a definição dessas substâncias?
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Para responder as questões a 5 e 6, volte no texto e analise a Tabela 1 que relaciona os principais
neurotransmissores.
5- Os fármacos que atuam no sistema nervoso central (SNC) possuem grande valor na terapêutica, pois
podem exercer efeitos psicológicos e fisiológicos específicos, como alívio da dor, reduzir a temperatura
corporal, suprimir o movimento desordenado, induz o sono ou o despertar, reduz o apetite ou a tendência
ao vômito. Indique o neurotransmissor envolvido no ritmo sono/vigília, emoção, humor, aprendizagem,
funções neuroendócrinas, regulação cardiovascular e regulação da temperatura:
a) Dopamina.
b) Serotonina.
c)Noradrenalina.
d)Acetilcolina.
Apresentamos aqui uma classificação de psicofármacos segundo o uso terapêutico desses medicamentos.
Em seguida, vamos conversar um pouco mais sobre dois desses grupos, os ansiolíticos e os
antidepressivos.
1. Hipnóticos e ansiolíticos
2. Antidepressivos
3. Estabilizadores do Humor
4. Antipsicóticos ou neurolépticos
5. Fármacos usados na doença de Parkinson
6. Fármacos antiepilépticos
7. Hipnoanalgésicos, narcóticos ou opióides
8. Anestésicos gerais
9. Drogas de abuso
A Ansiedade em pessoas saudáveis a resposta de estresse é provocada por uma ameaça ou um desafio
real, sendo usada, através de uma ação apropriada, na solução da situação enfrentada. A ansiedade, no
entanto, é uma reação de alerta excessivo, desproporcional à situação enfrentada, ou na ausência de um
estímulo detectável, sendo caracterizada por sentimentos de apreensão, incerteza e medo, geralmente
acompanhados de sintomas físicos. Fisicamente, a ansiedade é expressa por respostas fisiológicas que
incluem hipertensão arterial, taquicardia, taquipnéia e aumento na tensão muscular, além de redução no
fluxo sangüíneo intestinal, que pode resultar em náuseas ou diarréia.
Os distúrbios de ansiedade são a condição psiquiátrica mais comum no mundo ocidental, afetando
milhões de pessoas, sendo que apenas um quarto dessas pessoas busca ajuda médica. Algumas vezes
esses distúrbios são severos e incapacitantes, mas podem ser efetivamente tratados com terapia e
medicação adequada. A ansiedade pode existir como um distúrbio primário ou estar associada a outros
problemas médicos e/ou psiquiátricos, como depressão, psicose, abuso de drogas ou hipertiroidismo. A
ansiedade patológica é uma condição que varia nos seus sintomas e, portanto, na sua classificação,
incluindo fobias (medos específicos), ataques de pânico, distúrbio de ansiedade generalizado (o que
normalmente chamamos de ansiedade), transtorno obsessivo compulsivo e distúrbio de estresse pós-
traumático.
Os distúrbios de ansiedade são geralmente produzidos por uma combinação de condições psicológicas,
físicas e genéticas. Um dos fatores causais parece ser um desbalanço nos neurotransmissores do sistema
límbico e outras estruturas a ele relacionadas, no qual a terapia medicamentosa está baseada. Atualmente
a abordagem terapêutica mais efetiva para a maioria dos distúrbios de ansiedade consiste numa
combinação de terapia cognitiva-comportamental e medicação.
2.1.2.1 Os Ansiolíticos
O uso de medicamentos para o tratamento da ansiedade é tão antigo quanto à história da Medicina, ou
mesmo da humanidade, mas foi à introdução dos benzodiazepínicos no mercado (1959) e sua eficácia em
tratar a ansiedade que levou a um melhor entendimento dessa psicopatologia, implicando definitivamente
o uso do ácido GABA na sua patofisiologia. Algumas drogas que afetam a transmissão serotoninérgica,
como os antidepressivos, são também eficazes em tratar vários distúrbios de ansiedade, fortalecendo a
hipótese do envolvimento desses neurotransmissores nessa psicopatologia.
