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DOI: 10.1590/1413-81232018236.

09032018 1811

Vigilância em Saúde no SUS - construção, efeitos e perspectivas

ARTIGO ARTICLE
Health surveillance at the SUS:
development, effects and perspectives

Maria Glória Teixeira 1


Maria da Conceição Nascimento Costa 1
Eduardo Hage Carmo 2
Wanderson Kleber de Oliveira 3
Gerson Oliveira Penna 4

Abstract This article analyses the process of con- Resumo Este artigo analisa o processo de cons-
struction of Health Surveillance in Brazil con- trução da Vigilância em Saúde/VS no Brasil abor-
cerning the political, historical and organization- dando o contexto político, histórico e organizacio-
al context of this component of the Unified Health nal deste componente do Sistema Único de Saúde,
System (UHS), by means of its historical view por meio do resgate histórico e apresentação dos
and presentation of the advances, limits, setbacks avanços, limites, retrocessos e perspectivas. Ao
and perspectives. Throughout trajectory of Health longo da trajetória da VS, seus objetos de estudo
Surveillance, its objects of study and intervention e intervenção vêm se ampliando, fortalecendo a
have been expanded, strengthening the integra- integração entre as diversas áreas da vigilância,
tion among the different areas of surveillance, aumentando sua capacidade de predição e inter-
increasing its capacity for prediction and inter- venção. Evoluiu-se da vigilância das pessoas, para
vention. It evolved from surveillance of people, to a das doenças e agora para a de riscos à saúde. A
surveillance of diseases and now to surveillance of convocação da 1ª Conferência Nacional de Vigi-
health risks, promoting greater articulation of HS lância em Saúde, a ser realizada em 2018, oportu-
professionals with agents of endemics and Fami- niza revisão e formulação de proposições voltadas
ly Health Teams. The first National Health Sur- para o fortalecimento da VS, expansão do seu es-
veillance Conference, in February 2018, provided copo de ações e busca de alternativas adequadas e
opportunities for discussion and formulation of arrojadas, que garantam que a nova modalidade
1
Instituto de Saúde proposals aimed at strengthening HS, expand- de financiamento do SUS aprovada em 2017, de
Coletiva, Universidade ing its scope of actions with a view to achieving a fato, venha reforçar os avanços conquistados por
Federal da Bahia. R. Basílio comprehensive care model. Adequate and auda- este no campo da Saúde Coletiva.
da Gama s/n, Canela. 40110-
040 Salvador BA Brasil. cious alternatives are necessary so that there are Palavras-chave Vigilância em saúde, Vigilância
magloria@ufba.br no setbacks in the financing modalities in order em saúde pública, Sistema Único de Saúde, Brasil
2
Instituto Sul Americano de to maintain and expand the advances achieved in
Governo em Saúde. Rio de
Janeiro RJ Brasil. the field of Health Surveillance in Brazil.
3
Centro de Integração de Key words Health surveillance, Public health
Dados e Conhecimentos surveillance, Unified Health System, Brazil
para Saúde, Instituto
Gonçalo Moniz, Fiocruz.
Salvador BA Brasil.
4
Núcleo de Medicina
Tropical, Universidade de
Brasília. Brasília DF Brasil.
1812
Teixeira MG et al.

Introdução ças por meio de vacinas e combate vetorial3. Estas


tecnologias influenciaram diretamente as ações e
Na legislação brasileira vigente, vigilância em as práticas de Saúde Pública que se ampliaram e
saúde (VS) é definida como um processo contí- passaram a ser organizadas por meio das Campa-
nuo e sistemático de coleta, consolidação, análise nhas Sanitárias. Este modelo, foi sendo modifica-
e disseminação de dados sobre eventos relaciona- do, particularmente, com as definições de vigilân-
dos à saúde, visando o planejamento e a imple- cia propostas na década de 1960, por Alexander
mentação de medidas de políticas públicas para Langmuir4 e Karel Raska5, as quais influenciaram
a proteção da saúde da população, a prevenção e e modelaram os princípios organizativos da Uni-
controle de riscos, agravos e doenças, bem como dade de Vigilância Epidemiológica (UVE), criada
para a promoção da saúde1. Este conceito reflete em 1968 no bojo da 21ª Conferência Mundial de
as proposições do movimento da Reforma Sani- Saúde, convocada pela Organização Mundial da
tária Brasileira/RSB voltado para a transforma- Saúde (OMS). Pautados pela UVE/OMS os paí-
ção do modelo de atenção à saúde nas décadas ses foram reorganizando as ações de vigilância e
de 1970 e 1980, quando foram elaborados princí- controle de doenças transmissíveis atendendo as
pios e diretrizes que nortearam a mudança dese- proposições emanadas da OMS.
