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Ajuda de custo sobre o uso de veículo próprio

Funcionário utiliza o veículo próprio a serviço da empresa, podemos lançar um


valor como ajuda de custo pelo aluguel do veiculo ou como aluguel de veiculo.
Esses valores pagos mensalmente possuem incidências d o INSS/FGTSIRRF, existe
algum limite?

Informamos ajuda de custo é o valor (normalmente fixado por ato unilateral do


empregador) atribuído ao empregado, pago uma única vez ou eventualmente, para
cobrir despesas de deslocamento por ele realizadas, como por exemplo: despesas
de transferência, acompanhamento de clientes internos ou externos a eventos
profissionais etc.

A verba concedida nestas condições se reveste das características de parcela de


natureza indenizatória, posto que visa ressarcir o empregado de despesas
decorrentes da necessidade de serviço.

Assim, no âmbito trabalhista, as ajudas de custo independentemente do seu valor,


não possuem natureza salarial, portanto, não integram a remuneração do
trabalhador, desde que juridicamente enquadradas como tal, ou seja, tenham a
finalidade de compensar gastos ocasionais feitos pelo trabalhador no desempenho
de eventuais compromissos profissionais. Dessa forma, não serão consideradas no
cálculo de verbas trabalhistas tais como: férias, 13º salário, aviso prévio etc.

Entretanto, no aspecto previdenciário e do FGTS, observa-se que a legislação


contém definição específica da adotada pela legislação trabalhista.

A legislação previdenciária dispõe que não incidirá a contribuição correspondente


sobre o valor relativo à ajuda de custo, paga em parcela única, recebida
exclusivamente em decorrência de mudança de local de trabalho do empregado, na
forma do art. 470 da CLT. No mesmo sentido dispõe o art. 13 da Instrução
Normativa nº 25/01, da Secretária de Inspeção do Trabalho, no que se refere ao
recolhimento do FGTS. Portanto, a ajuda de custo para não sofrer incidência de
INSS e FGTS, deve ser paga uma só vez e com o fim exclusivo de ressarcir
despesas decorrentes de mudança de local de trabalho do empregado.

Porém caso tais valores estejam sendo paga, habitualmente, ainda que sob a
denominação de ajuda de custo, independentemente de prazo e valor, terá
natureza salarial, integrando a remuneração do empregado para todos os efeitos
legais, incidindo-se sobre tal valor a contribuição previdenciária e fundiária bem,
como, serão consideradas no cálculo de verbas trabalhistas tais como: férias, 13º
salário, aviso prévio etc.

No caso em tese, entendemos não se tratar de ajuda de custo e sim um reembolso


de despesa pelo uso do veículo do empregado para o desempenho de suas
atividades. Assim, orientamos que a empresa ajuste um valor com o empregado
por KM pela utilização do veículo.

A legislação previdenciária vigente, estabelece que não integra o salário-de-


contribuição o ressarcimento de despesas pelo uso de veículo do empregado desde
que comprovada.

Tendo por base o citado dispositivo legal, pode-se perceber que a importância paga
ao empregado, comumente denominada de “reembolso de quilometragem ou
gasolina”, cuja finalidade é assegurar-lhe o ressarcimento das despesas efetuadas
com a manutenção do veículo de sua propriedade utilizado a serviço da empresa,
não se inclui no conceito de salário-de-contribuição, estando, portanto, isento da
incidência de encargos sociais, tanto na esfera trabalhista (FGTS) quanto na
previdenciária (INSS).

Uma vez não sendo considerado verba de natureza salarial, nem tampouco salário
variável, o referido valor também não integrará o salário do empregado para
quaisquer efeitos da legislação trabalhista, tais como: férias, 13º salário, horas
extras, aviso prévio etc.

Informamos, por oportuno, que, nos termos do art. 225 da RPS, aprovado pelo
Decreto nº 3.048/99, a folha de pagamento, elaborada mensalmente, deverá
discriminar, dentre outros, inclusive as parcelas não integrantes da remuneração,
razão pela qual deve a empresa lançar o referido valor na folha e no recibo de
pagamento do empregado.
Sempre que uma prestação em utilidade for concedida com o intento de tornar
possível e viável a própria execução do trabalho e não como uma vantagem
destinada a remunerar os serviços do empregado, não há integração desses
valores ao salário do trabalhador, já que nesses casos as utilidades fornecidas são
para o trabalho e não pelo trabalho. São indispensáveis ao trabalho e não ao
trabalhador.

Assim, em se tratando do reembolso de quilometragem, ainda que não integre o


salário do empregado, seu valor deverá constar da folha de pagamento, bem como
no recibo de pagamento (holerite).

Portanto, se o reembolso da gasolina se dá em virtude da utilização do veículo do


empregado para desenvolvimento da sua atividade na empresa, não integrará o
salário de contribuição. Contudo, sendo este reembolso a título de deslocamento
(casa / empresa) será considerado salário in natura e integrará o salário do mesmo
para todos os fins.

Base Legal – Decreto nº 3.048/99, art.214, parágrafo 9º, XVIII

FONTE: Consultoria CENOFISCO

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