Os benzodiazepínicos (BZDs) têm sido, nos últimos 40 anos, o tratamento padrão dos distúrbios de
ansiedade. Seu mecanismo de ação é a facilitação da transmissão inibitória GABAérgica. Os BZDs
também produzem outros efeitos terapêuticos (relaxamento muscular, anticonvulsivante e sedação), razão
pela qual são usados para tratar insônia, por exemplo. A desvantagem do seu uso é o desenvolvimento de
dependência, além de sedação excessiva e potenciação dos efeitos de outros depressores centrais, como o
álcool. Entre os mais prescritos, estão o diazepam, o lorazepam e o clonazepam.
Vários antidepressivos também são usados com sucesso no tratamento da ansiedade. Os mais utilizados
são os inibidores seletivos de recaptação de 5-HT (ISRSs), como a fluoxetina e a paroxetina. Seus efeitos
colaterais vão desde boca seca, hipotensão postural, constipação, visão borrada, insônia, ganho de peso e
tontura à disfunção sexual.
Os ansiolíticos, especialmente os BZDs, são efetivos e bastante seguros, por isso são muitas vezes
abusados. Assim, seu uso não deve passar de um mês seguido e deve ser acompanhado pelo médico.
2.1.3.1 A Depressão
O termo depressão é aplicado a uma variedade de experiências que vão de uma sensação de infelicidade
transitória, relativa e reativa a perdas na vida do indivíduo normal e saudável, a estados de desesperança
patológica com características psicóticas. Assim, é preciso distinguir a depressão, como uma
psicopatologia, das alterações de humor, que ocorrem como resposta normal a perdas, doenças físicas ou
mudanças nas condições de vida, pois as alterações de humor normais são auto-limitadas, embora possam
persistir em diferentes graus por semanas ou mesmo meses.
A depressão como doença afetiva apresenta subtipos clínicos de intensidade e duração diferentes, que
incluem a depressão maior, a distimia (depressão leve e crônica), a depressão atípica e o distúrbio bipolar
(ou psicose maníaco-depressiva), além dos distúrbios disfórico pré-menstrual e afetivo sazonal.
Cerca de 70-90% dos casos de depressão são efetivamente tratados com medicamentos específicos,
porém só um terço dos indivíduos afetados percebe que está doente e busca tratamento médico. A
combinação de terapia e drogas antidepressivas parece ser mais efetiva que o uso de apenas uma dessas
abordagens terapêuticas.
2.1.3.2 Os Antidepressivos
Os inibidores seletivos de recaptação de 5-HT (ISRSs), como a fluoxetina, são atualmente as drogas de
primeira escolha no tratamento da depressão maior e de outros tipos de depressão. Essas drogas, ao
inibirem os mecanismos específicos de transporte de 5-HT na membrana pré-sináptica, bloqueiam o
processo de recaptação e produzem um aumento nos níveis desse neurotransmissor na fenda sináptica. Os
ISRSs produzem efeitos colaterais como náuseas, disfunções sexuais e problemas gastrintestinais.
Algumas interações medicamentosas graves ocorrem com outros antidepressivos, antihistamínicos e
algumas drogas de abuso (LSD, cocaína, “ecstasy”).
Antes da introdução dos ISRSs, os antidepressivos tricíclicos, como a imipramina, eram o tratamento
padrão das depressões. Esses compostos inibem a recaptação de noradrenalina e serotonina (5-HT),
atuando nos sítios transportadores pré-sinápticos dessas aminas. Além disso, bloqueiam receptores
adrenérgicos alfa1 (causando hipotensão ortostática, tontura), colinérgicos muscarínicos (produzindo boca
seca, visão turva, retenção urinária e constipação) e histaminérgicos H1 (levando à sedação e ganho de
peso), ações estas responsáveis por seus efeitos colaterais. São compostos ainda úteis na clínica,
especialmente em pacientes que não respondem aos ISRSs.
Os inibidores irreversíveis da MAO (IMAOs), enzima metabolizadora das aminas nos terminais
sinápticos, como a tranilcipromina, são geralmente indicados quando outros antidepressivos mostram-se
ineficazes. Seus efeitos colaterais vão desde hipotensão postural, tonturas, disfunção sexual e insônia a
crises hipertensivas (“reação do queijo”) quando da ingestão de comidas ricas em tiramina (queijo, vinho
tinto, fígado de galinha etc). Apresentam sérias interações medicamentosas com várias drogas
(descongestionantes, psicoestimulantes, ISRSs, entre outros). Os inibidores seletivos reversíveis da
MAOA, como a moclobemida, são mais seguros para o uso clínico.