jada no campo da vigilância, com suas diferentes
qualificações (médica, sanitária, epidemiológica, Construção da Vigilância no Brasil
do trabalhador, ambiental, em Saúde Pública
etc.) que foram sendo ressignificados em um rico No Brasil, desde a colonização até a década
e acalorado debate, nem sempre consensual. de 1930, a vigilância não apresentava significati-
Ao lado da luta pela criação de um sistema de va organização institucional e estava centralizada
atenção à saúde que se desejava público, universal nos grandes centros urbanos, apesar dos esfor-
e de qualidade2 propunha-se ainda o estabeleci- ços de profissionais como Oswaldo Cruz, Carlos
mento de um modelo descentralizado com pro- Chagas, Vital Brazil, Emilio Ribas, entre outros.
tagonismo do nível local, especialmente no que se A partir de 1937, foi instituída a Conferência Na-
referia à vigilância e controle de doenças e riscos cional de Saúde (CNS) como parte da reorgani-
epidemiológicos. Este artigo analisa o processo de zação sanitária nacional, no bojo das competên-
construção da VS no Brasil abordando o contex- cias dos primórdios do Ministério da Saúde, mas
to político e organizacional deste componente do só em 1941 foi realizada a I CNS com objetivo de
SUS, por meio do resgate histórico e apresentação levantar a situação de saúde no Brasil, buscando
dos avanços, limites, retrocessos e perspectivas. organizar os serviços estaduais de saúde6.
O Sistema Nacional de Vigilância Epidemio-
Evolução histórica da vigilância lógica (SNVE) do Brasil foi criado em 1975, li-
mitando-se a uma pequena lista de doenças de
As doenças e as epidemias formataram a so- notificação compulsória7. Até então, as interven-
ciedade, desde que a humanidade conseguiu do- ções de Saúde Pública voltadas para o controle de
mesticar as plantas e animais, acumulando ener- doenças transmissíveis eram da responsabilida-
gia e criando as condições para a formação das de de órgãos subordinados ao Governo Federal
cidades. Por séculos, as doenças transmissíveis e (Departamento Nacional de Endemias Rurais/
a desnutrição mantiveram a expectativa de vida, DNERU, Campanha Contra Varíola, Campanha
em média, em 30 anos3. Do século XIV até me- Contra Tuberculose, Campanha contra Lepra,
ados do século XIX, considerando a desestabili- dentre outras) que desenvolviam suas ativida-
zação e o impacto que a peste e outras doenças des sob a forma de campanhas sanitárias. Com a
epidêmicas causavam, e diante das limitações de implementação do SNVE, parte das atribuições e
tecnologia e conhecimento, o isolamento e a qua- responsabilidades da vigilância e controle destas
rentena foram as principais medidas adotadas na doenças foram sendo repassadas para as Secreta-
saúde pública. Essas medidas tiveram início pla- rias Estaduais de Saúde (SES), estruturadas sob
nejado nos portos em Veneza e desempenharam a forma de Programas Especiais ao exemplo do
importante papel para a expansão comercial e o Programa Nacional de Imunizações (PNI), que
fluxo de pessoas, bens e mercadorias. Entre os estabeleceu um modelo piramidal que mantinha
séculos XIX e XX, o homem passou a compre- o nível local sem recursos e sem protagonismo
ender a etiologia das doenças, com o desenvol- no processo de resolução de seus problemas de
vimento científico e tecnológico, especialmente, saúde. Entretanto, as denominadas endemias
detecção dos agentes, conhecimento dos ciclos (esquistossomose, doença de Chagas, malária,
epidemiológicos, prevenção e controle de doen- tracoma, etc.) ficaram sob a responsabilidade
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da Superintendência de Campanhas (SUCAM), ca-se o incentivo para a formação dos Núcleos
órgão da administração direta do Ministério da Estaduais de Epidemiologia com representações
Saúde. Deste modo, a formulação, a coordenação da área de vigilância epidemiológica das SES,
e a execução das atividades de prevenção e con- SMS e das Diretorias Regionais da Funasa que