O maior problema com o uso dos antidepressivos é que seus efeitos terapêuticos demoram algumas
semanas para aparecerem, apesar dos seus efeitos bioquímicos aparecerem em minutos ou horas, o que
faz com que a aderência ao tratamento seja pequena. Essa demora é atribuída a uma adaptação celular,
como alterações no número de receptores pré e pós-sinápticos.
As drogas de abuso são substâncias psicoativas que atuam no cérebro, alterando o seu funcionamento e o
comportamento, e que podem levar à dependência. São chamadas drogas psicotrópicas.
O termo psicotrópico refere-se exclusivamente às substâncias psicoativas que podem levar à dependência.
Portanto, toda substância psicotrópica é psicoativa, porém nem toda substância psicoativa é psicotrópica.
O homem faz uso desse tipo de droga há milênios, inicialmente associado a misticismo e cura de vários
males. Observa-se claramente que com o desenvolvimento das civilizações, especialmente nas eras
moderna e contemporânea, o uso de drogas psicotrópicas perde definitivamente seu caráter terapêutico e
místico e consolida-se o uso recreativo, com padrão abusivo e de dependência.
Atividade
1- Em quais grupos são classificados os psicofármacos segundo o uso terapêutico desses medicamentos?
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5- Segundo o texto por que é preciso distinguir a depressão como uma psicopatologia das alterações de
humor que ocorrem como resposta normal a perdas, doenças físicas ou mudanças nas condições de vida?
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7- Explique a frase: “Toda substância psicotrópica é psicoativa, porém nem toda substância psicoativa é
psicotrópica”.
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REFERÊNCIAS
ARTACHO, M. et al. Projetos integradores: ciências da natureza e suas tecnologias. 1. Ed. São
Paulo: Brasil, 2020.
Substâncias produzidas por plantas ou animais e que não são produzidas pelo organismo humano podem
ter uso medicinal depois de estudos farmacológicos rigorosos. Veja os exemplos a seguir. Alguns
medicamentos são feitos com princípios ativos originados de plantas ou animais. Da peçonha da jararaca-
da-mata (Bothrops jararaca), por exemplo, é extraído o peptídeo potencializador da bradicinina da qual
se desenvolvem remédios para hipertensão. Da saliva do lagarto monstro-de-gila (Heloderma suspectum),
nativo dos Estados Unidos, extrai-se a substância exenatida, utilizada no tratamento de diabetes do tipo 2.
2.2.1 A CÂNABIS
Com diferentes técnicas de separação de misturas, já se conseguiu identificar mais de 400 substâncias
diferentes na cânabis. Por causa de seu status de droga ilegal, só em 1996 a pesquisadora Marilyn Barret,
da Universidade de Londres, identificou nesta planta dois componentes conhecidos como cannflavin A e
cannflavin B (popularmente chamados de canabidiol), ambos com benefícios analgésicos e anti-
inflamatórios 30 vezes mais efetivos do que a aspirina.
Atualmente, usando técnicas de genômica e bioquímica, foi possível encontrar o gene e as enzimas
envolvidos na síntese desses dois componentes. Em 3 de dezembro de 2019, a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a fabricação e a importação de produtos de Cannabis para fins
medicinais e estabeleceu os requisitos para a prescrição e a fiscalização desses produtos, determinando
quem poderá produzir ou consumir. A comercialização no país ocorrerá somente em farmácias mediante
prescrição médica, e deverão continuar as pesquisas que comprovem a eficácia e segurança do uso.
Bioquímica: área da ciência e tecnologia que estuda as reações biológicas e químicas do organismo dos
seres vivos.
Genômica: área de estudo da Genética que investiga o genoma dos seres vivos (seu DNA), identificando
os genes e suas funções.
Atividade
1. O canabidiol, também conhecido por CBD, é um dos princípios ativos da Cannabis sativa, nome
científico da maconha. Compõe até 40% dos extratos da planta e pode ser usado como medicamento
para diversas doenças. Pesquise quais são as doenças que podem ser tratadas com canabidiol e como
essa substância atua no organismo.