trole de doenças transmissíveis eram realizadas continuavam desenvolvendo as ações de controle
segundo a lógica de programas verticais7,8. de endemias, antes sob a responsabilidade da SU-
Antecedendo a criação do SUS foi implemen- CAM. Estes núcleos deveriam buscar estabelecer
tada a estratégia de Ações Integradas de Saúde pactos e elaborar diretrizes e Planos Diretores
(AIS) e a seguir foi criado o Sistema Unificado que privilegiassem o processo de transferência
e Descentralizado de Saúde (SUDS)8 que permi- das atividades de vigilância e controle de doenças
tiram o desenvolvimento de experiências, como para os municípios; aproximar-se da comunida-
a ocorrida na Secretaria Estadual de Saúde da de científica brasileira com vistas à estabelecer
Bahia8, que buscavam iniciar a transformação do parcerias que possibilitassem a capacitação dos
modelo vertical de vigilância pelo descentraliza- profissionais da rede de serviços de saúde, prin-
do proposto no documento da RSB, que em parte cipalmente no uso da metodologia epidemio-
havia sido inscrito no Capítulo 200 da Constitui- lógica; aprimoramento e desenvolvimento dos
ção Federal de 1988 e incorporado na Lei 8.080 sistemas de informações de base epidemiológica,
de 19909. tendo como unidade de informação os municí-
pios de residência13.
Construção do novo modelo Este movimento inicial, fundamental para
de vigilância para o SUS estabelecer as bases para a construção da atual
Vigilância em Saúde no SUS, culminou em uma
Após a promulgação da Lei 8.080, foi cria- grande reunião nacional que envolveu dirigen-
da a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), em tes de epidemiologia das três esferas de governo,
199110, contendo em sua estrutura dois órgãos profissionais da rede de serviços de saúde com
singulares, sendo um deles o Centro Nacional de reconhecido saber na área, epidemiologistas de
Epidemiologia/CENEPI com atribuições volta- instituições acadêmicas, dentre outros. Baliza-
das para atender à concepção plasmada na déca- dos nos documentos base, o relatório final deste
da de 1980, de que o sistema de saúde deveria ter Seminário13 estabeleceu as principais linhas mes-
uma área de inteligência epidemiológica, separa- tras para a construção do Sistema Nacional de
da das ações de controle e prevenção de doenças, Vigilância Epidemiológica no SUS, que se queria
com competência para promover e disseminar o descentralizado e abrangente, ou seja, que não
uso da epidemiologia em todas as esferas do SUS, se limitasse às doenças transmissíveis, ainda que
para apoiar a formulação e a implementação de sem desvalorizar este componente da tradicional
políticas, bem como estabelecer diretrizes para Saúde Pública. A estratégia sugerida foi estabele-
orientar a organização da rede do SUS. Ao De- cer articulação com o Conselho Nacional de Se-
partamento de Operações/DEOPE caberia a res- cretários Estaduais de Saúde (Conass) e o Conse-
ponsabilidade de coordenar as ações de preven- lho Nacional de Secretários Municipais de Saúde
ção e controle de doenças, em articulação com as (Conasems) para construir um pacto intergover-
SES, SMS e as Diretorias Regionais da Funasa11,12. namental envolvendo as três esferas de gestão do
Contudo, desde o início foi-se constatando SUS, no propósito de viabilizar a descentraliza-
que para conduzir a reorganização do SNVE na ção das ações de prevenção e controle de doenças
perspectiva do SUS, ou seja um sistema de vigi- que já vinham sendo desenvolvidas no país, com
lância universal cuja base de atuação deveria ser a desejada rapidez, mas com responsabilidade
o nível local, dever-se-ia superar a referida dico- para que não houvesse interrupção de ações e
tomia desde o nível central até o local deste sis- possíveis prejuízos à saúde da população, além de
tema. Assim, ao longo da década de 1990, foram ampliação do escopo de atividades de vigilância.
sendo adotadas estratégias que possibilitassem A ideia foi reduzir a fragmentação das rotinas de
articulações entre os diferentes gestores e atores, vigilância, que em grande parte estavam organi-
ainda fortemente influenciados pelas práticas zadas sob a forma de Programas Especiais nas
estabelecidas e que defendiam a manutenção do SES e nas Diretorias Regionais da Funasa e cons-
modelo piramidal vigente11,12. Muitas iniciativas truir uma nova vigilância. Propunha-se também
foram implementadas, tanto ao interior da Funa- a integração das atividades à rede de atenção à
sa, como por estados e municípios, em particular saúde, particularmente à atenção primária, vi-
aqueles cujos gestores e ou/governantes apoia- sando conferir maior capilaridade e melhor qua-
vam a implantação do SUS. Dentre elas, desta- lidade ao sistema.
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Teixeira MG et al.

Ainda neste Seminário, foi aprovada a redefi- Assim, o componente de vigilância no SUS foi
nição das atribuições e estrutura do Cenepi que paulatinamente aprimorando seu desempenho e
tinha como objetivo alargar o escopo de atuação passando a ser reconhecido por organismos in-
deste Centro. Para tal, foram criadas três Uni- ternacionais, como uma experiência exitosa a ser
dades (Vigilância Epidemiológica, Unidade de considerada por outros países. Este avanço tor-
Informação e Vigilância da Situação de Saúde, nou-se possível porque, desde os primeiros anos
Unidade de Apoio ao Desenvolvimento da Epi- de sua fundação, o Cenepi como órgão central
demiologia no SUS), com a missão de contribuir de coordenação do SNVE, foi estabelecendo a
para o processo de descentralização e expandir cultura de trabalho conjunto, na perspectiva de
os objetos de interesse para além da vigilância de construção de um sistema em rede interligado e
doenças transmissíveis, incluindo a elaboração de transversal, tendo sido importante a participação
políticas e planos de ação visando reduzir riscos da comunidade acadêmica de epidemiologistas,
sobre outros problemas de saúde, a exemplo das em particular da Comissão de Epidemiologia da
doenças crônicas não transmissíveis, violências, Associação Brasileira de Saúde Coletiva/Abras-
saúde do trabalhador, etc.13. Em 1994, foi instituí- co15. Os resultados deste movimento podem ser
da a 1ª Comissão interinstitucional de epidemio- evidenciados pela construção, informatização e
logia14, que originou o atual Grupo de Trabalho disponibilidade de grandes bases de dados nacio-
de Vigilância em Saúde (GTVS), que assessora a nais de base epidemiológica (SIM, SINASC, SI-
Comissão Intergestores Tripartite (CIT). NAN, entre outros) que alavancou a produção de
Valendo-se das ferramentas computacionais, análises epidemiológicas sobre a situação de saú-
o Cenepi engendrou esforços para a construção de da população mais desagregadas e mais pró-
de novos sistemas de informações epidemiológi- ximas da realidade; a constituição da Rede Na-
cas, tendo como base o município. E assim nasce- cional de Informação para a Saúde-RNIS e Rede
ram os sistemas de base epidemiológica, Sistema Interagencial de Informações para a Saúde-RIP-
de Informação de Nascidos Vivos (SINASC) e o SA; a ampla capacitação de recursos humanos em
Sistema de Informação de Agravos de Notificação várias modalidades (atualização, especialização e
(SINAN), e foi aperfeiçoado o Sistema de Infor- mestrado profissional); e, o apoio à pesquisa es-
mação de Mortalidade (SIM). Por meio de convê- tratégica para o SUS, cujos resultados passaram a
nios com as Universidades e outras Instituições ser considerados na definição de algumas políti-
Públicas, foram sendo realizadas capacitações cas e intervenções públicas15.