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2. Realizar pesquisas com a substância da Cannabis foi ilegal por décadas, assim como com outros
compostos da planta. Ainda existem obstáculos legais para a pesquisa com a Cannabis, mas aos
poucos eles são vencidos por conta de seus efeitos positivos na medicina.
Canabidiol desenvolvido na USP chega às farmácias; compra requer receita. Disponível em:
https://jornal.usp.br/ciencias/canabidiol-desenvolvido-na-usp-chega-as-farmacias/
2.2.2 CAPTOPRIL
Ainda hoje, o captopril e seus derivados com ação anti-hipertensiva são exemplos de medicamentos
provenientes de veneno animal sintetizado e usado com finalidade terapêutica. O Captopril converteu-se
em um dos maiores sucessos da indústria farmacêutica mundial. Desde seu surgimento, diversos outros
medicamentos de origem animal surgiram, a exemplo do eptifibatide e tirofiban, produzidos com base nos
venenos da cascavel-anã (Sistrurus miliarius barbouri) e da víbora (Echis carinatus), respectivamente,
foram aprovados no final de 1990 para tratar outras doenças cardíacas, como a angina.
Atividade
1. Pesquise com seus familiares e amigos se algum deles fazem uso de captopril e se eles sabem que este
medicamento tem como princípio ativo o veneno da jararaca.
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2. Leia com atenção as afirmativas abaixo e coloque V para as afirmativas verdadeira e F nas falsas:
( ) Jararacas são animais peçonhentos que causam a grande maioria dos acidentes ofídicos no Brasil. A
camuflagem e a imobilidade das jararacas dificultam a sua visualização e facilita deste modo os acidentes
ofídicos. Essas cobras são perigosas e não trazem benefício nenhum ao homem.
( ) O veneno da Bothrops jararaca despertou o interesse médico, levando a diversas pesquisas para os
meios de utilização de substâncias presentes no veneno como fármacos. Em 1965 foi isolada a proteína de
veneno da jararaca que, depois de estudos e testes, resultou em um remédio controlador da hipertensão.
( ) A conservação das serpentes venenosas brasileiras e mais estudos sobre a composição bioquímica
das suas glândulas de veneno são importantes também pelo seu potencial farmacêutico, além do valor
biológico em preservar a nossa biodiversidade animal.
a) V, F,F b) F, V, V c) V, F, V d) F, V, F e) V, V, V
2.2.3 CAFEÍNA
Clinicamente, a cafeína é utilizada como estimulante do sistema nervoso central, sendo indicada para
tratar apneia em neonatos prematuros. Neste caso, é utilizada por via venosa na forma de citrato de
cafeína. Outra formulação é a de cafeína com benzoato de sódio, utilizada como estimulante ou para
tratamento da cefaleia após anestesia subaracnóidea. É encontrada, também, associada aos anti-
inflamatórios e aos analgésicos em diversos medicamentos para tratamento de cefaleia.
Existe extensa literatura sobre os possíveis efeitos anticancerígenos da cafeína e de outras xantinas. Foi
reportado efeito antimetastático da cafeína em um modelo de tumor de mamas em ratos.
A cafeína deve ser utilizada com cautela em pacientes com úlcera péptica, refluxo gastroesofágico,
comprometimento da função renal ou hepática ou doença cardiovascular. Deve ser evitado seu uso em
pacientes com arritmias cardíacas sintomáticas, agitação, ansiedade ou tremores 4. A dose de cafeína
contida nos medicamentos varia de 30 a 100 mg. Nestes casos, atentar para o uso concomitante de
bebidas ou alimentos que contenham cafeína.
Atividade
1. A cafeína está presente em aproximadamente 60 tipos de plantas. O composto químico pode ser
encontrado, principalmente, nos grãos de café. Pesquise outros tipos de alimentos que possuem
cafeína.
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Cafeína tem efeitos benéficos e maléficos sobre o cérebro. Disponível em: https://jornal.usp.br/radio-
usp/cafeina-tem-efeitos-beneficos-e-maleficos-sobre-o-cerebro/
REFERENCIAS
https://exame.com/ciencia/como-10-drogas-licitas-e-ilicitas-agem-no-seu-cerebro/;
https://gq.globo.com/Corpo/Saude/noticia/2017/03/cafeina-saiba-onde-encontrar-alem-do-cafe-e-o-que-
ela-pode-fazer.html;
https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2019/11/4-remedios-descobertos-por-acaso-em-
pesquisas-sobre-animais.htm;
https://www.scielo.br/pdf/rba/v62n3/v62n3a11.pdf;
https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/05/12/canabidiol-desenvolvido-na-usp-chega-as-
farmacias-compra-requer-receita.htm.