para profissionais de saúde de todo o país. Os
conteúdos dos cursos eram afetos ao campo da Sistema Nacional de Vigilância em Saúde
vigilância, tais como epidemiologia voltada aos
serviços de saúde, uso de software para análises O protagonismo do Cenepi, Conass e Co-
epidemiológicas, implantação e manuseio dos nasems foi essencial no sentido de se proceder
novos sistemas de informação de base epidemio- à descentralização das ações de epidemiologia,
lógica nas SES e SMS, vigilância epidemiológica, que culminou em um exaustivo processo de ne-
análises de situação de saúde, dentre outros. gociação na Comissão Intergestores Tripartide
Durante toda a década de 1990, muitas difi- (CIT) e que gerou a Portaria 1399/99 -Minis-
culdades foram enfrentadas, especialmente aque- tério da Saúde, estabelecendo as atribuições de
las devidas à: a) modalidade de transferência de cada esfera de governo na área de epidemiolo-
recursos para as ações de epidemiologia na rede gia e definindo a sistemática de financiamento
de serviços que eram financiadas por meio de fundo-a-fundo para Estados e Municípios, em
convênios burocráticos firmados entre a Funasa acordo com o Teto Financeiro de Epidemiologia
e as SES e SMS, com prazos pré-estabelecidos, o e Controle de Doenças (TFECD); o elenco míni-
que muitas vezes resultavam em interrupção de mo de ações de vigilância e controle de doenças
ações e atividades que deveriam ser contínuas; b) a ser desenvolvidas por estas esferas de gestão do
ao grande atraso na transferência de reponsabi- SUS, que deveriam ser expressas na Programação
lidades e de servidores da Funasa para as SES e Pactuada Integrada de Epidemiologias e Con-
SMS11,12, como preconiza a Lei9 e a Constituição. trole de Doenças (PPI-ECD)16. Esta modalidade
No que pese estes obstáculos, muitos avanços fo- transferiu para estados e municípios do país as
ram imprimidos na conformação e atuação do responsabilidades e competências relativas ao de-
SNVE, na disseminação do uso da epidemiologia senvolvimento das ações de epidemiologia, após
nos serviços de saúde e, especialmente, na me- comprovação das exigências mínimas (técnicas e
lhoria de alguns indicadores de saúde da popu- operacionais) para obtenção da certificação para
lação brasileira. gestão das ações de epidemiologia e controle de
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doenças. Assim, foi se consolidando o processo (1) a criação de uma rede nacional de Centros
de descentralização desta área de Saúde Públi- de Informações Estratégicas e Respostas em Vi-
ca, garantindo a continuidade das ações que já gilância em Saúde (CIEVS) em todos os estados
vinham sendo desenvolvidas, muito embora o brasileiros e municípios de capitais; (2) publica-
montante de recursos destinados a este compo- ção, após pactuação da Bipartite e Tripartite da
nente do SUS fossem e continuem sendo bastan- Portaria GM/MS nº 3.252, de 22 de dezembro
te insuficientes para o volume de atribuições a de 2009, que estabeleceu pela primeira vez, em
serem assumidas pelas três esferas do SUS. uma norma ministerial, o conceito de VS em
Em 2003, foi criada, no órgão setorial da ad- nosso país e substituiu a Certificação de Estados
ministração direta (MS), a atual Secretaria de e Municípios pela adesão ao Pacto, e o TFECD
Vigilância da Saúde/SVS17, a qual incorporou as pelo Teto Financeiro de Vigilância em Saúde
atividades que vinham sendo desenvolvidas pelo (TFVS), com apenas dois componentes: I - Vi-
Cenepi e pelo Deope, no órgão seccional da ad- gilância e Promoção da Saúde; e II - Vigilância
ministração indireta (Funasa). Sem dúvida, esta Sanitária. Ademais, substituiu a lógica convenial
reestruturação do MS representou o reconhe- por contrato de gestão com o principal fornece-
cimento da importância da área de vigilância e dor público que garantiu estoque e distribuição
controle de doenças demarcando o início de um regular dos imunobiológicos e outros insumos
novo período da trajetória deste campo da saúde. estratégicos para o PNI e também incluiu incen-
Esta Secretaria agregou a experiência acumula- tivos financeiros para que os agentes de endemias
da nos avanços imprimidos pelo Cenepi, dan- passassem a atuar junto às Equipes de Saúde da
do continuidade, consolidando e concretizando Família, visando fortalecer as ações integradas de
várias propostas que ainda não haviam sido im- vigilância em saúde nos territórios19, por meio da
plantadas. Assim, foi estabelecida maior autono- integração com a atenção básica.
mia administrativa e financeira na esfera federal O elenco básico de programas, ações e metas é
que possibilitou o aperfeiçoamento dos mecanis- pactuado na CIT. Cada programa dispõe de nor-
mos e critérios de transferências de recursos para mas padronizadas relativas às ações de prevenção,
estados e municípios, e fortaleceu a integração da controle e atenção à saúde; aos fluxos de informa-
vigilância em saúde com instituições de ensino e ções pré-definidos, em acordo com a cadeia de
pesquisa, entre outros progressos. transmissão do agente etiológico; e aos respectivos
Como forma de incrementar a detecção das objetivos (controle, eliminação, erradicação), indi-
doenças, em 2004 foi instituída a “Vigilância Epi- cadores e metas, o que confere certa uniformidade
demiológica em Âmbito Hospitalar” com a cria- a este sistema. Evidentemente, que cada esfera de
ção dos Núcleos Hospitalares de Epidemiologia gestão do SUS tem autonomia nas suas respectivas
cujo objetivo é detectar, notificar e investigar de áreas de abrangência, para incluir outras ações ou
maneira precoce e oportuna, para adoção ade- doenças no seu rol de atividades considerando as
quada de medidas de prevenção e controle das necessidades de saúde das populações7.
mesmas doenças de interesse para saúde pública, Dentre os programas que o SUS conduz,
cuja porta de entrada no sistema, muitas vezes, destaca-se o Programa Nacional de Imunizações
são os hospitais, mesmo que estes não sejam de (PNI), instituído desde 197320, que tem como
referência em doenças infecciosas18. missão definir a política nacional de vacinação,
No documento do Pacto pela Saúde, de 2006, visando controlar, eliminar e/ou erradicar doen-
o SNVE passou a ser denominado de Sistema ças vulneráveis a imunógeno seguro e eficaz para
Nacional de Vigilância em Saúde (SNVS) por se uso em populações. Inicialmente, o calendário
considerar ser mais adequada, na medida em que incluía vacinas apenas para a população infantil.
o escopo de atuação deste sistema ultrapassava a Atualmente, o calendário vacinal inclui vários
vigilância epidemiológica tradicional. Atualmen- produtos visando proteger contra mais de 15
te, o SNVS atua em todo o território brasileiro agentes infecciosos. Além das salas de vacinação
de modo articulado e hierarquizado, por meio de rotina que atendem à população geral, desde
das SES e SMS e, quando necessário, com o apoio 2004 foram implantados os Centros de Referên-
técnico-operacional da SVS. cia para Imunobiológicos Especiais (CRIES) vol-
Entre 2007 a 2010, a SVS por intermédio do tados para os portadores de condições, ao exem-
GTVS, desenvolveu uma série de ações de forta- plo dos imunodeprimidos, associadas a riscos
lecimento ao SUS, por ocasião da implementação que necessitam de imunobiológicos especiais21.
do Programa “Mais Saúde”, que era a denomina- Este amplo programa, coordenado pelo Ministé-
ção de então do Plano de Governo apresentado rio da Saúde de modo compartido com as SES e
à sociedade. Dentre estas ações destacaram-se: SMS, dispõe de cerca de 60 mil salas de vacinação
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Teixeira MG et al.

de rotina na rede de serviços de saúde e, durante epidemiologia de vários estados e municípios do


as campanhas vacinais, mais de 100 mil pontos país para dar resposta àquela ESPIN, despenden-
de aplicação de imunógenos ficam à disposição do precioso tempo para formação daquela força
da população, atingindo todos os recantos do tarefa. Ou seja, o país não dispunha de estrutura
país, inclusive áreas remotas. O PNI é interna- nem organização para rapidamente enfrentar si-
cionalmente citado como um dos maiores e mais tuações inusitadas mais complexas e de risco e/
avançados do mundo, e conta na sua trajetória ou maior abrangência territorial que exigem dis-
com importantes vitórias, tais como a erradica- ponibilidade de recursos humanos, físicos, téc-
ção da circulação do poliovírus selvagem, a eli- nicos e tecnológicos diversificados, nem sempre
minação endêmica do sarampo, da rubéola e da sob a responsabilidade direta de um setor. Muitas
síndrome da rubéola congênita. Está em vias de vezes, as bases de dados alimentadas pela deman-
eliminar o tétano neonatal, além de manter sob da espontânea aos serviços de saúde, não possi-
controle várias outras doenças imunopreveníveis bilitam adequado monitoramento de situações
como a difteria, o tétano acidental, e ter redu- epidemiológicas especiais.