2.3. DROGAS SINTÉTICAS: USO CLÍNICO E INDISCRIMINADO DESSAS SUBSTÂNCIAS.
2.3.1.1 Barbitúricos:
Os barbitúricos são um grupo de substâncias sintetizadas artificialmente desde o começo do século XX,
que possuem diversas propriedades em comum com o álcool e com outros tranquilizantes
(Benzodiazepínicos). Seu uso inicial foi dirigido ao tratamento da insônia, porém a dose para causar os
efeitos terapêuticos desejáveis não é muito distante da dose tóxica ou letal. O sono produzido por essas
drogas, assim como aquele provocado por todas as drogas indutoras de sono, é muito diferente do sono
“natural” (fisiológico).
2.3.1.2 Benzodiazepínicos:
Esse grupo de substâncias começou a ser usado na Medicina durante os anos 1960 e possui similaridades
importantes com os barbitúricos em termos de ações farmacológicas, com a vantagem de oferecer uma
maior margem de segurança, ou seja, a dose tóxica é muito maior que a dose terapêutica. Atuam
potencializando as ações do GABA (ácido gama-amino-butírico), o principal neurotransmissor inibitório
do SNC. Neurotransmissor: Substância liberada por célula nervosa, que transmite à outra célula, de nervo
ou músculo, um impulso nervoso.
Essas drogas dificultam ainda os processos de aprendizagem e memória, alteram também funções
motoras prejudicando atividades como dirigir automóveis e outras que exijam reflexos rápidos. As doses
tóxicas dessas drogas são bastante altas, mas pode ocorrer intoxicação se houver uso concomitante de
outros depressores da atividade mental, principalmente álcool ou barbitúricos. O quadro de intoxicação é
muito semelhante ao causado por barbitúricos. Existem centenas de compostos comerciais disponíveis,
que diferem somente em relação à velocidade e duração total de sua ação, alguns são mais bem utilizados
clinicamente como indutores do sono, enquanto outros são empregados no controle da ansiedade ou para
prevenir a convulsão. Exemplos de benzodiazepínicos: Diazepam, lorazepam, bromazepam, midazolam,
flunitrazepam, clonazepam.
2.3.1.3 Opióides:
Grupo que inclui drogas “naturais”, derivadas da papoula do oriente (Papaver somniferum), sintéticas e
semissintéticas, obtidas a partir de modificações químicas em substâncias naturais. As drogas mais
conhecidas deste grupo são a morfina, a heroína e a codeína, além de diversas substâncias totalmente
sintetizadas em laboratório. Sua ação decorre da sua capacidade de imitar o funcionamento de diversas
substâncias naturalmente produzidas pelo organismo, como as endorfinas e encefalinas. A encefalina é
um neurotransmissor liberado pelo organismo durante a atividade física e produz sensação de bem-estar e
euforia. A liberação do neurotransmissor encefalina, por sua vez, está associada à sensação de alívio de
dor.
Os medicamentos à base de opioides são usados
Uso clínico para controlar a tosse, a diarreia e como
analgésicos potentes.
Contração pupilar importante; Diminuição da
motilidade do trato gastrointestinal; Efeito
Causam os seguintes efeitos sedativo, que prejudica a capacidade de
concentração; Torpor e sonolência.
Efeitos da abstinência Náuseas; Cólicas intestinais; Lacrimejamento;
Corrimento nasal; Câimbra; Vômitos; Diarreia.
Em linhas gerais os opioides, são drogas depressoras da atividade mental, mas possuem ações mais
específicas, como de analgesia e de inibição do reflexo da tosse. Os opioides deprimem o centro
respiratório, de modo que a respiração se torna mais lenta e superficial, até a parada respiratória, perda da
consciência e morte. Exemplos de opioides: morfina, heroína, codeína, meperidina e propoxifeno.
Atividade:
4. As substâncias psicoativas sintéticas podem causar dependência em seus usuários? Na sua opinião elas
causam mais benefícios ou malefícios para eles? Justifique sua resposta.