zido as meningites pelo Haemophilus influenza, Só no ano 2000 foi instituído o Núcleo de
por bacilo de Koch; infecções pelo Pneumococos e Respostas Rápidas em Emergências Epidemio-
Meningococo C em crianças, dentre outros resul- lógicas (NUREP), unidade ligada à Presidência
tados exitosos desta política pública22-24. da Funasa que, ao lado dos alunos do Programa
de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos
A vigilância em Saúde no cenário Serviços do SUS (EPISUS) e do Programa de
de Emergências em Saúde Pública Treinamentos de Dados para Tomada de Deci-
sões (DDM), passou a ter a responsabilidade de
Além de programas que demandam a condu- atuar em ESP, com competência para conduzir o
ção de atividades de rotina, a vigilância em saúde planejamento, a mobilização de recursos e a co-
é acionada quando da ocorrência de situações ordenação das ações necessárias26.
inusitadas, principalmente nos surtos e epide- Após aprovação do novo RSI em 200527, foi
mias que se constituem Emergências em Saúde criado na SVS o Centro de Informações Estra-
Pública (ESP). Nestas ocasiões, a rede de serviços tégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS). Este
se organiza de modo especial para dar respostas Centro tem como função a captação oportuna de
rápidas e adequadas, visando à proteção da po- rumores e informações estratégicas de possíveis
pulação e redução de danos à saúde. eventos de saúde pública, bem como manejo e
Emergências em Saúde Pública de Importân- análise de dados relevantes à prática da vigilân-
cia Nacional (ESPIN) são compreendidas como cia em saúde em situações emergenciais28, vi-
aquelas situações em que o emprego urgente de sando ao aprimoramento deste componente do
medidas de prevenção, controle e contenção de SUS, no propósito de prevenir e controlar estes
riscos, danos e agravos à saúde pública é deman- problemas, proteger a saúde das populações sob
dado em virtude da ocorrência de determinadas risco, ao tempo em que atendia aos preceitos do
situações epidemiológicas, desastres e/ou desas- referido Regulamento27. Representa a SVS como
sistência à população. As situações epidemioló- ponto focal do RSI, perante a OMS, desenvol-
gicas neste contexto incluem surtos ou epidemias vendo atividades relativas à comunicação sobre
que apresentem risco de disseminação nacional, potenciais emergências de Saúde Pública, a res-
sejam produzidos por agentes infecciosos ines- posta desenvolvida, entre outras. Em 2009, foi
perados, representem a reintrodução de doen- instituída a rede nacional de CIEVS que incluiu
ça eliminada, apresentem gravidade elevada ou Centros em todas as SES e SMS das capitais e em
extrapolem a capacidade de resposta da direção mais quatro municípios estratégicos28. Ademais,
estadual do SUS25. algumas SES possuem profissionais de saúde em
As respostas a estas emergências, até final dos suas regionais ou outros municípios prioritários
anos 1990, eram conduzidas com os recursos hu- que operam como Pontos Focais para identifi-
manos que atuavam nos programas de vigilância cação de ocorrências de interesse para a saúde
e controle de doenças de cada nível do sistema pública. Decreto Presidencial foi emitido criando
onde estava ocorrendo o problema. Quando ne- um Grupo Executivo Interministerial (GEI), co-
cessário, buscava-se apoio nas outras esferas de ordenado pelo MS, que procede o planejamento
gestão. Por exemplo, quando a epidemia de cóle- e a execução de todas as atividades de governo
ra emergiu em 1991 no município de Tabatinga relativas às ESP.
no alto Solimões, fronteira do Peru e Colômbia, o Em 201125, foram regulamentados critérios
MS necessitou mobilizar profissionais da área de para o Brasil declarar que uma ESP se constituí
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em uma ESPIN, à semelhança das Emergências tegralidade da atenção à saúde, iniciando pela in-
em Saúde Pública de Interesse Internacional (ES- tegração da VS à atenção básica visando reduzir a
PII)27. Regulamentou também a Força Nacional demanda por média e alta complexidade. As tec-
do SUS (FN-SUS), estabelecendo procedimentos nologias (medicamentos, equipamentos, técnicas
na condução das respostas coordenadas às ESPIN e procedimentos) tiveram sua incorporação e
e ESPII, nas três esferas do SUS, assim como a es- descentralização de modo desigual entre a assis-
trutura federal para apoiar os Estados atingidos e tência e a VS, gerando defasagem na ampliação
em que circunstâncias o país deve buscar auxílio das capacidades do SUS no campo da promoção
internacional25. da saúde, vigilância, controle de doenças e res-
A estruturação da cadeia de resposta às Emer- postas às ESP. Mesmo com os progressos resul-
gências em Saúde Pública e o emprego de toda tantes dos repasses fundo-a-fundo19, a pressão da
a capacidade técnico-científica do SUS vem per- mídia e da população para a ampliação do aces-
mitindo a identificação de pontos críticos, refle- so aos serviços de alta e média complexidade, os
xão sobre logística e recursos empregados, aper- gastos com as ações de VS ficam sempre muito
feiçoando o desempenho do sistema e tornando aquém das reais necessidades. No final de 2017,
oportuno o processo de decisão e resposta, como nova modalidade de repasse de recursos31 estabe-
observado nas epidemias de H1N128 e de micro- leceu que só haverá duas rubricas, custeio e capi-
cefalia/Síndrome Congênita do Zika29. tal, sem especificar nem exigir um teto mínimo
De 2007 a 2016, o Brasil sediou os principais para as ações de VS, ficando a cargo do gestor a
eventos de massa internacionais, como os Jo- responsabilidade de planejamento e execução fi-
gos Pan-Americanos, Copa do Mundo, Jornada nanceira das atividades. Esta radical modificação
Mundial da Juventude, Jogos Olímpicos e Para- coloca sob risco da VS se tornar invisível frente à
límpicos, entre outros. A SVS/MS estabeleceu es- atenção hospitalar que irá consumir maiores par-
tratégias e ações de preparação e resposta junto às celas dos parcos recursos do SUS.
SES e SMS sedes e estreita comunicação com pa- Ao longo da trajetória da VS, seus objetos de
íses vizinhos e de origem dos participantes, com estudo e intervenção vêm se ampliando, fortale-
apoio da Organização Pan-Americana da Saúde/ cendo a integração entre as diversas áreas da vigi-
OMS. Essas ações foram determinantes para a VS lância, aumentando sua capacidade de predição
dos brasileiros e dos milhares de estrangeiros que e intervenção. Evoluiu-se da vigilância das pes-
visitaram o país. Com base nessa experiência, foi soas para a das doenças e agora para a de riscos à
estabelecida normatização específica para a ges- saúde, embora não se tenha alcançado o patamar
tão de eventos de massa no país30. desejado, ou seja a VS emancipatória32. A convo-
cação da 1ª Conferência Nacional de Vigilância
em Saúde, a ser realizada em 201833, oportuniza
Considerações finais a revisão e a formulação de proposições voltadas
para o fortalecimento da VS, a expansão do seu
No percurso da implementação da VS no SUS, escopo de ações e a busca de alternativas adequa-
vitórias e obstáculos vêm sendo observados. das e arrojadas, que garantam que a nova moda-
Muitas das vezes, tais obstáculos dificultam as lidade de financiamento do SUS, de fato, venha
mudanças desejadas no sentido de atender a um reforçar os avanços conquistados pelo SUS no
dos preceitos da RSB, qual seja a de buscar a in- campo da Saúde Coletiva.

Colaboradores Referências

MG Teixeira e MCN Costa fizeram a primeira 1. Brasil. Portaria GM No 1.378, de 9 de julho de 2013.
Regulamenta as responsabilidades e define diretrizes
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Diário Oficial da União 1975; 30 out. Versão final apresentada em 03/04/2018

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