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Muitas vezes, essa denominação “anfetaminas” é utilizada para designar todo o grupo de drogas que
apresentam ações semelhantes à anfetamina, a primeira delas produzida em laboratório. Dessa forma, são
exemplos de drogas “anfetamínicas”: o fenproporex, o metilfenidato, o manzidol, a metanfetamina e a
dietilpropiona. Seu mecanismo de ação é aumentar a liberação e prolongar o tempo de atuação de alguns
neurotransmissores utilizados pelo cérebro, como a dopamina e a noradrenalina.
Elas ficaram mais conhecidas como “rebite” porque alguns motoristas profissionais tomavam-nas para
não dormir ao volante. As alterações que promovem deixam os indivíduos mais alertas, mais atentos e
conferem sensação de bem-estar.
O consumo dessas drogas induz tolerância. Não se sabe com certeza se ocorre uma verdadeira síndrome
de abstinência. São frequentes os relatos de sintomas depressivos: falta de energia, desânimo, perda de
motivação, por vezes, esses sintomas são bastante intensos, quando há interrupção do uso dessas
substâncias.
Os anabolizantes são hormônios sintéticos que imitam o hormônio sexual masculino, a testosterona. Eles
são usados quando o nível de testosterona do corpo diminui por causas naturais, como idade ou doenças.
Nesses casos, essas drogas devem ser prescritas por um médico, em doses muito baixas, para reposição
hormonal ou combate à atrofia muscular.
Entretanto, pessoas saudáveis têm usado esses hormônios para favorecer o aumento dos músculos e a
força. É o culto ao corpo atlético e sarado, independentemente do risco que se corre. O infográfico a
seguir ilustra como o uso dessa droga afeta o corpo humano.
Embora sejam descritos efeitos euforizantes por alguns usuários dessas substâncias, essa não é,
geralmente, a principal razão de sua utilização. Muitos indivíduos que consomem essas drogas são
fisiculturistas, atletas de diversas modalidades ou indivíduos que procuram aumentar sua massa muscular
e podem desenvolver um padrão de consumo que se assemelha ao de dependência.
Efeitos adversos:
Diversas doenças cardiovasculares.
Alterações no fígado, até câncer.
Alterações musculoesqueléticas indesejáveis (ruptura de tendões, interrupção precoce do
crescimento).
Quando utilizadas por mulheres, podem provocar masculinização (crescimento de pelos pelo
corpo, a voz torna-se mais grave, aumento do volume do clitóris).
Em homens, pode haver atrofia dos testículos.
Atividade:
1. Drogas sintéticas são substâncias químicas ou misturas dessas substâncias produzidas em laboratório.
Assinale abaixo a alternativa que apresenta uma droga que não é sintética.
a) Anfetamina
b) Diazepan
c) Barbitúricos
d) Canabidiol
e) Metanfetamina
2. De acordo com a sua ação no SNC as substâncias psicoativas sintéticas podem ser classificadas em três
grupos principais. Aponte quais são esses grupos e descreva suas diferenças.
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3. Você considera que os adolescentes de sua comunidade estão muito ou pouco vulneráveis a se
envolver com as drogas sintéticas? Justifique sua resposta.
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5. Faça um mapa conceitual sobre as drogas sintéticas apresentadas acima, evidenciando sua ação no
SNC, o seu uso clínico, os efeito causados por elas e os principais riscos no caso do uso indiscriminado
dessas substâncias.
REFERENCIAS
SOUZA, M de; RUTHES, S.; VAENÇA, R. Et al. Sesi e Você na Prevenção das Drogas. Curitiba:
Sesi/PR, 2013. 42 p. : il. ; 21cm. Disponível em: https://www.sesipr.org.br/cuide-se-mais/alcool-e-outras-
drogas/uploadAddress/caderno_adolescentes_online[42936].pdf Acesso em: 12/05/021.
BRASIL. Drogas : cartilha álcool e jovens / Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas. –
Brasília: Presidência da República, Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, 2010. Disponível em:
https://site.mppr.mp.br/arquivos/File/Projeto_Semear/Drogas_e_Suas_Consequencias/cartilha_alcool_jov
ens.pdf Acesso em 12/05/021.